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UROLOGIA TUMOR DE PÊNIS Na neoplasia do pênis podemos encontrar lesões benignas, lesões potencialmente malignas e as lesões malignas propriamente ditas. · TUMORES PENIANOS BENIGNOS · Cistos Penianos · Nevos Penianos · Tumor de Buschke-Lowenstein ou Condiloma Gigante OBS: Pode comprometer a região do meato, da glande e pode necessitar de um tratamento cirúrgico mais agressivo. Nos casos de comprometimento apenas prepucial, o tratamento pode ser com a excisão do prepúcio. · TUMORES PENIANOS COM POTENCIAL DE MALIGNIDADE · Eritroplasia de Queirat OBS: Lesão bem demarcada na região da glande de coloração vermelho aveluldada. Faz diagnostico diferencial com lesões cutâneas do pênis, como as balanites fúngicas. Um meio de diferenciá-las é que a eritroplasia de Queirat não responde a terapia habitual das lesões cutâneas do pênis, e seu diagnóstico é feito pela biópsia da lesão. OBS: Doença de Bowen e Eritroplasia de Queyrat são carcinomas in situ. · PapuloseBowenoid · BalaniteXerótica Obliterante OBS: é um tipo de lesão esbranquiçada onde encontramos processo inflamatório no prepúcio, atingindo glande e meato. Pode promover meatite e estreitamento do meato com processo obstrutivo urinário. O tratamento é feito com substancias tópicas e até excisão cirúrgica. · TUMORES MALIGNOS DO PÊNIS EPIDEMIOLOGIA: · Constituem uma lesão pouco frequente, correspondendo a 1% das neoplasias do trato genitourinário. Contudo, em determinadas regiões, como norte e nordeste, temos um número de casos significativos (50 casos/100 mil habitantes). · Atingem principalmente homens na 6° e 7° décadas de vida. · O principal tipo histológico é carcinoma de células escamosas. Mais comumente, esse tipo de tumor tem origem na glande peniana; em ordem descrescente os locais seguintes são prepúcio e corpo do pênis. O aspecto do tumor pode ser ulcerativo ou papilar. FATORES DE RISCO: · Fimose: caracterizada por não retração do prepúcio sobre a glande, mantendo um ambiente fechado de baixa oxigenação. O sulco balano-prepucial produz o esmegma, e não ocorrendo a higienização do sulco, o esmagma fica acumulado nessa região, e em contato com o epitélio ocasiona displasia, que por sua vez pode levar ao carcinoma de células escamosas · Baixas condições de higiene: não higienização do sulco · Infecções virais (HPV 16 – 18) · Tumores penianos com potencialidade maligna · Tabaco OBS: Destacamos a fimose e as baixas condições de higiene como os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pênis. Pacientes que foram submetidos a postectomia na infância tem menor possibilidade de desenvolver o câncer de pênis, fato que não é realidade nos adultos. Adultos submetidos a postectomia, continuam com risco de desenvolver o câncer de pênis. OBS: A prevenção do câncer de pênis é feita com agua e sabão! Ou seja, esse tipo de câncer pode ser prevenido com a limpeza do sulco balano-prepucial. HISTÓRIA NATURAL: 1. Pequenas lesões, de aspecto ulcerado ou vegetante, na região da glande abaixo do prepúcio. Essas lesões são palpadas, não sendo visíveis. 2. Invasão direta do corpo cavernoso e corpo esponjoso 3. Metástase linfática, com acometimento de linfonodos inguinais superficiais e profundos e pelve renal OBS: O comprometimento linfonodal é o fator prognostico mais importante dessas lesões 4. Metástases acometendo osso, fígado e pulmão 5. A morte ocorre na maioria das vezes pelo acometimento linfonodal, podendo haver necrose da pele, infecção crônica, sepse, hemorragia secundária a erosão da veia femoral QUADRO CLÍNICO: · Pequena lesão, de aspecto ulcerado ou vegetante, na glande (48%), prepúcio (21%), sulco balano prepucial (6%) e corpo (2%) OBS: Muitas vezes essa lesão não é aparente, estando escondida. A glande é o principal local onde ela ocorrerá · Fimose (50%) · Linfonodos palpáveis (50%) OBS: Linfonodos palpáveis não necessariamente indica doença metastática, mas pode indicar processo inflamatório em função da lesão que encontraremos no pênis, uma vez que a disseminação e drenagem linfática dos tumores penianos vai para a região inguinal EXAME FÍSICO: · Determinar tamanho e localização da lesão · Invasão dos corpos cavernosos e esponjoso · Base do pênis e do escroto · Região inguinal, verificando presença de linfonodos palpáveis · Toque retal, verificando se há acometimento prostático DISSEMINAÇÃO: 1. Linfática LEMBRE-SE:a disseminação linfática se dá para linfonodos inguinaissuperficiais e depois para linfonodos profundos. · Quando a lesão acomete apenas a pele peniana (prepúcio): disseminação linfonodal para a região superficial. · Quando a lesão acomete glande e corpos cavernosos: disseminação linfonodal para região superficial e profunda 2. Hematogênica · Pulmão · Fígado · Ossos · Cérebro ESTADIAMENT TNM: Tis – carcinoma in situ T1 – tu invade a camada subepitelial T2 – tu invade o corpo cavernoso e/ou esponjoso T3 –tu invade uretra e próstata T4 – tu invade estruturas adjacentes TX – extensão tumoral não esclarecida No – ausência de linfonodos N1 – metástase p/ 01 linfonodo inguinal superficial N2 – metástase p/ múltiplos linfinodos inguinais ou bilaterais N3 – metástase p/ linfonodos profundos ou ilíacos, unilateral ou bilateral Nx – linfonodos não estudados Mo – Ausência De Metástase A Distância M1 – Presença De Metástase A Distância Mx – Presença De Metástase Não Avaliadas ( Carcinoma in situ ) TRATAMENTO: 1- Lesão Primária: - Excisão cirúrgica limitada: retirada da lesão ou do prepúcio ou apenas da região da lesão (margem de segurança 2 cm) - Ablação a laser - Penectomia parcial / total 2- Nódulos Linfáticos Inguinais: - Linfadenectomia inguinal OBS: Esses linfonodos inguinais podem não indicar metástase, sendo apenas reflexo do processo inflamatório do pênis. Esses pacientes podem ser submetidos a antibioticoterapia por 4 a 6 semanas e em seguida, verifica-se houve desaparecimento dos linfonodos. A adenopatia persistente depois da antibioticoterapia tem de ser considerada como metástase tumora, e devem ser efetuadas dissecções bilaterais e sequenciadas de linfonodos ilioinguinais. Se a infadenopatia desaparecer, sera justificável uma estratégia de observação em tumores primários de estagio baixo (Tis, T1). OBS: Na linfadenectomia inguinal modificada aborda-se apenas a camada superficial, em função da morbidade e mortalidade da linfadenectomia. 3- Doença Avançada: - Quimioterapia (Bleomicina,Vincristina,Methotrexate) PROGNÓSTICO: LEMBRE-SE: o prognóstico nos casos de câncer de pênis depende do comprometimento linfonodal.Lembre que 20% dos pacientes com comprometimento linfonodal, os nódulos não são palpáveis. · Sem adenomegalia palpável: sobrevida em 5 anos é em torno de 65 a 80% · Nódulos inguinais negativos: sobrevida em 5 anos é em torno de 90% · Envolvimento linfonodal da cadeia superficial (envolvimento nodular mínimo): sobrevida em 5 anos é em torno de 77% · Envolvimento linfonodal da cadeia superficial e profunda (envolvimento nodular extenso): sobrevida em 5 anos é em torno de 20%
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