Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANA CLARA GUIMARÃES VENTURI- MED UFR – T4 - INTERNATO Síndromes Coronarianas Agudas ▪ Indica um surto de isquemia miocárdica, apresentando-se clinicamente como dor torácica anginosa aguda ou equivalente anginoso. ▪ Doença isquêmica do miocárdio é um termo amplo utilizado para representar o desequilíbrio entre a demanda e a oferta de O2 ao miocárdio. ▪ São sinais e sintomas relacionados a obstrução total ou parcial de uma a.coronária. ▪ Causas de dor torácica com risco iminente de vida na emergência: “PEDIR pra morrer” (Pneumotórax; Embolia pulmonar; Dissecção de aorta; IAM; Ruptura de esôfago) ▪ Pode ser: 1. ANGINA INSTÁVEL: ✓ Isquemia prolongada, sem necrose. ✓ Angina típica >20min ✓ ECG normal ou com alterações isquêmicas ✓ Não eleva marcadores 2. IAM SEM SUPRA DE ST: ✓ Trombo coronariano suboclusivo, com necrose subendocárdica. ✓ Flutuação da obstrução ✓ Maior risco de um novo evento coronariano agudo nos próximos 2 meses. ✓ Angina típica >20min ✓ ECG normal ou com alterações isquêmicas ✓ Elevação de marcadores 3. IAM COM SUPRA DE ST: ✓ Oclusão total da artéria, com necrose transmural ✓ Angina típica >20min ✓ Pode abrir quadro clínico com edema agudo de pulmão ou choque cardiogênico. ✓ ECG com supra de ST ✓ Elevação de marcadores. Fisiopatologia ▪ As 3 principais aa.coronárias (coronárias epicárdicas) são: 1. A.Coronária Direita (CD): Irriga o ventrículo direito, porção basal do septo, paredes posterior e inferior de VE. 2. A.Descendente Anterior (DA): Irriga parede anterior e região apical do VE, septo interventricular (exceto porção basal). 3. A.Circunflexa (CX); Irriga parede lateral do VE, porção basal do septo e paredes posterior e inferior do VE. ▪ CX e DA saem do Tronco de Coronária Esquerda (TCE). ▪ CD e TCE têm origem direta na raiz da aorta. ▪ IAMCSST + grave: obstrução de TCE ou de DA ▪ A principal causa é a ateromatose. ▪ Placas de ateroma são agregados de macrófagos modificados, colesterol oxidado e colágeno (fibrose) que surgem na camada íntima das artérias de médio e grande calibres (preferência para coronárias, carótidas, vertebrais, aorta, mesentéricas, renais, ilíacas e femorais). ▪ As placas de ateroma tendem ao crescimento progressivo, reduzindo o lúmen arterial. ▪ Outras causas: 1. Vasoespasmo: angina de Prizmetal, descontinuação do nitrato, abuso de cocaína e anfetaminérgicos. 2. Arterites coronarianas: Takayasu, Kawasaki, poliarterite nodosa, AR, LES, esclerodermia 3. Oclusão ostial: estenose aórtica, dissecção aórtica, aortite sinfilítica, espondilite anquilosante. 4. Anomalias coronarianas congênitas: origem da artéria coronária esquerda no seio de Valsalva anterior, síndrome de Bland-WHITE-Garland, etc 5. Trombose coronariana: ACO, anemia falciforme outras hemoglobinopatias, policetemia vera e trombocitose, PTT, CIVD, deficiência de ATIII, mieloma múltiplo, leucemia, malária. 6. Outros: Trauma, irradiação, doenças metabólicas e degenerativas (amiloidose, homocistinúria, distrofias musculares), etc. Fatores de risco ▪ Tabagismo; ▪ Dislipidemia; ▪ História Familiar Positiva; ▪ Idade avançada; ▪ Cardiomiopatia / Aterosclerose; ▪ Sexo Masculino; ▪ Diabetes Melitus / Doença Renal Crônica. ANA CLARA GUIMARÃES VENTURI- MED UFR – T4 - INTERNATO ▪ Podem piorar o prognóstico: anemia, tireoideopatias, febre/infecção/inflamação, desordens metabólicas Clínica Angina típica: 1. Desconforto ou dor retroesternal 2. Desencadeada por exercício ou estresse emocional 3. Aliviada com repouso ou uso de nitrato. ▪ Dor torácica anginosa, de forte intensidade e duração ˃20 min. ▪ Com ou sem irradiação para epigastro, dorso, MMSS, pescoço ou mandíbula ▪ Dor não se resolve por completo com repouso ou nitrato sublingual. ▪ Pode estar associada a dispneia, náuseas e vômitos, palidez, sudorese fria, ansiedade e sensação de morte iminente. ▪ Fatores de mau prognóstico são idade avançada, Killip II-IV, taquicardia, hipotensão, infartos de parede anterior, infarto prévio, diabetes, tabagismo e baixo peso. Angina Atípica: Idosos, mulheres, DM, ICC, marca-passo definitivo e transplantados cardíacos ▪ Diaforese ▪ Mal-estar geral ▪ Dor ou desconforto epigástrico ▪ Náuseas e vômitos ▪ Síncope ▪ Dispneia súbita. Dor anginosa ➔ Angina que piora na frequência, intensidade ou duração! 1. Em repouso, com duração mais prolongada (>20min), apresentando-se há 1 semana; 2. De aparecimento recente, nos últimos 2 meses e já classificada como angina classe III ou IV; 3. Em crescente, com frequência e duração maiores ou com limiar que a deflagre menor, em comparação com a angina típica que já tinha. CARACTERIZAÇÃO DA DOR TORÁCICA ▪ Questionar na anamnese a “CLÍNICA” do paciente: Caráter Localização Intensidade Nitrato Irradiação Curso no tempo Associados 1. Tipo A (Definitivamente anginosa): Certeza do diagnóstico de SCA, independente do resultado dos exames complementares. ✓ Dor/desconforto precordial ou retroesternal geralmente precipitada pelo esforço físico; ✓ Pode irradiar para ombro, mandíbula ou face interna do braço (ambos) ✓ Duração de alguns minutos ✓ Aliviada pelo repouso ou nitrato em menos de 10 minutos. 2. Tipo B (Provavelmente anginosa): Necessita de exames complementares para diagnosticar SCA. ✓ Não tem todas as características da dor definitivamente anginosa. 3. Tipo C (Provavelmente não-anginosa): SCA não é a principal HD, necessita de exames para exclusão de diagnóstico. ✓ Dor atípica, sintomas de “equivalente anginoso” 4. Tipo D (Definitivamente não-anginosa): SCA não é HD. Abordagem inicial 1. ECG nos primeiros 10min ✓ Nos pacientes sintomáticos com traçado de ECG indefinido, recomenda-se a realização de ECG seriado (a cada 15-30min na 1ª hora e depois de 3/3hrs). 2. Marcadores de necrose miocárdica (Troponina I e CK- MB) – fazer exames seriados se negativo (< 12hrs de dor). 3. RX de tórax (PA e perfil): Descartar dissecção de aorta 4. Exames laboratoriais: Glicemia, eletrólitos, função renal, hemograma, TP, TTPA, lipidograma; 5. Mioglobina: Indicado apenas se <4hrs de sintomas 6. Observar por, no mínimo, 9 horas do início da dor 7. Exame físico seriado (3/3hrs): ausculta cardiopulmonar, aferir pressão arterial e palpação de pulsos arteriais periféricos Diagnóstico O IAM é confirmado se qualquer um dos critérios a seguir for preenchido: 1) Elevação de troponina sérica, acima do percentil 99 do exame (agudo) ou com elevação/queda>20% em medidas seriadas + pelo menos 1 dos seguintes: ▪ Sintomas compatíveis ▪ Novo bloqueio de ramo (esquerdo ou direito) ➔ usar critérios de Scarbossa ▪ Nova alteração de ST (supra ou infra) ▪ Evolução para onda Q no ECG ANA CLARA GUIMARÃES VENTURI- MED UFR – T4 - INTERNATO ▪ Exame de imagem com evidência de perda de miócitos ou nova anormalidade regional de parede ventricular 2) PCR com sintomas isquêmicos e alterações de ECG sugestivas de isquemia. SCA Sem Supra de ST ▪ Pode ser angina instável (sem necrose) ou IAMSST (necrose subendocárdica). ▪ Patogênese: Trombo suboclusivo sobre uma placa aterosclerótica instável que provavelmente acabou de sofrer uma rotura (aterotrombose). ▪ É comum a flutuação da obstrução coronariana ➔ Forças obstrutivas (retrombose, vasoconstrição) X Forças recanalizadoras (fibrinólise endógena e vasodilatação). ▪ Maior risco de evento cardíaco agudo nos próximos 30 dias. ECG ▪ Pode se apresentar normal ou com anormalidades da isquemia aguda espontânea, eventualmente flutuante com: ➢ Onda T simétrica e apiculada, com segmento ST retificado; ➢ Inversão de onda T; ➢ Pseudonormalização da onda T; ➢ Infradesnivelamento do segmento ST. ▪ Pior prognóstico: Bloqueio de ramo esquerdo (BRE) e o infrade ST > 0,5 Mv (excetuando-se as arritmias). ▪ Lesão de tronco de coronária esquerda: Supra de aVR + Infra de ST difuso de parede anterior. MARCADORES DE NECROSE MIOCÁRDICA ▪ Dosar troponina T ou I ou CK-MB e fazer curva dos marcadores de lesão miocárdica. ▪ CK-MB: ✓ Começa a se elevar após 4-6hrs, pico entre 15- 24hrs e volta ao normal entre 48-72 hrs. ✓ Falso-positivos: cirurgia cardíaca, miocardite aguda, pericardite aguda, rabdomiólise, hipertermia maligna, distrofia muscular de Duchenne, dermatomiosite, trauma torácico, reanimação cardíaca, etc. ▪ Troponina: ✓ Mais recomendado por ser cardioespecífico ✓ Começa a se elevar após 4-6hrs, pico em 24hrd e mantém elevada por 7-14 dias. ✓ Falso-positivos: lesão cardíaca (traumática, cirúrgica, inflamatória) Pode estar elevada em: miocardite, IC, embolia pulmonar, síndrome aórtica aguda. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO 1. TIMI Risk: ▪ Estima risco de morte, IAM ou angina recorrente requerendo revascularização nos próximos 14 dias de acordo com a pontuação TIMI RISK Tropina elevada Idade ≥ 65 anos Mais de um episódio de angina Infra ST ≥ 0,5mm Fatores de risco (3 ou mais) AAS nos últimos 7 dias CATE com lesão > 50% 0-2 pontos: baixo risco. 3 ou 4 pontos: risco intermediário. 5 ou mais pontos: alto risco. 2. Escore GRACE: ▪ Prediz o risco de morte ou de IAM não fatal durante a internação hospitalar e após a alta (6m-3a). ▪ Mais completo do que o TIMI ▪ Avalia 8 critérios: idade, classificação de Killip, PA sistólica, desvio do ST, PCR na apresentação, creatinina, aumento de marcadores de necrose, FC. 3. Escore HEART ▪ Para saber se pode dar alta (<3 pontos). ESCORE HEART História ECG Anos Risco fatores Troponina TRATAMENTO ▪ Sempre perguntar: ➢ Quando começou a dor no peito? ➔ Determinar o delta-T (tempo entre o início da dor torácica e o 1º atendimento médico) ➢ Já foi revascularizado? ➔ Angioplastia ou cirurgia ANA CLARA GUIMARÃES VENTURI- MED UFR – T4 - INTERNATO ➢ É asmático? Tem “bronquite com chiado”? ➔ Contraindica beta-bloqueador ➢ Usou viagra (sildenafil) ou correlato nas últimas 24- 48hrs? ➔ Contraindica nitrato ➢ Está intoxicado por cocaína? ➔ Contraindica o betabloqueador ➢ Contraindicação a trombolítico? 1) INVASIVO CATE IMEDIATO < 2HRS ▪ Angina refratária ▪ Sinais de IC ou regurgitação mitral ▪ Instabilidade hemodinâmica ▪ Angina recorrente ou isquemia em repouso ▪ TV sustentada ou FV CATE PRECOCE DENTRO DE 24HRS ▪ GRACE > 140 ▪ Alteração da troponina ▪ Infra de ST ▪ Revascularização miocárdica prévia INTENSIFICAÇÃO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA + TESTE DE ESTRESSE PRÉ-ALTA OU ANGIO-TC DE CORONÁRIAS ▪ Pacientes de baixo risco 2) MEDICAMENTOSO ▪ Baseia-se no pronto controle da isquemia miocárdica (terapia anti-isquêmica) e na estabilização do trombo coronariano suboclusivo (terapia antiplaquetária e antitrombótica) DROGAS ANTIPLAQUETÁRIAS: 1. AAS: Mastigar e engolir 160-325mg 2. + Antagonistas do ADP (inibidores do receptor P2Y12): ▪ Clopidogrel 600mg (dose de ataque- antes de estratégia invasiva) ▪ Clopidogrel 300mg (estratégia conservadora), depois 75mg/dia ▪ Prasugrel (após CATE – causa > risco de sangramento, só usar na sala de hemodinâmica) ▪ Ticagrelor 180mg (EC: dispneia/bradicardia – “cansado”), depois 90mg de 12/12hrs. DROGAS ANTICOAGULANTES: ▪ Usar na admissão até: ✓ Se terapia conservadora: 2-3 dias ✓ Se angioplastia: até a realização ✓ Se cirurgia: 6-8hrs antes suspender 1. Fondaparinux 2. Enoxaparina não fracionada 3. Bivalirudina 4. Argatroban DROGAS ANTI-ISQUÊMICAS/ESTABILIZADORAS DA PLACA: Beta-bloqueador ▪ Primeiras 24h VO ▪ Usar antagonistas do cálcio (diltiazem ou verapamil) in caso CI p/ BB 1. Metoprolol 2. Carvedilol 3. Bisoprolol Estatina 1. Atorvastatina 10-80mg/dia 2. Sinvastatina 10-40 mg ao dia. ▪ O alvo do LDL em um paciente coronariano é < 70 mg/dl. ▪ 5 mg de rosuvastatina = 10 mg de atorvastatina = 20 mg de sinvastatina. ▪ Essa dose é capaz de reduzir em 30% a 40% o LDL basal. IECA ▪ Primeiras 24h ▪ Indicada para: DM, HAS, DRC, FE <40% Nitrato: ▪ 5mg, via sublingual a cada 5min, 3x ▪ Se continuar sintomas utilizar nitroglicerina EV ▪ Não altera a mortalidade ▪ CI: sildenafil (viagra) ou similares nas últimas 24h causa uma grave hipotensão APÓS A ALTA Quinteto farmacológico do IAM: 1. AAS 2. Clopidogrel (1 ano) 3. Beta-bloqueador 4. Estatina 5. IECA SCA com Supra de ST ▪ Necrose miocárdica transmural ANA CLARA GUIMARÃES VENTURI- MED UFR – T4 - INTERNATO ▪ Decorrente da oclusão aguda total de uma artéria coronariana por um trombo "vermelho", rico em hemácias e fribrina. ▪ Principal causa: Aterotrombose ▪ Diagnóstico Diferencial: DISSECÇÃO AÓRTICA ✓ Dor torácica de forte intensidade que irradia ou migra para o dorso (região interescapular) ✓ Sopro diastólico no precórdio ✓ Diferença significativa de PA entre os braços ✓ NÃO podem receber trombolíticos ou heparina ✓ Realizar ECO transesofágico ou TC de tórax contrastada helicoidal ECG SUPRA DE ST: ▪ Elevação do ST no ponto J, em pelo menos 2 derivações contíguas, ≥ 1mm (0,1mV), em todas as derivações exceto V2 ou V3. ▪ Em V2-V3: Elevação de ST em homens com +40a: ≥ 2mm / Homens <40a: ≥2,5mm / Mulheres: ≥ 1,5mm FASES EVOLUTIVAS DO IAM NO ECG: 1. HIPERAGUDA: Segundos a minutos ✓ ST tem formato côncavo ou retificado (“FELIZ”) ✓ Onda R tem maior amplitude e a onda T é alta e apiculada ✓ Fusão R-ST-T pode ter aspecto “em bloco” ✓ Fase bem precoce pode apresentar apenas uma onda T alta e apiculada (não confirma diagnóstico) 2. AGUDA: 1-12hrs ✓ ST “triste” ✓ Surgimento de onda Q profunda ✓ Redução da onda R ✓ Onda T começa a inverter 3. SUBAGUDA: >12hrs até 4 semanas ✓ Onda Q patológica (necrose transmural): Onda negativa que inicia o QRS, larga e ampla. ✓ Supra de ST: forma convexa, em “abóbada” ✓ Onda T negativa 4. INFARTO ANTIGO: 2-4 semanas ✓ Segmento ST: volta a se nivelar ✓ Sequelas: onda Q patológica e onda T invertida COMO LOCALIZAR? 1) PAREDE ANTERIOR: Descendente Anterior (DA) ▪ Anterosseptal = V1-V3 ▪ Anterolateral = V4-V6, D1 e aVL 2) PAREDE ANTERIOR EXTENSA (DA): de V1 a V6, D1 e aVL 3) PAREDE LATERAL: Circunflexa (Cx) ▪ Lateral alta = D1 e aVL ▪ Lateral baixa = V5 e V6 4) PAREDE INFERIOR (CD): D2, D3, Avf 5) VENTRÍCULO DIREITO (CD): V3R e V4R ▪ Suspeitar de IAM em VD se há supra de ST em V1, mas não em V2, em um paciente com IAM de parede inferior. ▪ Todo paciente com IAM de parede inferior deve ser avaliado para presença de IAM de VD (contraindica nitratos, diuréticos e morfina). IMAGEM EM ESPELHO ▪ Quando surge um supra de ST em uma parede do VE, aparece um infra de ST na parede diametralmente oposta. ANA CLARA GUIMARÃES VENTURI- MED UFR – T4 - INTERNATO Ex: Parede inferior (D2,D3, aVF) e Parede lateral alta (D1 e aVL) ▪ IAM dorsal: V7,V8,V9 não são pedidas de rotina, nesses casos, haverá imagem em espelho com infra de ST e onda R proeminente em V1 (podendo chegar até V4). Geralmente vem associado de IAM de parede inferior. TRATAMENTO TERAPIA DE REPERFUSÃO MIOCÁRDICA ▪ Pode ser Angioplastia (mais recomendada) ou trombolítico (fibrinolítico) venoso. ▪ Indicações: ✓ Sintomas compatíveis com IAM com duração maior que 20 minutos e menor que 12h, não responsiva a nitrato. ✓ Delta-T de até 12 horas (tempo decorrido desde o início dos sintomas). ✓ Supra de ST em 2 ou + derivações consecultivas ou bloqueio de ramo novo. ➔Angioplastia 1ª ▪ Reabertura mecânica da coronária recém-ocluída, utilizando um stent para evitar ou reduzir a necrose miocárdica. ▪ Tempo limite para realização: 90min desde o 1º contato médico ou 120min se unidade não tiver hemodinâmicadisponível. Delta-T de até 24hrs. ✓ Stent farmacológico: Dupla antiagregação por 6-12 meses ✓ Stent metálico: Dupla antiagregação por 30-90 dias. Indicado p/ pacientes com maior risco de sangramento ou impossibilidade de realizar o 1º ano de dupla-antiagregação. ➔Trombolítico (fibrinolítico) venoso ▪ Caso não seja possível cumprir o tempo para realização da angioplastia, os trombolíticos devem ser iniciados nos 1ºs 30min de atendimento. ▪ Contraindicações: ▪ Podem ser: Fibrina-inespecíficos: ESTREPTOQUINASE ✓ Dose: 1,5 milhões UI em 100 mL de SG5% ou SF 0,9%. ✓ Correr em 30-60 minutos ✓ Contraindicação: pacientes que já fizeram uso prévio de estreptoquinase (produção de anticorpos que persistem por até 10 anos). Fibrina-específicos: ALTEPLASE (tPA) ✓ Dose: 15 mg IV em bolus, depois 0,75 mg/kg em 30 min, seguido de 0,5 mg/kg em 60 min. ✓ Dose máxima: 100 mg. ✓ Risco de AVC ligeiramente maior TECNEPLASE (TNK-tPA) – ✓ Escolha por menor taxa de sangramentos não cerebrais e menor necessidade de transfusão sanguínea ✓ Dose: bolus único de acordo com o peso: - Menor que 60 kg: 30 mg; - 60-70 kg: 35 mg; - 70-80 kg: 40 mg; - 80-90 kg: 45 mg; - Maior que 90 kg: 50 mg. RETEPLASE (rPA) ▪ Complicações + comuns: Hipotensão responsiva ao volume (suspender e fazer SF 0,9%), arritmias cardíacas e hemorragia precoce (fazer reposição de plasma fresco congelado e crioprecipitado). ▪ Critérios de reperfusão miocárdica: 1. Diminuição da intensidade da dor torácica – maior especificidade 2. Redução do supra de ST em >50% 3. Pico precoce de marcadores de necrose miocárdica 4. Arritmias de reperfusão (TV lenta) – arritmia benigna, só observar ANA CLARA GUIMARÃES VENTURI- MED UFR – T4 - INTERNATO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO “MONA BICHA” MORFINA ▪ Morfina IV 2-4mg, repetidos a cada 5-15 min até alívio da dor ou efeitos colaterais (vômito, hipotensão, depressão respiratória, etc). ▪ CI: IAM parede inferior e de VD. OXIGENIOTERAPIA ▪ 2-4L/min em máscara ou cateter nasal, caso satO2 menor que 94% ▪ Indicado apenas para pacientes hipoxêmicos (SatO2<90%) e com muita cautela nos portadores de DPOC. NITRATO: ▪ Isossorbida sublingual 5 mg, repetir 5- 5 min até 3x ▪ Nitroglicerina venosa 10mcg/kg/min ▪ CI: hipotensão, bradicardia, IAM de VD e uso de Inib. da fosfodiesterase nas últimas 24-48h. AAS ▪ AAS 200-300mg, mastigados (dose de ataque) 100 mg/d (dose de manutenção) ▪ CI: alergia, intolerância, hemofilia, sangramento ativo, úlcera péptica em atividade, hepatopatia grave BETABLOQUEADORES: ▪ Metoprolol: dose inicial: 25 mg, de 12/12h dose ideal: 50-100 mg, de 12/12h. ▪ Carvedilol 6,25mg 12/12hrs até 25mg ▪ CI: FC ˂ 60 bpm; PAS ˂ 100 mmHg; Intervalo PR ˃ 240 ms; BAV de 2 e 3 graus; Asma e DPOC; DAP grave; Disfunção de VE grave; Killip II, III e IV IECAs: ▪ Enalapril: dose inicial:2,5mg, 12/12h dose ideal: 10 mg, 12/12h. ▪ Lisinopril 2,5-5mg/dia até 10mg/dia ▪ CI: angioedema, gestação, estenose bilateral de aa renais. CLOPIDOGREL ▪ Clopidogrel 75md/d. ▪ Paciente menor de 75 anos receberá dose de ataque conforme terapia de reperfusão optada: Angioplastia primária: 600mg / Trombolítico: 300 mg. HEPARINA NÃO FRACIONADA (angioplastia): bolus de 60 U/Kg+ infusão contínua 12U/Kg/h (meta de PTTa: 50-70s) ENOXAPARINA (trombólise química): ˂75 anos: bolus IV de 30mg+ 1mg/kg, subcutâneo, 12/12h. ≥75 anos: 0,75mg/kg, 12/12h. ATORVASTATINA ▪ Atorvastatina 80mg/d ▪ Manter LDL<70 Proagnóstico Intra-Hospitalar Conduta pós-IAMCST ▪ Espera-se que no 3º dia o paciente já seja estimulado a caminhar e consiga tomar banho sozinho. ▪ Antes da alta é necessário realizar estratificação de risco pautada na prevenção das 3 principais complicações do IAM: 1. AVALIAÇÃO DE ISQUEMIA RESIDUAL: Teste ergométrico com baixa carga 2. AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SISTÓLICA DO VE: Ecocardiograma-Doppler (FE<40% alto risco – CATE pré-alta) 3. AVALIAÇÃO DO RISCO ARRÍTMICO (MORTE SÚBITA): Pacientes com histórico de arritmias ventriculares instáveis após 48hrs do IAM são considerados de alto risco para morte súbita e devem receber o Cardiodesfibrilador Implantável (CDI) 4. QUINTETO MEDICAMENTOSO PÓS-IAM: AAS, Clopidogrel, Betabloqueador, IECA, Estatina,
Compartilhar