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Equideocultura - Apostila

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1 
Apostila da Disciplina de Equideocultura ministrada pelo Prof. Àlvaro Mendes 
Medicina Veterinária – PUC Minas Betim - 1º/2017 
Desenvolvida pela Aluna Daniela Taynara Pereira 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE EQUIDEOCULTURA 
 
Disciplina ministrada pelo Professor Álvaro Mendes Jr., 
pelo curso de Medicina Veterinária – PUC Minas Betim 
e desenvolvida pela aluna Daniela Taynara Pereira, 
no 1º semestre de 2017 
 
 
 
 
 
1º/2017 - Betim 
 
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Apostila da Disciplina de Equideocultura ministrada pelo Prof. Àlvaro Mendes 
Medicina Veterinária – PUC Minas Betim - 1º/2017 
Desenvolvida pela Aluna Daniela Taynara Pereira 
 
 
 
TABELA DE CONTEÚDO 
 
HISTÓRIA DO CAVALO ................................................................................................................................. 3 
 
EXTERIOR DOS EQUÍDEOS ......................................................................................................................... 12 
 
RESENHA GRÁFICA E DESCRITIVA .............................................................................................................. 18 
 
CONFORMAÇÃO E APRUMOS ................................................................................................................... 25 
 
BASES DO MANEJO NUTRICIONAL ............................................................................................................ 33 
 
CRONOMETRIA DENTÁRIA ........................................................................................................................ 43 
 
ANDAMENTOS ........................................................................................................................................... 50 
 
PARTO DA ÉGUA E CUIDADOS COM O POTRO RECÉM NASCIDO ............................................................. 52 
 
CONTROLE DE MOSCAS ............................................................................................................................. 66 
 
CONTROLE DE CARRAPATOS ..................................................................................................................... 71 
 
CONTROLE DE VERMINOSES ...................................................................................................................... 74 
 
PROTOCOLO DE VACINAÇÃO ..................................................................................................................... 79 
 
SANIDADE EM EQUINOS ............................................................................................................................ 82 
 
 
 
 
 
3 
Apostila da Disciplina de Equideocultura ministrada pelo Prof. Àlvaro Mendes 
Medicina Veterinária – PUC Minas Betim - 1º/2017 
Desenvolvida pela Aluna Daniela Taynara Pereira 
 
HISTÓRIA DO CAVALO 
Origem dos Equideos → Os eqüinos atuais descendem de animais que habitavam a Terra 
aproximadamente há 50.000.000 anos, no período geológico conhecido como Eoceno. Estes 
mamíferos, pouco parecidos com o cavalo atual, possuiam 25 a 50 cm de altura (tamanho de 
uma raposa), dorso ligeiramente arqueado e apoiava-se sobre 4 dedos nos membros anteriores 
e posteriores. O maior número de dedos capacitava os animais a correrem de maneira segura e 
eficiente nos campos pantanosos das florestas tropicais, buscando alimento ou escapando dos 
predadores, saltando e escondendo-se entre os arbustos. Possuíam dentes com estruturas 
simples, mais apropriados ao consumo de folhas tenras, brotos e porções carnosas das plantas. 
Um fóssil desse pequeno animal foi classificado na Inglaterra em 1838 como um roedor, 
recebendo o nome de Hyracotherium. Mais tarde, em 1876, o Hyracotherium foi comparado a 
outro fóssil encontrado na América do Norte, denominado Eohippus, quando foi constatado que 
se tratavam de animais de mesmo gênero. Pelas leis de prioridade do Código de Nomenclatura 
Zoológica, o nome Hyracotherium prevalece sobre o Eohippus, apesar de que o último nome é 
amplamente utilizado. 
 Outros fósseis da época Oligoceno encontrados na América do Norte constituíram a segunda 
peça da evolução dos eqüinos, entre eles dois tipos distintos. O Mesohippus, com 
aproximadamente 60 cm de altura, três dedos e dentes semelhantes ao seu ancestral que não 
correspondiam a animais consumidores de pasto. Outro tipo foi o Miohippus, que era muito 
semelhante ao Mesohippus, mas com maior estatura, o qual acredita-se que tenha migrado para 
a Europa e, posteriormente, desaparecido. 
 O estudo da origem dos eqüinos na época Mioceno, mostra que estes viviam em três 
ambientes distintos: terras baixas (Pliohippus), terras altas (Parahippus) e terras desertas 
(Merychippus) comprovando as notáveis adaptações evolutivas em relação ao tamanho, 
estrutura esquelética e dentição. No Mioceno, as gramíneas tornaram-se mais abundantes e os 
herbívoros deixaram de ser consumidores de arbustos para consumirem pastos, havendo 
necessidade de adaptação dos dentes a este alimento mais fibroso, que promovia maior 
desgaste dentário. 
 Para escapar dos predadores estes indivíduos sofreram transformações anatômicas para 
adquirir velocidade. No estudo da Osteologia observa-se que no antebraço a fusão dos ossos 
rádio e ulna determinou a perda de rotação dos membros anteriores. Nos membros posteriores, 
 
 
 
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Apostila da Disciplina de Equideocultura ministrada pelo Prof. Àlvaro Mendes 
Medicina Veterinária – PUC Minas Betim - 1º/2017 
Desenvolvida pela Aluna Daniela Taynara Pereira 
 
 
a tíbia e a fíbula também sofreram fusão semelhante. As articulações dos cavalos começaram a 
trabalhar num só plano, para frente e para trás, o que permitiu aumento na velocidade quando 
comparado a outras espécies. O dedo médio tornou-se maior e mais robusto, sendo capaz de 
suportar o próprio peso, os laterais apesar de apresentarem pequenos cascos não entravam em 
contato com o solo quando em estação, ainda que isto poderia acontecer quando corria. Os 
gêneros dessa época possuíam aproximadamente um metro de altura, eram mais esbeltos, mais 
ativos, inteligentes e atléticos. Restos fossilizados destes animais foram encontrados em 
praticamente toda a América do Norte. 
 Muito semelhante ao cavalo moderno o Pliohippus (Época Plioceno), foi o primeiro gênero a 
apresentar um só dedo, embora os ossos estilóides (metacarpianos e metatarsianos acessórios) 
fossem maiores que no cavalo moderno. O Pliohippus mesmo sem apresentar significativas 
mudanças evolutivas é considerado o antecessor do gênero Equus. 
 O Pleistoceno foi a Época do surgimento do homem e simultaneamente do gênero Equus, que 
difundiram-se por todo o mundo. Fósseis desse gênero foram encontrados na Ásia, Europa, 
África, América do Norte e América do Sul. O gênero Equus (Época Pleistoceno) difere pouco 
dos seus antepassados próximos (Pliohippus) e a estrutura dentária é a principal diferença, mais 
especializada na trituração de pasto por apresentar dentes pré-molares e molares com mesas 
dentárias mais desenvolvidas. 
 Acredita-se que o berço da evolução do cavalo até o gênero Equus foi a América do Norte, 
pelos inúmeros fósseis dos diferentes gêneros encontrados em diversas regiões como os 
estados da Flórida, Texas, Montana, Califórnia e Óregon. Apesar desta teoria, quando o 
Hemisfério Ocidental foi descoberto pelos europeus não existiam cavalos nas Américas, o 
motivo ainda representa um dos mistérios da história. 
 Após a difusão do Equus por todo o mundo, a partir da América do Norte, desenvolveram-se 
formas distintas desse gênero em diferentes regiões e em diferentes épocas, provavelmente 
influenciadas pelas grandes variações de altitude, clima, solo e alimentos. Os primeiros eqüídeos 
selvagens adaptaram-se bem a vários ambientes como estepes, bosques, desertos e tundras. O 
Equus caballus (cavalos domésticos) foi encontrado no norte da Ásia e em toda a Europa, o 
Equus hemionus (Onagro e o Kiang) no centro e sulda Ásia, o Equus asinus (jumentos) no norte 
da África e as diferentes espécies de zebras, entre elas, Equus zebra, também encontradas na 
África. 
 
 
 
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Apostila da Disciplina de Equideocultura ministrada pelo Prof. Àlvaro Mendes 
Medicina Veterinária – PUC Minas Betim - 1º/2017 
Desenvolvida pela Aluna Daniela Taynara Pereira 
 
 
 
 
Os cavalos selvagens → A história recente dos cavalos selvagens é mais obscura que a sua 
própria origem, pois baseia-se em desenhos encontrados nas cavernas do sul da França. Estes 
mostram cavalos com características distintas, como o de tipo pesado que representa os animais 
de tração (ou tiro) e os de sela que é representado por um tipo menor e refinado. Os verdadeiros 
cavalos selvagens habitavam a Europa e a Ásia, já que haviam desaparecido completamente das 
Américas no fim do período Terciário. 
 
 
 
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Apostila da Disciplina de Equideocultura ministrada pelo Prof. Àlvaro Mendes 
Medicina Veterinária – PUC Minas Betim - 1º/2017 
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A classificação inicial dos cavalos é baseada nos tipos sela e tração, classificados em 
cavalos orientais e ocidentais. Os orientais, chamados também de "sangue quente" 
(temperamento ativo), eram cavalos pequenos bem proporcionados, esguios, de membros altos 
e finos, cabeça pequena com fronte ampla, chanfro curto e estreito, pele fina e perfil cefálico 
quase sempre reto, poucas vezes subconvexo ou subcôncavo. Denominados Equus caballus 
orientalis (Tarpã), provavelmente originaram os animais de sela da região do Mediterrâneo. 
 Os cavalos ocidentais ou Equus caballus occidentalis, também chamados de "sangue frio" 
(temperamento calmo), eram grandes, pesados, com abundantes crina e cauda, pelos longos, 
pele grossa, linhas notadamente convexas e de grande potência, provavelmente originaram os 
animais de tração na Europa Central. 
 Outro tipo selvagem existente até o final dos anos 80, era o Equus caballus przewalskii, que 
habitava, em estado puro, o leste asiático próximo à fronteira da Mongólia. Eram animais 
compactos e pequenos, com 1,30m de altura, com cabeça comprida e larga, crinas curtas e 
eretas, cor do corpo variando do castanho ao baio, com crina e cauda negras. Contribuiu para 
formação das raças locais, os cavalos do sul da Rússia e da Mongólia. 
 
A HISTÓRIA DO HOMEM E O CAVALO 
A primeira relação entre o homem primitivo e os eqüinos foi para alimentar-se, pois os cavalos 
sempre foram fonte de alimento para diferentes espécies, inclusive para o ser humano. Mais 
tarde, o homem descobriu outras virtudes nos cavalos além de proporcionar alimento, o que 
com certeza contribuiu para sua domesticação. A época e o local exato desta domesticação 
ainda é uma dúvida entre os historiadores, citam a China e a Mesopotâmia, entre os anos 4.500 
a 2.500 a.C., como dois desses locais. No ano 1.000 a.C., o cavalo já havia sido domesticado e 
difundido em quase toda a Europa, Ásia e norte da África. 
 Logo após a sua domesticação, o cavalo foi utilizado como poderoso instrumento de 
conquista, transporte, carga, tração, diversão e de competições esportivas. São incontestáveis 
os benefícios que a domesticação dessa espécie trouxe para a humanidade, pois todas as 
grandes conquistas dos diferente povos, desde as mais antigas civilizações até a idade moderna 
deram-se no dorso dos eqüideos. Muitas são as provas desta estreita relação, onde a mitologia 
e a própria história mostram cavalos imortalizados como Bucéfalo, Roan Barbary, Incitatus e 
Marengo. Nas conquistas intercontinentais, como por exemplo a colonização das Américas, os 
cavalos também tiveram presença marcante. Quando os primeiros europeus desembarcaram 
no "Novo Mundo" trouxeram muitos eqüideos que foram os principais recursos desses 
conquistadores. 
 
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Apostila da Disciplina de Equideocultura ministrada pelo Prof. Àlvaro Mendes 
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A formação das raças brasileiras → No Brasil, cita-se que no ano de 1535 Duarte Coelho 
desembarcou em Pernambuco os primeiros cavalos trazidos da Europa, naturalmente a este 
seguiram-se outras introduções nos tempos de Brasil colônia, todas oriundas da peninsula 
Ibérica (Portugal e Espanha). Os cavalos ibéricos representados pela raça Andaluz, junto com a 
raça Árabe, foram as principais raças formadoras dos cavalos brasileiros. O Brasil, por ser um 
país de dimensões continentais, com diferentes ecossistemas, permitiu a seleção natural de 
animais em diferentes regiões, como o pampa gaúcho, o planalto catarinense, o pantanal do 
Mato Grosso, nas regiões Sudeste, Nordeste e Norte. A utilização do cavalo no desenvolvimento 
das referidas regiões promoveu a seleção de tipos de acordo com as funções exercidas pelos 
cavalos. A formação de associações de criadores de cavalos raça padronizou as características 
de conformação e função de acordo com o tipo de cavalo utilizado. Assim, surgiram as 
Associações de Criadores de cavalos das raças Crioulo, Campeiro, Pantaneiro, Campolina, 
Mangalarga Marchador, Mangalarga Paulista, Nordestino, Marajoara e mais recente do 
Brasileiro de Hipismo e do Cavalo Pônei. 
 
[Texto adaptado do livro online Equínos – UFPR <http://www.gege.agrarias.ufpr.br/livro/origem/>] 
 
 
O cavalo é extremamente bem adaptado. De todo o período de evolução do cavalo, os 
aspectos importantes foram o crescimento do animal (de 40cm para até 1,70m) e a 
individualização do dedo (de um animal de vários dedos para apenas um), aumentando a 
velocidade; e a mais importante mudança foi a molarização para se adaptar as novas fontes 
de alimento. 
 
É sabido que o cavalo começou na América do Norte, posteriormente povoando a Àsia através 
do estreito de Behring (faixa estreita de mar entre o Alaska e a Sibéria), durante um período de 
congelamento. Depois o cavalo desapareceu completamente das Américas e foi se 
desenvolvendo na Àsia, Europa, etc. Não se sabe o porque desse desaparecimento. Depois o 
cavalo foi reintroduzido na América com a colonização. 
 
 
http://www.racacrioula.com.br/
http://cavalocampeiro.com/
http://www.abccp.com.br/
http://www.campolina.org.br/
http://www.abccmm.org.br/
http://www.cavalomangalarga.com.br/mangalarga_oquee.aspx#retorno_consulta
http://www.abccn.com.br/v1/
http://cavalomarajoara.blogspot.com.br/
http://brasileirodehipismo.com.br/
http://www.ponei.org.br/
http://www.gege.agrarias.ufpr.br/livro/origem/
 
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Apostila da Disciplina de Equideocultura ministrada pelo Prof. Àlvaro Mendes 
Medicina Veterinária – PUC Minas Betim - 1º/2017 
Desenvolvida pela Aluna Daniela Taynara Pereira 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO ZOOLOGICA DOS EQUÍDEOS: 
 
A contagem cromossômica entre as espécies diferentes de equídeos é diversa, portanto os 
cruzamentos geram filhotes híbridos (em sua maioria, salvo raras exceções). 
Segundo os estudiosos, existiram 4 raças bases para a formação de todas as raças atuais: Tarpan; 
Cavalos Orientais (Equus caballus agilus); Cavalos Ocidentais (Equus caballus robustus) e o 
Przewalski (único cavalo selvagem atual). 
- O Pzewalski tem projetos de conservação e é criado em alguns zoológicos por ser o 
único cavalo ainda em estado selvagem do mundo. 
- O Equus ocidentalis foi responsável por formar os grandes cavalos de tração e o Equus 
orientalis por formar os cavalos de sela (árabe, PSI, etc.). 
Existem também os asininos, que deram origem aos muares. Entre eles o Equus asinus, Equus 
africannus e Equus onager. Dos asininos temos os Jumento Pêga, Paulista e o Jegue Nordestino 
como principais raças brasileiras. 
Existem também as zebras, que tem como principais as espécies Equus gevyii, Equus burchelli e 
Equus zebra. 
 
 
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Apostila da Disciplina de Equideocultura ministrada pelo Prof. Àlvaro Mendes 
Medicina Veterinária – PUC Minas Betim - 1º/2017 
Desenvolvida pela AlunaDaniela Taynara Pereira 
 
 
Híbridos: 
 - Jumento + Égua → burro e mula (a mula é muito valorizada pelos muladeiros). 
 - Cavalo + Jumenta → bardôto 
*A mula não é completamente estéril, tem de 2-5% de chance de gestação. As fêmeas 
bardôtas tem 10-15% de chance de gestação. 
*O cruzamento da zebra com cavalo chama-se zebroíde e da zebra com anos é 
zebrasno. 
Utilização histórica: primeiramente como alimento, depois para trabalho (tração), transporte 
e montaria, guerras e conquistas, lazer. 
Principais raças brasileiras: Mangalarga Marchador (maior raça em termos de associados); 
Mangalarga Paulista (ramificação do MLM); Campolina (cavalo alto, voltado para a marcha); 
Pampa (livro aberto, qualquer pessoa que tenha animal pampa pode requerer o registro após 
ser submetido à uma avaliação); Crioulo (famoso no RS, compete em trabalho com o QM); 
Campeiro (famoso em SC, marcha); Pantaneiro (famoso no pantanal, principal característica é a 
resistência do casco a areas alagadas); Marajoara (Ilha de marajoara, mesma resistência do 
pantaneiro); Cavalo nordestino (grupos de preservação; suporta o nordeste; rústicidade); 
Brasileiro de Hipismo (PM-MG); Pônei Brasileiro; Piquira; Pônei pururuca. 
Jumento Pêga, Jumento Brasileiro/Paulista; Jumento Nordestino; Burros e Mulas. 
Outras raças: Quarto de Milha (muito resistente, corredor de distâncias curtas); Paint Horse; 
Apaloosa; Àrabe (várias linhagens); Puro Sangue Inglês (PSI, corridas de distâncias médias); 
Andaluz (utilizado nas touradas espanholas); Lusitano; Bretão; Polônes; Percheron; Shire; 
Cavalos de salto; Cavalos de Adestramento; Cavalos de CCE (Circuito completo de enduro); 
Anglo-àrabe; Holsteinr; Lipizanner (Escola de equitação de Vienna); Sela Belga; Sela Francês; 
Westfalen; Hanoveriano; Trakehne; Falabella (menor cavalo do mundo; defeitos genéticos); 
Shetland (peludo); Haflinger (cavalo de tamanho médio; crinalvo com alazão clarinho); Pasofino 
(peruano, muito utilizado no turismo); Frisio (holandes); Morgan (americano, versátil); Trotador. 
*Cavalos assilvestrados ou ferais: vivem em estado selvagem mas descendem de cavalos 
domesticados que escaparam ou foram abandonados. Existem diversos grupos de proteção a 
esses animais. Alguns são abatidos de tempos em tempos para controle populacional. Tem como 
principais os Mustangs (oeste americano); Baguais (Patagônia); Lavradeiro (Brasil – Roraima); 
Camargos (França); Losinos (Espanha); Brumbys (Austrália); Garranos (Portugal). 
 
O CAVALO NA ATUALIDADE: 
Apesar do cavalo ser gradativamente substituído pela máquina, ainda é muito utilizado para o 
trabalho, por ser mais econômico e acessar locais que as máquinas não conseguem. 
Atualmente se utilizam os cavalos para tração, agricultura, turismo equestre, transporte de 
pessoas, lazer, esportes equestres (como corrida, CCE, pólo, rédea, tambor, marcha, baliza, 
 
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Apostila da Disciplina de Equideocultura ministrada pelo Prof. Àlvaro Mendes 
Medicina Veterinária – PUC Minas Betim - 1º/2017 
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apartação, salto, atrelagem, vaquejada, dressage, etc.), escolas de equitação, equoterapia, 
cavalgadas, lazer, medicina e saúde (soro antiofídico) e alimentação (existem alguns plantéis de 
abate no Brasil, embora aqui não seja comum o consumo de carne de cavalo). 
 
EQUINOCULTURA 
É a parte da atividade humana que trata da criação de equinos. Normalmente, não tem como 
finalidade a produção de alimentos, o que o descaracteriza como animal de produção e 
aproxima-o de animal de companhia. 
Atividade similar à equinocultura é a equideocultura, que abrange a criação de asininos (asnos, 
burros e jumentos) e de seus híbridos como o cavalo bardôto, burros e mulas. 
A raça mais criada atualmente é MLM (MangaLarga Marchador). Existem cerca de 34 raças no 
Brasil, sendo que 14 são brasileiras. O segundo mais criado é o cavalo nordestino e o terceiro é 
o QM (Quarto de Milha). 
O agronegócio do cavalo no Brasil tem um faturamento de 7,5 milhões, gerando 643.520 
empregos diretos e 2,6m de empregos indiretos. O PIB da equinocultura é de 16b. O setor 
veterinário de equideocultura está crescendo e aumentando os medicamentos veterinários 
específicos (dados de 2017). 
Os setores da equinocultura são: 
Setor de insumos, produtos e serviços: medicamentos (terceiro maior mercado de 
produtos); rações (esportes, criação, lazer e trabalho, em torno de 30 empresas); feno; 
selaria e acessórios; casqueamento e ferrageamento; transporte; educação e pesquisa; 
equipamentos em geral; construções; eventos; serviços da medicina veterinária. 
Setor de sistemas de criação, hospedagem, reprodução e recuperação: haras e 
fazendas de criação; hípicas; hóteis; jockeys clubs; centrais de transferência de 
embriões; clínicas de recuperação e hospitais; escolas de equitação; centros de 
treinamento. 
Setor de comercialização: leilões; importações; exportações; frigorífigo. 
 
Desafios da equideocultura: aumentar a qualificação da mão-de-obra; aproximar os setores do 
complexo; melhorar os procedimentos de defesa sanitária; investir na exportação e importação; 
mudar a idéia de que o cavalo está ligado à elite; desvinculá-lo da atividade financeira ilícita. 
Cliente do cavalo no Brasil: Está cada vez mais exigente; boas relações interpessoais e sociais; 
visão empresarial; buscando pessoas com credibilidade e qualidade; buscando animais que 
melhore seu plantél; buscando resultados cada vez mais rápidos; escolhendo e selecionando 
tudo que se relaciona à seus animais; visão de qualidade de vida e bem estar animal. 
Núcleo básico de produção: haras; fazendas de criação; fazendas mistas; grandes, médios e 
pequenos criadores. 
 
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Apostila da Disciplina de Equideocultura ministrada pelo Prof. Àlvaro Mendes 
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Para administrar um haras é fundamental estar em comunicação com todas as àreas. 
Manejo: Promover aos cavalos situações de bem estar; os cavalos devem ser tratados como 
cavalos; devemos colocar os cavalos como o principal personagem do sistema; alimentação 
corresponde à 60% do custo da criação e deve ser de qualidade; trabalho dos animais; 
reprodução; sanidade (vacinação, vermifugação, controle de parasitas, etc); administração. 
Higiene: instalações (cochos, baias, piquetes, lanchonetes, etc); cama; equipamentos; animais 
*A escovação tem a função de remover a sujeira e pêlos velhos, massagear o animal e 
ativar a circulação da pele o peristaltismo intestinal. 
Trabalho dos animais: exercícios diários (ou pelo menos dia sim dia não); soltar em piquetes; 
planinhas de treinamento; técnicas de doma racional e equitação. 
Reprodução: estação de monta; manejo específico; coleta de sêmen; inseminação; 
transferência de embriões. 
Sanidade: tratamento das enfermidades; cuidados com o recém-nascido; vacinação; 
vermifugação; controle de ectoparasitas; precaução (AIE e mormo). 
Administração: supervisão dos trabalhos; contratação e manutenção da mão de obra; controle 
de estoques; gerenciamento em geral; comunicações zootécnicas. 
Fatores motivados dos cavalos: viver em grupo; permanecer em liberdade; constante acesso ao 
alimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXTERIOR DOS EQUÍDEOS 
 
 
 
 
 
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As regiões do corpo do cavalo são dividas em quatro partes: cabeça, pescoço, tronco e 
membros. 
 
 
 
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Perfil da cabeça: 
 
 
Os pêlos no lábio superior são chamados de fâneros. 
Animais com flacidez dos lábios inferiores são chamados de belfos. 
Os cavalos podem ter defeitos mandibulares. Quando a mandíbula é mais projetada para frente 
do que a maxila, é chamado Parrot Mouth (boca de papagaio) e quando a maxila é mais 
projetada para frente do que a mandíbula é chamado Monkey Jaw (boca de macaco). 
 
Pescoço: 
 
Conformação do pescoço: 
 
 
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Cresty Neck (Crista dorsal no pescoço): 
 
 
Pescoço invertido ou papeira: conformação muscular anormal 
 
 
Tronco: 
 
Os lipomas podem aparecer em 
várias partes do corpo do animal e 
são acúmulos benígnos de 
gordura. 
 
O pescoço invertido dificulta o 
acesso a veia jugular. 
 
 
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Apostila da Disciplina de Equideocultura ministrada pelo Prof. Àlvaro Mendes 
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Membros: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESENHA GRÁFICA E DESCRITIVA – Pelagem e particularidades 
 
A resenha é uma importante ferramenta utilizada pelos técnicos e organizadores de 
competições de equinos para o reconhecimento do cavalo. Cada animal pode ser diferenciado 
do outro por um padrão próprio de pelagem, alguma particularidade ou marcação apresentada 
por este. A resenha é indispensável para que um cavalo possa obter seu registro em alguma 
associação de criadores, participar de competições e também auxilia um comprador facilitando 
o conhecimento do equino em questão. Por ser tão importante, deve ser feita corretamente, de 
forma detalhada, em local apropriado, seguindo os critérios e normas da associação de cada 
raça. É feita a descrição da pelagem e de suas particularidades, demarcando na folha o local em 
que está no corpo do animal. 
PELAGENS: é o revestimento externo do animal e caracteriza-se pela coloração do conjunto 
formado por pele, pêlos, crina e cauda, determinando a cor do animal. A origem da variedade 
de cores da pelagem dos equinos está nos genes individuais, que são em número de 36, 
resultando em milhares de combinações possíveis. Para algumas raças, a cor é uma 
consideração de essencial importância. 
As pelagens podem ser classificadas em simples, simples com extremidades escuras, compostas 
e conjugadas. 
Pelagens simples: os pêlos são de uma só cor, mas pode ocorrer variação na tonalidade. 
A crina, cauda e as extremidades dos membros são da mesma cor ou mais claras ou até 
mais escuras, mas nunca pretas. A variação na tonalidade dos pêlos determinam nas 
variedades dentro da mesma pelagem. 
Branca: É difícil de ser encontrada em animais jovens, porque esta cor origina-
se do tordilho (animal que nasce de outra pelagem, mas com o tempo vai 
clareando). Variedades: branco pombo; pseudo-albino (nos cavalos não existem 
animais verdadeiramente albinos; o gene do albinismo é letal); branco sujo 
(branco amarelado); branco porcelana. 
Preta: os pelos do corpo são somente de coloração preta. Variedades: ordinário 
(comum); azeviche (preto intenso). 
Alazã: a tonalidade dos pêlos é avermelhada, variando desde vermelho até 
marrom. A crina e a cauda podem apresentar-se mais claras ou mais escuras, 
mas nunca pretas. Variedades: claro; ordinário (cor de canela); sanguíneo 
(vermelho sangue); salpicado (salpicado de branco); amarilho (crinas claras); 
tostado (café torrado). 
Pelagens simples com extremidades negras (crina, cauda e membros): a cor do corpo 
apresenta pêlos de uma cor e a crina, cauda e as extremidades dos membros são sempre 
negras. 
 
 
 
 
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Baia: a tonalidade da cor dos pêlos é amarelada, varia desde o amarelo claro até 
o bege escuro. As extremidades são sempre negras. Variedades: claro; ordinário 
(café com leite); escuro. 
*A pelagem baia, independente se apresenta ou não extremidades 
negras, pode apresentar particularidades especiais, como faixa crucial, 
listra de burro e zebruras, as quais são denominadas gateaduras. O 
indivíduo que apresenta gateaduras, é também, em algumas regiões do 
país, chamado de gateado. 
 
 
Castanha: a cor do corpo é avermelhada, variando do vermelho ao marrom 
escuro. As extremidades são sempre negras. Variedades: claro (vermelho 
amarelado); ordinário (cor de castanha madura); pinhão; escuro; zaino (quase 
preto). 
Pelagens compostas: as pelagens desse grupo são representadas pela presença de pelos 
brancos e/ou vermelhos e/ou amarelos associados a pelos pretos/escuros no corpo ou por duas 
cores no mesmo pelo. Nas extremidades (crina, cauda e membros) pode haver presença de 
pelos brancos. A presença de pelos brancos é progressiva (semelhante ao grisalho em humanos) 
e pode transformar a aparência do animal em totalmente branco. 
Tordilho: Os cavalos com essa pelagem apresentam o gene do clareamento progressivo. 
A maioria nasce com uma pelagem básica e os pelos brancos vão aparecendo a medida 
que o animal envelhece. A proporção de pelos brancos determina a variedade dos 
tordilhos. Variedades: escuro (predomina os pelos pretos); apatacado (pequenos 
círculos brancos); claro (poucos pelos pretos); pedrês (quase branco). 
Rosilho: pelos brancos e vermelhos predominam no corpo e os pelos escuros 
concentram-se nas extremidades (cabeça e membros). Variedades: escuro (predomina 
pelos vermelhos); ordinário (equilíbrio entre pelos vermelhos e brancos); claro 
(predomina os pelos brancos). 
Lobuna: caracterizada pela interpolação de pelos amarelos e pretos. Essas duas 
tonalidades podem também estar presentes em um mesmo pelo. Na cabeça há 
predominio de pelos pretos. Variedades: escuro (pardo escuro); ordinário (pardo); claro 
(amarelado). 
*Uma característica muito típica da pelagem lobuna é o contorno preto dentro 
das orelhas, que está sempre presente. 
 
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Pelagens conjugadas: este grupo é caracterizado por apresentar pelos brancos como base das 
pelagens ecuras, as quais formam malhas ou pintas. 
Pampa/Paint: as cores escuras formam malhas sobre um fundo brando. A cor escura é 
tipica da pelagem. Esta pelagem caracteriza as raças paint-horse e pampa. 
 A raça paint horse utiliza as denominações overo, tovero e tobiano. 
Quando o branco é predominante a pelagem é designada por Pampa de +... 
pelagem base, como por exemplo: pampa de castanho, pampa de preto, pampa 
de alazão, pampa de baio, etc. Quando a cor escura é predominante se fala ... 
pelagem base + pampa, como por exemplo: preto pampa, alazão pampa, baio 
pampa, etc. 
*Bragado: animal com mancha subindo próxima da axila. Determinada pelo 
gene alelo P-paint. 
*Quando se cruza cavalos overos com overos, exitem 25% de chance de nascer 
um animal com gene letal do albinismo. O potrinho nasce e algumas horas 
depois morre. 
Pelagens de asininos: 
Pêlo-de-rato: o corpo possui pêlos de cor cinza. É uma pelagem difícil de ser encontrada 
em equinos. É mais comum em asininos.Variedades: claro (cinza claro); ordinário 
(cinza); escuro. 
Ruão: interpolação de pelos vermelhos, pretos e brancos. É considerada uma pelagem 
composta. 
Pampa: interpolação de machas, com uma cor predominante. 
Preta: pêlos pretos. 
Pelagens da raça Appaloosa: as pelagens mantada, nevada e persa (leopardo) são 
características da raça appaloosa. 
*Persa/Leopard: nesta pelagem as cores escuras formam pintas espalhadas pelo corpo 
sobre um fundo branco (dálmata). Exemplos: Leopardo de castanho, leopardo de alazão. 
*Mantada: as cores escuras predominam. Nas regiões da garupa e/ou lombo há uma 
manta branca com ou sem pintas da mesma cor do corpo. As pelagens escuras 
identificam a pelagem mantada, como por exemplo: castanho mantado, preto mantado, 
rosilho mantado, etc. 
*Nevado: Nas regiões da garupa e/ou lombo há pelos brancos salpicados. 
Particularidades das pelagens: Pode haver presença de rodopios (redemoinhos) e espigas 
(sequencia linear de pelos eriçados). Essas particularidades devem ser descritas na resenha. 
 
 
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Particularidades: 
Na cabeça deve-se caracterizar pêlos brancos na fronte (esparsos e localizados na 
região da fronte), estrela (pequena malha de pele despigmentada na região da fronte, pode 
também ser indicada seu formato como ‘’estrela em coração”) ou vestígios de estrela (pequena 
malha branca na fronte, sem despigmentação da pele), luzeiro (malha branca que recobre a 
maior parte da fronte, com pele despigmentada), filete (listra fina de pêlos brancos, geralmente 
com pele pigmentada, localizada na região do chanfro), cordão (listra grossa de pêlos brancos, 
geralmente com pele pigmentada, localizada na região do chanfro), frente aberta (malha aberta 
despigmentada que recobre toda a região da fronte e chanfro), beta (mancha branca isolada 
entre as narinas), ladre (mancha branca entre as narinas, que se apresenta ligada ao cordão ou 
filete), bebe em branco (lábio superior e/ou inferior branco), bocalvo (malha branca 
despigmentada que recobre a região do focinho), malacara (malha branca despigmentada que 
recobre toda a fronte, todo o chanfro e atinge a região do focinho e bochecha), e celhado 
(quando o animal apresenta os cílios brancos). 
Marcas na cabeça: 
 
 
 Estrela Filete/Cordão Frente aberta Beta 
Fronte: 
 
Estrela com inicio de filete 
(abaixo da linha dos olhos) 
 
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Chanfro: 
 
 
 
O filete pode ser desviado a esqueda ou direita, ou filete interrompido. 
 
 
 
No pescoço é identificado se o animal é crinalvo (crina branca, particularidade que pode 
ser encontrada na pelagem alazã). 
No tronco pode ocorrer faixa crucial (faixa de pêlos escuros que tem inicio na região da 
cernelha e atravessa grande parte da espádua), listra de burro (faixa de pêlos escuros que se 
localiza na região dorsal, iniciando na cernelha e terminando na inserção da cauda) ou bragado 
(toda pelagem que apresentar malhas brancas na região ventral do tronco, animais bragados 
podem gerar descendentes pampas, por conter o gene da pelagem pampa em seu genótipo). 
Os membros podem ser com casco rajado/mesclado (casco com listras brancas), casco 
branco (todo o casco deverá ser branco), arminhado (presença de pintas da pelagem dominante 
do animal em qualquer tipo de calçamento), calçado incompleto (quando a mancha branca não 
circunda todo o membro do animal, em qualquer tipo de calçamento), calçado sobre a coroa 
(pele despigmentada com pelos brancos sobre a região da coroa do casco), baixo calçado (malha 
branca, com pele despigmentada, que recobre os membros na região compreendida entre a 
coroa e o boleto/quartela, mas que não atinge o mesmo), médio calçado (malha branca, com 
pele despigmentada, que se inicia na coroa e deve atingir ou ultrapassar o boleto, sendo limitada 
até abaixo das articulações do joelho ou jarrete), alto calçado (malha branca, com pele 
despigmentada, que tem inicio na coroa e deve atingir ou ultrapassar as articulações do joelho 
zootécnico ou jarrete), possuir zebruras (listras escuras transversais nos membros); cada 
membro deve ser indicado separadamente caso sejam diferentes, se possuirem as mesmas 
particularidades podem ser identificados como manalvo (mesmo tipo de calçamento nos dois 
 
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membros anteriores), pedalvo (mesmo tipo de calçamento nos dois membros posteriores), 
trialvo (três membros com o mesmo tipo de calçamento, na descriçao deve-se indicar o membro 
calçado que aparece sozinho), quatralvo (os quatro membros apresentam o mesmo tipo de 
calçamento), lateral (os membros de um dos lados do animal apresentam o mesmo tipo de 
calçamento, é necessário indicar o lado na resenha) e diagonal (os membros em diagonal do 
animal apresentam o mesmo tipo de calçamento) 
 
 
 
Equinos sem calçamentos: ao analisarmos um equino que não tenha calçamentos, fazemos 
referência a tal situação colocando dois traços perpendiculares na resenha gráfica. 
 
Outras particularidades: 
Golpe de lança: trata-se de uma depressão profunda e bem delimitada. Apresenta-se sobretudo 
no pescoço, nos músculos peitorais, na ponta da espádua, coxa, etc. 
 
 
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*Latrogênico: Pelos brancos no pelo. Pode ocorrer devido a presença de machucados 
cicatrizados, como no lugar de suporte da sela e freio. 
*Marcas: Podem ser feitas com ferro quente e nitrogênio. No caso de serem feitas com ferro 
quente, ficam escuras e não cresce mais pelo. E quando são feitas com nitrogênio, os pelos ficam 
brancos. 
 
Exemplo de resenha: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONFORMAÇÃO E APRUMOS 
Conformação é a parte externa do cavalo. Aprumos são os membros. Sempre se deve comparar 
um lado com o outro. Ver não é enxergar. Para enxergar é preciso prestar atenção, observar e 
absorver. 
Membros anteriores: 
 
A linha imaginária deve cortar o meio do membro. Visto de frente deve-se traçar uma linha 
imaginária da protuberância da articulação do membro ao meio (vista frontal). Na vista lateral 
deve-se imaginar uma linha que desce da espinha da escápula, toca a face palmar da quartela e 
do casco. 
 
Membro para fora da Membro para dentro da 
linha imaginária. linha imaginária. 
 
 
 
 
 
 
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Varus carpiano Valgus carpiano 
 
 
Cascos: 
 
 
 
Direção da pinça dos cascos: 
 
 
Normal Caravanho Cambaio 
 
 
*Cambaio: pinças voltadas para fora. 
*Caravanho: pinças voltadas para dentro. 
*Cambaio e caravanho diz respeito apenas aos cascos. 
 
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*Tanto o animal aberto de frente quanto fechado de frente pode ser cambaio ou 
caravanho. Aberto de frente e fechado de frentediz respeito as pernas, e cambaio e 
caravanho diz respeito aos cascos. 
 
Animais cambaios + aberto de frente executam o movimento defeituoso de manotar 
(projetar o membro para fora). 
Animais cambaios + fechado de frente realizam o movimento defeituoso de andar em 
linha reta (a marca de um casco fica em cima da marca do outro). 
 
 
 
 
 
 
 
Manotar: cambaio. Remar: caravanho. 
 
Animais caravanhos tem o 
movimento defeituoso de remar. 
Força muito as articulações. 
 
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O animal fechado de frente tropeça muito e sempre bate um membro no outro, se 
machucando muito. 
 
 Valrus carpiano Valgus carpiano 
 *Valrus carpiano: articulação do carpo voltada para fora. 
 *Valgus carpiano: articulação do carpo voltada para dentro. 
 
 Normal Joelhos cortados. 
*Nos joelhos cortados, parede que a articulação está subluxada. 
Visão lateral: 
 
 
Desvios angulares das 
articulações. 
 
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Inclinação e comprimento dos cascos: 
 
*Casco achinelado: a pinça cresceu muito e força as estruturas tendíneas. 
*Casco encastelado: o talão cresceu muito e força as articulações. 
 
 
 
 
A inclinação do casco deve ser 
medida. 
Desejável: 45-50graus para os 
cascos anteriores e 50-55graus 
para os cascos posteriores. 
O ferregeamento e 
casqueamento pode corrigir 
alguns defeitos de aprumo. 
Arco de elevação normal. 
Arco de elevação de 
animal achinelado. 
Arco de elevação de 
animal encastelado. 
 
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Eixo normal Eixo quebrado 
*Eixo normal: corta o casco e a quartela ao meio sem formar angulo. 
*Eixo quebrado ou truncado: erros de casqueamento. Nos cascos achinelados força a 
articulação e pode gerar tendinitide. Nos encastelados força as estruturas flexoras. 
 
 
Simetria dos talões: deve descer equilibrado em linha palmar e cranial. 
 
Posteriores: 
 
 
Na visão traseira, a linha deve 
descer do músculo tendíneo e 
cortar ao meio o membro. 
Na visão lateral, a linha toca o 
boleto e jarrete, mas não toca os 
cascos. 
 
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*Jarretes abertos: varus tarsiano. 
*Jarretes fechados: valgus tarsiano. 
 
Vista lateral: 
 
 
*Os defeitos de aprumos tem componentes genéticos e podem ser passados pra frente. 
 
 
 
 
 
Assimetria de garupa (náfilo): 
pode ser devido à fratura ou 
subluxação sacro-ilíca. 
 
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*Menso: cernelha mais baixa do que a garupa. É comum em éguas matrizes de mais idade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sifose → dorso de carpa 
Lordose → animal selado 
 
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BASES DO MANEJO NUTRICIONAL 
 
È sempre melhor que os cavalos estejam soltos e em pastagens de boa qualidade e água 
disponível e de boa qualidade. 
 
Importância: 60% a 70% do custo operacional de um haras é representado pela nutrição. Tem 
relação com a sanidade, produção, reprodução e perfomance. 
 
Os cavalos podem se alimentar de frutas, legumes, cereais, etc., mas esses não devem ser 
alimentos diários, assim com a açucar (o cavalo adora açucar). São petiscos para quebrar a 
monotonia dos animais. 
 
Particularidades do sistema digestivo: 
 
 
O cavalo tem um estômago muito pequeno e um intestino com grande capacidade, 
especialmente o intestino delgado. Devido a isso, é ideal que se alimente em pequenas 
quantidades várias vezes ao dia. 
São considerados monogástricos até o ceco, depois são mais aproximados dos ruminantes, por 
possuirem camaras fermentativas. 
 
 
 
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No estômago, o trânsito é muito rápido. É uma câmara de passagem com enzimas digestivas. 
No intestino também é rápido. Já as câmaras fermentativas retêm o alimento por mais tempo. 
 
Os cavalos podem produzir de 10-50L de saliva por dia. 
 
Possuem estômago com capacidade de 10-15L. Intestino delgado de 20m com capacidade de 
50L. E o ceco com 30L, grosso cólon com 70L. 
 
Cavidade bucal: O cavalo é um mastigador, gerando muita saliva. A saliva prepara o bolo 
alimentar e produz mucinas. 1kg de feno leva até 40min de mastigação (60 a 80mov/min) e 
produz 4L de saliva. 1kg de grãos leva 20min de mastigação. São produzidos de 10 a 50L de saliva 
diariamente, através das glândulas maxilares, sublinguais e parótidas. A saliva tem enzimas 
aminoliticas, pH alcalino e EGF (fator de crescimento epidérmico). 
 
Estômago: Apesar de rápida, é fundamental a passagem do alimento pelo estômago. Não se 
deve oferecer o concentrado logo após o volumoso, pois diminui a absorção (visto que passa 
mais rápido devido a presença de fibras). O melhor a fazer é deixar o volumoso disponivel o dia 
todo. 
 Região cárdica (não glândular): secreção de muco 
Região fúndica (glandular): secreção de muco, bicarbonato e HCl (ácido clorídico, pelas 
células parietais). O HCl é responsável por ativar o pepsinogênio em pepsina e fazer a 
hidrólisede proteínas. 
*Microbiota que ataca glicídeos hidrossolúveis (amido e açucares). 
 
Intestino delgado: Produz uma pasta semi-liquida (quimo) que sofre ação das secreções 
entéricas, pancreáticas e biliares, realizando a digestão de proteínas, gorduras, amido e 
açucares. O trânsito de líquidos leva em torno de 15min e o de sólidos 45min. O cavalo é um 
verdadeiro monogástrico até a válvula íleo-cecal. 
 
Intestino grosso: Promove a digestão bacteriana (estreptococcus e protozoários) dos alimentos 
que não foram digerios no intestino delgado, são eles: celulose e compostos semelhantes em 
ácidos graxos e glicose; compostos nitrogenados em proteína assimiláveis; degradação de 
glicídeos e síntese de vitaminas do complexo B. O trânsito é mais lento. A permanencia do 
alimento é de 35-45hrs. Nessa fase, o bolo alimentar se torna mais sólido e no cólon 
descendente se formam as silabas fecais. 
 
 
Avaliação: A digestão é medida de acordo com o score corporal/saúde, perfomance, 
reprodução/produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Deve se avaliar olhando principalmente no pescoço, costados e garupa. 
 
 
 
 
 
*Existem variações de score corporal dentro de cada raça. Pode ser variação também 
dependendo do tipo de exercicio fisico à que o animal é submetido (como cavalos Quarto de 
Milha de conformação) e de animal para animal. 
 
Avaliação fecal: Uma sílaba fecal normal deve estar firme e de boa coloração, não muito úmida 
e não muito seca. Deve-se observar se o animal está defecando normalmente e qual a aparência 
das fezes. 
 *A presença de muco nas fezes sugere inflamação intestinal. 
*Ficar atento para a presença de endoparasitas, que indica a necessidadede 
vermifugação. 
 
 
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Nutrientes: 
Água → é o nutriente mais importante; realiza todas as funções corporais exceto 
energia. 
Proteína → fornece energia e participa na constituição corporal; o excesso de proteínas 
produz mais calor e sobrecarrega o trabalho hepático. 
Carboidratos → fornece energia e participa na constituição corporal; fornece energia 
prontamente disponível 
Lipídeos → fornece energia e participa na constituição corporal; energia para 
rendimentos 
Minerais e micronutrientes → Sal, cálcio e fósforo principalmente; realiza todas as 
funções corporais exceto energia. 
Vitaminas → A vitamina A e E só são adquiridas através da dieta (não essenciais); 
participam do metabolismo 
 
Agua: A ingestão de água depende da dieta e da rotina do animal, podendo ser maior 
ou menor. Deve ser fornecida a vontade em cochos limpos. Quantidade necessária para 
um cavalo em repouso em um ambiente fresco varia de 25 a 70ml/kg/dia. 
*Pode ser fornecida a vontade antes e durante os exercícios. Porém logo após 
os exercícios, em dias de calor intenso, é necessário que seja feito o 
resfriamento das partes baixas do animal primeiro e depois oferecer água em 
temperatura elevada. 
 Necessidades/animal/dia: 
 Potros com menos de 1 ano – 10 a 15L 
 Potro sobreano – 20 a 30L 
 Èguas em gestação – 40 a 50L (para produção de leite) 
 Éguas em lactação – 50 a 60L (para produção de leite) 
 Cavalos em manutenção – 30 a 40L 
 Trabalho leve – 35 a 45L 
 Trabalho médio – 45 a 60L 
 Trabalho pesado – 60L 
Consumo: As variações no consumo de água estão relacionadas ao: clima 
(temperatura, umidade do ar, insolação – em dias mais quentes, o animal bebe 
mais água); exercícios (amenta a transpiração e aumenta a ingestão); consumo 
de sal; qualidade do alimento (MS); qualidade da água; temperatura da água 
(animais bebem menos agua quando está gelada); lactação. 
 *O cavalo diminui a ingestão de água se a água não for de boa qualidade. 
 Avaliação da qualidade da água: 
1000-3000ppm – Satisfatória para criações. Eventualmente diarréia em 
animais não acostumados. 
3000-5000ppm – Eventualmente pode ser utilizada para criações 
habituadas a água e a microbiota local. 
5000-7000ppm – Evitar o uso para lactentes e éguas gestantes. 
7000-10000ppm – Inadequado para suínos, aves e cavalos. 
Preferencialmente nunca utilizar. 
>10000ppm – Imprópria para animais. Proibida a utilização. 
 
 
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*Os bebedouro devem ser sempre lavados e higienizados. Podem ser individuais 
ou servir vários animais e piquetes. Nos bebedouros automáticos, as boias 
devem ser protegidas para que os animais não mordisquem. Deve-se estar 
atento a bebedouros de metal que podem enferrujar e soltar metais pesados na 
água. Bebedouros de madeira são facilmente mordiscados pelos animais. 
 
 
Volumosos: pastagens; fenos; forrageiras; cana de açucar; silagens. 
Pastagens: sua formação depende da disponibilidade de água, fertilidade do solo, 
preparo do solo, qualidade da semente ou muda, época de semeadura. 
*Solo com índices abaixo de 25ppm para Ca e 3ppm para P não são 
aconselháveis para a criação de equinos (geralmente tem pH inferior a 5,5). 
 
 
 
A melhor divisão de tempo é do animal que se alimenta de pastagem. 
 
Gramíneas: As melhores e mais usadas são o coast cross, jiggs e estrela africana. O tifton 85 e 
68 também são bem utilizadas, e ajudam a combater o capim braquiara (péssimo para equinos). 
Em solos úmidos, podem ser plantados o capim Tangola, Tupi, Hemáripia e Setária. Para o capim 
setária é necessário suplementar o Ca para não gerar osteodistrofia fibrosa (doença da cara 
inchada). Os capim coloniões são raramente indicados (Mombaça e Tanzânia podem cortar a 
comissura labial dos animais quando mal manejados, a folha fica muito cortante). 
*Existe uma grande quantidade e variedade de leguminosas nas pastagens. 
Quanto mais leguminosa a pastagem tiver, melhor. Quanto menos concetrado 
o cavalo comer, melhor. 
*Para se avaliar as pastagens, deve-se verificar a qualidade da gramínea, a 
variedade de leguminosas presentes e depois fazer uma análise de solo. 
*Deve-se jogar cal uma vez no ano para basificar o solo. 
 
Fenos: O feno é uma limitação financeira muito grande, pois feno de boa qualidade é caríssimo. 
Feno é uma pastagem cortada e armazenada. Fenos muito verdes e úmidos são ruins, pois 
desenvolvem toxinas. Fenos muito secos também são ruins, pois tem alta quantidade de MS. O 
feno deve estar disponível para o animal o tempo todo, como se fosse uma pastagem. 
 
 
 
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Para se avaliar o feno, deve-se observar textura, cheiro e aparência. Um cavalo adulto come em 
torno de meio fardo por dia. As redinhas devem estar em altura adequada, para que o animal 
não enganche a pata e sofra acidentes. Pode ser oferecido na baia ou no piquete. 
 
 
 
 
Forragens: Pastagem utilizada para corte, para fornecer inteira ou picada. A mais famosa em 
MG é o capim elefante/napier. Deve ser utilizado até no máximo 1,5m (mais do que isso perde 
muitos nutrientes), o ponto de corte ideal é 1,2m. 
 
Silagens: O uso da silagem diminui muito o custo de alimentação, porém a silagem não é um 
bom alimento para cavalos (fermenta muito). Só deve fornecer em casos de emergência e em 
pequenas quantidades. Pode ser alergênica. Deve-se cheiras sempre a silagem antes de 
oferecer, para avaliá-la, utilizando também a cor, umidade e textura. 
 
Concentrados: È chamado concentrado porque concentra os nutrientes em uma pequena 
quantidade de alimento. São alimentos com baixa % de fibras (18% ou menos) e alta % de 
nutrientes (NDT – nutrientes digestíveis totais). Concentrados com menos de 16% de proteína 
são considerados rações básicas (para cavalos adultos em mantença). Concentrados com mais 
de 16% de PB são suplementos proteícos (potrinhos até 1 ano). As rações para equinos variam 
de 11 a 18% de PB. 
*Cavalos de esporte devem se alimentar de rações com baixo teor de PB (11%) e com 
alto teor de energia (para não gerar incremento calórico excessivo). 
 
 
 
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Tendências do mercado: as rações fareladas vem sendo menos utilizadas, dando lugar 
à rações peletizadas e laminadas; as rações extrusadas fornecem boa energia para os 
cavalos. 
*É possível produzir a própria ração, mas deve-se estar atento se está cumprindo todas 
as necessidades nutricionais do animal. 
 
 
*Rolão de milho: milho triturado inteiro, com palha e sabugo. 
*Pode ser utilizada para todas as faixas etárias. 
*Fornecer para animal adulto: 2kg na parte de manhã e 2kg na parte da tarde. 
 
Composição: Para avaliar a ração, deve-se avaliar a composição básica do produto. 
Deve-se ter atenção com eventuais substitutos. Olhar principalmente EE (extrato etério 
– gordura), PB (proteína bruta), NDT (nutrientes digestíveis totais) e FB (fibra bruta). 
*Rações com EE muito alto estão sujeitas a rancificação: decomposição das 
gorduras; oxidação; dá gosto desagradável e cheio ruim. As empresas usam 
baixas porcentagens de EE. A gordura é boa para peletizar, agregar melhor as 
partículas, porém as fábricas trabalham com baixo teor de gordura nas rações 
porque ela rancifica se armazenar por muitotempo, tornando a ração pouco 
palatável. Além disso, o óleo rançado prejudica a absorção de vitaminas 
lipossolúveis. Para substituir, pode-se dar óleo vegetal (meio copo americano), 
que auxilia no transito intestinal, evita cólicas, melhora o pelo e acalma o animal. 
 
 
 
 
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*Não é uma ração para potros, pois rações para potros devem ter acima de 18% de PB. 
*È uma ração de manutenção. 
*A FB alta deve ser fornecida principalmente pelo volumoso. 
*A proporção de calcio para fósforo deve ser próxima de 3/1. 
*Um cavalo atleta precisa de mais energia digestível. 
 
 
*Ao trocar a ração que tenha 12% PB por uma da mesma marca que tenha 15%PB, deve-se ficar 
atento, pois apesar de na porcentagem ser apenas 3% a mais, no valor absoluto representa 25% 
a mais (regra de 3). Se antes tinha 120g de PB em 1kg (PB 12%), agora se tem 150g em um 1kg 
(PB 15%), ou seja, 25% a mais no valor absoluto. 
 
Uréia: Não é vantajoso oferecer uréia para equinos, pois a uréia é absorvida nas câmaras 
fermentativas. Nos bovinos, a câmara fermentativa (rúmen) vem antes, gerando uma boa 
absorção de uréia, já nos cavalos, vem depois (ceco-grosso cólon). A proteína para o cavalo é 
absorvida no ID, que vem antes, assim, toda a uréia é perdida. Cavalos são muito menos 
sensíveis a uréia. 
 
Farelo de algodão: Tem uma toxina que pode estar presente dependendo de como é 
processado, podendo gerar intoxicação no animal 
 
Sugestões de manejo: Cavalos devem se alimentar sempre no mesmo horário. Os animais tem 
facilidade de se acostumar a comer sempre no mesmo horário e já iniciam a produção de sucos 
gástricos. Caso não sejam alimentados no mesmo horário pode levar a cólica. 
 
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*Cochos e baias devem estar sempre higienizados (diariamente). 
*Quanto mais vezes dividir a alimentação dos equinos melhor. Uma boa opção são os 
comedouros automáticos. 
*É normal a coprofagia em potros nas primeiras 3 semanas de vida. Devem ser suplementados 
a partir do terceiro mes. Existem técnicas para separar o potro da mãe, já que o alimento que 
irão consumir é diferente. 
 
 
Principais alterações relacionadas a Nutrição: 
 
Obesidade: confinamento/pouco trabalho; excesso de alimentos; qualidade dos 
alimentos; síndrome metabólica. 
Emagrecimento: escassez de alimentos; pouca qualidade dos alimentos; doenças 
infecciosas; doenças hormonais; excesso de trabalho; síndrome da má absorção; 
verminoses; diarréia crônica. 
 
*O animal pode ter cólicas devido a alterações alimentares. Também podem ser 
causadas por diarréias, alotrofagia (apetite pot coisas inadequadas), aerofagia (engolir 
ar), intoxicação por monoensina (presente em rações de outros animais, tóxica para os 
equinos). 
*Uma toxina presente no milho pode levar a Leucoencefalomalácia, que é geralmente 
letal. 
 
HIPERPARATIROIDISMO SECUNDÁRIO NUTRICIONAL – OSTEODISTROFIA FIBROSA – DOENÇA 
DA CARA INCHADA: 
Doença causada pelo excesso do mineral fósforo (P) na dieta, que faz com que o cálcio (Ca) dos 
ossos seja retirado para equilibrar a relação Ca:P. Essa relação deve ser próxima de 3:1. Quando 
há deficiência de P na dieta, e consequentemente, na circulação, o organismo tenta equilibrar 
retirando o cálcio presente nos ossos e liberando-o para a corrente sanguínea. Isso ocorre 
devido a ação do hormônio PTH (paratormônio), que é ativado devido ao desequilíbrio Ca:P. 
Os primeiros ossos a sofrerem a remoção do cálcio são os ossos da face. Quando ocorre a 
retirada de cálcio dos ossos, leva a osteopenia, que é a diminuição da densidade mineral óssea. 
O tecido ósseo precisa ser substituído e ocorre a adição de tecido fibroso no seu lugar. Como 
esse tecido tem um volume maior, surgem tumefações nesses locais. No rosto, dão aparência 
de cara inchada. 
O animal não sente dor no momento da palpação. 
Ocorre um inchaço bilateral na face, sendo esse o sintoma mais característico da doença. 
Gerada pelo desequilíbrio fósforo-cálcio → devido à deficiência de cálcio que deveria ter sido 
proveniente da alimentação. 
 
 
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Se o animal apresentar excesso de fósforo, fala-se em deficiência relativa de cálcio → 
primariamente, não é o cálcio que está faltando, e sim o fósforo que está em excesso; mas como 
os dois atuam em conjunto, o aumento de fósforo também leva a doença, pois o organismo 
tenta reequilibrar a relação Ca:P. 
Alimentos que podem levar a deficiência de Ca: 
No capim Braquiara e no capim Setária tem muito oxalato. O oxalato é responsável por 
ligar-se ao cálcio presente no TGI (decorrente da alimentação), impedindo que seja 
absorvido no intestino e que caia na corrente sanguínea e consequentemente, sua 
absorção no organismo. 
O farelo de trigo é o cereal mais rico em P → em grandes quantidades pode causar 
desequilíbrio P:Ca → Deficiência relativa de cálcio. 
No sal mineral de bovinos tem muito fósforo, sendo um alimento impróprio para 
equinos → por isso existe o sal mineral próprio para equinos → para que isso não ocorra 
deve-se tomar cuidado com criações de equinos juntamente com bovinos, que se 
alimentam ou tenham acesso ao mesmo cocho. 
Os animais apresentam sinais neurológicos de ataxia (perda ou irregularidade da coordenação 
muscular) e paresia (perda parcial da motricidade) porque também é retirado cálcio do tecido 
ósseo vertebral, o que cria um processo inflamatório que comprime os nervos medulares. 
Os animais gestantes sofrem mais, pois precisam disponibilizar mais Ca para o desenvolvimento 
fetal e metabolismo gestacional → nestes animais, os sinais clínicos são mais evidentes. 
O tratamento é realizado através da suplementação calcítica. O rosto do animal não retorna ao 
normal. 
Soluções: 
Calagem do pasto → adicionar carbonato de cálcio (calcareo calcitico) no pasto, 
espalhando na terra. 
Proibir o capim napier (rico em fósforo) por um tempo → substituir por feno, de 
preferência de alfafa (rico em Ca). 
Dar sal mineral específico para equinos. 
Separar equinos de bovinos para que o cavalo não se alimente do sal mineral e da 
alimentação de bovinos (capim braquiara). 
Diminuir/retirar a farinha de trigo por um tempo e ajustar a ração. 
 
 
 
 
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CRONOMETRIA DENTÁRIA 
Numeração dentária: 
I: incisivos; C: caninos; PM: pré-molar; M: molar 
• Potro: Decíduos (dentes de leite) 
 3/3 I 0/0 C 3/3 PM = 24 dentes 
• Éguas: Permanentes 
3/3 I 0/0 C 3/3 PM 3/3M = 36 dentes 
Pode ser de 36-40 → caso tenha dentes de lobo 
• Garanhões: Permanentes 
3/3 I 1/1C 3/3 PM 3/3M = 40 dentes 
Pode ser de 40-44 caso tenha dentes de lobo 
 
Dentes normais permanentes: 
I₁ I₂ I₃ → C₁ → PM₁ PM₂ PM₃ PM₄ → M₁ M₂ M₃ → em cada hemi-arcada 
 
Decíduos → até os 2,5 anos 
Permanentes: sulcos mais prolongados + colo mais largo 
Incisivos: I₁ → pinças; I₂ → médios; I₃ → cantos 
A cor dos dentes depende da alimentação e não deve ser levada em conta no exame para 
avaliar a idade do animal. 
Algumas fêmeas tem caninos, mas são poucas. Os caninos são mais comuns nos machos. 
Normalmente, são retirados cirurgicamente pois podem ocasionar problemas futuros. 
Pré-molares M₁ → dente residual → dente de lobo; nem sempre está presente. Quando 
presente, é mais comum na arcadasuperior. 
Mesa dentária: corte do dente no ponto em que ele está → se faz para a avaliar a idade. 
 
 
 
 
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Anatomia dentária – Desgaste e Rasamento: 
 
O dente dos cavalos vai sempre sendo rasado (desgastado). Com isso vão surgindo partes 
anatômicas diversas. 
Se um animal tiver todos os dentes com infundíbulo, ele é um animal jovem, porque ainda não 
nivelou os dentes; um animal sem nenhum infundíbulo é um animal jovem. 
No inicio do aparecimento da estrela dentária, ela ainda é mais cranial ao infundíbulo, depois 
ela vai pro centro da mesa dentária; quando a estrela dentária aparece significa que já está 
chegando na cavidade pulpar do dente. 
 
Cronologia da erupção dos dentes 
• Decíduos: 
Pinças – Nascimento a 1 semana (potrinho pode nascer com as pinças) 
Médios – 4 a 6 semanas 
Cantos – 6 a 9 meses 
PM1 e PM2 – Nascimento a 2 semanas 
PM3 – 3 meses 
• Permanentes: (troca dos decíduos) 
 
Pinças – 2,5 anos 
Médios – 3,5 anos 
Cantos – 4,5 anos 
Caninos – 4 a 5 anos 
PM1 – 5 a 6 meses PM2 – 2.5 anos PM3 – 3 anos PM4 – 4 anos 
M1 – 10 a 12 meses M2 – 2 anos M3 – 3.5 a 4 anos 
 
 
 
 
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Avaliando a idade a partir da dentição é possível errar em meses, mas não em anos; até os 5 
anos é mais certo o acerto da idade. 
Cavalos que mastigam mais vão rasar mais os dentes. No momento da avaliação isso deve ser 
levado em conta. 
Ao olhar a erupção dentária sempre se olha a arcada superior dos incisivos. 
Aos cinco anos, o cavalo já está com todos os dentes permanentes → cavalo boca cheia. 
Nivelar os dentes: termo usado quando já ocorreu a perda do infundíbulo e inicia o rasamento 
à nível da cavidade pulpar. 
As estruturas mais importantes à serem avaliadas é o infundíbulo e a estrela dentária. 
1 ANO: Normalmente a estrela dentária é bem visível as pinças e médios temporários; o 
desgaste dos cantos é ainda pouco marcado; estão presentes os primeiros molares; já é visível 
leve rasamento das pinças e o surgimento da estrela dentária. 
 
 
2 ANOS: Começa a muda dos incisivos centrais (2,5 anos). 
 
 
 
 
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3 ANOS: Quatro dentes permanentes e todos os outros decíduos; muda dos quatro incisivos, 
sendo dois na arcada superior e dois na arcada inferior → 1° muda. 
 
 
4 ANOS: Quatro incisivos centrais e quatro incisivos médios já são definitivos → 2° muda. 
 
 
5 ANOS: Aparecem os incisivos cantos definitivos; presença de 12 incisivos, 6 na arcada inferior 
e seis na arcada superior → 3° muda. 
 
 
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6 ANOS: Todos os incisivos e caninos (machos) estão presentes; é um animal boca cheia; 
terminou todas as mudas, mas os dentes são novos, ainda não rasados; todos os dentes tem 
presença de infundíbulo. 
 
7 ANOS: Animal adulto jovem; a partir dessa idade se olha também a mesa dentária. Começa a 
aparecer a cauda de andorinha nos dentes cantos superiores. 
 
8 ANOS: Diminuição do infundíbulo e surgimento da estrela dentária na face cranial do incisivo 
central. 
 
 
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9 ANOS: Aparecem os sulcos de Galvane nos cantos (podem não aparecer); praticamente não 
tem mais infundíbulo; normalmente todos os incisivos inferiores estão rasos. O esmalte central 
dos pinças começa a assumir forma triangular; a estrela dentária é evidente nos pinças e médios 
e pode aparecer também nos cantos; a mesa dentária dos pinças pode estar redonda e a dos 
médios começa a tomar esta forma. 
 
 
13 ANOS: A mesa dentária das pinças pode começar a assumir forma triangular; todos os 
incisivos podem estar nivelados e a estrela dentária resume-se a uma pequena mancha amarela 
no centro da mesa dentária; não tem mais infundíbulo. 
 
Após essa idade, começa a olhar também o ângulo lateral da mordida; juntamente com o 
rasamento; a estrela dentária é redonda e ocupa o centro do dente. 
Jovem: < 10 anos; mordida turquesa 
Adulto: > 10 anos; mordida ogiva 
Velho: > 20 anos; mordida bico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Alterações dentárias: 
Oligodontia: ausência de dentes; dentes realmente não nasceram. 
Dentes supranumerários: animal nasceu com dentes a mais do que deveria; tomar cuidado para 
não ser dente de leite ou nascimento do permanente fora do lugar → retenção de dente 
decíduo. 
Dente heterotópico: dente que cresce no lugar errado; pode precisar de remoção cirúrgica; o 
mais comum é o que nasce na base da orelha. 
Tártaro excessivo e cáries. 
Rasamento errado com pontas que podem ferir a boca do animal. 
Infecções dentárias que podem gerar palatite. 
Dente de lobo que nasce errado e machuca a boca do animal ou atrapalha na colocação do freio. 
Desgaste por aerofagia e morder madeira. 
Bragnatismo superior ou inferior que fazem com que os dentes nasçam errado ou machuque a 
boca do animal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANDAMENTOS 
 
Andamento representa as diferentes modalidades de movimentos do cavalo durante 
seu deslocamento. 
O andamento marchado é caracterizado pelo contato permanente do animal com o 
solo, podendo ser passo, marcha e andadura. 
O andamento saltado é caracterizado pela ocorrência de tempos de suspensão total, 
como o trote e o galope. 
 
Conceitos básicos: 
Apoio: é o contato do casco do animal com o solo e sua manutenção, quer seja total ou 
parcial. 
Apoio diagonal: os cascos de um dos bípedes diagonais estão em contato com 
o solo. 
 
 
Apoio lateral: os cascos de um dos bípedes laterais estão em contato com o 
solo (posição de desequilíbrio). 
 
 
Tríplice apoio: um membro se encontra em suspensão e os outros três estão 
em apoio, total ou parcial. 
 
 
Apoio simultâneo: ocorre quando dois membros tocam o solo ao mesmo 
tempo, gerando um único som das batidas do casco. 
 
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Dissociação: é quando dois membros, diagonais ou laterais, tocam o solo em 
momentos distintos, gerando dois sons das batidas dos cascos. 
 
Tipos de andamentos: 
Andadura: andamento marchado, a dois ou quatro tempos, com apoio e avanço 
alternado dos bípedes laterais, intercalados por momentos de apoio total 
(quadrupedal). 
 
Trote: andamento saltado, a dois tempos, com apoio alternado dos bípedes diagonais, 
intercalados por momentos de suspensão total. 
 
Passo: andamento marchado, simétrico, de baixa velocidade, a quatro tempos, com 
apoio alternado dos bípedes laterais e diagonais, sempre intercalados por momentos de 
tríplice apoio. 
 Diagrama do passo: 
 
 
Marcha: batida ou picada; é o andamento marchado, natural, simétrico, a quatrotempos, com apoio alternado dos bípedes laterais e diagonais, intercalados por 
momentos de tríplice apoio. 
 Diagrama da marcha: 
 
 
 
Diferença entre marcha batida e marcha picada: na picada são maiores do que na batida a 
dissociação, os tempos de apoio lateral, os tempos de tríplice apoio, a frequência dos apoios. 
 
 
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PARTO DA ÉGUA E CUIDADOS COM O POTRO RECÉM NASCIDO 
A importância do assunto é o valor afetivo e econômico da égua e do potro (potros filhos de 
campeões, nos quais foram gastos altos valores com reprodução); relação com a eficiência 
reprodutiva do haras (um haras com boas taxas de reprodução é um haras muito visado); gastos 
com biotecnologia da reprodução; alto custo com transferência de embriões; baixa frequência 
de problemas no parto, mas alta frequência de problemas com o potrinho. 
O período gestacional da égua é em torno de 320-370 dias, com média de 340 dias. Os muares 
tem um período gestacional maior. 
Os principais problemas antes do parto são: os abortos, que são comuns e tem como principais 
causas o herpesvírus, leptospirose, piroplasmose (babésia), garrotilho, carrapaticidas (os 
carrapaticidas são tóxicos para éguas gestantes, não podendo fazer uso de carrapaticidas plus 
ou amitraz), desnutrição (a égua gestante deve ter uma alimentação ótima nos primeiros dois 
meses de gestação). 
Principais problemas no pré-parto: 
o Caso haja problemas no parto, pode ser necessária a indução do parto. 
o Produção precoce de colostro (a égua vai perdendo colostro dias antes do parto, 
e na hora que o potro nasce e vai mamar, já não há mais a presença de colostro 
e o potro fica deficiente de anticorpos). 
o Placentite (infecção por diversos motivos da placenta). 
o Edemas, hérnias, ruptura de tendão pré-púbico (é possível diferenciar a ruptura 
do tendão dos edemas e hérnias pois ocorre a subida das glândulas mamárias 
da posição vertical para a horizontal). 
o Desnutrição. 
o Obesidade. 
o Gestação prolongada > 370 (necessária indução do parto). 
o Os tocolíticos impedem o parto, podendo ser usados para caso a égua necessite 
de algum tipo de tratamento antes do parto. 
 
Trabalho durante a gestação: 
o Nos dois primeiros meses e nos dois últimos não se deve trabalhar a égua. 
o Não pode deixar que haja cobertura, por isso deve tomar cuidado com a 
presença do garanhão, pois a monta pode levar ao aborto. A égua apresenta 
dois cios durante a gravidez; o primeiro cio é antes de 60 dias e ocorre devido a 
formação de folículos e corpos lúteos secundários que ajudam na manutenção 
da gestação; o segundo cio ocorre aos 120-140 dia e é chamado de ‘’cio de 
encabelamento do potro’’ pois é quando o concepto (potrinho) está começando 
a criar pelos sobre o corpo. 
 
 
 
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Previsão do momento do parto: 
o Não depende do tamanho da barriga, cada égua fica com um tamanho de 
barriga diferente. 
o Os sinais da proximidade do parto são: 
▪ Aumento do mojo (glândulas mamárias) 
▪ Inicio de secreção colostral (a produção de colostro é sinal de parto 
próximo, é preciso tentar impedir a eliminação do colostro; caso haja 
muita eliminação antes do parto, é preciso induzir o parto para que o 
potrinho não fique prejudicado, ou então utilizar/comprar colostro 
congelado). 
▪ Secreção serosa na ponta da glândula mamária (semana do parto) 
▪ Afundamento/relaxamento da musculatura da garupa (semana do 
parto). 
o Existem os testes diagnósticos, que podem ser comprados para fazer a previsão 
da proximidade do parto. 2 dias antes do parto ocorre uma queda brusca de 
sódio e aumento expressivo de cálcio e potássio. 
o A temperatura corporal também pode ser usada. A temperatura retal da égua 
varia durante o dia, sendo mais baixa pela manhã com pequeno aumento entre 
22hrs e meia noite; se não ocorrer esse aumento noturno provavelmente a 
égua deve parir nessa noite ou na próxima. 
o As duas observações mais confiáveis para prever o parto são: aumento de 
cálcio no leite e alteração no padrão da temperatura corporal. 
o Atenção: em algumas éguas esses sinais podem não ser confiáveis, ou pode 
haver ausência deles. 
 
Local do parto na égua e ambientação anterior ao parto: 
As éguas devem ficar pelo menos dois meses antes do parto no local de parição. A 
imunidade do potro é passiva e depende do colostro, portanto a qualidade e a 
variabilidade de anticorpos da égua são quem dita a qualidade desse colostro; A égua 
deve ficar 2 meses antes no local em que irá parir para que ela tenha contato com os 
antígenos daquele local e possa passar para o potro através do colostro. 
o Parto exterior – cuidados: 
▪ A égua pode parir em sua baia normal (desde que ela seja grande o 
suficiente), na baia maternidade ou em piquetes externos. 
▪ Nas nossas condições climáticas, as éguas podem parir tranquilamente 
no exterior, sendo até melhor, pois a higienização da baia pode falhar e 
causar infecções, além disso, a égua tem o hábito de defecar antes e 
durante o parto, aumentando o risco do potro entrar em contato com 
as fezes. 
 
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 ▪ Nos piquetes externos tem o sol, que é o maior desinfetante do mundo. 
Deve-se ficar atento as noites frias e chuvosas, e se os piquetes, apesar 
de externos, oferecem uma área de proteção das intempéries. 
▪ A topografia deve ser reta e boa, para que não haja o risco do potro 
nascer e já sair rolando ou se machucar ao tentar levantar. 
▪ As cercas elétricas e de arame farpado não são recomendadas, podendo 
causar muitos acidentes. As melhores cercas são de tela fina ou 
madeira. 
▪ O terreno deve ser forrado com grama, não podendo ser barro ou brejo. 
▪ Caso o clima esteja muito ruim, o ideal é que o parto seja interno. Todo 
haras deve ter uma baia maternidade (mín. 6x6) para essas ocasiões. 
▪ Os piquetes devem oferecer proteção externa. 
▪ Vigilância: a grande maioria das éguas parem de noite até a madrugada. 
Deve-se interferir o menos possível. 
 
o Parto interior – cuidados: 
▪ As dimensões e o piso das baias devem ser adequados, com no mínimo 
6x6 de tamanho, sem objetos que possam machucar a égua ou o potro, 
com os colchos baixos. É ideal que o piso seja de maravalha, com pelo 
10cm de profundidade. Os pisos emborrachados são péssimos, pois são 
de difícil limpeza e acumulam sujeira. 
▪ A desinfecção e a limpeza devem ser feitas anteriormente ao parto, 
sendo os melhores produtos à base de amônia quaternada. Deve-se 
espalhar cal virgem no chão e jogar a maravalha por cima. Para espalhar 
bem o produto, pode ser usado jato ou a vassoura de água. 
 
o Vigilância: 
▪ Existe o foalert, que é um mecanismo que é suturado na vulva da égua. 
Quando o potro entra no canal do parto, ele envia um alerta para soar 
um alarme. É reutilizável. 
 
• Estágios do parto: 
o Estágio 1: 
▪ Preparação 
▪ Período de 2-5hrs antes da expulsão do potro 
▪ Primiparas (primeiro parto da égua) podem se afastar do grupo para 
parir 
▪ Deita e se levanta repetidamente. Aponta para os flancos e sudorese 
(sinais de cólica leve) 
▪ Para de comer 
▪ Movimenta a vulva e realiza micção frequente 
▪ Movimentos de cauda 
▪ É o momento de posicionar o potro para introdução no canal do parto, 
sendo necessário potentes contrações musculares. A égua rola no chão 
para ajustar o potro, sendo a posição final ideal a dorsovertebral. 
 
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Apostila da Disciplina de Equideocultura ministrada pelo Prof.

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