Prévia do material em texto
18/10/2021 ADALGISA BELUZZO DISCENTE – MEDICINA 5º Período APG 17 – MIASTENIA GRAVIS Objetivos 1. Conhecer a etiologia, fisiopatologia e manifestações clinicas da miastenia gravis 2. Citar os critérios diagnósticos para a miastenia gravis 3. Compreender como é realizado o diagnostico diferencial da miastenia gravis 4. Entender os aspectos emocionais envolvidos com o diagnóstico de miastenia gravis RESUMO O QUE É? Miastenia Gravis é uma doença autoimune, que está associada aos autoanticorpos dirigidos contra o receptor nicotínicos da acetilcolina na placa motora, que afeta a membrana pós sináptica da junção neuromuscular A forma adquirida autoimune infantil costuma ser a mais frequente (18%), seguida pela forma adquirida imunológica transitória neonatal (1,5%) e a congênita (0,5%). ETIOLOGIA Fatores ambientais, agentes infecciosos, principalmente virais, e predisposição genética. Fatores desencadeantes: antimicrobianos, infecções, estresse emocional, cirurgias, traumas e gestação. FISIOPATOLOGIA autoanticorpos dirigidos contra o receptor da acetilcolina na placa motora, causando fraqueza generalizada dos músculos esqueléticos, com notável fatigabilidade muscular. O bloqueio dos receptores pelos anticorpos induz a fraqueza generalizada dos músculos esqueléticos, apresentando tipicamente um padrão de acometimento simétrico, além de redução flutuante da força muscular, mostrando-se mais evidente após com atividade muscular contínua. 18/10/2021 ADALGISA BELUZZO DISCENTE – MEDICINA 5º Período SINAIS E SINTOMAS Fraqueza da musculatura ocular Ptose Diplopia Disfagia. Disfonia Fácies pouco expressiva Acometimento da musculatura ocular, bulbar e proximal Fadiga muscular de toda musculatura estriada, principalmente as inervadas pelos nervos cranianos oculares e pontino-bulbares(músculos da língua, elevadores da faringe e constritores da faringe. CLASSIFICAÇÃO DE OSSERMAN E GENKINS - 1971: Grau I - ocular pura. Grau II a - generalizada leve com lenta progressão, sem crises, responsiva a drogas. Grau II b - generalizada moderada, com envolvimento muscular esquelético e bulbar, mas sem crises e com respostas limitadas às drogas. Grau III - aguda fulminante com rápida progressão para insuficiência respiratória. Grau IV - tardia grave, a qual progride como grau III, porém fica mais de dois anos como grau I ou II. Classificação Clínica da Fundação Americana de miastenia gravis: Classe I - fraqueza ocular, sem comprometimento de outros músculos. Classe II - fraqueza leve afetando além da musculatura ocular. IIa - afetando predominantemente membros, musculatura axial ou ambos. Pode ter menos envolvimento de musculatura orofaríngea. IIb - afetando predominantemente orofaringe, musculatura respiratória ou ambos. Pode ter menos ou igual envolvimento de membros, musculatura axial ou ambos. Classe III - fraqueza moderada afetando além da musculatura ocular. IIIa - afetando predominantemente membros, musculatura axial ou ambos. Pode ter menos envolvimento de musculatura orofaríngea. 18/10/2021 ADALGISA BELUZZO DISCENTE – MEDICINA 5º Período IIIb - afetando predominantemente orofaringe, musculatura respiratória ou ambos. Pode ter menos ou igual envolvimento de membros, musculatura axial ou ambos. Classe IV - fraqueza grave afetando além da musculatura ocular. IVa - afetando predominantemente membros, musculatura axial ou ambos. Pode ter menos envolvimento de musculatura orofaríngea. IVb - afetando predominantemente orofaringe, musculatura respiratória ou ambos. Pode ter menos ou igual envolvimento de membros, musculatura axial ou ambos. Classe V - definida por intubação, com ou sem ventilação mecânica, exceto quando utilizada de rotina no pós-operatório. O uso de cateter de oxigênio sem intubação classifica o paciente como IV b. Manobras = Ao se elevar passivamente a pálpebra em ptose ocorre abaixamento da pálpebra contralateral – Sinal da Cortina. O sinal de Cogan é obtido quando se pede ao paciente que levante o olhar até a posição primária após algum tempo olhando para baixo: ocorre um leve espasmo de retração palpebral. SUBTIPOS DE MIASTENIA GRAVIS -Miastenia Gravis ocular – restrita a músculos oculares -Miastenia Gravis Generalizada com Anticorpos contra receptores de ACh *Subtipos: Miastenia de início precoce – predomínio em mulheres, timo hiperplásico. Miastenias gravis de início tardio – predomina em população idosa, fraqueza bulbar (excluir ELA e doença cerebrovasculares do tronco cerebral). Miasteria gravis associada a timoma. -Miastenia Gravis Generalizada com Anticorpos contra cinase músculo-específica (MuSK) – 15% dos pacientes -Miastenia Gravis generalizada sem anticorpos aos receptores de acetilcolina e nem à cinase músculo-específica DIAGNÓSTICO Clínico e dosagem de autoanticorpos. Dosagem do AChR, sendo positivo em 85% dos casos. 18/10/2021 ADALGISA BELUZZO DISCENTE – MEDICINA 5º Período Teste farmacológico. Observa-se melhora dos sintomas com administração de anticolinesterásicos (edrofônio e neostigmina). Isso é esperado porque não ocorrerá hidrólise da acetilcolina, mantendo-a por maior tempo na placa motora Eletroneuromiografia, um instrumento altamente sensível, porém com baixa especificidade. demonstra aqui redução rápida de amplitude das respostas, principalmente aos estímulos elétricos repetidos. A fim de descartar a presença de um Timoma, são especialmente úteis a Tomografia computadorizada (TC) e a Ressonância nuclear magnética (RNM) do mediastino. A existência de um Timoma em um paciente miastênico muda seu prognóstico e tratamento, portanto, é obrigatório excluí-lo em todos os casos. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Miastenia gravis neonatal Síndromes miastênicas congênitas Doença cérebro vascular do tronco encefálico ELA Botulismo Miopatia mitocondrial Síndrome miastênica de Lambert-Eaton Síndrome de Miller-Fischer Síndromes miastênicas congênitas são raras e de natureza não autoimune. MG induzida por fármacos tem sido associada a penicilamina, curare, procainamida, quininas e aminoglicosídios. Lesões intracranianas com efeito de massa ou lesões de tronco encefálico7 podem causar achados oculares de nervos cranianos que mimetizam a miastenia. A miastenia gravis neonatal tem características autoimunes e, em geral, transitórias. Ocorre no período neonatal, em filhos de mães miastênicas. É gerada pela passagem placentária de anticorpos antirreceptor de acetilcolina. As síndromes miastênicas congênitas são doenças geneticamente determinadas, nas quais a transmissão neuromuscular é afetada, por um ou mais mecanismos patológicos. Sua classificação é baseada no sítio do defeito primário e correlacionada ao tipo de herança mais frequente. Em geral é soro negativa, ou seja, não apresenta autoanticorpos antireceptor de acetilcolina (AchR). 18/10/2021 ADALGISA BELUZZO DISCENTE – MEDICINA 5º Período A crise miastênica é uma condição marcada pela piora dos sintomas respiratórios, sem resposta a medicação, com necessidade de assistência hospitalar. FATORES EMOCIONAIS ASSOCIADOS Depressão Stress Ansiedade Insegurança com futuro (capacidade laboral...) Medo de complicações respiratórias (parada respiratória) REFERÊNCIAS GOLDMAN, Lee; SHAFER, Andrew. Cecil Medicina. 24ed. 4v. Rio de Janeiro. Elsevier, 2015. https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/bitstream/bahiana/3553/1/ARTIGO%20- %20C%c3%89LIA%20MARIA%20STOLZE%20-%202018.pdf. Acesso em 15/10/2021. https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS98YGH2/1/disserta__o_aline_mour_o.pdf.Acesso em 15/10/2021. Almeida, Fábio Henrique Souza et al. Miastenia gravis análise de 90 casos tratados com timectomia myasthenia gravis. Acta Cirúrgica Brasileira [online]. 2000, v. 15, suppl 2 [Acessado 14 Outubro 2021] , pp. 53-56. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-86502000000600016>. Epub 26 Mar 2001. ISSN 1678-2674. https://doi.org/10.1590/S0102-86502000000600016. Moreira, Ana Tereza Ramos, Ruthes, Hilton Iran e Bigolin, SilvaneMiastenia gravis congênita e oftalmoplegia externa. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia [online]. 2001, v. 64, n. 5 [Acessado 14 Outubro 2021] , pp. 477-480. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0004- 27492001000500020>. Epub 05 Dez 2003. ISSN 1678-2925. https://doi.org/10.1590/S0004- 27492001000500020. http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/1937. Acesso em 15/10/2021. https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/bitstream/bahiana/3553/1/ARTIGO%20-%20C%c3%89LIA%20MARIA%20STOLZE%20-%202018.pdf https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/bitstream/bahiana/3553/1/ARTIGO%20-%20C%c3%89LIA%20MARIA%20STOLZE%20-%202018.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS98YGH2/1/disserta__o_aline_mour_o.pdf https://doi.org/10.1590/S0102-86502000000600016 https://doi.org/10.1590/S0004-27492001000500020 https://doi.org/10.1590/S0004-27492001000500020 http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/1937 18/10/2021 ADALGISA BELUZZO DISCENTE – MEDICINA 5º Período https://teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-1112006094252/publico/Nisedebritocarvalho.pdf. Acesso em 15/10/2021. SILVA, Victor Hugo Peretta Leite; JUHAS, Thiago Robles. O fenômeno psicossomático na neurose obsessiva em ambulatório hospitalar: um estudo de caso. Gerais, Rev. Interinst. Psicol., Belo Horizonte , v. 12, n. 2, p. 356-370, dez. 2019 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983- 82202019000200011&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 18 out. 2021. http://dx.doi.org/10.36298/gerais2019120211. https://teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-1112006094252/publico/Nisedebritocarvalho.pdf