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Diferença entre possuidor e detentor

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ANAITA CARV

possuidor pode vir a adquirir a propriedade através da usucapião, enquanto o detentor  não tem legitimidade para tanto, já que está com o bem em virtude de mera tolerância ou permissão, conforme anteriormente mencionado.


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Ewerton Nathan

Posse: o legislador não traz um conceito de posse, limitando-se a conceituar possuidor, conforme art. 1.196, CC, in verbis: “Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”. Ou seja, se se tem e exerce um ou alguns dos poderes de domínio, está-se diante da condição de possuidor. Nesse sentido, até mesmo o invasor é considerado possuidor.

Detenção: exercício de poder sobre o bem que, desqualificado por força de lei como posse, não gera repercussão jurídica. Isto pois, o legislador entende que determinadas situações não podem ser consideradas como posse.

1. Servidores da posse: também conhecidos como fâmulos/servos da posse. São aqueles indivíduos que exercem poder material sobre o bem, em decorrência de uma relação de subordinação que possuem com o real possuidor ou proprietário do bem. Ou seja, o indivíduo exerce poder sobre o bem, mas o exerce cumprindo instruções ou ordens.

O caseiro, por exemplo, exerce poder sobre o bem, mas não de forma autônoma, e sim por estar cumprindo ordens e instruções do real possuidor ou proprietário. Da mesma forma, o motorista particular.

Os servidores são, portanto, executores materiais de direitos possessórios alheios.

– Defesa da posse: o servidor da posse, apesar de não ser o legítimo proprietário ou possuidor, pode praticar atos de autodefesa para defesa da posse alheia. Não tem, entretanto, legitimidade para ajuizar ação possessória. Ou seja, pode realizar apenas uma das duas modalidades da defesa da posse.

2. Permissão/tolerância: os atos de tolerância ou permissão não são considerados posse.

Permissão: autorização expressa do legitimo possuidor para que o terceiro utilize a coisa.

Tolerância: é o consentimento tácito do legitimo possuidor

É muito comum que em decorrência de relações de amizade, o possuidor coloque o bem à disposição de um terceiro, sem que se tenha com ele celebrado negócio jurídico. Essa disposição, pode ser feita por permissão ou tolerância. Naquela, há um consentimento expresso acerca da utilização do bem pelo terceiro; enquanto nesta, tal consentimento é tácito. A supressão dessa detenção pode acontecer a qualquer momento, independentemente de permissão ou tolerância.

3. Atos de violência/clandestinidade: o exercício de poder sobre o bem mediante o uso de força ou às escondidas configura mera detenção. Para que convalesça em posse, deve-se cessar a violência ou clandestinidade.

A violência cessa quando os atos de força deixam de ser materialmente praticados ou quando o possuidor para de resistir. Cessando, então, os detentores tornam-se possuidores injustos.

A clandestinidade cessa quando os poderes sobre o bem passam a ser exercidos publicamente. O que interessa, portanto, é verificar que não importa mais ao detentor exercer o poder às escondidas. Se o proprietário ou legítimo possuidor retorna tempos depois já nesta situação, não poderá alegar clandestinidade. A partir desse momento de publicidade, torna-se possuidor, ainda que injusto.

4. Bens públicos: os bens públicos dividem-se em:

a. uso comum: utilização indistinta por todos os membros da coletividade, como

rios, mares…;

b. uso especial: aqueles afetados à atividades prestadas pelo Estado, como prédios de delegacias, hospitais…;

c. bens dominicais: desafetados, ou seja, aqueles que incidem normas do direito privado, podendo ser objeto de posse.

A posse tem dois efeitos principais: garante a proteção da coisa e, caso ela se prolongue no tempo, pode dar ensejo à aquisição da própria propriedade. No caso dos bens dominicais, entretanto, esse segundo efeito da posse não pode ocorrer. Ou seja, não se pode usucapi-lo.

Usucapião é modo de aquisição da propriedade submetido a alguns requisitos, dentre eles que seja bem passível de posse. Por isso mesmo, tanto os bens públicos de uso comum quanto uso especial também não podem ser usucapidos. Em suma: nenhum bem público, nem mesmo os dominicais, pode ser usucapido (art. 102, CC e súmula 340, STF).


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Isabela S. Villar

possuidor pode vir a adquirir a propriedade através da usucapião, enquanto o detentor não tem legitimidade para tanto, já que está com o bem em virtude de mera tolerância ou permissão, conforme anteriormente mencionado.
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