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Estenose hipertrófica do piloro

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Maria Seiane - Medicina 
INTRODUÇÃO 
 É a hipertrofia progressiva da musculatura 
pilórica, causando estreitamento e 
alongamento persistente do canal pilórico, 
podendo progredir para uma obstrução quase 
completa da saída gástrica, levando a vômitos 
fortes; 
 É a mais comum das malformações gástricas, 
ocorrendo em cerca de 2 para cada 1.000 
nascidos vivos. 
 Sua incidência é maior em membros de uma 
mesma família, sendo 3 a 4 vezes mais frequente 
em homens que em mulheres e, na metade dos 
casos, acomete o primoge ̂nito. 
 Pode se manifestar tardiamente, em adultos de 
30 a 60 anos; 
CAUSAS 
 A etiologia do IHPS não é clara, mas 
provavelmente é multifatorial, envolvendo 
predisposição genética e fatores 
ambientais. 
 Estão sendo postuladas algumas teorias como 
hipertrofia muscular prima ́ria, alterações na 
maturação das células ganglionares e 
resposta às concentrações elevadas de 
gastrina circulante; mais recentemente, a 
ause ̂ncia de síntese do óxido nítrico no tecido 
pilórico tem sido considerada um dos fatores 
responsáveis pelo piloroespasmo 
 A hipergastrinemia neonatal e a hiperacidez 
gástrica podem desempenhar um papel. 
 A prematuridade (<37 semanas de gestação) 
pode ser um fator de risco; 
 Fatores ambientais: tabagismo materno 
durante a gravidez, alimentação com 
mamadeira, em vez da amamentação; 
 Antibióticos macrolídeos - Tanto a 
eritromicina quanto a azitromicina estão 
associadas a um risco aumentado, 
particularmente quando administrados a 
crianças menores de duas semanas de idade; 
Adultos: 
 A maioria dos casos parece surgir de forma 
esporádica 
FISIOPATOLOGIA 
 A estenose pilórica é marcada por hipertrofia 
e hiperplasia de ambas as camadas 
musculares circulares e longitudinais do 
piloro. 
 Esse espessamento leva ao estreitamento do 
lúmen do antro gástrico. 
 O canal pilórico torna-se alongado. Os 
músculos do piloro tornam-se mais espessos. A 
mucosa torna-se edemaciada e espessada. 
 Quando grave, o estômago torna-se dilatado 
devido à obstrução da saída gástrica. Essa 
obstrução induz êmese de projétil 
imediatamente pós-prandial, não-biliar. 
 Microscopicamente, existe hipertrofia 
acentuada e hiperplasia da camada 
circunferencial e, ocasionalmente, do músculo 
longitudinal de modo focal ou difuso na 
EHPA; 
 Em consequência de hipertrofia e edema da 
musculatura do piloro, desenvolve-se uma 
síndrome de obstrução ao esvaziamento 
gástrico, que é responsa ́vel pela maioria das 
cirurgias realizadas durante as seis primeiras 
semanas de vida. 
 Ocorre o desequilíbrio entre gastrina e 
somatostatina, a alta de óxido nítrico sintetase 
e a deficiência de Células de Cajal na forma 
infantil. 
CLASSIFICAÇÃO 
 São adotadas várias classificações porém a 
mais aceita é a que divide a patologia em dois 
grupos: 
o Primária ou idiopática – na qual se 
acredita que haja uma persistência da 
forma infantil ou uma hiperatividade vagal, 
o Segundo é caracterizada por lesões 
tumorais no estômago ou por doença 
ulcerosa péptica (DUP). Nesse caso, não há 
hipertrofia significativa do piloro, mas sim, 
um componente de fibrose preponderante; 
DIAGNÓSTICO 
 História clínica: 
Maria Seiane - Medicina 
o Os portadores de estenose hipertro ́fica do 
piloro em geral permanecem 
assintomáticos até́ a 3ª/4ª semana de 
vida. 
o Então desenvolvem um quadro de vômito 
de intensidade crescente, ocorrendo após 
a maior parte das refeic ̧ões, muitas vezes 
em jato. 
o A criança deixa de ganhar peso, sente 
muita vontade de comer, é irritada, torna-
se constipada e com distensão abdominal. 
o Bebês podem apresentar desidratação. Os 
sinais de desidratação em bebês são: 
fontanelas deprimidas, membranas mucosas 
secas, lacrimejamento diminuído, turgor 
cutâneo deficiente e letargia. 
o Adultos podem apresentar sintomas de 
náuseas, vômitos, e saciedade precoce, 
geralmente com eletrólitos normais 
 Exame fi ́sico: 
o É possível palpar uma massa na região 
epigástrica (sinal da oliva), especialmente 
com a criança relaxada e com o estômago 
vazio. 
o A massa "oliva" é palpável na borda 
lateral do músculo reto abdominal no 
quadrante superior direito do abdome. 
o Ondas peristálticas gástricas podem 
também ser visíveis. 
o A radiografia simples do abdome 
 Avaliação laboratorial: alcalose metabólica 
hipoclorêmica devido à perda de grandes 
quantidades de ácido clorídrico gástrico, cuja 
gravidade dependia da duração dos 
sintomas antes da avaliação inicial; 
 Exames complementares: 
 
o REED – Radiografias contrastadas podem 
trazer mais dados para o diagnóstico, 
permitindo evidenciar um canal pilo ́rico 
longo e estreito (sinal do cordão), 
sugerindo a presença de um duplo canal. 
 Permite o diagnóstico da obstrução, 
por demonstrar uma grande 
quantidade de ar na cavidade 
gástrica e pouco ou nenhum ar no 
intestino. 
o A ultrassonografia e ́ capaz de confirmar o 
diagnóstico na maioria dos casos, possui 
85% de sensibilidade e 100% de 
especificidade; 
 Frequentemente, o piloro é identificado 
ao corte longitudinal como uma zona 
hipoecóica, que consiste na camada 
muscular com uma região hiperecóica 
no centro, representada pela camada 
mucosa; 
 
 
o Tomografia computadorizada: capaz de 
demonstrar um piloro estreito e com 
hipertrofia excêntrica, corroborando o 
diagnóstico de EHPA. Além disso, pode 
mostrar grande estase alimentar. 
TRATAMENTO 
 No tratamento das crianças, deve haver 
reposição hídrica adequada, assim como a 
correção dos distúrbios eletrolíticos e 
nutricionais antes da intervenção cirúrgica. 
 A correção cirúrgica e ́ realizada através da 
piloromiotomia extramucosa, com excelente 
prognóstico. 
 A piloroplastia frequentemente é preferida em 
relação à piloromiotomia devido ao risco de 
laceração da mucosa nesta última e à 
possibilidade de formação de divertículo;

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