Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LARISSA MENEZES – UROLOGIA LITÍASE URINÁRIA HISTÓRIA • Múmia egípcia 4800 a.C. • Século XIX: cirurgias eram realizadas pelo períneo na posição de litotomia e sem anestesia, com mortalidade de 18% INCIDÊNCIA • Inglaterra: aumenta 63% em 10 anos (crises) • Homens: 12% • Mulheres: 7% • 1/11 indivíduos terá cálculo • 20-60 anos • Recorrência de 55% em 5 a 10 anos FATORES DE RISCO • Clima quente e úmido • Dieta rica em proteínas e lactose/cálcio • Ocupação que bebe pouca água ou que desidrata demais • Obesidade • Gota: aumenta 2,1x o risco de cálculo • Hereditariedade: aumenta 2,5x o risco de cálculo • Medicamentos antirretrovirais CRISTALIZAÇÃO • Presença de solutos que tendem a se cristalizar e mineralizar: cálcio, oxalato, fosfato • Presença de inibidores: Mg, Citrato, Nefrocalcina, Mucoproteinas (TAMM- HORSFALL), uropontina, bikunina • Formação de núcleos • Partículas livres X Partículas fixas • A formação do cálculo é pelo desequilíbrio entre solutos e inibidores ONDE NASCE O CÁLCULO? • Cálices renais • Estenoses • Locais com obstrução • Supersaturação de solutos ALTERAÇÕES METABÓLICAS • Várias alterações metabólicas podem levar a formação do cálculo • Somente 20-30% consegue relacionar a alteração metabólica com a formação, o restante é idiopático, não consegue definir a causa TIPOS DE CÁLCULOS • Oxalato de cálcio é o mais comum • Fosfato de cálcio/Hidroxiapatita • Ácido úrico • Cistina (erro do metabolismo do aminoácido) • Estruvita ou Coraliforme OXALATO DE CÁLCIO o Supersaturação/desidratação o Hipercalciuria o Hiperoxalúria o Hipernatriúria: aumenta eliminação de Ca+2 o Hiperuricosúria: diminui o pH LARISSA MENEZES – UROLOGIA o Hipocitratúria: potente inibidor ÁCIDO ÚRICO o Produto do metabolismo das purinas o Desidratação o Baixo pH (<5,5) o Acidose tubular renal o Gota: 20% associado a litíase o Linfoma/Leucemia: QT ESTRUVITA o Cálculo “maligno”, infeccioso o Um processo infeccioso leva ao calculo o Associados a bactérias produtoras de urease: ▪ Proteus spp ▪ Klebsiella spp ▪ Pseudomonas aeruginosas ▪ Enterobacter gergoviae ▪ Providencia rettgeri ▪ Corinebacterium urealiticum ▪ Escherichia coli (<5% das cepas) o pH >7,0 CISTINA o Excreção aumentada de cistina urinaria o Único com alteração no gene homozigoto recessivo o Aminoácido (cola) o Normal <100mg cistina/dia o Cistinúricos >200mg/dia QUADRO CLÍNICO RIM o Cólica renal/nefretica/nefrítica nem sempre (cálculos >10mm localizados na pelve renal) o Hematúria macro ou micro o Infecção urinaria o Quase 100% das vezes que o paciente chega com dor pelo cálculo renal é porque ele está no ureter. No rim e na bexiga, por via de regra não dói, só se tiver cistite ou pielonefrite associada URETER o Cólica renal sempre o Hematúria micro ou macro (90%) o 1/3 superior do ureter o paciente vai apresentar muita lombalgia, irradiação para hipocôndrio o No terço superior pode simular cistite, uretrite, dor testicular, em grandes lábios na mulher, uma hernia o Sintomas de cistite: ▪ Aumento de frequência miccional ▪ Polaciúria ▪ Disúria o Reflexo vasovagal: ▪ Náuseas ▪ Vômitos ▪ Obstipação intestinal o Sintomas dependem do nível de obstrução: BEXIGA o Disuria o Sintomas de obstrução: cálculos que se iniciam na bexiga provavelmente indicam obstrução infravesical, deve sempre investigar HPB porque está muito associado o Hematúria LARISSA MENEZES – UROLOGIA o ITU FISIOPATOLOGIA DA CÓLICA RENAL • Distensão da capsula renal → Sistema pielocaliceal → Obstrução do fluxo urinário • Nos períodos da crise não deve hiperhidratar, deve hidratar o paciente nos períodos intercrises • Se o paciente não se hidratar, se não for bem conduzido na crise de cálculo renal; o rim vai diminuir a circulação arterial, entrando em isquemia com posterior falência renal • Após a obstrução tem 69 dias para resolver, após isso perde o rim 10 CARACTERÍSTICAS DA DOR o Localização: lombar ou flanco/inguinal o Irradiação: escrotal ou lábios vaginais maiores o Caráter: cólica (órgão tubular); se não for em cólica suspeitar de pielonefrite associada ao calculo o Intensidade: 3ª dor mais potente (> que a do parto); só perde para dor oncológica e neuropática o Duração: aguda (horas) o Evolução: intermitente ou contínua o Fatores concomitantes: reflexo vagal o Fatores desencadeantes: nenhum o Fatores de melhora: tentativa de encontrar posição o Fatores de piora: aumentar ingestão de líquido na crise (não tem relação com movimento – fazer diagnostico diferencial com essa informação) DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS • É importante porque pode ter um processo mais urgente que o cálculo • Lombalgia aguda • Hidronefrose de outras causas (estenose de JUP/megaureter) • Pielonefrite aguda • Abdome agudo: ▪ Apendicite ▪ Colecistite ▪ Pancreatite ▪ Aneurisma abdominal • Ginecológico: ▪ Gestação ectópica ▪ Ruptura ▪ Torção de cisto ovariano • Dor nevrálgica: ▪ Herpes zoster ▪ Lombociatalgia • Dor reflexa: orquiepididimite EXAMES LABORATORIAIS • Urina I • Urocultura + Antibiograma • Creatinina • Ureia • Sódio • Potássio • Hemograma completo • PCR • VHS • Nefro solicita: cálcio, PTH, ácido úrico, ferritina e etc para chegar à condição metabólica que causou EXAMES DE IMAGEM • RX simples de abdome: ▪ Cada vez mais em desuso ▪ 50% de sensibilidade ▪ Todos os cálculos sem cálcio não conseguem ser visualizados LARISSA MENEZES – UROLOGIA • USG de rins e vias urinarias: ▪ Avaliar dilatação pielocaliceal ▪ É examinador dependente, se o ultrassonografista não enxergar você também não enxerga ▪ 30% dos cálculos que causam dor no ureter não conseguem ser visualizados ▪ Sensibilidade para cálculo ureteral é mais baixo • TC: ▪ Padrão ouro: TC sem contraste ▪ S 95% e E100% ▪ O problema é a radiação se a doença for recorrente TRATAMENTO CÓLICA RENAL o Antiespasmódico: ▪ Buscopan composto (Dipirona + Escopolamina) 1 ampola + AD EV ▪ Buscopan plus (Tilenol + Escopolamina) 1 ampola + AD EV o AINE: evitar em pacientes com função renal comprometida o Opioides: ▪ Tramal 50mg + 100ml SF0,9% em 40min ▪ Tramal 100mg + 100ml SF0,9% em 40 min se >50kg ▪ Dimorf 1 ampola + 10ml AD – Fazer 2ml lento (se <50kg fazer 1ml) ▪ Dolantina decimal o Antieméticos: ▪ Ondasentrona SL ▪ Naosedron 4mg ou 8mg EV o Antibiótico: ▪ De largo espectro se sinal infeccioso ▪ Quinolona de 3ª geração: Ciprofloxacino 500mg de 12/12h por 7 dias o Dor refratária: ▪ Tratamento cirúrgico desobstrutivo TERAPIA EXPULSIVA o Recomendação para todos os cálculos <5mm dentro do ureter o Analgesia o Alfa-bloqueadores: ▪ Tamsulozina 0,4mg ▪ Doxazosina ▪ Silodozina o Corticoide é discutível o Tempo de espera: 4 a 6 semanas para indicar tto cirúrgico após medicação expulsiva TRATAMENTO CIRÚRGICO RENAL CÁLCULOS RENAIS LARISSA MENEZES – UROLOGIA ULT FLEXÍVEL o Anestesia geral o Internação de 24h o Baixa morbidade o Necessidade de colocação de duplo J (7 a 14 dias) para diminuir edema/processo inflamatório COMPLICAÇÕES o ITU em 1 a 7% o Lesão ureteral: passagem de bainha (46%) o Estenose ureteral em 1 a 3% NEFROLITOTRIPSIA PERCUTÂNEA TRATAMENTO CIRÚRGICO URETERAL • Todos os cálculos acima de 5mm tem que indicar cirurgia porque é maior que a estenose fisiológica – pode acontecer, mas é raro URETEROLITOTRIPSIA SEMI-RÍGIDA DUPLO J CALCIFICADO o Sempre se deixa para evitar estenose pós procedimento, mas o paciente pode abandonar o tto e calcificar
Compartilhar