posse não é um direito real, ela existe quando um determinado cidadão age como se proprietário fosse, mas não exerce todos os poderes da propriedade, e sim, apenas alguns. Normalmente, o mais comum deles seria o indivíduo que reside em um imóvel, mas não possui documentos comprovando ser o proprietário de fato e de direito, nessas situações, é comum inclusive a aquisição apenas por contrato.
Quanto à propriedade em si, ela é um direito, ocorre quando o indivíduo exerce todos os direitos sobre determinado bem, sendo eles: usar, gozar, dispor e reaver a coisa.
Usar: utilizar a coisa (seria o caso de residir, por exemplo); Gozar: usufruir os frutos da coisa (bem comum em imóveis que são utilizadas para agricultura, pecuárias...); Dispor: é possível transferir, locar ou alienar o bem e Reaver: é o direito de reaver a coisa quando alguém está em sua posse de forma injusta ou ilegal (como o exemplo da posse utilizada acima).
A propriedade é comprovada normalmente com o registro na matrícula do imóvel (falarei mais sobre matrículas em outra oportunidade), geralmente então é realizada a transferência de imóvel (seja compra e venda, doação, imóvel oriundo de inventário e assim sucessivamente) em um Tabelionato de Notas (ou sentença judicial) e após é levado esse documento para registro na matrícula.
Quanto a propriedade ser ou não um direito absoluto, apesar do direito de propriedade se constituir em direito real, oponível erga omnes (ou seja, é valido contra qualquer pessoa), atualmente o direito brasileiro criou o instituto da função social da propriedade, que condiciona o exercício do direito de propriedade ao cumprimento da função social, pois não será admitida a subutilização dos bens, desvinculada de qualquer compromisso social e econômico.
Na própria Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º, XXII e XXIII, que dispõe a cerca dos direitos e garantias individuais, estão consagrados o direito da propriedade, bem como a especificação de que a propriedade cumprirá a função social, restando comprovada a adoção desse princípio por todo o ordenamento jurídico vigente.
Dessa forma, toda a legislação também fora adaptada à nova realidade, de forma que o direito de propriedade ficasse sempre delimitado pelo cumprimento da função social, conforme se depreende da leitura do art. 1.228, §§1º e 2º do CC.
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