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5.2 câncer penis

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26/08/18 
CÂNCER DE PÊNIS 
1. INTRODUÇÃO 
❖ Epidemiologia: 
• Incidência varia de acordo com localização 
▪ Nos EUA, Carcinoma de células escamosas do pênis é raro, representando 0,4 a 0,6% das 
neoplasias malignas em homens 
▪ África, América do Sul – 10 a 20% de todas as lesões malignas 
▪ No Brasil, representa 2,1% dos tumores malignos e possui maior prevalência no nordeste e 
sudeste 
OBS: na década de 80, chegou a responder por 16% dos tumores malignos em homens. 
• relacionado às baixas condições socioeconômicas e de instrução, à má higiene íntima e a homens que 
não se submeteram à circuncisão 
• Idade mais comum de apresentação: 50 aos 70 anos, podendo ocorrer em pacientes mais jovens 
(raro) 
• Carcinoma epidermoide representa 95-98% dos canceres de pênis 
❖ O diagnóstico precoce é muito importante, visto que é capaz de provocar desfiguração drástica e em 5 
anos pode ter taxa de mortalidade de 50% 
❖ Etiologia: incerta, variada e associada aos seguintes fatores de risco 
• Idade >50 anos 
• Higiene pobre 
• Fimose e não realização da circuncisão precocemente – acúmulo de esmegma; aumenta o risco em 25 
a 60%; (Países com a pratica de circuncisão tem baixas prevalências) 
• Inflamação crônica / Balanite / liquen escleroso.. 
• Trauma peniano 
• Tabagismo 
• DST – especialmente HIV e HPV (16 e 18) 
▪ HPV atua como cofator, agindo na deleção do gene p53 e está associado em 40% dos casos de CEP 
2. PATOLOGIA 
A. LESÕES PRÉ-MALIGNAS DE RISCO BAIXO OU INTERMEDIÁRIO 
❖ Corno cutâneo do pênis– esporadicamente associada com CEP 
• Consiste em cresciemnto excessido e cornificação do epitélio 
• Associado com HPV 16 
• 37% de chance de haver tumor maligno abaixo do corno cutâneo, portanto deve 
ser ressecado 
 
❖ Papulose Bowenoide do pênis 
• esporadicamente associada com CEP 
• Caracterizada por lesões papulosas 
pigmentadas ou esbranquiçadas, com 
evolução benigna 
• Histologia: semelhante ao carcinoma in situ 
 
 
 
Urologia | Mariana Gurgel 
 
2 
❖ Balanite xerótica obliterante (líquen escleroatrófico): 
• mancha branca de aspecto fibroso, de origem no prepúcio ou glande, em 
geral envolvendo o meato (pode causar estenose) 
• Mais frequente em diabéticos de meia idade; não circuncisados 
• Histologia: epiderme atrófica e anormalidades da deposição de colágeno 
• Tratada com cremes esteroides tópicos e excisao cirúrgica em lesões 
maiores 
B. LESÕES PRÉ-MALIGNAS DE ALTO RISCO 
❖ Doença de Bowen: 
• carcinoma epidermoide in situ, tipicamente envolvendo o corpo peniano; 
• placa vermelha ou marrom com incrustações; pode ser confundida com 
psoríase ou eczemas 
• histologicamente igual à eritroplasia de Queyrat 
 
❖ Eritroplasia de Queyrat: 
• lesão avermelhada, aveludada com ulcerações que comumente 
envolvem a glande 
• Histologia: células hiperplasias típicas em arranjo desordenado, com 
citoplasma vacuolado e figuras mitóticas 
• Progride para carcinoma invasivo em até 33% dos casos 
• Tto: laserterapia ou imiquimod 
C. LESÕES MALIGNAS 
❖ Carcinoma epidermoide (céls. Escamosas) – corresponde a 98% dos casos 
• Origem: mais comum é na glande peniana, seguida de prepúcio e corpo do pênis 
• Aspecto: papilar ou ulcerativo 
• Subtipos: 
▪ Carcinoma verrucoso: subtipo de epidermoide que representa 5-16% dos casos, possui aspecto 
papilar e, na histologia, possui margens bem definidas (ao contrário das margens infiltrativas 
usuais). 
• Disseminação: 
▪ Lesão ulcerativa ou papilar que pode crescer gradativamente, até envolver glande inteira ou 
corpo peniano 
▪ A fáscia de Buck é uma barreira à invasão dos corpos cavernosos com disseminação hematogênica 
▪ A via principal de disseminação é a linfática, atingindo linfonodos femorais e ilíacos 
✓ Prepúcio e pele: drenam para linfonodos inguinais superficiais 
✓ Glande e corpos cavernosos: linfonodos inguinais superficiais e profundos. 
▪ Metástases a distância: ocorrem em 10% dos casos – pulmão, fígado, ossos e cérebro 
❖ Outros tumores penianos: melanoma, carcinoma de células basais, doença de Paget, sarcoma de Kaposi 
peniano 
3. QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO 
❖ Sinais e sintomas: 
• Queixa mais comum do paciente é a lesão – pode surgir como área endurecida ou eritema, ulceração, 
pequeno nódulo ou crescimento exofítico 
• Lesão pode ser evidente ou oculta pela fimose 
• Sintomas associados: dor, corrimento, disúria e sangramento, odor 
• Sintomas constitucionais (fadiga, perda de peso, febre...) em casos mais avançados 
 
Urologia | Mariana Gurgel 
 
3 
❖ Exame físico 
• Caracterizar a lesão primária: 
▪ Diâmetro da lesão 
▪ Localização da lesão no pênis – glande, prepúcio, haste, escroto 
▪ Número de lesões 
▪ Morfologia da lesão – papilar, nodular, ulcerada, verrucosa... 
▪ Correlação com estruturas – submucosa, uretra, corpo esponjoso e corpo cavernoso 
• Palpação cuidadosa da região inguinal na busca de metástases linfonodais (ou crescimento de ordem 
inflamatória 
▪ Caracterização semiológica (número, consistência, localização exata) 
 
❖ Biópsia: estabelece o diagnóstico de malignidade 
• Tipos: punção, biopsia excisional ou incisional 
• Histopatológico -classificação: 
▪ BAIXO RISCO → Carcinoma verrucoso, carcinoma papilar e carcinoma verrucóide 
▪ RISCO INTERMEDIÁRIO → Carcinoma epidermóide usual (Mais comum) 
▪ ALTO RISCO → Carcinoma basilóide e carcinoma sarcomatóide 
• útil no diagnóstico diferencial de condilomas acuminados e outras lesões com o carcinoma 
 
❖ Exames laboratoriais: costuma ser normal, mas pode ocorrer anemia e leucocitose em câncer de longa 
data ou infecção local significativa. Hipercalcemia é achado em 20% dos casos mesmo sem metástases 
ósseas 
 
❖ Exames de imagem: 
• RNM e USG: avaliam a profundidade do tumor 
• Raio X de tórax: busca de metástase pulmonar 
• Cintilografia óssea: busca de metástase óssea 
• TC de abdome e pelve: avalia metástases linfonodais e à distância 
4. ESTADIAMENTO 
❖ TNM: 
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4 
❖ Jackson: 
5. CONDUTA TERAPÊUTICA 
CEP: baseada nas características da lesão primária e estadiamento 
A. TERAPIAS POUPADORAS DE ÓRGÃO – Tis, Ta, T1 
❖ TERAPIA TÓPICA: 5- fluoracila ou imiquimod 
❖ TERAPIA LASER 
• Tis, Ta, T1 G1-2; eritroplasia de Queyrat 
• Tipos: dióxido de carbono, Nd: YAG, argônio e KTP 
❖ GLANSECTOMIA (Remoção da glande): Considerada em pacientes com tumores distais em estádio Ta, 
Tis, T1 na glande ou prepúcio 
❖ INCISÃO LOCAL 
• Completa incisão da pele com margens negativas e enxerto de pele 
▪ Ex: tumores de prepúcio → circuncisão 
• O tamanho da margem cirúrgica depende do local do tumor 
• A recorrência em 2 anos é de 50% 
❖ CIRURGIA DE MOHS 
• Técnica que remove finas camadas da pele acometida, avaliando-as miscroscopicamente até atingir 
margens livres 
B. NÃO POUPADORAS DE ÓRGÃO 
❖ PENECTOMIA PARCIAL 
• lesão T1 ou T2 envolvendo glande ou parte distal do corpo, lesões T3 – margem de 2 cm 
❖ PENECTOMIA TOTAL 
• Indicada para T4, lesões proximais ou lesões da parte proximal quando a penectomia parcial 
resultaria em coto peniano de comprimento insuficiente para ato sexual ou função urinária 
• Realiza-se a penectomia total + uretrostomia perineal e ressecção das estruturas envolvidas 
C. OUTROS TRATAMENTOS 
❖ RADIOTERAPIA: Ação paliativa – retarda a ulceração, diminui complicações infecciosas e dor 
❖ QUIMIOTERAPIA: em casos inoperáveis e metástases inguinais volumosas 
• Tto: cisplatina e 5-fluoracil, bleomicina, metotrexato 
D. MANEJO DAOS LINFONODOS REGIONAIS 
❖ Adenomegalia de linfonodos inguinais: 
• Em 50% dos casos ocorre por causa inflamatória → dessa forma, justifica-se tratamento da lesão 
primária seguido de 4-6 semanas de ATB de amplo espectro para avaliar a regressão 
Urologia | Mariana Gurgel 
 
5 
• Caso desapareça, pode haver conduta expectante nos tumores Tis e T1 e deve proceder biópsia ou 
dissecção limitada nos casos de estádios mais avançados 
• Caso persistente,considerar metástase e realizar ressecção bilateralmente e sequenciadas de 
linfonodos ilioinguinais 
❖ Linfonodos não palpáveis: retirados na presença de fatores de risco ou quando surgem posterior ao tto 
ATB 
E. TUMORES METASTÁTICOS 
❖ Tratados com medidas sistêmicas após exérese cirúrgica e conferem pior prognóstico 
6. PROGNÓSTICO 
❖ Com tratamento precoce há grandes chances de cura 
❖ Mortalidade: relacionada com presença ou ausência do acometimento linfonodal 
• Sobrevida após 5 anos para pacientes sem acometimento linfonodal = 65 a 90% 
• Sobrevida após 5 anos nos pacientes com acometimento linfonodal inguinal = 30 a 50% 
• Sobrevida após 5 anos nos pacientes com acometimento linfonodal ilíaco = <20% 
• Sobrevida em caso de metástase óssea ou para tecidos moles é nula após 5 anos 
▪ Falecimento por complicações secundárias às metástases inguinais: por acometimento dos 
grandes vasos ou por complicações secundárias infecciosas devido ao tumor 
 
Referências 
1. WEIN, Alan, WALSH, Patrick, KAVOUSSI, Louis, PARTIN, Alain, PETERS, Craig. Campbell´s 
Urology. Philadelphia: Saunders. 11ª edição−2016 . 
2. McANINCH, Jack, LUE Tom. Smith´s General Urology. Los Angeles: McGraw-Hill. 18a, 
Edition2013. 
3. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Urologia, European and American Urological 
Association. 
4. http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/penis 
5. NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology. Penile cancer. v2, 2018. 
 
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/penis

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