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Vitória Ramos – P7 2021.1 UROLOGIA - AULA 06 • Carcinoma epidermóide (95% dos casos) • Carcinoma Verrucoso • Carcinoma Basocelular • Carcinoma Adonescamoso • Melanomas • Doença de Paget • Sarcomas • Metástases (bexiga, próstata e sigmóide) EPIDEMIOLOGIA Costuma atingir países mais subdesenvolvidos do que os desenvolvidos. Em Israel, a cirurgia de fimose é feita em bebês, por isso, não são frequentes casos lá. • EUA: 0,7-0,9/100mil habitantes • BRASIL: 2,9-6,8/100mil habitantes • No Brasil: 16% Norte e Nordeste. Incidência por faixa etária – aumenta com a idade FATORES DE RISCO ✓ Fimose e excesso de prepúcio ✓ Má higiene peniana ✓ Promiscuidade sexual ✓ Irritação crônica local (causa úlcera) ✓ Tabagismo ✓ Postectomia neonatal é fator de proteção! Praticada principalmente por judeus, por isso em Israel é muito baixa a incidência. DOENÇAS RELACIONADAS • HPV 16 e 18 (Figura 1) Está associada ao carcinoma epidermóide do pênis (30,9%); Crista de galo é o nome da lesão. • Balanite Xerodérmica Obliterante (Figura 2) Mancha esbranquiçada com origem no prepúcio e/ou glande; Pacientes diabéticos de meia idade, infecções por fungo recorrentes; Pode avançar para a uretra = estenose • Doença de Bown (Cis) (Figura 3) • Eritroplasia de Queyrat (Cis) (Figura 4) – lesões ulceradas • Leucoplasias e Corno Peniano • Codiloma gigante (Tumor de Buschke-Lowestein) – muito visto em pacientes com AIDS não controlada – figura 5 HISTÓRIA NATURAL • Homens entre 40 e 70 anos (58 anos) Figura 1 Figura 2 Figura 3 Vitória Ramos – P7 2021.1 Ferida, ulceração crônica ou exuberante lesão verrucosa • Local: geralmente é uma úlcera distal, com mais de 30d e não curou. ✓ Glande (48%) ✓ Prepúcio interno (25%) ✓ Prepúcio e Glande (9%) ✓ Sulco Coronal (6%) Invasão do Córion, glande e/ou corpos cavernosos DISSEMINAÇÃO A) Linfática: mais comum Linfonodos inguinais (superficiais e profundos) Linfonodos pélvicos Linfonodos periaórticos Há uma invasão local e erosão vascular inguinal causada pelo aumento desses linfonodos. O primeiro acometido é o inguinal, depois pélvico, por fim, os periaórticos. O paciente costuma morrer pela erosão vascular que causa sangramento, sepse e etc, mas não chega a ter as metástases. B) Hematogênica (rara) Metástases viscerais (1 a 10%) DIAGNÓSTICO ✓ Exame Clínico História natural da doença (ferida, ulceração, lesão verrucosa, duração maior que 30d) Em caso de fimose, pela pele esconder, pode se manifestar com: Dor, corrimento, sangramento ✓ Afastar DSTs Ulcerosas – herpes, cancro mole, sífilis, danovanose ✓ Linfadenomegalia Inguinal (Inflamatória x metastático – diferenciar fazendo ciclo de ATB) ATENÇÃO!!! Feridas e ulcerações que não cicatrizam mesmo após tto médico Que duram mais de 30 dias, apresentam secreções e mau cheiro Vermelhidão ou coceira duradoura na glande ou portadores de Fimose Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou perda de pigmentação em áreas do pênis Surgimento de tumorações na virilha (íngua) EXAMES COMPLEMENTARES O que costuma se pedir é Biópsia da lesão + exames que avaliem a pelve e linfonodos inguinais Exames de Imagem Busca de metástases (correspondem a 10% dos casos) e estadiamento: ✓ RX de tórax ✓ TC de abdome e pelve ✓ Cintilografia óssea ESTADIAMENTO Figura 4 Figura 5 Lesão primária que aprofunda-se para os corpos cavernosos → Compromete os linfonodos → Linfonodos ulceram formando uma ferida que infectam e pode matar o paciente de sempre → Ou pode haver invasão dos vasos Femorais havendo lesão vascular, sangramento e morte. Vitória Ramos – P7 2021.1 Classificação de Broders:Grau I, II ou III. Já vem na análise do patologista. Os fatores de mal prognóstico são invadir o corpo cavernso e invadir linfonodos, porque então aumentam a chance de metástases. TRATAMENTO Lesão Primária: Biópsia Conduta varia com o tipo histológico e a localização da lesão - A amputação é menor quando a lesão é mais distal. TTO dermatológico: ✓ Creme de 5-Fluoracil a 5% ✓ YAG Laser ✓ Crioterapia ✓ Excisão da lesão ✓ Postectomia se essa lesão só estiver no prepúcio Objetivo: Excisão completa e margens adequadas Opções: ✓ Postectomia (se só no prepúcio) ✓ Glandectomia ✓ Penectomia parcial (remover uma parte do pênis mesmo) Uretroplastia* Se as lesões forem mais proximais ou tiver comprometimento da bolsa escrotal... Opções: ✓ Penectomia total ✓ Emasculação Uretrostomia perineal* deve ser feita. Ou seja, colocar a uretra no períneo. Postectomia ✓ Tumores superficiais e/ou localização no prepúcio; ✓ Jovens sexualmente ativos ou que rejeitam a pectomia parcial; ✓ Recorrência local de 14-50% porque é uma cirurgia mais conservadora; Glandectomia ✓ Tumores limitados à glande; ✓ Bem ou moderamente diferenciais ✓ Superficiais e menores que 3cm ✓ Melhor qualidade de vida; ✓ Maior recorrência local em relação a penectomia e menor em relação à postectomia; Vitória Ramos – P7 2021.1 Penectomia Parcial ✓ Tumores mais distais ✓ Qualquer diferenciação ✓ Invasivos (>T2 – invadem o corpo cavernoso) ✓ Qualquer tamanho ✓ Deixar coto proximal > 4cm para haver atividade sexual ✓ Margem de segurança de 2cm, então é bem mutilante; ✓ Menor recorrência local. Penectomia Total ✓ TTO padrão ouro, porém apresenta repercussões sociais e psicológicas devastadoras ✓ As margens da secção devem ser de 1 a 3cm da lesão ✓ Margens de 1cm são seguras para tumores Grau I enquanto tumores II ou indiferenciados, exigem margem mínimas de 1,5cm Emasculação ✓ Lesões extensas e proximais, que acometem bolsa escrotal ✓ Tira-se tudo, testículo, epidídimo, só fica a uretra no períneo. MANEJO DOS LINFONODOS Problema I: Tem a lesão peniana mas não tem linfonodos Palpáveis Se Biópsia = tumor baixo grau e menor que T2 (não invade corpos cavernosos) Chances de Linfonodos (+): 5% • Trata a lesão primária e faz a observação clínica Se Biópsia = Tumor alto grau ou pelo menos T2 Chances de Linfonodos (+) > 15% • Linfadenectomia bilateral profilática Problema II: Linfonodos Palpáveis Biópsia = Lesão primária < T2 e baixo grau • ATB (4-6 semanas) – pode ser que era palpável pela inflamação ✓ Se regressão = observação clínica ✓ Não regressão = Linfadenectomia bilateral profilática Se biópsia = Lesão Primária T2 ou Alto grau • Linfadenectomia bilateral profilática Problema III: Foi optado pela observação clínica e os linfonodos tornaram-se palpáveis • Linfadenectomia de resgate- ou seja, já tratei a lesão primária e estou acompanhando o paciente, agora faço esse procedimento. LINFADENECTOMIA VÍDEO-ENDOSCÓPICA Possui a mesma segurança da cirurgia convencional, mas possui menos morbidade; LINFADENECTOMIA PÉLVICA ✓ Linfonodos pélvicos (+) = disseminação; Aumenta tempo cirúrgico, recidiva tumoral é comum; Grande morbidade para um prognóstico precário. ✓ Limites: nervo íleo inguinal e nervo obturador (vasos ilíacos externos e fossa obturatória) “Possibilidade de cura” : jovens, metástases inguinais confirmadas, ausência de envolvimento sistêmico e com boas condições COMPLICAÇÕES DA LINFADENECTOMIA Vitória Ramos – P7 2021.1 Incidência de 30 a 80%: Flebites, Embolia Pulmonar, Infecção da FO, Necrose de retalhos e linfedema Mortalidade de 3-19% DOENÇA AVANÇADA/METASTÁTICA • Não há tto eficaz • Penectomia + ATB prolongado • Quimioterapia Sistêmica ✓ MBC (Metitrexate, Bleomicina e Cisplatina) ✓ MFC (Metrotexate, Mitomicina C, 5FU e Cisplatina) • Radioterapia Local • Morte por sepse ou exanguinação (erosão dos grandes vasos femorais) PROGNÓSTICO ✓Acometimento linfonodal (principal) e metástases ✓ Estadiamento local – T2 ✓ Grau diferenciação tumoral • Estádios iniciais: prognóstico excelente, 100% de sobrevida em cinco anos • Acometimento linfonodal inguinal: sobrevida de menos de 60%, na dependência do grau de acometimento nodal (quantos foram acometidos, quais foram) • Acometimento linfonodal pélvico ou metástase à distância: sobrevida próxima a zero em cinco anos. PREVENÇÃO ✓ Cultivar hábitos de vida saudáveis ✓ Combater o hábito de fumar ✓ Promover a vacinação contra HPB ✓ Circuncisão cirúrgica (postectomia) ✓ Orientar a higiene do pênis após relações sexuais com água e sabão ✓ Estimular o auto exame periódico de pênis ✓ Estimular o uso de preservativo nas relações e tratar adequadamente DST’s e lesões precursoras ✓ Promover a educação sexual em escolas de 2º grau, esclarecimento e divulgação da doença ✓ Promover o acesso de pacientes ao urologista quando necessário
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