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--------------- --------------- --------------- --------------- --------------- --------------- --------------- ----------- ------------- ------------- ------------- ------------- ----------- Microbiota: compreende à população de microrganismo usualmente encontrados em sítios ou locais específicos em indivíduos sadios Funções: modelação do sistema imune, produção de substâncias antimicrobianas, síntese de vitaminas, proteção contra microrganismos patogênicos Seu desequilíbrio está associado a infecções, obesidade, diabetes melitus, etc • Constituido por uma sucessão de cavidades, possibilitando a entrada de microrganismos • Representa um dos mais importantes mecanismos de defesa • Mantém o meio saudável, impede a proliferação de microrganismo estranhos • Varia conforme idade, hábitos de higiene, raça, estado hormonal, etc • Além dos Lactobacilos, foram descritas quase 250 espécies bacterianas Mecanismo de defesa • Gênero predominante: Lactobacillus, produz ácido lático, permitindo que o pH seja ácido (em média, pH=4) o Lactobacilos: bacilo de Doderlein o Bacilos difteróides o Estafilococos: alfa-hemolítico, beta-hemolítico e não hemolítico o Anaeróbios facultativos: Klebsiella, Enterobacter, Proteus, Pseudomonas o Anaeróbios obrigatórios: bacteroides, peptococcus, peptostreptococcus, fusobacterium, clostridium • Algumas espécies também produzem peróxido de hidrogênio e bacteriocinas. Tudo isso dificulta a proliferação de outros microrganismos • Protegem a mucosa vaginal • A produção do ácido lático parece ser essencial para a manutenção de um ecossistema saudável, independentemente das espécies bacterianas que possam estar presentes na vagina • O pH ácido previne a proliferação excessiva de microrganismos potencialmente patogênicos • Biofilmes: formado por colônias de microrganismos que aderem entre si e recobrem uma superfície sólida. Produzem uma espécie de envelope formado por micropolissacarídeos, proteínas, ácidos nucleicos e lipídios. Formam uma alta resistência aos antimicrobianos (ruim para o organismo) • Imunidade humana: a inata (reconhecimento de PAMPs) e a adaptativa (imunidade humoral – linfócitos B; imunidade celular – linfócitos T) Microrganismos facultativos • Bastonetes G+: Lactobacilus sp, Corynebacterium sp, Peptoestreptococos sp • Cocos G+: Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus aureus, Staphylococcus beta-hemolítico, Staphylococcus do grupo D, outras espécies estreptocócicas • Outras espécies G-: Klebsiella sp, E. Coli, enterobacter, proteus, pseudomonas Microrganismos anaeróbios • Cocos G+: Peptococcus sp • Cocos G-: Veillonella sp • Bastonetes G+: Lactobacilos sp, Bifidum bacterium sp, Clostridium sp, Eubacterium sp, Propionibacterium sp • Bastonetes G-: Bacteroides sp Lactobacilus • Existem diferentes espécies de lactobacilos que formam um biofilme natural revestindo toda a mucosa • 120 espécies de lactobacilos identificadas, sendo 20 delas isoladas em vagina • 3 ou 4 são mais dominantes no microambiente vaginal: L. Crispatus, L. Iners, L. Jensenii, L. Gasseri • Lactobacilos impedem a proliferação de outros microrganismos estranhos ao meio vaginal por meio de diferentes mecanismos → Produção de substâncias antimicrobianas → Competição por nutrientes (arginina) → Produção de substâncias antimicrobianas (peróxido de hidrogênio, bacteriocinas e biossurfactante) Ecossistema dinâmico • A microbiota vaginal é um ecossistema dinâmico que sofre alterações quanto a composição e a quantidade, devido a fatores intrínsecos e extrínsecos → Idade → Fase do ciclo menstrual → Atividade sexual → Contraceptivos hormonais e não hormonais → Gravidez → Níveis de estrógeno e progesterona → Estado emocional → Estado imunológico → Hábitos de higiene → Substâncias como antibiótico e espermicidas Conteúdo vaginal • Composto de muco + trasudção (água, eletrólitos) + células descamadas • É claro, odor “sui generis” (ácido), viscoso e homogêneo • É abundante principalmente no meio do ciclo menstrual • Na mulher em menacme e em puberdade pode estar aumentado • Sempre com pH entre 3,8 e 4,5 Microflora • Aeróbios + anaeróbios facultativos + anaeróbios estritos • Secreção habitual: clara, odor “sui generis”, pequena quantidade • Composição: água, eletrólitos, proteínas, aminoácidos, ácidos graxos, carboidratos, células descamativas e endometriais • pH entre 3,8 e 4,5 Colonização de lactobacilos • Sofre ação estrogênica • Aumenta conforme a idade (criança < puberdade < menacme) • Diminui na menopausa • Eleva na gravidez Microbiota anormal da vagina • Pode ocorrer tanto na ausência, quanto no excesso de Lactobacilos de Doderlein • Associada a vaginose bacteriana, IST e aumentam os patógenos facultativos comensais de origem intestinal Classificação da flora vaginal patológica → Tipo 1: predominantemente ácida (pH <3,8) o Sugestiva de cândida ou vaginose citolítica (excesso de lactobacilos) o Lactobacilos: 80-95% da microbiota o Bactérias: 10-15% → Tipo 2: estado intermediário entre a flora normal e a anormal o Início do desequilíbrio ou recuperação da flora o Lactobacilos: 50% → Tipo 3: lactobacilos ausentes Vulvovaginites • Processo inflamatório que acomete a vulva e a vagina • Causas: infecciosas, alergicas, irritativas, químicas, traumáticas, outras • Corrimento vaginal que causa prurido, ardência, odor, dor, sangramento, disúria, dor ao urinar • Principal infecção ginecológica • Ocorre em cerca de 95% sexualmente ativas • Leva a prejuízo da qualidade de vida por conta dos sintomas • Propicia outras infecções do trato urinário, genital superior, outras ISTs • Complicações reprodutivas pode levar a esterilidade • Complicações gestacionais e operatórias • Mais frequentes: tricomoníase, vaginose bacteriana e candidíase Tricomoníase • Protozoário (Trichomonas vaginalis) • 50% são assintomáticas • Corrimento vaginal amarelo-esverdeado, abundante, fluido podendo ou nao ter mal cheiro • Pode apresentar ardência, prurido, dispareunia, disúria • Pode comprometer as glandulas de Skene e Bartholin • Diagnóstico: exame a fresco tem 95% de bons resultados, pode fazer o papanicolaou ou Gram, PCR (pH>4,5) Vaginose bacteriana • Causa mais comum de corrimento vaginal • Desequilíbrio da microbiota vaginal normal com aumento maciço de bactérias anaeróbias, principalmente a Gardnerella vaginalis e a Mobiluncus • Produz enzimas proteolíticas, liberando aminas que se volatizam em meio alcalino e provocam cheiro extremamente desagradável • Características: corrimento moderado a escasso, cor esbranquiçada e acinzentada, sem prurido, odor fétido pós coito ou perimenstrual, pH>4,5 • Clue cells (células alvos) no exame bacterioscópico Candidíase • Infecção causada por um fungo comensal que habita a mucosa vaginal • 50% das mulheres assintomáticas • Característica: prurido intenso, disúria, corrimento branco grumoso com aspecto caseoso, dispareunia, edema, fissuras, hiperemia • Diagnóstico: exame a fresco com bacterioscopia e cultura específica • pH<4,5 • fatores predisponentes: gravidez, diabetes, contraceptivos hormonais, uso de antibióticos/corticoides/imunossupressores Anamnese do corrimento • Quando iniciou? • Qual a cor? Quantidade? • Odor? • Prurido? • Qual a epoca de piora? • Ativa sexualmente/ • Tipo de anticoncepção • Relacionamento coital • Medicamentos • Dor abdominal associada • Hábitos de higiene, duchas vaginais, roupa, papel higiênico, absorventes, etc Como diagnosticar• Cor – fluido e branco-acinzentado (bacteriano), branco e em placas espessas semelhantes (cândidas) e abundante e espumoso amarelo-esverdeado (trichomonas) • pH – avaliar na porção lateral da vagina com papel i ndicado, infecção fúngica pH tende a ácido, bacteriana é alcalino • Odor – fétido surgere microbiota vaginal está sendo trocada por um microrganismo patológico • Microscopia Cultura de conteúdo vaginal deve ser específica para cada agente etiológico, quando a instalação na sintomatologia Importante tratar para diminuir a incidência inflamatória pélvica, diminuir a infecção viral e outra spatologias Higiene íntima • Finalidade: remover excesso de secreções, eliminar células mortas, reduzir quantidade de microrganismos, eliminar odor, limpar sem mudar o pH fisiológico e a microbiota normal • Vulva pH entre 5-6 (menos ácida) • O pH ácido do sabão diminui a proliferação bacteriana e o odor • A oclusão prolongada (roupas íntimas, absorvente) deixa o ambiente úmido e quente, o que eleva o pH e favorece infecções bacterianas e fúngicas Absorventes • Absorvente externo: formato anatômico ou fit, neutralizador de odores, rápida absorção, círculos azuis que absorvem o fluxo para que não volte à superfície, cápsula gel, extratos naturais de camomila e aloe vera para prevenir irritações e cuidar da pele • Absorventes intimos: OB/tampax • Coletor: esvaziar a cada 4-6 horas, lavando-o em água corrente Orientação • Higiene matinal com água corrente e sabonete líquido (baixa detergência e pH levemente ácido) • Higienização suave entre os lábios, intróito e perianal • Secar com toalha macia • Evitar papel higiênico colorido • Reduzir o comprimento dos pelos sem removê-los • Frequência de depilação menor possível • Aplicar compressas calmantes após a mesma (camomila) • Hidratar a pele • Roupas naturais e não sintéticas • Dormir sem calcinha ou com roupas largas para ventilação • Trocar roupas íntimas ao menos 1x/dia • Após lavar roupas íntimas, enxaguar para retirada de resíduos químicos • Evitar sabão em pó e amaciante • Dar preferência a sabão líquido • Atenção: higiene não tem finalidade de esterilizar a pele, apenas retirar com suavidade o material acumulado e secar com toalha macia
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