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A telemedicina é regulamentada?

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Rodrigo Carneiro

Retirado de: Telemedicina: o que é, regulamentação e +5 subespecialidades (star.med.br)

O Prof. Dr. Genival Veloso de França, em seu artigo “Telemedicina: breves considerações ético-legais”, publicado na Revista Bioética pelo CFM, em seu volume 8, número 1, 2.000 [2], cita que, segundo as Normas Éticas de Utilização da Telemedicina da Associação Médica Mundial, recomenda-se que:

– promovam programas permanentes de formação e avaliação das técnicas de medicina a distância, no tocante à qualidade da relação médico-paciente, sua eficácia e custos;

– elaborem e implementem, junto com as organizações especializadas, normas de exercício capazes de serem usadas como instrumento na formação de médicos e de outros profissionais de saúde capazes de utilizar a telemedicina; que se fomente a criação de protocolos padronizados;

– incluam os problemas médicos e legais nos programas de teleassistência, como a qualificação dos médicos destes recursos, a forma de responsabilidade ética e legal dos profissionais envolvidos e a obrigação da elaboração dos prontuários médicos; e

– estabeleçam normas para o funcionamento adequado das teleconsultas, onde sejam incluídas as questões ligadas à comercialização e exploração destes sistemas.

 

Declaração de Tel Aviv

No mesmo artigo, o Prof. Dr. Genival Veloso de França apresenta a Declaração de Tel Aviv, adotada pela 51ª Assembléia Geral da Associação Médica Mundial, realizada em outubro de 1999, em Israel, sob o título “Responsabilidades e Normas Éticas na Utilização da Telemedicina”, que contempla algumas das necessidades sentidas pelos Conselhos Federal e Regionais de Medicina no tocante à regulamentação do assunto.

Você pode ler a declaração, na íntegra, acessando o artigo do Prof. Dr. Genival Veloso de França: clique aqui. A Declaração discute sobre os seguintes temas: a relação médico-paciente, a responsabilidade dos médicos, responsabilidade do paciente, segurança e qualidade da atenção em telemedicina, história clínica do paciente, o consentimento do paciente, sigilo e privacidade.

 

A Regulamentação da Telemedicina no Brasil

O Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou, em agosto de 2002, a resolução que fixa responsabilidades e normas éticas na utilização da telemedicina no Brasil.

Portanto, toda empresa voltada a atividades na área de telemedicina, sejam elas de assistência ou educação continuada a distância, deve cumprir os termos da Resolução CFM nº 1.643/2002.

Em síntese, a Resolução obriga o registro da empresa que explore o serviço no Cadastro de Pessoa Jurídica do CRM da jurisdição, com a respectiva responsabilidade técnica de um médico regularmente inscrito. Em se tratando de prestador pessoa física, o mesmo deve ser médico devidamente habilitado junto ao Conselho. A este cabe estabelecer vigilância constante e avaliação das técnicas de telemedicina no que se refere à qualidade da atenção, relação médico-paciente e preservação do sigilo profissional.

Em seu Artigo 1, a Resolução define a telemedicina como “o exercício da medicina mediante a utilização de metodologias interativas de comunicação audiovisual e de dados, com o objetivo de assistência, educação e pesquisa em saúde”. Face a interpretação de que se trata de ato médico, os serviços prestados através da telemedicina devem oferecer infra-estrutura tecnológica apropriada e obedecer às normas técnicas do CFM, no que se refere à guarda, manuseio, transmissão de dados, confidencialidade, privacidade e garantia do sigilo profissional.

 

CFM reconhece uso da Telemedicina para combate à COVID-19

Muito recentemente, o CFM encaminhou um ofício ao Ministério da Saúde. Neste, o CFM informa sua decisão de reconhecer a possibilidade e a eticidade de uso da telemedicina no País, além do que está estabelecido na Resolução de 2002, que continua em vigor. A decisão vale em caráter excepcional e enquanto durar o combate à epidemia de COVID-19.

Com esse anúncio, o CFM contribui para o aperfeiçoamento e a máxima eficiência dos serviços médicos prestados no País. De acordo com o documento encaminhado, a telemedicina poderá ser exercida nos seguintes moldes:

– Teleorientação (ou Teleconsulta), que permite que médicos realizem a distância a orientação e o encaminhamento de pacientes em isolamento;

– Telemonitoramento, que possibilita que, sob supervisão ou orientação médicas, sejam monitorados a distância parâmetros de saúde e/ou doença; e

– Teleinterconsulta, que permite a troca de informações e opiniões exclusivamente entre médicos, para auxílio diagnóstico ou terapêutico.

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