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RESUMÃO IMUNO

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PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DE TESTES DIAGNÓSTICOS 
Teste diagnóstico – avaliação da 
confiabilidade 
 Concebido para teste laboratorial, mas 
também se aplica à informação clínica obtida 
na história, exame físico ou de imagem. 
Exatidão x precisão 
 
Avaliação dos resultados 
 Para a decisão sobre os resultados 
dos testes, os dados são geralmente 
dicotômicos: 
• Presente/ ausente 
• Anormal / normal 
• Doente/ sadio 
Sensibilidade e a especificidade 
 São propriedades de um teste para a 
tomada de decisão sobre pedir ou não um 
teste. 
SENSIBILIDADE: é a capacidade do teste de 
identificar os verdadeiros doentes dentro de 
um grupo de doentes, ou seja, um teste que 
seja positivo em que tem doença. Por 
exemplo: 
 Testes com alta sensibilidade que dão 
negativo, servem para excluir a doença 
(triagem). 
 É utilizado no rastreio de uma doença e 
triagens em bancos de sangue. 
 São poucos os falsos positivos. Se um 
teste deu negativo, deve-se verificar a 
sensibilidade. 
ESPECIFICIDADE: é a capacidade encontrar 
os não doentes dentro do grupo dos sadios, 
ou seja, teste dá negativo em que não tem a 
doença. Por exemplo: 
 
 Testes com alta especificidade que dão 
positivo são confirmatórios para a doença. Um 
teste muito específico pode não positivar em 
casos mais raros ou com mutações (falso 
negativo). 
 Usado para confirmar a suspeita de 
doença – exame confirmatório. 
 São poucos os falsos positivos. Se um 
teste de positivo, deve-se verificar a 
especificidade, para saber se o resultado é 
confiável. 
Atenção – limitações: 
Não existe teste que seja 100% sensível e 
100% específico. Todos os testes podem 
falhar (laboratoriais, imagem, clínico, etc.). 
 
 Sensibilidade e especificidade são 
calculadas em estudos científicos de acurácia. 
Por exemplo, se for lançar um novo teste para 
detectar câncer de próstata, tem que informar 
qual a sensibilidade e especificidade desse 
teste. 
Valor preditivo 
 
 Valor preditivo positivo (VPP): é a 
probabilidade de um indivíduo avaliado e com 
resultado positivo ser realmente doente. 
Quanto maior o VPP, maior a possibilidade da 
doença. 
 Valor preditivo negativo (VPN): é a 
probabilidade de um indivíduo avaliado e com 
resultado negativo ser realmente normal. 
Quanto maior o VPN, maior a probabilidade de 
não ter a doença. 
 Quanto menor for a sensibilidade, 
maior o número de falsos negativos. Quanto 
menor for a especificidade, maior o número 
de falsos positivos. 
 Estudos científicos devem validar os 
testes diagnósticos – verificar se são bons ou 
ruins para a prática clínica. 
MEDICAMENTOS QUE ATUAM SOBRE O SI 
Classes de fármacos 
• Analgésicos 
• Anti-inflamatórios: inibem 
inespecificamente a função de células 
inflamatórias (macrófagos, neutrófilos, 
basófilos e mastócitos). São não 
resolutivos, ou seja, não atuam na 
causa da inflamação, apenas 
controlam seus efeitos no organismo 
(tratamento sintomático). Seu uso é 
controverso → tira a inflamação dando 
conforto, mas retira a resposta. Podem 
ser de dois tipos: 
o Anti-inflamatórios não 
hormonais (AINEs): 
nimesulida, diclofenaco, 
naproxeno, cetoprofeno 
o Anti-inflamatórios hormonais 
(corticoides): são mais 
potentes do que os não 
hormonais, porém têm mais 
efeitos colaterais significativos. 
• Drogas modificadoras da doença 
• Outros medicamentos 
CORTICOESTEROIDES 
 São hormônios esteroides de 21 
carbonos derivados do metabolismo do 
colesterol. Apresentam importante e potente 
ação anti-inflamatória e antialérgica. Em 
doses maiores são, também, 
imunossupressores (tratamento de doenças 
autoimunes como artrite reumatoide, lúpus, 
doença inflamatória intestinal, doença de 
pele). 
 
 O pico de cortisol é no meio do dia e 
decai à noite. Por isso, a maior parte dos 
sintomas, como febre e dor, aparece à noite. 
Assim, o corticosteroide deve ser tomado 
pela manhã para não dar insônia. 
 O uso de corticosteroides começou em 
1948 com a hidrocortisona no tratamento de 
doenças inflamatórias. Ainda é tratamento 
padrão para muitas doenças inflamatórias 
imunológicas e não imunológicas. 
 
 Na tabela acima há alguns exemplos de 
corticosteroides. A prednisona e 
prednisolona são os principais 
medicamentos de uso oral, tanto na forma de 
suspensão quanto na forma de comprimidos. 
A primeira está na sua forma inativa, já a 
segunda na forma ativa. A dexametasona e 
betametasona são as mais potentes de me 
maior duração da ação. Há pomadas dessas 
duas últimas medicações. 
 Os corticosteroides devem ser 
empregados em frequência elevada para 
socorro sintomático (choque anafilático, 
urticária, inflamação aguda refratária, etc.). 
em situações especiais como quando o 
sofrimento do doente resiste aos esquemas 
planejados com outras drogas, principalmente 
em quadros agudos. 
 Principais indicações clínicas: 
• Quadros agudos → socorro sintomático 
• Asma (por inalação ou via sistêmica); 
• Condições inflamatórias da pele, olhos, 
ouvidos e nariz (uso tópico); 
• Em estados de hipersensibilidade, 
como em reações alérgicas graves a 
drogas ou ao veneno de insetos; 
• Em combinação com agentes 
citotóxicos no tratamento de 
malignidades específicas; 
• Para reduzir o edema cerebral em 
pacientes com tumores cerebrais 
primários e metastáticos 
(dexametasona); 
• Como componente do tratamento 
antiemético em combinação com a 
quimioterapia; 
Efeitos anti-inflamatórios dos 
corticosteroides sobre os eventos 
celulares 
 Os corticosteroides reduzem a 
movimentação e proliferação de células 
imunes (neutrófilo, macrófagos, linfócitos, NK, 
etc.), sendo muito amplo na atuação sobre o 
sistema imunológico. Essa amplitude é 
prejudicial, pois imunodeprime muito o 
paciente. 
Áreas de inflamação 
aguda 
↓leucócitos 
Áreas de inflamação 
crônica 
↓células mononucleares 
(linfócito, macrófago e 
células dendríticas); 
↓proliferação de vasos sang. 
Fibrose 
Áreas linfoides ↓ expressão de células T e B 
↓ ação das células TCD4 
Mediadores 
inflamatórios 
↓produção e ação das 
citocinas 
↓produção de IgG e pt 
séricas do sist complemento 
 
Por que não usar? 
 Não altera a evolução natural da 
doença, é o tratamento sintomático; 
 Com o uso crônico (>2 semanas) 
provoca efeitos colaterais danosos ao 
paciente, como supressão da movimentação, 
multiplicação e ação das células imunes. 
 São observados principalmente com o 
uso sistêmico prolongado a supressão da 
síntese de glicocorticoides endógenos, que 
pode levar a Síndrome de Cushing, 
osteoporose, miopatia, retardo do 
crescimento, retenção de Na e água, catarata, 
glaucoma, descompensação no diabetes e 
transtornos psiquiátricos. 
Síndrome de Cushing 
 É mais perceptível em mulheres e 
caracterizada por: 
• Queda de cabelo 
• Estresse, irritabilidade 
• Pressão alta 
• Diminuição de massa magra e fraqueza 
muscular 
• Aumento de gordura abdominal e 
retenção de líquidos 
• Dificuldade para engravidar e 
menstruação irregular 
• Estrias, cicatrização difícil, manchas 
avermelhadas 
• Osteoporose em pessoas mais jovens 
 
 Há o surgimento rápido de obesidade 
troncular, corcova de búfalo, ganho ponderal 
e face em lua cheia com doses supra 
fisiológicas (>7,5mg/dia). É uma síndrome 
parcialmente reversível. 
 
Supressão adrenal 
 O uso por curto prazo (< 1-2 semanas) 
não provoca, geralmente, atrofia suprarrenal. 
No entanto, o uso por longo prazo, mesmo 
que em doses pequenas, provoca supressão 
suprarrenal, podendo levar meses para voltar 
ao normal. 
 
 Como o cortisol atua por feedback 
negativo, se há excesso de cortisol, essa 
informação chega no hipotálamo, que dá o 
comando para a adeno-hipófise, que dá o 
comando para o córtex da adrenal suprimir a 
produção de cortisol. 
 Se suspender abruptamente o uso do 
corticosteroide, pode resultar em “crise 
adrenal aguda”. 
 
 Por isso, é importante fazero 
desmame do corticosteroide. Por exemplo, se 
o paciente estava usando o 20mg/dia durante 
30 dias, passa a usar por 5 dias 10mg/dia e 
depois mais 5 dias 5mg/dia, para a 
suprarrenal vá voltando ao normal. 
Uso de corticosteroides na Covid 
Tratamento para pacientes com doença 
moderada/ grave → CTC + anticoagulantes + 
suporte de oxigênio adequado. 
 
 
 
 Não se deve utilizar em pacientes 
assintomáticos ou oligossintomáticos. 
 Em pacientes sintomáticos, mas por 
curto período de tempo, pode-se usar. 
Também em hospitalizados que necessitam 
de oxigenoterapia. Será usado após 5 dias e 
durante 5-6 dias. 
DROGAS MODIFICADORAS DO CURSO DA DOENÇA 
Imunomoduladores 
 Ao contrário dos corticosteroides, os 
imunomoduladores (que também são 
imunossupressores), não são tão 
abrangentes, mas sim, mais pontuais. São 
muito utilizados em pessoas que sofreram 
transplante de órgãos. 
 O Aloenxerto é um tipo de enxerto 
usado no transplante entre indivíduos de 
mesma espécie. A grande maioria dos 
enxertos é feita dessa maneira, como de rim 
ou pulmão. 
 
 A rejeição dos transplantes é uma 
resposta imune celular. Quando é feito o 
transplante, o tecido vai apresentar o MHC 
alogênico (estranho) que será reconhecido 
pelo sistema imunológico. A célula dendrítica 
vai capturar o MHC e vai apresentar uma 
resposta imune adaptativa direcionada 
contra o MHC alogênico. Essa resposta é 
mediada por linfócitos T, principalmente 
(LTCD8). É uma resposta imune intensa e 
precisa ser controlada com medicamentos. 
Relembrando: 
O que é MHC qual a sua função? 
O MHC codifica um grupo de antígenos ou 
proteínas encontrado na superfície das 
células. Este complexo identifica e impede 
que um corpo estranho entre ou se espalhe 
no organismo. Isso geralmente acontece em 
coordenação com o sistema imunológico 
que desencadeia uma resposta imediata 
contra esses corpos estranhos. 
 
 Tipos de drogas modificadoras do 
curso da doença: 
• Ciclosporina – foi a 1ª a ser utilizada 
para transplantes; 
• Tacrolimus - mais utilizada em 
transplantes; 
• Metotrexato; 
• Azatioprina; 
• Ciclofosfamida. 
 Essas drogas são assim chamadas 
quando são capazes de reduzir a velocidade 
e a grandeza da inflamação, diminuindo as 
lesões teciduais. Como consequência, os 
danos articulares e outras manifestações são 
prevenidas. Essa intervenção é de grande 
importância prática, pois tenta prevenir 
danos, não apenas combatendo os sintomas 
da doença. O maior exemplo é a artrite 
reumatoide, mas pode ser também doença 
inflamatória intestinal, lúpus etc. 
 Os imunomoduladores têm atuação em 
células hiper ativadas. Têm efeito supressor 
do sistema imunológico, reduzindo a 
inflamação. Seu uso contínuo pode mudar a 
história natural da doença, na prevenção de 
danos, pois reduz lesões teciduais. O efeito é 
mais demorado do que corticosteroides, 
porém são melhores a longo prazo. As classes 
são inibidores da calcineurina, 
antimetabólitos e anti proliferativo; 
INIBIDORES DA CALCINEURINA 
 A calcineurina é uma molécula que 
ativa genes de citocinas: IL2, GM-CSSF 
(fator estimulante do crescimento de colônia 
de granulócito), fator de necrose tumoral α 
(TNFα), Interferon, etc. 
CICLOSPORINA 
 
 É o principal representante dos 
inibidores da calcineurina. O medicamento é 
produzido por um fungo. Foi introduzida em 
1977 e ele atua inibindo acentuadamente e 
de modo seletivo a proliferação de linfócitos 
T. 
 A ciclosporina inativa a calcineurina, 
aumentando os inibidores da IL2, o que faz 
com que diminua a proliferação dos 
linfócitos TCD4 e TCD8 (killer). 
 É um potente agente imunossupressor, 
porém macrófagos, neutrófilos, anticorpos 
funcionam bem, o que mantém a imunidade 
humoral/ inata. Não promove depressão na 
medula óssea e com isso, o paciente não 
deve ter anemia ou plaquetopenia. É 
importante no tratamento e prevenção de 
rejeição em transplante de órgãos. Hoje em 
dia é usado para psoríase, artrite reumatoide, 
etc. 
 Os efeitos colaterais são vários, dentre 
eles, os mais presentes são nefrotoxicidade, 
hepatotoxicidade e maior susceptibilidade a 
infecções virais. 
TACROLIMUS 
 
 
 
 
 
 
 É a droga mais usada em pacientes 
transplantados hoje em dia, a primeira linha de 
tratamento para rejeição. É da mesma família 
da ciclosporina, com mecanismo de ação 
similar, sendo um melhoramento da mesma. 
 Também é um inibidor da calcineurina, 
por isso diminui a atividade de citocinas, 
suprimindo a ativação e proliferação de 
células T (principalmente TCD8). 
 
 O Tacrolimus é mais potente (100x 
mais do que a ciclosporina) e menos 
nefrotóxico. Tem melhor tolerância e 
menores efeitos colaterais e não atua na 
medula óssea. Porém é um medicamento 
muito caro. É comercializado na forma de 
pomada, colírio e cápsula. 
SIRULIMO (RAPAMICINA) 
 Tem Estrutura similar ao Tacrolimus, 
porém não inibe a calcineurina. Ele também 
inibe a proliferação e diferenciação de 
linfócitos T. utilizado em associação com 
outros imunossupressores e pouco utilizado 
no nosso meio. 
ANTIMETABÓLITOS 
 Inibem a replicação celular. Foram 
utilizados como agente citotóxico para 
tratamento de câncer (neoplasias) em doses 
maiores. As células imunológicas caiam muito 
em número devido a essa inibição da 
proliferação. Quando perceberam isso, 
começaram a usá-los para tratar pacientes 
com doenças autoimunes com doses 
menores semanais. Os antimetabólitos 
impedem a expansão clonal tanto de 
linfócitos T quando de linfócitos B. 
METOTREXATO 
 É um dos mais antigos antineoplásicos, 
sendo tóxico para a medula óssea. 
 
 Toma-se o metotrexato uma vez por 
semana e não diariamente. 
 É o antagonista do folato, inibindo a 
replicação celular. Amplamente prescrito 
nos EUA e aqui no tratamento para artrite 
reumatoide. Além disso, pode ser usado para 
polimiosite, lúpus, esclerose múltipla, doença 
de Crohn e pode ser uma opção para rejeição 
de transplantes. 
 O metotrexato inibe a proliferação de 
linfócitos T e B, inclusive na medula óssea. 
Afeta a resposta imune humoral celular e tem 
vários efeitos colaterais como nefro e 
hepatotoxicidade, desordens gastrointestinais 
(úlceras, diarreia, dispepsia), é teratogênico, 
facilita infecções oportunistas e ocorrem 
alterações hematológicas como anemia, 
plaquetopenia, leucopenia, etc. 
 
AZATIOPRINA 
 Não se conhece exatamente o 
mecanismo de ação da Azatioprina. 
Antagonista do metabolismo das purinas, 
inibe a síntese de DNA das células imunes, 
causando linfocitopenia de células T e B. 
 É a principal escolha para doença 
inflamatória intestinal, mas também para 
esclerose múltipla, LES, etc. 
 Quando associada a corticosteroides, 
frequentemente proporciona uma redução da 
dose necessária para controlar a doença, 
sendo considerada um agente poupados de 
corticosteroides. 
 Os efeitos colaterais podem ser 
leucopenia, principalmente, pela 
mielossupressão, distúrbios gastrointestinais, 
hepatopatia, etc. 
Para todos os medicamentos já citados 
deve-se fazer a cada 3 meses exames de 
creatinina (para ver função renal), 
hemograma (para ver se a medula óssea 
não está inibida demais), transaminases 
(para ver função hepática). 
 
CICLOFOSFAMIDA 
 É a única que tem ação citotóxica 
somente sobre os linfócitos B. Impede a 
replicação de DNA, deprime a resposta 
humoral, particularmente a produção de 
anticorpos. Por esse motivo, o paciente que 
toma esse medicamento não tem uma 
resposta boa para vacinas. 
 
 
 
 
 
 
 
 Principal indicação é para lúpus (via IV 
semanal) e vasculite (VO em doses baixas). 
A pulsoterapia é uma técnica em que se 
aplicam doses mais altas via IV em casos 
mais graves de lúpus. 
 Os possíveis efeitos colaterais são 
mielossupressão (principalmente leucopenia 
e plaquetopenia), distúrbios gastrointestinais 
(náuseas, vômitos) e hepatopatia. 
ResumindoSobre os imunomoduladores/ 
imunossupressores, todos são bons 
medicamentos, todos têm efeitos colaterais, é 
muito importante conhecer o manejo e fazer o 
monitoramento contínuo do paciente. 
ANTICORPOS MONOCLONAIS (Mabs) 
Relembrando a estrutura do anticorpo: 
 
A região da dobradiça é importante, pois é 
nela que são acopladas substâncias em 
anticorpos feitos em laboratórios. 
 
 Os monoclonais (Mab) recebem essa 
denominação porque se ligam em uma única 
região do antígeno. O antígeno é uma 
proteína, que pode ter um ou vários epítopos 
que é a menor porção do antígeno com 
potencial de gerar resposta imune, que 
confere imunogenicidade. É ali que os 
anticorpos se ligam. Essa imunogenicidade 
pode ser mais chamativa ou menos. 
 A partir da década de 70, se descobriu 
que era possível fabricar anticorpos 
monoclonais, que eram bastante específicos 
para uma única região do antígeno, porém era 
muito realizado para exames laboratoriais, 
como ferramentas de diagnóstico. 
 Desde o ano 2000, principalmente, os 
anticorpos monoclonais também têm sido 
aplicados de forma promissora na terapia de 
diversas doenças e no tratamento de vários 
tipos de câncer. Além disso, muitos 
anticorpos monoclonais terapêuticos estão 
em desenvolvimento. 
 Os anticorpos podem ser: 
• Monoclonais – têm apenas um 
epítopo, que reconhece apenas um 
sítio antigênico do material inoculado. 
São sintetizados em laboratório. 
 
• Policlonais – reconhecem múltiplos 
sítios antigênicos do material 
inoculado. São anticorpos coletados do 
soro de animais. 
 
 
 
 
 
 
 
Produção de um anticorpo monoclonal 
 
1. O antígeno de interesse é purificado 
(proteína) e injetado em um 
camundongo que tem uma linhagem 
específica de pouca exposição a 
antígenos; 
2. O camundongo vai produzir linfócitos 
B contra o antígeno de interesse; 
3. É feita a fusão desse linfócito B com 
uma célula tumoral humana, criando 
uma linhagem celular (hibridoma) que 
fica viável por muito tempo, se prolifera 
bastante, ocorrem mitoses sucessivas 
e produz muitos anticorpos; 
4. O hibridoma produz um anticorpo 
quimérico (duas espécies, uma parte 
relacionada ao camundongo – cadeia 
leve do anticorpo - e outra ao humano 
– cadeia pesada). 
 
Exames laboratoriais 
 Várias técnicas laboratoriais fazem o 
uso de monoclonais como ELISA, 
quimioluminescência, imunofluorescência, 
imuno-histoquímica, citometria, etc. 
 O monoclonal apresenta marcação de 
proteínas com alta especificidade e 
sensibilidade (aumento da acurácia). Ele 
define os marcadores presentes na 
membrana celular e permite identificar qual é 
a célula presente. Além disso, ajuda a definir 
o tipo de população celular presente no tecido, 
como linfomas, leucemias agudas, etc. 
 
 
Tratamento oncológico 
 O câncer ocorre quando uma célula é 
mutada e perde a capacidade de parar de 
crescer e invade outros tecidos. 
 O sistema imune tem grande 
dificuldade de combater as células tumorais, 
porque são células próprias. O nosso sistema 
imune é treinado desde quando éramos 
embriões para não atacar células do próprio 
sistema. E com isso, o câncer cresce. 
 É nesse cenário que entra a célula 
monoclonal, pois é ela que vai marcar as 
células tumorais para o sistema imunológico 
atuar, uma vez que a citotoxicidade 
depende de anticorpos. 
 
 A célula tumoral tem uma série de 
antígenos em sua superfície, dentre eles, uma 
proteína tumoral exclusiva dessa célula. 
Havendo esse reconhecimento, pode-se fazer 
um monoclonal em laboratório apresentando-
o para o paciente com câncer na forma de 
medicamento. 
 Os primeiros passos para o 
desenvolvimento de um monoclonal que pode 
vir a ser eficiente para tratar um tipo de câncer 
é descobrir o principal antígeno tumoral na 
membrana celular da célula neoplásica. Uma 
vez descoberto, esse antígeno tumoral não 
pode estar presente em células não 
tumorais, porque se não o efeito colateral 
será extremamente grave, sendo ele a 
destruição de tecido saudável. Portanto, deve-
se ter uma proteína que não esteja presente 
em outros tecidos do corpo. Além disso, o 
monoclonal também localiza metástases. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pode-se, também, coletar uma amostra 
de sangue do paciente com câncer, proliferar 
as células NK e injetar essa nova quantidade 
juntamente com monoclonais. 
 
*monoclonal “naked” 
 
Naked monoclonal: monoclonal que não 
carrega nenhuma substância. Pode destruir 
células tumorais sozinho, por ADCC 
(citotoxicidade celular dependente de 
anticorpos) ou por indução direta de 
apoptose. 
 O naked monoclonal é muito utilizado 
como imunoterapia do câncer. 
 Há uma região de dobradiça que 
permite acoplar substâncias como toxinas, 
célula tumoral 
expressando 
sua proteína
monoclonal se 
liga à 
proteína*
expõe porção 
FC para células 
Natural Killers
célula tumoral 
morta por 
citotoxicidade
substâncias citotóxicas, quimioterápicos, 
partículas radioativas e outras nanopartículas. 
A vantagem dos quimioterápicos nessa região 
é a alta especificidade da atuação. 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de monoclonais 
 
 
Anticorpos monoclonais quiméricos: são 
os anticorpos que apresentam a combinação 
da região variável do anticorpo de 
camundongo com a região constante do 
anticorpo humano. Apresentam somente as 
regiões hipervariáveis do anticorpo do 
camundongo e o restante de moléculas de 
anticorpo humano. 
Anticorpos monoclonais humanizados: 
apenas o local de ligação do antígeno (isto é, 
região determinante de complementaridade 
do TCR) é derivado do camundongo (10%) e 
a parte restante do anticorpo monoclonal é 
derivada do ser humano. 
Uso de monoclonais em exames de 
imagem 
 O pet scan é feito em grandes clínicas 
de imagem, que é basicamente um scanner, 
que é feito ou com substâncias que emitem 
partículas ou com monoclonais. 
 O paciente recebe uma injeção de 
monoclonal marcado com radionucleotídeo, 
vai para casa e deixa o monoclonal se 
distribuir no corpo dele e depois volta a clínica. 
 
PET SCAN – metástases representadas pelos 
pontos pretos. 
 
PET SCAN sem monoclonal de paciente com 
câncer de mama metastásico em ossos antes e 3 
meses após tratamento com trastuzumabe 
pertuzumabe (monoclonal naked). 
 
•100% proveniente dos ratos de lab.
•sufixo OMAB
MURINO
•Parte murínica e outra humana
•sufixo XIMAB (65% humano)
QUIMÉRICO
•Parte murínica e outra humana
•sufixo ZUMAB (90% humano)
HUMANIZADO
•Não possuem nenhuma parte murínica
•sufixo UMAB
HUMANO
dobradiça 
 
 O monoclonal se liga e inibe a ação do 
receptor HER-2 no aumento da replicação 
celular tumoral. 
 
Monoclonais e o COVID 
 Mais de 1000 trabalhos já foram feitos 
sobre covid e monoclonais. Uma parte desses 
trabalhos fala sobre o Tocilizumab, que é um 
monoclonal anti IL-6, originalmente utilizado 
para tratar artrite reumatoide. 
 Na tempestade de citocinas da Covid, 
há uma alta expressão/ liberação de IL-6. O 
Tocilizumab se liga no receptor de IL-6, 
bloqueando-o, o que faz diminuir a 
tempestade de citocinas e consequentemente 
a reação inflamatória. 
 Há respaldo científico tanto para 
apoiadores quanto para críticos do uso de 
Tocilizumab. 
Por que monoclonais custam caro? 
Complexidade de moléculas pequenas x 
biológicas: 
 
Quanto mais complexo, mais caro fica. 
Monoclonais no combate a enxaqueca 
 
IMUNOTERAPIA TUMORAL 
O que é câncer? 
 
 É uma doença que se origina nas 
células do corpo humano, as quais perdem o 
controle sobre si mesmas e se multiplicam 
desordenadamente. Há mais de 100 tipos de 
câncer. 
 Os pilares do tratamento oncológico 
são a quimioterapia, cirurgia, radioterapia e 
imunoterapia. 
Imunoterapia contra o câncer 
 A imunoterapia estimula as células de 
defesa, melhorando sua resposta contra o 
câncer. 
 Diferentemente da quimioterapia e da 
radioterapia, que atacam diretamentea célula 
do tumor, a imunoterapia é mais específica. 
Porém, ainda não há imunoterapia para todos 
os tipos de câncer, apenas para alguns. 
Resposta Imune e células tumorais 
 Quando a célula tumoral apresenta 
alguma diferença estrutural e essa 
anormalidade é reconhecida pelo sistema 
imune, além de combatida de forma eficiente, 
há atuação efetiva do sistema imune contra o 
tumor. 
 Os principais objetivos das pesquisas é 
identificar o antígeno tumoral e mostrar que 
ele não está presente em células normais. 
Imunovigilância do câncer 
 A Imunovigilância do câncer é 
constante, ou seja, constantemente há 
formação de clones tumorais em nosso 
organismo, que são regulados pela proteína 
p53 e pelo SI, que devem ser reconhecidos 
pelos linfócitos TCD8 (na resposta imune 
adaptativa) e pelas células NK (na resposta 
imune inata). O câncer somente consegue 
progredir se as células tumorais não forem 
reconhecidas por esses dois grupos de 
células em suas respectivas RI. 
“Atores” na RI contra câncer 
1. Antígenos associados a tumores 
(proteínas que podem ser expressas 
por células tumorais); 
2. Células apresentadoras de antígeno 
(APCs) que vão ativar/ capturar e 
apresentar em algum momento para os 
linfócitos TCD4; 
3. Células TCD4 e TCD8 (principalmente 
por serem células efetoras); 
4. Células B possuem anticorpos 
endógenos que não participam de 
maneira muito intensa no combate ao 
câncer 
5. Citotoxicidade dependente de 
anticorpos e bloqueios 
6. Células NK (bloqueio, citotoxicidade 
dependente de anticorpos) 
Citotoxicidade 
 
Resposta de células T a tumores 
 Em algum momento, o antígeno 
tumoral vai ser capturado pela célula 
dendrítica ou pelo macrófago. Logo em 
seguida será processado e apresentado no 
linfonodo para o linfócito TCD4 que fará a 
expansão de células T citotóxicas. Quando 
houver grande quantidade de linfócitos TCD8 
no local, associados a células NK, ocorre a 
morte do tumor e o paciente não vai ter o 
câncer, pois o SI o identificou. 
 
Câncer e imunodeficiência 
 Pacientes com AIDS, quando 
comparados a indivíduos não 
imunossuprimidos, estão mais susceptíveis 
ao desenvolvimento de cânceres, como por 
exemplo ao sarcoma de Kaposi, que é um 
câncer de pele e vasos muito comum nesses 
pacientes, assim como tumores em SNC. 
 No entanto, os cânceres mais comuns 
não se desenvolvem com maior frequência 
em pessoas imunodeficientes. Camundongos 
deficientes em linfócitos T não são mais 
susceptíveis do que camundongos normais a 
tumores quimicamente induzidos ou 
espontâneos. Observações experimentais 
apontam que o sistema imunológico pode não 
conseguir diferenciar as células tumorais 
das normais e saudáveis. 
Evasão 
 Por que pessoas que não são 
imunodeficientes fazem câncer e o sistema 
imunológico não consegue destruir as células 
tumorais? 
 Primeiramente, o sistema imune tem 
mecanismos de regulação própria, que 
impedem a auto imunidade, de atacar as 
próprias células. Além disso, as células 
tumorais desenvolveram a capacidade de 
induzir tolerância imunológica, impedido 
seu reconhecimento e destruição, produzindo 
substâncias e mecanismos próprios. 
 Basicamente, o câncer se protege, 
ocorre uma evasão das células do SI e ele 
consegue crescer e se desenvolver. 
 
“na maioria das pessoas com câncer, o linfonodo 
produz poucas e fracas células T que não 
conseguem atacá-lo” 
Mecanismos que impedem as células de 
serem reconhecidas pelo SI: 
1. Perda do MHC – ele não existe em 
alguns tipos de câncer, principalmente 
o de classe 1 (MHC classe 1 é 
importante para mostrar o antígeno 
tumoral ao linfócito TCD8) e com isso, 
o SI não reconhece a célula; 
2. Exaustão de célula T (tolerância ao 
tumor) – expressão de PDL-1 
3. Microambiente tumoral – onde está o 
tumor há secreção de moléculas, como 
TGF-β (fator de crescimento de células 
T). com isso, os linfócitos T deixam de 
proliferar, inibindo a função dos 
linfócitos TCD8. 
 
a) Eliminação: massa de células tumorais 
com RI inata e adaptativa combatem e 
eliminam células tumorais; 
b) Equilíbrio: a celularidade é diminuída e 
há possibilidade, a partir de outros 
fatores como genéticos e ambientais, 
de se desenvolver o tumor 
c) Escape: o linfócito T regulador faz 
supressão de TCD8, fazendo o oposto 
do que se deveria fazer). 
 Há duas moléculas muito importantes 
quanto à evasão: PD-L1 (proteína presente na 
célula tumoral) e CTLA-4 (presente na célula 
apresentadora de antígeno – APC). 
 
 O antígeno tumoral está sendo 
apresentado pela APC através do MHC de 
classe 2 à célula TCD4. Esse é o evento 
principal – a apresentação do antígeno. 
Abaixo disso, há as moléculas 
coestimuladoras que, quando ocorre a 
ligação, elas podem amplificar (+) ou 
diminuir (-) essa resposta da célula T. Se 
ocorre ligação correta, ativa. Se a ligação for 
feita em outra molécula, desliga. Tudo 
depende do antígeno tumoral. 
 
 Em antígenos tumorais onde se tem o 
escape (ligação no CTLA-4), ocorre a 
inativação (-), desligando o linfócito T. Assim, 
a RI não acontece contra o antígeno tumoral 
apresentado. A CTLA-4 é uma molécula de 
checkpoint, que verifica se é próprio ou não, 
se deve ou não fazer reação, sendo um 
mecanismo de proteção das células próprias 
que o antígeno tumoral se apresenta. 
 
 Algumas células tumorais têm a 
molécula PD-L1, que é ligante da PD-1 
(molécula do linfócito TCD8). Quando o 
linfócito TCD8 vem para destruir a célula 
tumoral, após reconhecer o antígeno tumoral 
(+), ele também se liga ao PD-L1. Assim que 
isso acontece, o linfócito TCD8 é desligado 
(-) e a célula tumoral não é atacada. 
Monoclonais bloqueadores de checkpoint 
 
 Ocorre um bloqueio do CTLA-4 através 
do monoclonal anti-CTLA-4 (Ipilimumab e 
Tremelimumab), ativando a ação contra 
células tumorais. Também, há monoclonais 
(Nivolumab) que se ligam ao PD-1 (anti-PD-1) 
e outros ao PD-L1 (anti-PD-L1) 
(Atezolizumab, Avelumab, Durvalumab). 
Normalmente, acontece a associação de 
monoclonais. 
 Porém, é como se retirasse o freio do 
sistema imunológico e ele se torna muito 
agressivo, havendo efeitos colaterais 
inevitáveis, porém “fracas”, como doença 
autoimune, ataque indiferenciado às células 
do corpo, vitiligo, psoríase, colite, problemas 
no SNC, no pulmão, etc. 
Vacinas contra câncer 
 Na imunoterapia, as vacinas contra 
câncer são um pouco diferentes. Utiliza-se 
células tumorais mortas/ modificadas ou 
antígenos peptídeos tumorais e injeta-se no 
paciente. O objetivo é criar um estímulo no 
sistema imunológico e, com isso, limite o 
crescimento do tumor, evitando metástases. 
Essa vacinação também proporciona células 
T de memória, porém não se sabe ainda por 
quanto tempo elas durem. 
 
 Por exemplo, retira-se um câncer de 
pele do paciente, leva ao laboratório, prepara-
se a célula e reinjeta no paciente. Tem, 
geralmente, uma boa resposta para 
determinados tipos de câncer. Pode-se, 
também, injetar citocinas (fator de 
crescimento de células imunológicas (GM-
CSF)) que estimulam o SI do paciente. 
Normalmente usa-se IL-2. Além disso, 
existem vacinas altamente específicas para 
cada paciente, nas quais é feita uma análise 
do DNA em que se descobre o antígeno 
tumoral e aplica. O custo é em torno de 500mil 
dólares. 
Cultivo de células imunes 
 O cultivo de células imunes chama-se 
terapia celular adotiva, que é uma terapia 
passiva, principalmente de células NK e 
TCD8. É feita a coleta do sangue do paciente 
com câncer, a separação desse conjunto de 
células e o cultivo delas. Essas células são 
enriquecidas (aumento da quantidade e da 
atividade) usando citocinas e agentes 
mitogênicos e depois injeta-as no paciente. 
Eventualmente, são associadas a 
monoclonais. 
 Assim, é estimulada a citotoxicidade 
dependente de anticorpos. 
 
 Tira-se o tumor do paciente e é feito um 
estudo dacélula tumoral, para saber quais são 
as principais proteínas antigênicas dela. Ao 
mesmo tempo que isso ocorre, coleta-se 
sangue, especialmente linfócitos T. Vai a 
laboratório e, através de técnicas bem 
avançadas, altera-se o DNA da célula 
linfoide, de tal forma que ela codifique 
receptores para as proteínas antigênicas. 
Essas novas células são colocadas em 
cultura, expandem-se, e depois dá ao 
paciente juntamente com IL-2, que amplifica 
a RI contra o tumor. Essa técnica chama-se 
Car T-cells. Funciona muito bem, porém é 
extremamente caro por ser um tratamento 
muito individualizado. 
Sobrevida dos pacientes com câncer: 
 
 O uso de terapias combinadas, 
envolvendo diferentes terapias celulares e 
novos tratamentos com inibidores de 
checkpoint que atuam em células da 
imunidade inata e adquirida, podem aumentar 
ainda mais a eficácia do tratamento 
antitumoral. 
MÉTODOS IMUNOLÓGICOS 
ELISA 
“Ensaio imunoenzimático de adsorção” 
 O ELISA é um teste sorológico, muito 
sensível (quase sempre superior a 90%, 
porque a proteína fica bem exposta) e mais 
barato em relação a outros métodos. Sua 
especificidade varia de acordo com a pureza 
de Ag. Pode ser usado para detectar a 
presença de hormônios, drogas, ATB, 
proteínas séricas, antígenos de doenças 
infecciosas, marcadores tumorais, etc. 
 Para realizar o ELISA há kits 
específicos de cada doença, como dengue, 
chagas, HIV. Nesses kits vêm plaquinhas de 
poliestireno especial que tem capacidade de 
adsorver proteínas antigênicas do patógeno 
de interesse. Há espaço para 96 testes. Cada 
pocinho é para um paciente. Assim, permite a 
análise de várias amostras ao mesmo tempo. 
 
 Ele pode ser modificado para identificar 
tanto antígeno (direto) quanto anticorpo 
(indireto). 
 A enzima pega um substrato, que pode 
ser incolor, e transforma em um produto que 
pode ser colorido. Isso significa que quanto 
mais enzimas, mais anticorpos e a cor fica 
mais intensa (teste quantitativo – intensidade 
da cor) 
Etapas de realização do ELISA indireto 
 O ELISA indireto é utilizado para 
sorologia. 
1. O antígeno causador da doença fica 
aderido aos poços da microplaca; 
2. Coloca-se o soro do paciente; se tiver 
anticorpo, vai se ligar ao antígeno da 
placa; 
3. É feita a lavagem e depois disso, 
adiciona-se um reagente conjugado 
(anticorpo anti-anticorpo humano) 
acoplado a uma enzima na região da 
dobradiça; 
4. Faz a lavagem novamente e adiciona-
se substrato para a enzima (isso por 
enquanto é incolor; na presença da 
enzima, fica colorido. 
 
Leitura: 
 A presença de cor nos poços indica a 
presença do anticorpo (teste positivo). Já os 
poços que não mudarem de cor, indica 
ausência do anticorpo em questão (teste 
negativo). 
 A medida quantitativa é a densidade 
ótica por meio da medida da absorbância, 
que mede o quanto está colorido. 
 Quanto maior a intensidade de cor, 
maior a densidade óptica (vai de 0,1 até 0,3). 
 
Leitor de placa de ELISA 
 Cut-off: ponto de corte, que é o mínimo 
que precisa ter de densidade óptica para ser 
considerado positivo. Fica sempre um 
pouquinho acima do controle negativo e varia 
de acordo com cada kit. Essa informação vem 
no laudo. Ele ajuda a aumentar a 
especificidade. 
Por exemplo: Anticorpo anti-HIV 
• Cut-off – 1,0 
• De 0,9 a 1,1: indeterminado 
• Abaixo de 0,9: não reagente 
• Acima de 1,2: reagente 
Se foi feito um ELISA e deu 1,02 o resultado é 
indeterminado. Com esse paciente deve-se 
refazer o teste dentro de aproximadamente 14 
dias. Se o segundo teste der, por exemplo, 1,8 
é um valor muito acima, quer dizer que o 
paciente está saindo da janela imunológica. 
 
Exemplo de laudo 
ELISA em sanduíche ou captura 
 Essa técnica busca diretamente o 
antígeno e consegue capturar pequenas 
quantidades de proteínas (nanogramas/ml). 
Ele é muito utilizado para dosagens de 
hormônios como TSH, T3, T4, GH, 
testosterona, estradiol, PSA, beta-HCG, CEA, 
IL-6, TNF-α, etc. 
 
 Digamos que esteja sendo alisado 
TSH. O anticorpo monoclonal anti-TSH é 
fixado na placa com a porção Fab exposta e 
coloca-se o TSH para se ligar àquele 
anticorpo. Da maneira como está, não se 
consegue ver a reação, então, coloca-se outro 
anticorpo monoclonal anti-TSH marcado com 
uma enzima. Na presença do substrato incolor 
forma um produto colorido. Quanto mais TSH 
houver, maior a produção de cor. 
 
São dois monoclonais e o antígeno no meio 
 É por isso que os testes de beta-HCG 
são tão bons em termos de especificidade e 
sensibilidade, porque são usados 
monoclonais anti-beta-HCG. 
 Não se usa ELISA para fazer 
creatinina, glicemia, colesterol, porque esses 
analitos laboratoriais estão em mg/ml, são 
concentrações muito altas, não sendo 
necessário o uso de monoclonais. 
QUIMIOLUMINESCÊNCIA 
 
 A quimioluminescência é uma 
adaptação do ELISA. Aqui, ao invés de o 
conjugado ser marcado com uma enzima e 
produzir cor, é marcado com uma substância 
que emite partículas quimioluminescentes. E 
essas partículas, ao invés de terem sua leitura 
feita por um densitômetro, será por um 
equipamento que lê a quantidade de 
partículas que são emitidas. 
 Só há mudança da técnica de leitura, 
sendo mais facilitada e automatizada. As 
sensibilidade e especificidade são idênticas 
às da ELISA. 
 A quimioluminescência também tem 
cut-off. Atualmente a maioria dos testes de 
sorologia são feitos por essa técnica, como 
sorologia para sífilis, HIV, rubéola, 
toxoplasmose, chagas, hepatites B e C, etc. 
 
 Também pode-se fazer QML em 
captura ou sanduíche, da mesma forma que o 
ELISA, fazendo um sanduíche do antígeno. 
 Atentar para valores limítrofes 
(borderline), pois tem mais probabilidade de 
ser falso positivo. No paciente que tem a 
patologia os valores são bem elevados. 
Nesses casos, é bom repetir os exames. 
 
Exemplo de bateria de exames de tireoide 
IMUNOFLUORESCÊNCIA 
 É uma técnica usada há bastante 
tempo. Pode ser feita diretamente da biópsia 
do paciente, assim como na imuno-
histoquímica. 
 Há a imunofluorescência direta, na qual 
usa o tecido não fixado, diretamente buscando 
o antígeno, ou indireta, que busca o anticorpo. 
 
 
É necessário o uso de um microscópio de 
imunofluorescência 
 Vai ser identificada uma reação 
antígeno-anticorpo na qual o marcador, 
quando excitado por radiações ultravioletas, 
emite luz no espectro visível, permitindo sua 
identificação. 
Imunofluorescência direta 
 Parte-se da biópsia do paciente (ou de 
secreção) que é fixado na lâmina e utiliza um 
anticorpo marcado com fluoresceína. O 
anticorpo, na sua porção Fab, é direcionado 
contra alguma estrutura que será pesquisada 
e está presente na biópsia do paciente. 
 
 
 
 
Lúpus 
 
Pênfigo 
Imunofluorescência indireta 
 Busca pelo anticorpo no soro do 
paciente e depois revelar com anticorpo anti-
anticorpo (conjugado) que agora vem 
marcado com substância fluorescente. 
 
Por exemplo: Sorologia para Chagas 
 
 
IF positiva para T. cruzi 
 
Do lado direito, IF negativa para T. cruzi, à direita, 
positiva 
Comparação: 
 
Desvantagem: método manual

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