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Semiologia ortopédica INTRODUÇÃO • A semiologia em ortopedia consta da anamnese, exame físico e exames complementares • Praticamente, nos dividimos em ortopedia e traumatologia ANAMNESE • Identificação • Queixa e duração • HPMA: investigar toda a história da queixa atual • ISDA, AP e AF – são menos relevantes num primeiro momento, damos mais prioridade em casos específicos EXAME FÍSICO GERAL ORTOPÉDICO • Inspeção estática • Inspeção dinâmica • Palpação • Mensuração: ângulos de flexão e extensão, o que permite avaliar se o paciente está com restrição de movimento ou não. • Mobilidade passiva e ativa • Testes ou manobras: - Teste da gaveta: pede-se para o paciente deitar-se em decúbito dorsal. Ele então deve dobrar o joelho até 90° e o examinador deve apoiar sua perna sobre o pé ipsilateral do paciente. Em seguida, o examinador deve envolver a perna na altura da tuberosidade tibial com as duas mãos, realizando uma tração no sentido póstero-anterior, observando se há deslocamento anterior da tíbia – se houver descolamento significativo, consideramos a manobra como positiva – indica rompimento do LCA; para pesquisar lesão do LCP, fazemos a tração no sentido anteroposterior – é positiva quando observamos um deslocamento significativo da tíbia para posterior. - Sinal de Smillie: os meniscos são estruturas superficiais, logo, na palpação da região o paciente já relata se tem dor ou não. Paciente em DDH com perna fletida, se faz uma palpação da interlinha. A palpação deve ser delicada porque se houver lesão vai causar muita dor. - Teste de compressão de Appley: Avalia a lesão do menisco com o paciente em decúbito ventral. A manobra consiste na aplicação de carga axial associados aos movimentos alterados de rotação medial e lateral da perna com o joelho fletido a 90°. Da mesma forma que no teste de McMurray, dor ou estalido na interlinha medial com a rotação lateral sugere lesão do menisco medial. Dor na interlinha lateral associada ao movimento de rotação medial da perna sugere lesão do menisco lateral. - Teste de ombro: temos diversos, sendo o mais comum é o de Neer (traumas). A manobra de Neer consiste na elevação do braço no plano da escápula para sentir luxação ou instabilidades. O teste é positivo se ocorrer dor. - Teste para coluna lombar: - Teste de Lasègue: dor induzida pelo estiramento do nervo ciático ou de uma de suas raízes ocasionado pela extensão gradual e lenta do joelho do membro inferior com quadril em 90 graus e o paciente em decúbito dorsal. - Teste de Spurling: dor irradiada ou parestesia com a extensão da cabeça e rotação leve dela. (reprodução da dor radicular). - Teste de Kernig: consiste na extensão da perna, estando a coxa fletida em ângulo reto sobre a bacia e a perna sobre a coxa. É positivo quando o paciente sente dor ao longo do trajeto do nervo ciático e tenta impedir o movimento. - Teste do estiramento no nervo femoral: paciente em decúbito lateral e se realiza uma extensão de 15° no quadril e flexão do joelho o qual realiza uma tração no nervo femoral. Teste é considerado positivo se o paciente apresentar dor irradiada para o membro. Diagnóstico diferencial para as dores de coluna ou membros inferiores. EXAMES SUBSIDIÁRIOS • Análises clínicas • Exames de imagem - Radiografia - USG - TC - RNM - Eletroneuromiografia - Cintilografia com radioisótopos OSSO • É um tecido conjuntivo especializado, formado por cálcio, colágenos e proteoglicanos. • Tem a função de sustentação, proteção e produção de células sanguíneas • Aparece após a 7° semana de gestação • Atua como estoque de cálcio • Pode ser esponjoso (trabéculas de diferentes formas e estruturas – medula óssea) ou compacto (massa óssea contínua com canais vasculares – Havers e Volkmann) • Placa de crescimento: presente nos ossos jovens. Apresenta 4 zonas: - Zona de repouso ou de reserva: junto à epífise, acumula lipídios para nutrição - Zona proliferativa: produção de matriz, proliferação celular, maior taxa de oxigênio, metabolismo aeróbico; - Zona hipertrófica: maturação – degeneração – calcificação provisória. Avascular, baixa taxa de oxigênio, metabolismo anaeróbico. - Zona de calcificação: zona de cartilagem calcificada – zona de ossificação. VOCABULÁRIO ORTOPEDICO • Para melhor compreender o estudo dos movimentos, precisamos conhecer o corpo humano externamente em relação a: - Faces ou superfícies - Planos - Direções - Movimento dos segmentos corporais - Desvios PLANOS • Sagital ou ântero-posterior: metade D e E, simétricas • Coronal ou frontal: ventral e dorsal, não simétricas • Axial: transverso ou horizontal; metade superior e inferior. CINESIOLOGIA • Movimento dos segmentos corporais • Flexão e extensão - Exceção: tornozelo – flexão plantar ou dorsal • Membro superior com cotovelo fletido: pronação e supinação: • Tornozelo/ pé: inversão e eversão • Abdução: afastamento de um segmento da linha mediana em direção lateral • Adução: aproximação de um segmento à linha mediana • Rotação interna e externa: quadril e coluna • Circundação: é a resultante dos movimentos de algumas articulações tipo ombro e quadril = cone de movimento • Varo: extremidade distal de um eixo se aproxima da linha média • Valgo: extremidade distal de um eixo se afasta da linha média - Osteotomia varizante: alinhamento da estrutura valgo - Osteotomia valgizante: alinhamento da estrutura vara DESVIO DOS EIXOS • Normal: lordose cervical, cifose torácica, lordose lombar e cifose sacral • Cifose: curvatura da coluna em seu eixo lateral de convexidade posterior que pode ser fisiológica ou patológica (hipercifose) • Lordose: curvatura da coluna em seu eixo lateral de convexidade anterior que pode ser fisiológica ou patológica (hiperlordose) – mais rara que a hipercifose e mais comum em mulheres do que homens • Escoliose: desvio lateral e rotacional do eixo ântero-posterior da coluna. - Triângulo de Talhe: espaço existente entre os membros superiores e o tronco, que deve ser simétrico – os ombros e os quadris devem ter a mesma altura. Nas deformidades acima, fica assimétrico. - Teste de Adams: o paciente deve inclinar o tronco para frente com as mãos unidas, pés juntos e joelhos esticados. Dessa forma o examinador consegue avaliar as costas – útil no diagnóstico de escoliose. - Sempre patológico - Método de Cobb: medir o grau da escoliose e cifose. Pegamos a primeira e a última vértebra e medimos o grau entre elas. • Cifoescoliose: associação das duas deformidades DEFORMIDADES DOS PÉS • Pés planos: a partir dos 2 anos e meio o pé deve começar a formar o arco. Se a planificação persistir, temos uma situação patológica. • Pé torto congênito: - Relativamente comum. - Pode ser uni ou bilateral. - Mais comum em meninos. - Decorrente de 4 deformidades: equino do antepé, cavo do médio pé, varismo do retropé (calcâneo) e aduto do antepé - Tratamento: método de Ponsetti – divisão do tratamento focado em cada deformidade – varismo do calcâneo, aduto do antepé, cavo do médio pé e, por último, o equino. Consiste no uso de um gesso semanal, até o joelho. - Diminui-se muito a frequência das cirurgias corretivas e quando feitas são menos agressivas, corrigindo geralmente 1 das deformidades. ARTICULAÇÕES • Anquilose: perda de função da articulação por um desarranjo intrínseco (fusão não cirúrgica da articulação). • Artrodese: fusão cirúrgica da articulação, com perda da função. Tira o movimento para tirar a dor. Tratamento. • Artrocentese: punção de uma articulação. Deve ser feita com todo o cuidado e assepsia. TRAUMATOLOGIA• Contusão: mecanismo de trauma com lesão em partes moles que não envolve danos ósseos, pode gerar hematoma e pode estar associada a cortes (lesão corto-contusa) • Luxação: incongruência articular. Lesão na qual perdemos a congruência articular com lesão de partes moles (ligamentos, cápsulas), podendo ter ou não lesão óssea. Pode ser parcial ou total. Pode ser traumática ou congênita. • Fratura: - É a solução de continuidade do osso. - Descrição de uma fratura deve conter: osso, localização (proximal/ distal), tipo (desvio), traço da fratura (cominutiva, espiral, oblíquo, transverso), exposição óssea, complicações (neuroapraxia). - Casos de fratura exposta e com complicações são consideradas emergências ortopédicas. - Podem ser patológicas ou decorrentes de estresse. - Podem ser com ou sem desvio do eixo. - Classificação das fraturas (objetivo): severidade do trauma (instáveis/ estáveis), base para o tratamento, prognóstico e comunicação. - Objetivos do tratamento: consolidação, manter a anatomia, evitar infecção (expostas) e preservar a função. - Tratamento: pode ser conservador, que consiste nas imobilizações, reduções incruentas e trações; como complicações podemos ter síndrome compartimental, lesão de nervos, perda de redução, consolidação viciosa, retardo de consolidação, pseudoartrose (não consolidação de uma fratura após o tempo esperado para o osso e idade do paciente). O tratamento pode ser cirúrgico, que varia desde as osteossínteses internas (fios de Kirchner, placas e parafusos, hastes intramedulares, mistas, artroplasias) até as osteossínteses externas (tubulares, Ilizarov). As complicações possíveis são: TVP, TEP e infecções (a principal complicação). • Entorse: movimento torcional, com rotação. Pode lesar ligamentos. - Rotura ligamentar - Rotura tendinosa • Lesão muscular - Estiramento - Distenção - Rotura FRATURAS NA CRIANÇAS • Fratura sub-periostal • Fratura em galho verde: periósteo permanece íntegro • Classificação de Salter-Harris FRATURAS POR ESTRESSE • Muito comum em atletas • Relacionada a sobrecarga • Piso e calçados inadequados • Difícil de ver na radiografia, precisamos da RNM FRATURAS EXPOSTAS • Há um ferimento na pele e tecidos moles permitindo a comunicação óssea ou do hematoma fraturário com o meio ambiente • Tratamento: - Inicia no local do trauma - Abordagem global – ATLS (ABCDE do trauma) - Tratamento cirúrgico: limpeza cirúrgica, desbridamento, estabilização da fratura, cobertura da ferida - Antibioticoterapia - Amputação x salvação CONSOLIDAÇÃO DAS FRATURAS • Calos ósseos TENDÕES • Tenotomia: secção cirúrgica de um tendão • Tenodese: solidarização entre 2 tendões • Tenorrafia: sutura cirúrgica de um tendão NERVOS • Neuropraxia: lesão temporária de um nervo • Neurotomia: secção cirúrgica de um nervo • Neurólise: liberação por meio de dissecção cirúrgica de um nervo
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