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Petição Inicial - Usucapião

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AO JUÍZO DE DIREITO DA __ VARA CIVIL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO-RJ
Processo nº 
QUINZINHO MACHADO DE ASSIS, casado, agricultor, portador da Carteira de Identidade nº, inscrito no CPF, e sua esposa CAROLINA, profissão, portadora da Carteira de Identidade nº, inscrita no CPF, residente à rua, nº, bairro Quincas Borba, na zona rural do Rio de Janeiro/RJ, CEP, endereço eletrônico, vem à presença de Vossa Excelência, por meio de seu bastante procurador, propor a presente
AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL COM PEDIDO LIMINAR DE TUTELA DE URGÊNCIA
Com fulcro no art. 1.239 do Código Civil e Art. 191 da Constituição de 1988, em face de Capitu, endereço eletrônico, portadora da Carteira de Identidade nº, inscrita no CPF, residente e domiciliada na Rua Xxxxxxx Xxxxxxx, nº xxx, Bairro Xxxx Xxxxxx, no Município de Xxxxxxxx xx Xxx, CEP xxxxx-xxx, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir aduzidas:
I) DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA E PRIORIDADE PROCESSUAL
O (A) Requerente pleiteia litigar sob os auspícios da gratuidade da justiça, com arrimo no art. 98 do Código de Processo Civil, eis que pessoa comprovadamente pobre, na acepção legal do termo, não dispondo de recursos econômicos para atender as despesas do processo, bem como honorários advocatícios da parte adversa, sem privar-se dos meios necessários à própria subsistência, conforme declaração de hipossuficiência em anexo, requerendo, porquanto, seja declarada suspensa a exigibilidade do pagamento das custas processuais e/ou honorários advocatícios. 
Em conjunto com a gratuidade judicial, conforme demonstrado nos documentos de identidade anexos a este processo, mediante a data de nascimento do autor XX/XX/XXXX, comprova-se que se trata de pessoa idosa, com atualmente XX anos encontrando abrigo para solicitação de tramitação prioritária do processo, no art. 71 da lei 10.741/2003, em conjunto com art. 1.048, I do Código de Processo Civil, mediante o qual solicita deferimento na prioridade na tramitação do mesmo.
II) DA SINTESE FÁTICA
Desde 10/02/2006, o autor, initerruptamente, ocupa seu imóvel rural com metragem de 2 hectares, no qual estabeleceu sua moradia e subsistência, juntamente com sua esposa e filhos, após negócio jurídico celebrado com o possuidor anterior, Brás Cubas, demonstrado no instrumento particular de cessão de direitos possessórios anexado ao presente processo. A posse se deu de forma mansa e pacífica desde então, sem oposição da legitima titular de domínio, Sra. Capitu. O requerente edificou uma casa no terreno, a qual constitui sua residência até os dias atuais.
Para sua subsistência, Sr. Quizinho tornou a terra produtiva, inclusive com Habilitação no programa de agricultura familiar criado pela lei 11.326/06, conforme documento de habilitação anexo. 
Frisa-se o cuidado e animo de dono existente em Sr. Quizinho em relação ao imóvel usucapiendo, inclusive sendo respeitado pelos confrontantes Sr. Esaú e Jacó, como legitimo dono do imóvel. 
Acontece que após decorrido todo este lapso temporal de posse, de mais de 15(quinze) anos, a proprietária de título entendeu por bem requerer verbalmente à Quinzinho a imediata desocupação do imóvel, ocasião da qual ele a informou sobre a prescrição da pretensão aquisitiva dados os fatos e lapso temporal nos quais abrigam-se em nosso ordenamento jurídico.
Nesse sentido, demonstra-se a pretensão do autor e seu interesse de agir, considerando a pretensão sui genere do autor à declaração judicial como dono da área e na utilidade de usucapião como meio de aquisição da propriedade, objetivando resguardar seu direito real e morada pelo Poder Jurisdicional.
Dessa forma, estão plenamente configurados os requisitos para o reconhecimento da USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL, razão pela qual postula o (a) Requerente seja declarado o domínio sobre o imóvel objeto da presente demanda.
III) DO DIREITO E DOS FUNDAMENTOS JURIDICOS
O imóvel objeto da lide se refere a uma área de 2(dois) hectares, matriculado sob nº x.xxx, no Cartório de Registro de Imóveis de Rio de Janeiro/RJ, com benfeitoria realizada, qual seja, uma casa de alvenaria, medindo XXm² conforme memorial descritivo em anexo, datado de xx de xxxxx de xxxx.
Trata-se da modalidade de usucapião extraordinária na forma originária de aquisição da propriedade, pois inexiste a transmissão da propriedade dos antigos proprietários (Réus da ação) para o usucapiente.
A Constituição Federal em seu art. 5º, inciso XXIII, determina que a propriedade deverá atender a sua função social e assegura o art. 191 da CF/88 e art. 1.239 do CC que adquirirá a propriedade do imóvel, mediante usucapião especial rural, a situação fática que apresentar a junção de alguns elementos fundamentais, quais sejam:
-Imóvel rural com extensão até 50 hectares;
Exercício da posse sobre esse imóvel sem oposição e ininterrupta pelo lapso temporal de 05 anos;
O imóvel utilizado para fins de moradia; e o possuidor, mediante trabalho seu ou com auxílio da família, devem ter tornado a terra produtiva.
Possuidor não ser proprietário de nenhum outro imóvel, seja ele rural ou urbano;
A jurisprudência também anuncia os requisitos da usucapião especial rural, conforme julgado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG):
DIREITO CIVIL – USUCAPIÃO PRO LABORE – REQUISITOS – ART. 191 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – MORADIA E TRABALHO – SUSTENTO DA FAMÍLIA – AUSÊNCIA
-Para que se adquira a propriedade pela usucapião pro labore, mister que se preencham os seguintes requisitos: [1] – posse usucapionem; [2] – imóvel rural de no máximo cinquenta hectares; [3] – ser o imóvel explorado pela família, servindo-lhe de moradia; [4] – não ser o requerente proprietário de outro imóvel. – Não demonstrando o requerente que necessita do imóvel usucapiendo para moradia e sustento seu e de sua família, não há como fazer jus ao benefício previsto na Constituição Federal, que reduz o prazo para aquisição da propriedade pelo uso para 5 anos.
(TJMG – Número do processo: 2.0000.00.424027-1/000 1. Relator: SEBASTIAO PEREIRA DE SOUZA Data do acordão: 17/09/2004. Data da publicação: 30/09/2004)
A jurisprudência também é clara quanto à apreciação do animus domini, conforme decisão:
EMENTA: APELAÇÃO CIVEL – USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA – ART. 1238 DO CODIGO CIVIL – REQUISITOS PREENCHIDOS – SENTENÇA MANTIDA
-A aquisição da propriedade imóvel por usucapião extraordinária requer a comprovação da posse mansa, pacífica e ininterrupta, o decurso do tempo exigido pela lei e o animus domini. Presentes os requisitos, a procedência do pedido é medida que se impõe.
(TJMG – Apelação Cível: AC 1.0183.09.173963-5/001 MG424027-1/000 1. Relator: NEWTON TEIXEIRA CARVALHO Data do acordão: 07/02/2017)
Conforme anuncia o art. 941 do CPC, a presente ação, então, terá o condão de declarar o domínio do imóvel ao possuidor, autor da mesma. Presentes todos os requisitos enunciados no Art. 1239 por parte do Sr. Quinzinho, já demonstrado nos fatos explanados, resta-se inquestionável direito do mesmo em relação ao imóvel usucapiendo, conforme rege o Art. 1.241 do Código Civil
Art. 1.241: Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida, mediante usucapião, a propriedade imóvel.
Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo constituirá título hábil para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
Ocorre que, no caso concreto o possuidor/Requerente estabeleceu no imóvel a sua moradia habitual e realizou nele, serviços de caráter produtivo, fazendo jus, portanto, a redução do lapso temporal exigido para a configuração da usucapião ordinária para 10 (dez) anos.
À vistadisso, buscando agora através da presente ação a escrituração pública do imóvel, tendo em vista que apenas o registro público em cartório é capaz de transferir reconhecer a propriedade de bem imóvel, como denota o artigo 108 do Código Civil:
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
A pretensão encontra guarida, também, no art. 167, inciso I, nº 28 da Lei 6.015/73 (Lei dos Registros Públicos), que apresenta a seguinte redação:
Art. 167. No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos:
I – o registro:
28) das sentenças declaratórias de usucapião.
Evidencia-se no caso concreto o preenchimento das condições propostas nos textos legislativos supracitados. A dispor que o imóvel está na posse ad usucapionem do (a) Requerente, mansa e pacificamente, tendo a legitimidade específica da parte, além da boa-fé presumida.
Pontes de Miranda aduz que a usucapião não se adquire de alguém: "Na usucapião, o fato principal é a posse, suficiente para originariamente se adquirir; não para se adquirir de alguém. É bem possível que o novo direito se tenha começado a formar antes que o velho se extinguisse. Chega um dado momento em que esse não mais pode subsistir, suplantado por aquele. Dá-se, então, a impossibilidade de coexistência, e não sucessão, ou nascer um do outro. Nenhum ponto entre os dois marca a continuidade. Nenhuma relação, tampouco, entre o perdente do direito de propriedade e o usucapiente.”[1]
Na mesma seara, Nélson Luiz Pinto[2] afirma: “ser a usucapião uma forma de aquisição originária, porque não deriva de ato entre o usucapiente e o proprietário, tal qual se dá na desapropriação e na ocupação, por exemplo. ” Por conseguinte, a aquisição da propriedade pela usucapião faz com que se extingam todos os direitos reais sobre a coisa do antigo proprietário, durante a posse ad usucapionem.
A posse ad usucapionem é, assim, fática e decorre da submissão do bem ao possuidor, repousando em duas situações bem definidas: a atividade singular do possuidor e a passividade geral de terceiros, diante daquela atuação individual. Se ambas essas atitudes perduraram, contínua e pacificamente, por 17 (dezessete) anos ininterruptos, de acordo com a norma civil, consuma-se a usucapião. Conquanto, qualquer oposição subsequente se mostrará inoperante, porque esbarrará ante o fato consumado.
Por tais e bastantes motivos, tendo o (a) Requerente comprovado os fatos constitutivos do direito perseguido, restando evidenciados os requisitos legais, consistentes na posse ad usucapionem mansa, pacífica e ininterrupta, por ele (a) exercido (a), por lapso temporal superior à exigência legal, com ânimo de dono (a), outra não poderá ser a sentença senão a de declarar a prescrição aquisitiva do imóvel descrito, tendo nele sua moradia.
IV) DA TUTELA DE URGENCIA
O Código de Processo Civil, em seu Art. 300 define que a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
Tendo em vista as provas apresentadas em relação ao lapso temporal de posse do requerente, pelo fato do imóvel usucapiendo ser sua residência e comprovadamente a ausência de propriedade de outro imóvel, preenchendo todos requisitos necessários para configuração da prescrição aquisitiva, juntamente com a iminente ameaça à posse por parte da requerida, fica demonstrada necessidade da tutela de urgência para salvaguardar direito, sob o risco da demora, sofrendo o autor turbação de sua posse.
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE USUCAPIÃO - TUTELA DE URGÊNCIA - ATOS TURBATÓRIOS COMPROVADOS - MEDIDA DEFERIDA - DECISÃO CONFIRMADA. – 
A concessão da tutela de urgência está condicionada à demonstração de dois requisitos, a saber: o fumus boni iuris, assim compreendido a probabilidade do direito substancial invocado por quem pretende a medida; e do periculum in mora, caracterizado pela existência de risco que corre o processo de não ser útil ao interesse demonstrado pela parte, objetivamente apurado - Deve ser confirmada a decisão que defere a tutela de urgência, quando demonstrada a turbação da posse de imóvel cuja usucapião se pretende ver reconhecida. 
(TJ-MG - AI: 10000170933410001 MG, Relator: Juliana Campos Horta, Data de Julgamento: 05/03/0018, Data de Publicação: 14/03/2018)
Por fim, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza conduta irreversível, não conferindo nenhum dano à Reclamada.
Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado receio de dano irreparável, sendo imprescindível a concessão da Tutela de Urgência nos termos do Art. 300 do CPC.
V) OS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Por todo o exposto, requer digne-se Vossa Excelência:
a) A receber a presente ação, para que seja processada nos termos da legislação vigente, e, ao final, julgada totalmente procedente, com a consequente declaração de domínio do imóvel em favor do (a) Requerente;
b) O deferimento do pedido liminar para fins de determinar a manutenção de posse ao Autor, garantindo com isso a continuidade de seu local de residência;
c) A citação por oficial de justiça da Requerida;
d) A produção de todas as provas em direito admitido, em especial a testemunhal e documental, que desde já arrola e junta em anexo;
e) A total procedência da demanda, para fins de declarar a propriedade do imóvel rural de Quincas Borba em prol de Quinzinho Machado de Assis e sua esposa Carolina. 
f) A condenação do requerido ao ressarcimento das custas e despesas processuais e no pagamento de honorários advocatícios;
g) A conceder o benefício da gratuidade da Justiça ao Requerente, por ser de condições pobre, conforme declaração de hipossuficiência em anexo.
Dá-se à causa o valor de R$XXXXX. 
Nestes termos, pede deferimento
(Cidade), (dia) de (mês) de (ano).
ADVOGADO (A)
OAB/XX nº xxx.xxx

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