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Cultura e Sociedade na Modernidade (HID04) Avaliação Final (Discursiva) - Individual Semipresencial

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1O escritor, filósofo e crítico da modernidade Marshal Berman (1940-2013) se dedicou aos temas de filosofia, política, arte e urbanismo do século XIX e XX, e em seus escritos explica que "ser moderno é encontrar-se num ambiente que promete aventura, poder, alegria, crescimento, transformação de si e do mundo, e, ao mesmo tempo, ameaça a destruir tudo o que temos, tudo que sabemos, tudo o que somos. Os ambientes e experiências modernos cruzam todas as fronteiras da geografia e da etnicidade, da classe e da nacionalidade, da religião e da ideologia; nesse sentido, pode-se dizer que a modernidade une toda a humanidade. Mas trata-se de uma unidade paradoxal, uma unidade da desunidade, ela nos arroja num redemoinho de perpétua desintegração e renovação, de luta e contradição, de ambiguidade e angústia. Ser moderno é ser parte de um universo em que, como disse Marx, 'tudo que é sólido se desmancha no ar'". Levando em consideração os escritos de Berman (1986, p. 15), disserte sobre a natureza e o sentido da "aventura",  do "poder", do "crescimento" e  das "fronteiras" na modernidade.
FONTE: BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar. A aventura da modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
Resposta esperada
* Experiências momentâneas e instantâneas. * Galerias de curiosidades e invenções. * Entusiasmo e euforia pelo novo. * Exploração da natureza. * Extração de matérias-primas. * Dominação do Estado sobre a sociedade. * Supremacia da ciência sobre a religião. * Circulação e consumo de mercadorias. * Demarcação de fronteiras.
2No transcorrer dos séculos XV e XVI, ocorreu o movimento do Renascimento Cultural, no qual pode ser identificada uma expressiva produção artística e cultural que apresentava um caráter que se contrapunha à época anterior, a Idade Média - a antiguidade clássica - tais como: a valorização do homem, do belo, do corpo, da racionalidade e do humanismo. O Renascimento traduzia as novas concepções que tinham como referência, essencialmente, o humanismo enquanto base intelectual que procurava definir e afirmar o novo papel do homem no universo. Nota-se a ênfase no antropocentrismo, que ocasionou uma ruptura com o período medieval, o qual se baseava no teocentrismo, ou seja, tudo se voltava para Deus. Ocorre que as transformações que iniciaram no fim da Idade Média e se aprofundaram naquele período serviram como alicerces para construção da Modernidade e se fazem sentir até hoje. Dizemos isto porque muito do que pensamos, acreditamos, sentimos e fazemos, mesmo sem saber, tem origem naquilo que os homens do Renascimento defenderam. Contudo, diferentes características definem e diferenciam a sociedade moderna da sociedade medieval e pré-moderna, dentre elas, o processo de urbanização e industrialização e as posturas de racionalidade organizacional e positivista tomadas pelo Estado Laico e secularizado, com objetivo de organizar as cidades e controlar corpos e mentes. Acerca do exposto, disserte sobre a racionalidade científica e sobre como podemos relacionar as teses propostas por estudiosos positivistas às ações políticas e de planejamento urbano implantadas no Rio de Janeiro, como foi o caso da política de "bota-fora" e a destruição dos cortiços.
Resposta esperada
*Com a modernidade, os fenômenos sociais e naturais passaram a ser explicados pelas ciências e não mais por explicações religiosas ou sobrenaturais. Com a racionalidade científica, a sociedade passou a ser estudada através de métodos e critérios de análise, como a interpretação de dados de censos e estimativas demográficas. *O Estado se amparava teoricamente nas teses propostas por estudiosos para justificar o regime de vigilância, controle e intervenções autoritárias. *O Estado também assumiu posturas da racionalidade organizacional e positivista para organizar a sociedade e controlar os corpos e os comportamentos em diferentes espaços. Dentre eles, citamos como exemplo: as escolas, os hospitais, os presídios, os asilos, o exército e os hospícios. *As ideias de modernidade, aos moldes europeus, que circularam no Brasil no século XIX, principalmente as reformas de Paris, serviram como padrões ou referências para a realização de projetos e ações políticas, mesmo não sendo adequadas para a realidade brasileira. *A reforma parisiense foi importante para compreendermos as transformações urbanas vividas no Brasil dos primeiros anos do século XX. *Amparando-se nessa reforma de limpeza urbana, em 1904, o presidente Rodrigues Alves implantou no Rio de Janeiro a política popularmente chamada de bota-fora. A política do bota-fora foi uma ação violenta do poder público para a retirada da população pobre do centro da cidade, povoada por cortiços. *O Estado também se ancorou nos estudos dos médicos sanitaristas para justificar essa ação arbitrária, assim como para implantar a vacinação obrigatória.
deu início a destruição das antigas ocupações, demolir, ordenar, sanear higienizar, civilizar eram as palavras de ordem, um processo que se deu forma violenta onde diversas pessoas perderam além de suas moradias suas condições de subsistência, o alargamento de ruas e avenidas e o fim dos aglomerados eram o principal foco do projeto urbanístico, o homem e a forma como ocupava aquele espaço precisava se transformar. Mas tais modificações se amparavam e se justificavam na política higienistica de organização e saneamento como solução para o fim das doenças que acometiam a população.

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