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Autonomação na Produção

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ENGENHARIA
DE MÉTODOS
Altair Flamarion Klippel
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
E57 Eng enharia de métodos / Altair Flamarion Klippel, Henrique 
Martins Rocha, Carolina Abbud, Paulo Henrique Caixeta. – 
2. ed. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
Editado como livro impresso em 2017.
ISBN 978-85-9502-021-4
1.Sistema de produção - Engenharia. 2. Método de 
trabalho. 3. Método Troca Rápida de Ferramentas. I. 
Klippel, Altair Flamarion. II. Rocha, Henrique Martins. III. 
Abbud, Carolina. IX. Caixeta, Paulo Henrique. 
CDU 658.5
Autonomação: 
conceitos básicos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  De� nir o que é a autonomação.
  Desenvolver os conceitos da autonomação.
  Aplicar os conceitos da autonomação para redução de perdas por 
fabricar produtos defeituosos, perda por superprodução e perda por 
espera no ambiente fabril em um sistema produtivo.
Introdução
Neste texto, você aprenderá o conceito de autonomação e como ele 
foi desenvolvido. Você também verá como aplicar esse conceito para 
reduzir perdas. Em especial, três das sete grandes perdas identificadas no 
sistema produtivo pelo Sistema Toyota de Produção: a perda por fabricar 
produtos defeituosos, a perda por superprodução e a perda por espera.
O que é autonomação
Segundo Ohno (1997), o Sistema Toyota de Produção (STP) tem dois pilares 
de sustentação: o just-in-time (JIT) e a autonomação ( jidoka).
Historicamente, o conceito de autonomação deve ser atribuído à Sakichi 
Toyoda, que inventou uma máquina de tear revolucionária, com características 
inéditas. O tear desligava-se autonomamente, sem a presença do homem, em 
duas situações no processo produtivo. Ao atingir a quantidade projetada ou ao 
ocorrer algum problema que pudesse causar a produção de artigos defeituosos. 
É nesse momento que acontece o rompimento com a lógica proposta por 
Taylor de “um homem/um posto/uma tarefa”. Na empresa têxtil Toyoda, uma 
única trabalhadora era capaz de operar, simultaneamente, mais de dez teares. 
A invenção de Sakichi Toyoda reduziu o número de defeitos e o tempo de 
espera e aumentou a produtividade. Sakichi também introduziu a ideia de 
que não havia problema em parar a produção para extrair a causa de defeitos.
Alguns anos depois, essa experiência prática inovadora foi utilizada por 
Taiichi Ohno, com status de pilar, no mesmo nível do just-in-time, no desen-
volvimento do STP. Ohno formalizou um rigoroso conceito, com base no 
desenvolvido originalmente por Sakichi Toyoda, batizando-o de autonomação 
(OHNO, 1997).
O pilar just-in-time (JIT) tem a ver com o fluxo de materiais/matérias-
-primas de acordo com o Mecanismo da Função Produção e, portanto, com 
a função Processo. Assim, o pilar JIT preconiza a disponibilidade das peças 
certas, na quantidade certa, no momento certo, no local certo e na qualidade 
certa.
Por sua vez, o pilar autonomação envolve o fluxo das pessoas/equipamentos/
instalações e, portanto, a função operação de acordo com o Mecanismo da 
Função Produção. Esse pilar consiste em facultar ao operador ou à máquina 
a “autonomia” de interromper a produção sempre que alguma condição de 
anormalidade ocorrer. A autonomação pode ser aplicada em operações auto-
matizadas, pré-automatizadas ou manuais.
Os conceitos da autonomação
Segundo Ohno (1997), a autonomação corresponde à automação com toque 
humano. Ter toque humano signifi ca que as máquinas automáticas podem 
se autossupervisionar quando são produzidos defeitos. Assim, você pode 
considerar que:
AUTONOMAÇÃO = AUTOMAÇÃO + AUTONOMIA
Shingo (1996), um dos construtores do STP desafiava seus colaboradores ao 
afirmar que o toque humano deve ser fornecido pelos próprios colaboradores. 
Entende-se por toque humano a ideia de que eles introduzam seu conheci-
mento nas máquinas que irão trabalhar. Se eles simplesmente operarem as 
máquinas compradas, não mostrarão nenhuma engenhosidade. Para valorizar 
seu trabalho, você deve dar seu toque à máquina automatizada. 
A automação é um estágio anterior à autonomação, pois algumas atividades 
precisam ser realizadas pelo operador, como abastecer e desabastecer uma 
máquina. Já na autonomação, todas as atividades são realizadas pela máquina, 
independentemente do operador, como é o caso da indústria petroquímica.
 Engenharia de métodos 222
Em duas situações ocorre a aplicação do conceito da autonomação e a 
parada da máquina: 1) a quantidade requerida na operação é completada e 2) 
um defeito é detectado.
Na primeira situação, a máquina produz apenas a quantidade necessária 
de peças, realizando a produção em um tempo exato, possibilitando adaptar a 
produção para atender a demanda. Na segunda situação, apenas peças boas são 
produzidas e a qualidade é assegurada. Essa condição é obtida pela instalação 
de um Andon (dispositivo sonoro ou luminoso que avisa quando a máquina é 
interrompida por conta de alguma anormalidade), alertando aos colaboradores 
sobre a parada e a necessidade de investigar e eliminar as causas básicas da 
interrupção.
Outra importante consequência da aplicação do conceito de autonomação é 
a separação do homem da máquina. Surge o conceito de multifuncionalidade, 
possibilitando ao operador cuidar de mais de uma máquina simultaneamente. 
É um conceito diferente do conceito de multitarefa, quando um operador está 
qualificado a operar várias máquinas, mas não simultaneamente.
Com o conceito da multifuncionalidade, você consegue reduzir a quanti-
dade necessária de operadores, o que leva à redução dos custos de produção.
Ainda, segundo a cultura japonesa, o fato de ser responsável pela operação 
de mais de uma máquina simultaneamente concede ao operador maior reco-
nhecimento e respeito o que é caracterizado como “respeito à humanidade”.
Com o conceito de multifuncionalidade, os operadores passaram a ser 
treinados para operar várias máquinas, surgindo o “Quadro de Habilidades 
e Polivalência” apresentado abaixo. Com base nesse conceito, você consegue 
verificar a situação de cada operador com relação à sua habilidade para operar 
as máquinas. É importante observar que compete ao chefe da linha ter a ha-
bilidade para operar todas as máquinas sob sua responsabilidade, bem como 
treinar seus subordinados diretos.
223Autonomação: conceitos básicos
Estas inter-relações estão representadas na figura a seguir.
 Engenharia de métodos 224
A autonomação e as perdas em um sistema de 
produção
A observação do fenômeno da produção em um sistema produtivo pela lógica 
do Mecanismo da Função Produção possibilitou à Toyota Motor Company 
identifi car sete grandes tipos de perda: 
1. perdas por superprodução;
2. perdas por transporte;
3. perdas por processamento em si;
4. perdas por fabricar produtos defeituosos;
5. perdas por espera;
6. perdas por estoques; e
7. perdas no movimento.
Ao desenvolver o conceito de autonomação, a Toyota atuou diretamente 
sobre três perdas: a perda por superprodução; a perda por fabricar produtos 
defeituosos e a perda por espera.
As perdas por superprodução acontecem com a produção antecipada de 
produtos, a imobilização de recursos antes do necessário ou a produção ex-
cessiva, em que você produz mais do que a demanda. 
Na autonomação, você limita o volume de produção à quantidade deman-
dada pelo mercado. Assim, a perda por superprodução não ocorre, pois a 
máquina tem autonomia de parar a produção quando a quantidade programada 
é atingida.
A fabricação de produtos defeituosos, que não atendam às especificações 
de qualidade projetadas, é um desperdício que aumenta os custos de produção. 
Para eliminar esse desperdício, você precisa realizar uma inspeção visando 
identificar e prevenir a ocorrência destes produtos. A simples identificação 
desses produtos não resolve, pois o problema tenderá a se repetir. 
Aplicando o conceito de autonomação, a máquina paralisa a produção ao 
detectar uma condição de anormalidade que possibilite a produção de defeitos. 
Assim,você elimina a perda por fabricar produtos defeituosos. Surge o conceito 
de Controle de Qualidade Zero Defeitos (CQZD), outra quebra de paradigma 
oriunda do desenvolvimento do STP.
Shingo (1996), um dos elaboradores do STP, perguntava: “Por que não 
podemos ter zero defeitos?”. 
225Autonomação: conceitos básicos
Para atingir essa meta ambiciosa, Shingo (1996) desenvolveu o conceito 
de poka yoke: dispositivos simples, baratos e à prova de falhas que, uma vez 
instalados na máquina, impedem a fabricação de produtos defeituosos.
Na indústria automobilística, onde foi criado o STP, existem diversos poka 
yokes instalados nos veículos. Como exemplo, você pode observar veículos 
cuja chave de ignição não aciona o motor caso o cinto de segurança do moto-
rista não esteja devidamente posicionado. Você percebe que, nesse caso, um 
sistema não permite que o erro do motorista de não fixar o cinto de segurança 
se transforme em defeito, qual seja, de o motorista dirigir o veículo sem estar 
devidamente seguro pelo cinto de segurança. 
A possibilidade de separar o homem da máquina, conforme mencionado 
anteriormente, representa outra quebra de paradigma do STP. 
Antes de o conceito de autonomação ser aplicado, havia sempre a ne-
cessidade de um operador estar vinculado à máquina, seja para controlar o 
volume de produção, contando as unidades produzidas, seja para verificar se 
algum produto estava defeituoso. Dessa forma, enquanto a máquina operava, 
o operador ficava “esperando” a conclusão da operação, caracterizando perda 
por espera do operador, a qual também foi eliminada. Com o conceito de 
multifuncionalidade, o operador passou a cuidar de mais de uma máquina 
simultaneamente por não mais estar vinculado a uma só máquina.
 Engenharia de métodos 226
1. Entre as alternativas abaixo, 
assinale a que NÃO é verdadeira.
a) Ao analisar um sistema produtivo 
de acordo com o Mecanismo 
da Função Produção, ou seja, 
por meio da análise do fluxo de 
matérias-primas e materiais (fluxo 
do processo) e da análise do 
fluxo de pessoas e equipamentos 
(fluxo da operação), você 
conclui que o conceito de 
autonomação está diretamente 
ligado ao fluxo do processo.
b) O objetivo da autonomação 
é eliminar defeitos nos 
sistemas produtivos.
c) Automação e autonomação 
não são sinônimos.
d) A implantação do conceito 
de autonomação em um 
equipamento impacta 
diretamente na redução 
das perdas por fabricar 
produtos defeituosos, por 
superprodução e por espera.
e) O conceito de 
multifuncionalidade é 
consequência do conceito 
de autonomação.
2. Ao implantar o conceito da 
autonomação em um equipamento, 
o operador pode exercer o conceito 
da multifuncionalidade, operando, 
simultaneamente, mais de um 
equipamento. Qual das perdas 
identificadas durante a construção 
do Sistema Toyota de Produção 
foi diretamente impactada?
a) Perda por superprodução.
b) Perda por produzir 
produtos defeituosos.
c) Perda por estoque.
d) Perda por espera.
e) Perda por movimentação.
3. Os dois pilares da construção do 
Sistema Toyota de Produção, o just-
in-time e a autonomação (ou jidoka), 
estão interligados pelo Mecanismo 
da Função Produção. O sistema 
de produção deve ser analisado 
segundo dois eixos de análise: o 
eixo do processo, que corresponde 
ao fluxo de matérias-primas e 
materiais, e o eixo da operação, que 
corresponde ao fluxo das pessoas, 
equipamentos e instalações. Entre 
as alternativas abaixo, assinale a 
que estiver CORRETA. 
a) Tanto o fluxo das matérias-
primas e materiais quanto o 
das pessoas, equipamentos e 
instalações estão relacionados 
com o conceito da autonomação.
b) O fluxo das pessoas, 
equipamentos e instalações 
não está relacionado com o 
conceito da multifuncionalidade.
c) O fluxo das pessoas, 
equipamentos e instalações 
está relacionado com o 
conceito da autonomação.
d) O fluxo das pessoas, 
equipamentos e instalações 
está relacionado com o 
conceito do Just-in-Time.
e) Nenhuma das alternativas 
está correta.
227Autonomação: conceitos básicos
ANTUNES, J. et al. Sistemas de produção: conceitos e práticas para projeto e gestão 
da produção enxuta. Porto Alegre: Bookman, 2008. 
DENIS, P. Produção Lean simplificada: um guia para entender o sistema de produção 
mais poderoso do mundo. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008.
OHNO, T. O sistema Toyota de produção: além da produção em larga escala. Porto 
Alegre: Bookman, 1997.
SHINGO, S. O sistema Toyota de produção: do ponto de vista da engenharia de pro-
dução. Porto Alegre: Bookman, 1996.
4. Se você aplicasse o conceito da 
autonomação em uma célula de 
produção composta de vários 
equipamentos, obteria uma série 
de melhorias. Entre as citadas 
abaixo, selecione a alternativa que 
NÃO é verdadeira. 
a) Somente são produzidos itens 
conformes e de acordo com a 
programação de produção.
b) Ocorre a redução do número 
de colaboradores.
c) Quando ocorrer uma condição 
de anormalidade, o equipamento 
para automaticamente.
d) O equipamento para 
somente quando um 
defeito é identificado.
e) Ocorre a redução dos 
custos de produção.
5. O conceito de Shojinka significa 
obter flexibilidade no número 
de operações em cada posto 
de trabalho de acordo com 
a demanda, e é resultado de 
um conjunto de melhorias. 
Assinale a alternativa abaixo que 
NÃO é verdadeira. 
a) A multifuncionalidade 
propicia a flexibilidade do 
número de operações em 
um posto de trabalho.
b) A implantação de layout em 
forma de “U” vem de encontro à 
adoção do conceito de Shojinka.
c) Para implantar o conceito 
de Shojinka, é necessária a 
revisão das folhas de rotina 
das operações padrão.
d) Os pré-requisitos para a adoção 
do conceito de Shojinka são: 
um projeto adequado de 
layout, a multifuncionalidade e 
avaliações e revisões periódicas 
das operações padrão.
e) Somente a alternativa 
D é verdadeira.
 Engenharia de métodos 228
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