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1 MODULO II: DISPNÉIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 OBJETIVOS 1. Caracterizar a dor torácica e os demais achados da anamnese e exame físico. 2. Descrever os equivalentes anginosos e a angina atípica na SCA. 3. Analisar a epidemiologia, etiologias, fisiopatologia e estratificação de risco da SCA. 4. Descrever as medidas iniciais realizadas na sala de urgência no caso. 5. Propor os diagnósticos diferenciais de dor torácica para o caso. 6. Entender os achados eletrocardiográficos e os biomarcadores de lesão miocárdica na nas três situações da SCA (angina instável, infarto sem supra e infarto com supra-ST). 7. Elaborar um fluxograma de atendimento e tratamento das SCA. 8. Propor medidas preventivas para o caso. REFERÊNCIAS NICOLAU JC, FEITOSA-FILHO G, PETRIZ JL, et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio sem Supradesnível do Segmento ST – 2021. Arq Bras Cardiol. v.117, n.1, p.181-264, 2021. PIEGAS LS, TIMERMAN A, FEITOSA GS, et.al. V Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST. Arq Bras Cardiol. v. 105, nº. 2, p. 1-105, 2015. MARTINS, Mílton de A.; CARRILHO, Flair J.; ALVES, Venâncio Avancini F.; CASTILHO, Euclides. Clínica Médica, Volume 2: Doenças Cardiovasculares, Doenças Respiratórias, Emergências e Terapia Intensiva. Barueri, SP: Manole, 2016. ANATOMIA As artérias coronarianas são responsáveis pela irrigação do musculo cardíaco, oferecendo O2 e os nutriente necessários para o seu funcionamento. Do seio coronariano direito sai a artéria coronariana direita, responsável pela irrigação do ventrículo direito, parede posterior e inferior do ventrículo esquerdo. Do seio coronário anterior esquerdo sai o tronco da artéria coronária esquerda que se bifurca, dando origem à A. circunflexa que se ramifica formando os ramos marginais, responsável pela irrigação da parede lateral do ventrículo esquerdo e a A. descendente anterior (interventricular anterior), dando origem aos ramos diagonais, responsável pela irrigação de toda a parede anterior, septo interventricular e o ápice do coração DEFINIÇÃO ECG deve ser realizado e interpretado nos primeiros 10min em pacientes suspeitos para SCA, diferenciando os achados em dois grupos: SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS COM SUPRADESNÍVEL DO SEGMENTO ST (SCACSST) Infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST): relacionado a oclusão coronariana total, na presença de dor torácica aguda com supradesnivelamento persistente do segmento ST ou bloqueio de ramo esquerdo (BRE) novo ou presumivelmente novo SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS SEM SUPRADESNÍVEL DO SEGMENTO ST (SCASSST) Estão relacionadas à oclusão coronariana parcial, na presença de dor torácica aguda, mas sem supradesnivelamento persistente do segmento ST. Síndromes Coronarianas Agudas Problema 03 2 MODULO II: DISPNÉIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 Angina instável (AI): isquemia miocárdica na ausência de necrose miocárdica, ou seja, com biomarcadores negativos Infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST (IAMSSST): há elevação de marcadores de necrose miocárdica EPIDEMIOLOGIA A dor torácica aguda é uma das causas mais frequentes de atendimento nas unidades de emergência (UE) e pode representar até 40% das causas de internação hospitalar. A maioria desses pacientes recebe alta com diagnóstico de dor torácica não especificada ou causa não cardíaca; no entanto, cerca de 25% dos pacientes internados apresentam diagnóstico final de síndrome coronariana aguda (SCA). O IAM é a principal causa de morte no Brasil e no mundo. Em 2017, segundo o DATASUS, 7,06% do total de óbitos foram causados por IAM. Além disso, em 2017, o IAM representou 10,2% das internações no SUS, sendo mais prevalente em pacientes com idade superior a 50 anos, representando 25% das internações. No registro BRACE, que avaliou as internações por SCA em 72 hospitais no Brasil, as SCASSST representaram 45,7% das internações, das quais cerca de 2/3 ocorreram por IAM e 1/3 por AI. FATORES DE RISCO ETIOPATOGÊNIA FATORES ETIOLÓGICOS DA SCA LIMITAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO CORONARIANO Aterosclerose** vasospasmo, embolia dissecção coronariana ALTERAÇÃO DA OFERTA E/ OU O CONSUMO DE OXIGÊNIO MIOCÁRDICO Anemia Hipertensão Taquicardia cardiomiopatia hipertrófica estenose aórtica A principal etiologia da SCA é a aterosclerose (acumulo de colesterol na parede do vaso sanguíneo), correspondendo a cerca de 90% dos casos. A fisiopatológica está relacionada à instabilização da placa aterosclerótica, envolvendo erosão ou ruptura e subsequente formação de trombo oclusivo ou suboclusivo. A placa ateromatosa é revestida por uma capa fibrosa de colágeno bem estruturada e quando essa capa sofre uma ruptura, ocorrendo a exposição do conteúdo lipídico na luz do vaso sanguíneo. Em resposta, ocorre uma agregação 3 MODULO II: DISPNÉIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 plaquetária com ativação da cascata de coagulação, provocando a formação de trombo no local, obstruindo a passagem do fluxo sanguíneo naquela região, de forma parcial ou total. O tempo de progressão pode prolongar-se quando há a presença de irrigação colateral eficiente, redução no consumo de oxigênio pelo miocárdio e intermitência no fluxo (gerando précondicionamento isquêmico). O grau dessa obstrução é que vai diferenciar o a infarto com supra ST, na qual há uma oclusão total, do infarto sem supra ST em que ocorre uma oclusão parcial da A. coronária. Já a diferença entre angina instável e infarto sem supra ST é que na angina instável apesar da oclusão, não há necrose tecidual (morte de células miocárdicas), enquanto que, no infarto sem supra ST, há isquemia com necrose. QUADRO CLÍNICO Angina: principal manifestação cínica da doença coronariana. Localização: tórax, próximo ao esterno. Contudo, pode acometer ou irradiar do epigástrio à mandíbula, região interescapular e braços (mais comumente para o esquerdo). Tipo: pressão, aperto ou peso. Pode ser acompanhado por dispneia, sudorese, náuseas ou síncope. Duração: ≥ 10min sugerem SCA. Contudo, duração contínua prolongada (horas ou dias) ou efêmera (poucos segundos) tem menor probabilidade de SCA. Fatores de intensificação: sintomas classicamente aparecem ou se intensificam ao esforço e estresse emocional. EQUIVALENTES ISQUÊMICOS/ ANGINOSOS: Na SCASSST, em vez de dor, pacientes idosos (> 75 anos), mulheres, diabéticos (comprometimento neural-perda de inervação sensitiva/dolorosa), insuficiência renal e demência frequentemente apresentam: • Dispneia • Mal-estar • Confusão mental, • Síncope • Edema pulmonar. CLASSIFICAÇÃO DE ANGINA PROPOSTA PELOS INVESTIGADORES DO ESTUDO CASS Dor definitivamente anginosa Dor retroesternal precipitada por esforço com irradiação para ombro, pescoço ou braço esquerdo e atenuada por repouso ou nitrato em menos de 10min Dor provavelmente anginosa Apresenta a maioria das características da dor definitivamente anginosa Dor provavelmente não anginosa Dor de característica atípica que não preenche critérios para dor anginosa Dor definitivamente não anginosa Dor sem correlação com atividade física, sugere ser de origem extracardíaca e não é atenuada por nitratos DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DISSECÇÃO DE AORTA: dor lancinante, de forte intensidade, retroesternal, com irradia-ção para o dorso de início súbito. O exame físico pode revelar assimetria de pulsos arteriais, diferencial de pressão arterial em membros superiores e soprode insuficiência valvar aórtica (sopro diastólico em foco aórtico). PERICARDITE AGUDA: dor torácica retroesternal ou pre-cordial, pleurítica, que piora com a respiração e melhora com a posição de “prece maometana” (sentar-se com o tronco inclinado para a frente). O exame físico pode revelar atrito pericárdico, que pode ser dinâmico. Também pode cursar com supra ST, mas em todas as derivações do ECG (acomete toda as paredes 4 MODULO II: DISPNÉIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 do miocárdio), o que geralmente não acontece no infarto TROMBOEMBOLISMO PULMONAR: dor pleurítica, ventilatório-dependente com dispneia súbita, que está presente na maioria dos casos. O achado mais frequente no ECG é a taquicardia sinusal, mas o mais específico é a presença de S1, Q3, T3 (onda S em DI, onda Q em DIII e inversão de onda T em DIII) ANGINA DE PRINZMETAL: vasoespasmo, provocando redução da luz do vaso quando há presença de placa ateromatosa, provocando angina. Comum em usuários de drogas (cocaína) DIAGNÓSTICO HISTÓRIA CLINICA: localização da dor, característica, duração e fatores de intensificação ou alívio, fatores de risco; EXAME FÍSICO: pode ser normal, mas deve-se atentar aos sinais vitais, exame cardiovascular: presença de 3ª bulha = falência ventricular, sopros e exame respiratório. CLASSIFICAÇÃO DE KILIP EXAMES COMPLEMENTARES: ELETROCARDIOGRAMA (ECG): ECG de 12 derivações é a primeira ferramenta diagnóstica em pacientes com SCA suspeita. Deve ser realizado em até 10min após a admissão hospitalar. ANÁLISE DE ECG • DII, DIII, aVF parede inferior • V1 a V4 parede anterosseptal • V5, V6, DI e aVL parede lateral • V1 a V6 parede anterior extensa • V7 e V8 parede posterior ou dorsal • V3R e V4R ventrículo direito. SCACST: supradesnível persistente do segmento ST que é a expressão de sofrimento muscular transmural, portanto indica oclusão coronária completa ou subtotal (AI ou IMSST) EVOLUÇÃO: - Onda T hiperagudas (primeiros minutos) -Supradesnivelamento do segmento ST (após 30min) 5 MODULO II: DISPNÉIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 -Surgimento das ondas Q (negativação) após 6h -Inversão da onda T, porém ainda com um supradesnivelamento após 24h -Nivelamento do segmento ST na linha de base com segmento ST invertido após 1 semana SCASST: ausência de elevação do segmento ST (AI ou IMSST) -Inversão da onda T e o infradesnível de ST que caracterizam isquemia subendocárdica -No IMSST, o infradesnível costuma ser mais pronunciado (0,1 mV) e duradouro. Já na AI, seu aparecimento é fugaz e menos intenso. -Na presença de suspeita diagnóstica, a presença de ondas T profundas (2 mm) e simétricas é bastante sugestiva de isquemia miocárdica. BIOMARCADORES: proteínas presentes no interior das células miocárdicas que ao sofrerem necrose se difundem no interstício e vão para os linfáticos e capilares, podendo ser dosadas. Utilizada para diferenciar a angina instável do infarto sem supra ST. TROPONINA: são os biomarcadores de primeira escolha para avaliação diagnóstica de pacientes com suspeita de IAM, pois possui maior sensibilidade e especificidade que os demais marcadores. Geralmente torna-se detectável geralmente após 6 horas da lesão miocárdica e permanecem elevadas por tempo mais prolongado (até 7 dias depois do IAM). Deve ser coletada na admissão e repetida pelo menos uma vez, 3 a 6h após, caso a primeira dosagem seja normal ou discretamente elevada. Obs: troponinas de alta sensibilidade (Trop-US): são significativamente mais sensíveis que a troponina convencional para diagnóstico de SCA, podendo ser detectada a menos de 3h do início do quadro. Quando disponível, a dosagem sérica deve ser realizada na admissão e, idealmente, reavaliada em 1h ou até 2h. CK-MB FRAÇÃO MASSA: elevam-se precocemente (menos de 6h) de lesão miocárdica. No entanto, a CK-MB massa apresenta como principal limitação elevar-se após dano em outros tecidos não cardíacos e permanecem elevadas por menos tempo (até 2 a 4 dias). Nesse sentido, é o marcador mais ideal para avaliar a presença de um reinfarto. MIOGLOBINA: primeira a elevar-se, e tem bom valor preditivo negativo, ou seja, se foi dosada na primeira hora, dando negativa, pode-se excluir a doença coronariana. No entanto, ela é mais inespecífica, podendo elevar-se em várias ocasiões (exercício intenso). EXAMES DE IMAGEM NÃO INVASIVOS TESTE ERGOMÉTRICO (TE): pacientes com risco baixo ou intermediário (clínica e ECG) e com biomarcadores normais devem ser encaminhados para teste ergométrico após 9 a 12h em observação e resultado normal confere risco anual baixo de eventos cardiovasculares. Obs: devem ser afastadas as situações de SCA de moderado a alto risco e alto risco, doenças agudas da aorta, tromboembolismo pulmonar, miocardite e pericardite, pois são contraindicações absolutas para realizar esse exame. ECOCARDIOGRAMA: dor precordial + ausência de anormalidade de contração segmentar ventricular = evidência contrária à isquemia como causa do sintoma. ANGIOTOMOGRAFIA: além de permitir a avaliação de obstrução coronariana, é capaz de avaliar presença de síndromes aórticas agudas, tromboembolismo pulmonar ou outras alterações torácicas que possam ser diagnósticos diferenciais das SCA (como pneumonias e traumatismos). ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO DE EVENTOS ISQUÊMICOS CARDIOVASCULARES ESCORE TIMI: marcadores independentes de pior prognóstico em pacientes com SCASSST 6 MODULO II: DISPNÉIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 • 0-2: baixo risco • 3-4: risco intermediário • 5-7: alto risco ESCORE GRACE: permite uma estratificação mais acurada, porém apresenta maior complexidade, com a necessidade da utilização de computador ou aparelho digital para o cálculo do risco. ESCORE HEART: avalia o risco de um evento cardíaco maior (infarto, necessidade ou revascularização ou morte) em 6 semanas após sua apresentação inicial em pacientes atendidos com dor torácica. CONDUTA SCASSST TRATAMENTO INICIAL OXIGÊNIO SUPLEMENTAR: indicada em pacientes com risco intermediário e alto, na presença de SaO2 < 90% e/ou sinais clínicos de desconforto respiratório. A hipoxemia agrava a isquemia miocárdica, aumentando a lesão miocárdica ANALGESIA E SEDAÇÃO: utiliza-se betabloqueadores e nitratos, desde que não haja contraindicações, como choque cardiogênico e/ou hipotensão. A dor precordial e a ansiedade geralmente levam à hiperatividade do SN simpático, aumentando o consumo miocárdico de O2 e predispõe ao aparecimento de taquiarritmias atriais e ventriculares. CONTROLE GLICÊMICO: indicado para pacientes com IAM que apresentem hiperglicemia significativa (> 180mg/dL). TERAPIA ANTI-ISQUÊMICA: reduzir o consumo de oxigênio (diminuindo a FC, a PA e a contratilidade miocárdica) ou aumentar a oferta de oxigênio 7 MODULO II: DISPNÉIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 (administrando oxigênio ou promovendo vasodilatação). NITRATOS: iniciado na sala de emergência, administrando-se o nitrato por via sublingual (nitroglicerina). Tem efeito venodilatador, diminuindo o retorno venoso ao coração e o volume diastólico final do ventrículo esquerdo, reduz o consumo de oxigênio pelo miocárdio. Adicionalmente, observam-se efeitos de vasodilatação de artérias coronárias, com aumento da circulação colateral e inibição da agregação plaquetária Contraindicação: hipotensão arterial importante (pressão arterial sistólica [PAS] < 100mmHg) BETABLOQUEADORES: Diminuem a FC, a PA e a contratilidade miocárdica, provocando redução do consumo de oxigêniopelo miocárdio. TERAPIA ANTITROMBÓTICA INICIAL Tem o objetivo de estabilizar o trombo para que não haja uma evolução do quadro. ANTIPLAQUETÁRIOS ORAIS: AAS associado à inibidor receptor P2Y12 (ticagrelor, prasugrel, Clopidogrel) é recomendado na sala de emergência o mais precoce possível em todos pacientes sem contraindicação. ANTICOAGULANTES: deve ser administrada em todos os pacientes o mais rápido possível. Na proposta de tratamento conservador inicial, recomenda-se o uso preferencial de enoxaparina ou fondaparinux e o HNF em pacientes com disfunção renal grave (clearance < 15mL/min). PRÉ TRATAMENTO (ANATOMIA DESCONHECIDA) 2º ANTIAGREGANTE NA SALA Ticagrelor 180mg Prasugrel 60mg (se ICP) Clopidogrel 600mg (se ICP) Ticagrelor 180mg Clopidogrel 300mg (se tratamento conservador) Clopidogrel 600mg (se ICP Clopidogrel 300mg (se tratamento conservador) PRASUGREL: contraindicação AVC prévio TICAGRELOR: cautela em pacientes com bloqueios atrioventriculares e bradicardia ANTICOAGULANTES Enoxaparina 1mg/kg 12/12h -75% da dose em idosos (> 75 anos) -1mg/kg 24/24h caso clearance <30ml/min Heparina não fracionada: 70UI/Kg (bolus) + infusão (12- 15UI/Kh/h) – alvo PTT 1,5 a 2,5 Fondaparinux 2,5 mg SC 24/24h REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA Após a estabilização do trombo, pode-se recorrer ao tratamento definitivo de revascularização (stent com balão ou ponte de safena) CONDUTA SCACSST TERAPIA INICIAL OXIGENOTERAPIA: pacientes com congestão pulmonar e/ou saturação de oxigênio < 94% MORFINA: para alívio da dor intensa e refratária (não pode ser usado na suspeita de infarto do ventrículo direito devido a ação vasodilatadora, diminuindo o retorno venoso p/ o ventrículo direito, piorando o DC) ANTIPLAQUETÁRIO: AAS + inibidores do receptor P2Y12 (clopidogrel) devem ser administrados o mais rápido possível. ANTICOAGULANTE: Heparina NITRATO: vasodilatador sendo indicado para controle da dor anginosa persistente, e/ou hipertensão arterial sistêmica e/ou insuficiência cardíaca. Contraindicação: suspeita de infarto do ventrículo direito, pressão sistêmica < 90 mmHg ou queda > 30 mmHg em comparação ao basal, bradicardia ou taquicardia ou pacientes que tenham usado inibidores da fosfodiesterase para disfunção erétil nas últimas 24 a 48 horas. BETABLOQUEADOR: reduzem a FC, a PA e a força de contração, diminuindo o consumo de O2 pelo miocárdio. Deve ser iniciada dentro das primeiras 24 horas, de preferência por via oral. IECA: em todos os pacientes com evidência de IC, fração de ejeção ≤ 40%, diabetes ou infarto anterior desde as primeiras 24 horas do quadro. 8 MODULO II: DISPNÉIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 Contraindicação: estenose bilateral da artéria renal, gravidez e antecedente de angioedema durante uso prévio desse agente. ESTATINA: Iniciar e continuar com altas doses de estatina após admissão de pacientes, exceto se houver contraindicação TERAPIA DE REPERFUSÃO FIBRINOLÍTICOS: Recomenda-se a dministração de tenecteplase (TNK-Tpa) em pacientes com IAMCST, nas primeiras 3 horas, durante as quais a realização de ICP primária não seja factível em até 60 minutos. Seguimento com transferência a um serviço para realização de ICP entre 6 a 24. Outros: Estreptoquinase/Alteplase INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA Consiste na utilização do cateter balão, com ou sem implante do stent coronário com o objetivo de restabelecer o fluxo coronário Essa técnica, quando disponível, constitui-se na opção preferencial para a obtenção da reperfusão coronária, se iniciada até 90 minutos após a confirmação do diagnóstico do IAM, assim como para os pacientes com evidências de uma contraindicação para fibrinólise ou na vigência de choque cardiogênico; ESTRATÉGIA INVASIVA EMERGENCIAL A estratégia invasiva emergencial está indicada em situações de muito alto risco de morte como nos casos a seguir. Nesses pacientes, está indicada a intervenção coronariana em até 2h.
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