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ECT Estágio III

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Situação-Problema 
Questão 1 (Valor: 2,5) 
 
Amanda Freitas desapareceu após uma enchente provocada por uma forte tempestade que 
assolou a cidade onde morava. Considerando estar provada a sua presença no local do acidente 
e não ser possível encontrar o corpo de Amanda para exame, responda aos itens a seguir, 
empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
a) Trata-se de hipótese de morte presumida? 
Sim, trata-se da hipótese da declaração de morte presumida sem decretação de ausência (Art. 7º, I, e 
parágrafo único, do CC). 
 
b) Qual é o procedimento para realização do assento de óbito de Amanda? 
Conforme disposto no Art. 88 da Lei de Registros Públicos, se faz necessário o reconhecimento de morte 
presumida por um juiz. Deste modo, a parte interessada deve iniciar um procedimento especial, atendendo 
aos requisitos fundamentais, os quais são: Prova de que a pessoa estava no local onde ocorreu a catástrofe 
e de que não mais se teve notícias da Amanda Freitas, pois o corpo não fora encontrado. 
 
 
Situação-Problema 
Questão 2 (Valor: 2,5) 
 
Júnior, morador de Fortaleza/CE, de passagem em Rio de Janeiro, por motivo de trabalho, 
aproveita a estada na cidade para comprar presentes para sua namorada na loja Conceito 
Feminino. Realiza o pagamento por meio de cheque no valor de R$ 3.560,00 (três mil quinhentos 
e sessenta reais). Depositado na instituição bancária, o cheque é devolvido por falta de provisão 
de fundos. A pessoa jurídica ingressa com a execução, nos termos da lei. Júnior foi regularmente 
citado, e tal informação foi juntada aos autos em trâmite no juízo deprecante na mesma data. 
Vinte dias depois, a carta precatória devolvida pelo juízo deprecado é juntada aos autos, e o 
executado opõe embargos quinze dias depois. Júnior alegou em sua defesa não ser executivo o 
título apresentado e que há excesso na execução, deixando de juntar o valor que entendia 
correto. Com base na situação-problema, responda às indagações abaixo com base na legislação 
vigente. 
a) Como advogado(a) da Loja Conceito Feminino, intimado a se manifestar sobre os embargos, 
o que alegaria? 
Na qualidade de advogado da loja Conceito Feminino, alegaria que os cheques de Júnior são títulos 
executivos extrajudiciais, os quais estão previstos no art. 585, I, do CPC, bem como, alegar a 
intempestividade dos embargos, pois quando a execução se dá por carta precatória, o prazo de quinze dias 
será contado da juntada aos autos (§ 2º do art. 738 do CPC), o que conforme o enunciado acima, ocorreu 
no mesmo dia da citação. Alegaria ainda que o embargante deixou de juntar o valor que entendia correto 
(§ 5º do art. 739-A do CPC). 
 
b) Suponha que o juiz tenha atribuído efeito suspensivo aos embargos. Requerida a revogação, 
o juiz mantém o efeito, mesmo tendo sido demonstrado inequívoco o risco de lesão irreparável. 
Como advogado(a), qual medida adotaria? Informe o prazo e procedimento. 
Na qualidade de advogado, adotaria o Agravo, o qual deverá ser interposto no prazo de dez dias (art. 522, 
do CPC), contados da intimação da decisão que manteve o efeito suspensivo dos embargos. Tal agravo 
deverá ser interposto por meio de uma petição escrita, dirigida ao juízo ad quem (art. 524 do CPC), contendo 
cópia dos documentos indispensáveis. 
 
 
Situação-Problema 
Questão 3 (Valor: 2,5) 
 
Em ação de execução de alimentos, foi decretada a revelia de Marcos, que somente ingressou na 
ação dois meses após a publicação da decisão que determina a penhora do imóvel e do veículo 
automotor de sua propriedade, insurgindo-se contra a contrição patrimonial sob o argumento de 
bem de família, pois se trata de imóvel destinado à sua moradia, não obstante nele residir 
sozinho, e o automóvel ser utilizado como táxi. Alan, o exequente, tem conhecimento de que 
Marcos, seu pai, recebera, como herança, outros bens imóveis, todavia, com cláusula de 
inalienabilidade e impenhorabilidade. 
a) Há possibilidade de arguição extemporânea de Marcos e oposição de impenhorabilidade no 
caso acima relatado? Fundamente. 
Por se tratar de ordem pública, a impenhorabilidade do bem de família (Lei 8.009/90), bem como, dos 
instrumentos necessários para o exercício da profissão (art. 649, V, do CPC), podem ser alegadas a qualquer 
tempo durante o processo de execução, desde que ainda não tenha ocorrido a expropriação dos bens, razão 
pela qual não se revela extemporânea a oposição de Marcos. 
 
b) Os bens indicados são considerados impenhoráveis? Fundamente. 
Apesar do imóvel ser considerado como bem de família, bem como, do táxi ser instrumento necessário para 
o exercício da profissão de Marcos, não procede tal alegação de impenhorabilidade, pois tal alegação não 
pode ser utilizada para se isentar do pagamento de pensão alimentícia, como é caso do exequente (art. 30, 
III, da Lei 8.009/90 e 649, V, §20, do CPC). 
 
 
Situação-Problema 
Questão 4 (Valor: 2,5) 
 
Joana, funcionária de uma empresa transnacional, foi transferida para trabalhar em outro país 
e, por isso, celebrou contrato de compra e venda de seu apartamento com Caio, prevendo que 
Joana poderia resolver o contrato no prazo de um ano, desde que pagasse o preço recebido pelo 
imóvel e reembolsasse as despesas que Caio tivesse com ele. O referido contrato de compra e 
venda foi devidamente levado ao registro de imóveis com atribuição para tal. 
Nesse período, Caio vendeu o apartamento para Márcio, que tinha conhecimento de que ainda 
estava no prazo de Joana retomar o imóvel e lá foi residir com sua esposa. 
Contudo, Joana retornou ao Brasil antes do período de um ano estipulado e, ao ter ciência de 
que o novo proprietário do apartamento era Márcio, notificou-o de que desejaria retomar o 
imóvel, com o pagamento do valor do imóvel mais as despesas realizadas. Márcio, porém, 
recusou o recebimento das quantias, afirmando que o contrato sujeito à cláusula resolutiva foi 
pactuado com Caio, não vinculando a terceiros. 
Responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a 
fundamentação legal pertinente ao caso. 
a) Assiste razão a Márcio? 
Não assiste razão a Márcio, que também fica submetido à cláusula de retrovenda (art. 507, do CC) e não 
pode alegar ignorância de que sua propriedade é resolúvel, nos termos dos artigos 1.359 e 1.360, do CC. 
 
b) Qual deverá ser o procedimento adotado por Joana a partir da recusa de Márcio em receber a 
quantia? 
Diante dos acontecimentos narrados, conforme previsão legal no art. 335, I, do CC, resta a Joana, ajuizar 
uma ação de consignação em pagamento, nos termos do art. 890, do CPC, depositando a quantia devida, 
para poder exercer seu direito de resgate.

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