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@samanthastudies_ Endocrinologia INTRODUÇÃO A DIABETES MELLITUS É uma das endocrinopatias mais comuns nos cães, sendo caracterizada pela não produção de insulina nas ilhotas pancreáticas e também ação deficiente da insulina nos tecidos. Quando não diagnosticada e adequadamente tratada, pode levar o animal a óbito. POSSÍVEIS CAUSAS DE DIABETES Cães: fatores genéticos, tóxicos, infecciosos, imunomediada, obesidade, pancreatite e estresse crônico Gatos: amiloidose das ilhotas, pancreatite crônica, antagonistas da insulina. PREDISPOSIÇÃO Cães: fêmeas de meia idade ou velhas, beagle, cairn terrier, teckel, pinscher miniatura, schanuzer miniatura, puli e poodle. Gatos: machos castrados e de meia idade ou velhos. FISIOPATOLOGIA DA DIABETES A insulina é um anabolizante. Ela pega a glicose em excesso na corrente sanguínea e armazena em músculos e gordura. O cortisol é um catabolizante, ele pega a insulina que está armazenada e disponibiliza como forma de energia. A glicose é disponibilizada na corrente sanguínea levando a hiperglicemia -> o excesso da glicose vai para os rins e é absorvida no túbulo proximal -> caso a glicose esteja muito elevada, ela não é absorvida -> sai do túbulo levado a água e causando poliúria -> perda de peso devido a catabolização -> desidratação devido ao estimulo do centro da sede -> polidipsia -> deficiência da insulina ativa o centro da saciedade fazendo com que o paciente tenha polifagia. SINAIS CLÍNICOS CLÁSSICOS DO DIABETES: Polidipsia Polifagia Poliuria Perda de peso ACHADOS CLÍNICOS: Poliuria, polidipsia, polifagia e perda de peso Catarata, cegueira súbita Hepatomegalia Postura plantígradas nos gatos @samanthastudies_ NA CETOACIDOSE: Quando a diabetes evolui, causando grande perda de musculatura e gordura. O catabolismo da gordura gera glicose na corrente sanguínea e uma grande quantidade de ácidos graxos. É uma consequência do catabolismo exacerbado. Fraqueza Desidratação Vomito Respiração de kussmaul (rápida e profunda) ACHADOS LABORATORIAIS: Hiperglicemia e glicosúria Na lipidose hepática secundaria: alta de ALT e FA Alta de colesterol e triglicerídeos Bacteriúria e leucocitúria Na cetoacidose – hiponatremia – hipocloremia e hipocalemia Acidose metabólica Cetonemia e cetonuria UTILIZANDO INSULINA NA AUSÊNCIA DE CETOACIDOSE: OBS: a seringa de meio mL é o ideal para aplicar insulina no gato. Insulinas: bovina-suína, bovina, suína e humana. Cães: NPH ou insulina zinco (caninsulin). Gatos: NPH ou gargina (Lantus) q12h. Curva glicêmica: após 1-2 semanas. Anotações diárias: Glicosuria Dose de insulina Apetite Consumo de água Horário das refeições UTILIZANDO INSULINA NA CETOACIDOSE: O quadro clínico é crítico e exige atenção. Insulina cristalina regular (ajustes mais frequentes nas dosagens) Glicemia a cada 1-2 horas (se baixar muito, administrar glicose 5%) Objetivo: 150-300mg/dl (8,5- 16,7mmol/L) Continuar ate o desaparecimento da cetose, melhora clinica e retorno do apetite Resolvida a acidose -> utilizar insulina de ação mais longa MEDIDAS DE SUPORTE: Fluidoterapia (NaCL 0,9%) Reposição quando necessário de potássio, bicarbonato de sódio e fósforo AVALIANDO A CURVA GLICÊMICA: Após alguns dias de adaptação da dose inicial, realizar a curva glicêmica. 2-3horas deve se verificar: @samanthastudies_ Eficácia da insulina Inferior (nadir\0 -> 100-125mg/dl (5,6-5nmol/l) Quando ajustado o nadir -> avaliar a duração da ação Se for curta -> escolher insulina de longa ação ou aumentar a frequência Buscar glicemia ideal -> entre 100 a 300mg/dl (5,6-13mmol/l) O tratamento do diabetes mellitus exige proprietários capazes e dispostos que aceitem a responsabilidade de tratar corretamente seus animais. PÂNCREAS: Insulina: Função: reduz a taca de glicose no sangue, facilita absorção de glicose e promove o estoque de glicogênio. Glucagon: Função: estimula a transformação de glicogênio em glicose. HIPOTIREOIDISMO Condição clínica que resulta de produção e liberação inadequada de tetraiodotironina (levotiroxina, T4) e triiodotironina (iotironina, T3). Caracteriza-se por diminuição generalizada da atividade metabólica celular. INCIDÊNCIA E CAUSAS: Hipotireoidismo causado por tireoide linfocítica (50%) ou atrofia idiopática de tireoide (50%). Mais comum em cães de médio e grande porte. Cães de meia idade são mais acometidos É uma afecção rara em felinos OBS: o problema do hipotireoidismo normalmente é na tireoide, enquanto que hiperadrenocorticismo, na maioria dos casos é na hipófise. SINAIS SISTÊMICOS CONCORRENTES: Letargia Expressão facial trágica devido ao acumulo de muco sacarídeos no espaço subcutâneo Perda de resistência Sonolência Obesidade Intolerância a exercício Intolerância ao frio Metabolismo desacelerado @samanthastudies_ Bradicardia Animal fica muito tempo no solo A diferença da debates e que não tem poliúria e polidipsia. Também não tem polifagia. O animal tem uma alimentação boa, mas ainda sim tem sobrepeso. SINAIS DERMATOLÓGICOS: Pele seca e descamativa Alopecia (principalmente em flanco, base das orelhas e cauda) Hiperpigmentação, pelagem esparsa Pelos quebradiços e facilmente epilados Piodermatite secundaria, colaretes Alguns cães tem seborreia grave Resposta imunológica alterada DIAGNOSTICO: Histórico e manifestação clínica são sugestivos Hipercolesterolemia (80% dos casos) Hipertrigliceridemia e hiperlipemia (com menos frequência) Anemia normocítica e homocrômica (50% dos casos) Testes endócrinos: T4 livre (ft4) por dialise de equilíbrio TSH aumentado Baixa de T3 e T4 basais A tireoide produz T3 e T4, mas quando tem problema, acaba produzindo pouco. A hipófise, para resolver o problema, acaba produzindo mais TSH para estimular a tireoide. T4 livre/total – melhor para avaliar nos cães. TSH + colesterol e hemograma. TRATAMENTO: Tiroxina Avaliar T4 após 2 meses Seborreia e pioderma deve ser tratada separadamente HIPERADRENOCORTICISMO Aumento de cortisol na corrente sanguínea por um tempo prolongado vai causar uma série de sinais clínicos, isso se chama hiperadrenocorticismo. Também conhecido como síndrome de cuhsing ou ainda hipercortisolismo e resulta da exposição prolongada a altas doses séricas de cortisol. Comumente o HAC espontâneo acomete cães de meia idade ou mais idosos. @samanthastudies_ Predisposição racial: poodle, teckel, Boston terrier e boxer. Raramente acomete gatos. Adrenais: prepara o corpo para estresse agudo/crônico. Córtex: Z. gromerulosa Z. fasciculada (cortisol) Z. reticular (andrógenos) Medula: adrenalina. Luta e fuga. A hipófise produz ASTH para estimular a adrenal. Hormônio adrenocorticotrófico. HIPERADRENOCORTICISMO ESPONTÂNEO: Se existe muito cortisol na corrente sanguínea pode ser por dois motivos: problema hipofisário ou adrenal. Esquema 1: Hipófise produzindo muito ACTH. Isso faz com que as adrenais produzam muito cortisol. 85% dos casos de hiperadrenocorticismo ocorrem devido a um problema de hipófise, que faz com que produza muito ACTH. Esquema 2: Tumor na adrenal, normalmente unilateral. Esse tumor vai tornar a adrenal hiper funcional, fazendo com que libere cortisol em excesso. A hipófise, ao detectar, produz menos ACTH. A outra adrenal vai atrofiar. HIPERADRENOCORTICISMO IATROGÊNICO: Se o animal está tomando muito corticoide, a hipófise entende que tem muito cortisol e acaba liberando menos ASTH, as duas adrenais vão atrofiar. Animal não produz cortisol e morre. Etiologia: Tumores (adenomas e carcinomas) – hipófise, adrenais e iatrogênico. 1. Nos cães, a maioria de HAC espontâneo ocorre devido a excessiva secreçãode ACTH pela hipófise (hiperadrenocorticismo hipófise dependente – HHD, seguida @samanthastudies_ de hiperplasia adrenocortical bilateral. 2. Tumores adrenocorticais funcionais correspondem a 15% a 20% e secretam quantidade excessiva de cortisol independentemente do estímulo da hipófise. O excesso de cortisol causal supressão de ACTH, ocasionando atrofia cortical do adernal sem tumor. 3. A forma iatrogênica ocorre devido a administração prolongada de altas doses de corticosteroides por via sistêmica ou tópica, causando atrofia das glândulas adrenais. SINAIS CLÍNICOS SISTÊMICOS: Polidipsia – poliuria – polifagia Redução da resistência – letargia Debilidade ou atrofia muscular Abdome penduloso – anestro – atrofia testicular Hepatomegalia O cortisol estimular o polipeptídio Y, causando polifagia. SINAIS CLÍNICOS DERMATOLÓGICOS: Atrofia, inelasticidade, seborreia, comedores Alopecia sismétrica Fácil epilação, hiperpigmentação Textura macia da pelagem Piodermatite secundaria Calcinose cutânea DIAGNOSTICO: Leucocitose neutrofilica Eosinopenia Linfopenia e trombocitose Hiperglicemia discreta Aumento de fosfatasse alcalina Baixa densidade da urina Infecção Plaqueta elevada Testes específicos: Teste de estimulação com ACTH Teste de supressão com dexametasona TESTE DE ESTIMULAÇÃO COM ACTH: Cao recebe uma dose de ACTH, caso for positivo, após 1 hora haverá uma exagerada elevação de cortisol. SUPRESSÃO COM BAIXA DE DEXAMETASONA: Administrar dose baixa de dexametasona, o cão normal vai @samanthastudies_ mostrar redução do cortisol em 8 horas, o doente não. SUPRESSÃO COM ALTA DOSE DE DEXAMETASONA: Depois que o diagnostico está fechado, esse teste ajuda a identificar a sua origem. Cães com a forma hipófise-dependente apresentarão diminuição do cortisol. Caso seja adreno, não apresentara diminuição. Importante: Para diagnostico não existe um teste perfeito O teste pode apresentar um falso negativo e falso positivo A realização de mais de um teste ao mesmo tempo, muitas vezes é necessária A interpretação dos resultados dos testes funcionais deve sempre ser realizada, associada ao quadro clinico do paciente Hipotireoidismo não tem alteração de apetite Animal sempre procurando o sol Sobrepeso Hiperadreno problema de pele
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