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Contratualismo segundo Thomas Hobbes e contexto histórico

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Resumo: Este artigo explora os conceitos da teoria contratualista de Thomas Hobbes e também procura exemplificar a soberania do Estado criado pelo mesmo. O texto é dividido em duas partes. Na primeira, examina a criação do estado civil hobbesiano usando sua tese de estado de natureza humano, por conseguinte a mudança para a vivência em estado em sociedade através de um contrato social que define a formas de poder e liberdade dos indivíduos. Na segunda parte, é apresentada a crítica marxista de Engels ao contratualismo.
Palavras-chaves: Contratualismo, Estado, Friedrich Engels, Soberania, Thomas Hobbes
Introdução
Durante a história da humanidade muitos estudiosos tentaram encontrar uma forma ideal para o melhor funcionamento das sociedades humanas. Dentre estes teóricos, o inglês Thomas Hobbes publicou sua principal obra, o Leviatã em 1651 no qual descreve sua teoria contratualista e jusnaturalista do Estado ideal e sua soberania.
Hobbes infere que o conhecimento, como um todo, vem dos sentidos e a paixão possui maior relevância que a vontade. Visto de forma moral e política, sua teoria afirma que o indivíduo em seu estado de natureza era um ser extremamente egoísta e possui como a maior motivação para a sobrevivência o medo de seus semelhantes, logo, eles só se reuniam em comunidade para o mesmo. Em toda a sua obra, é tido como certo que o estado de natureza culmina em uma constante guerra entre homens sendo sua principal citação “homini homini lupus" (o homem é o lobo do homem).
Em contraponto, o teórico alemão Friedrich Engels (1820-1895) em sua obra “A origem da propriedade privada e do Estado” baseada nas análises de Lewis Henry Morgan (1818-1851), compreende uma visão maxista em relação a formação do Estado civil, sendo este responsável pela divisão desigual das classes entre dominantes e explorados.
Neste sentido, o presente artigo possui como finalidade explorar o pensamento teórico acerca do pacto social e a formação do Estado de sociedade no seu papel no combate ao homem em seu estado de natureza e por fim explorar a crítica maxista ao contratualismo.
- Contratualismo segundo Thomas Hobbes e contexto histórico
O artigo embora tenha como proposito explorar os pensamentos de Thomas Hobbes no seu estado e a soberania hobbesiana, e indiscutível não fazer uma breve introdução histórica de como esse pensador foi levado a escrever sua teoria contratualista. 
Hobbes fez os preparativos, depois a Guerra Civil Inglesa, e finalmente executou o rei Carlos em 1649. Esta guerra distinguida entre cunhos laico e religioso. O conflito de opiniões sobre interesses desencadeou uma guerra entre todas as pessoas, e esta guerra impediu qualquer vida social, ideológica e econômica. Todo mundo sempre é dominado pelo medo da morte. (MANENT, pág. 38-42)
Diante do contexto de guerra civil, Hobbes criou assim sua principal obra “leviatã”. Onde ele via a necessidade de existir um estado soberano para garantir paz e segurança para a sociedade.
Conforme Hobbes (1988, Cap XIV) Os autores geralmente se referem aos direitos naturais como lei natural, que é a liberdade de todos. O indivíduo deve usar seu poder da maneira que quiser para manter sua própria natureza, ou seja, portanto, ele deve fazer tudo o que seu próprio julgamento e razão ditarem em sua vida. Meios suficientes para este propósito
Nesse sentido para o fim do estado de natureza do homem e a formação do estado civil, e feito um contrato social na qual o homem teria que deixar sua liberdade contida no estado de natureza para viver em segurança e em paz com a sociedade em troca de suas vontades passadas assim para o seu soberano representado pela figura Leviatã. Assim surgiu a sociedade civil (HOBBES, 1988. Cap XIV)
- Estado de natureza do homem
Segundo Hobbes (1988, Cap XIV) o homem em seu estado de natural é igual e age por si só, e um ser egoísta na qual sempre tem como princípio a vida, logo ele sempre se mantém em busca de poder para se manter vivo, tendo a liberdade para qualquer ato que se beneficie, assim ele sempre se mantém em guerras constantes uns com os outros agindo com sua própria razão.
“E dado que a condição do homem (conforme foi declarado no capítulo anterior) é uma condição de guerra de todos contra todos, sendo neste caso cada um governado por sua própria razão, e não havendo nada, de que possa lançar mão, que não possa servir-lhe de ajuda para a preservação de sua vida contra seus inimigos, segue-se daqui que numa tal condição todo homem tem direito a todas as coisas, incluindo os corpos dos outros. Portanto, enquanto perdurar este direito de cada homem a todas as coisas, não poderá haver para nenhum homem (por mais forte e sábio que seja) a segurança de viver todo o tempo que geralmente a natureza permite aos homens viver. Consequentemente é um preceito ou regra geral da razão, que todo homem deve esforçar-se pela paz, na medida em que tenha esperança de consegui-la, e caso não a consiga pode procurar e usar todas as ajudas e vantagens da guerra. A primeira parte desta regra encerra a lei primeira e fundamental de natureza, isto é, procurara paz, e segui-la. A segunda encerra a suma do direito de natureza, isto é, por todos os meios que pudermos, defendermo-nos a nós mesmos.” (HOBBES, 1988, Cáp. XIV)
Embora o homem em seu estado natural tenha a liberdade para qualquer ato que venha se colocar em paz e manter-se seguro, é evidente que a qualquer momento ele pode se privar desse controle e poder, visto que qualquer homem pode atacá-lo de forma igualitária para sua auto defesa e sobrevivência. Nesse sentido o homem deve concordar, pois todos estão aptos a produzir qualquer ato, livre para agir com sua própria razão. Dessa forma enquanto o homem tiver a liberdade parar fazer tudo para sua defesa e benefício, sempre haverá condição de guerras.
“Desta lei fundamental de natureza, mediante a qual se ordena a todos os homens que procurem a paz, deriva esta segunda lei: Que um homem concorde, quando outros também o façam, e na medida em que tal considere necessário para a paz e para a defesa de si mesmo, em renunciar a seu direito a todas as coisas, contentando-se, em relação aos outros homens, com a mesma liberdade que aos outros homens permite em relação a si mesmo. Porque enquanto cada homem detiver seu direito de fazer tudo quanto queira todos os homens se encontrarão numa condição de guerra. Mas se os outros homens não renunciarem a seu direito, assim como ele próprio, nesse caso não há razão para que alguém se prive do seu, pois isso eqüivaleria a oferecer-se como presa (coisa a que ninguém é obrigado), e não a dispor-se para a paz. É esta a lei do Evangelho: Faz aos outros o que queres que te façam a ti. E esta é a lei de todos os homens: Quod tibi jïeri non vis, alteri ne feceris” (HOBBES, 1988, Cap. XIV)
Para com isso, o sujeito como homem racional e sociável segundo hobbes, procuraria outra forma de se manter a paz e segurança deixando sua liberdade em estado de natureza, transferindo seus direitos mútuos para um só indivíduo(soberano), onde é chamado de contrato, um pacto formado pelos súditos e seu soberano, agindo a suas vontades de acordo com o contrato para estabelecer a paz e segurança na sociedade civil. (HOBBES, 1988, Cap. XIV)
- Contrato social
Segundo Thomas Hobbes (11ª pág. 428) o contrato social ou pacto se daria por uma passagem simbólica entre o estado de natureza para o estado civil, o homem por meio de sua consciência se dará como perdido sua liberdade natural para viver em sociedade e das suas vontades de controlar, organizar e usar algo para se manter acima dos outros para sua sobrevivência
Diante do contrato para ingressar os homens além de renunciar toda sua liberdade natural, agindo somente pelas suas paixões, seu soberano terá todo o direito as suas poses que se beneficiar para se apropriar, logo o único bem que o homem não renuncia ao ingressar no estado civil é a vida, visto que o estado agora tem essa obrigação pela segurança a vida de seus súditos. Mas caso o estado deixa de assegurar a vida da seuscidadãos em mediato esse pacto é quebrado, sendo assim o homem volta a sua liberdade natural onde terá o direito de agir conforme a sua razão para se manter vivo e se defender. (BOBBIO,1986, pág. 72)
-Formação do estado
Visto que o homem no seu estado ama a sua liberdade e o poder de ter domínio sobre os outros, foi-se criado o estado através de um contrato por palavras entre si, forçando-os por meio de castigo e medo, o cumprimento desse pacto. (HOBBES,1988, Cap. XVII)
Conforme Hobbes (1988, cap. XVII) o princípio para a formação do estado seria a segurança, manter a paz e acabar com guerras e mortes, diante disso não seria o bastante garantir somente a segurança na qual os homens desejariam, sendo governados somente por um determinado período de tempo como por exemplo em uma guerra. Desse modo após uma futura e certa vitória contra os inimigos de outras regiões, como não haveria suposto inimigos em comum eles voltariam a guerrear uns com os outros por interesses diferentes. Diante disso Hobbes cita outras criaturas selvagens que vivem sociavelmente uns com as outras, como a abelha e formiga mencionada para Aristóteles como criaturas políticas, onde ambas agem conforme for melhor para seu benefício comum. Dessa forma ele faz uma comparação o do porque a humanidade não pode fazer o mesmo.
“Primeiro, que os homens estão constantemente envolvidos numa competição pela honra e pela dignidade, o que não ocorre no caso dessas criaturas. E é devido a isso que surgem entre os homens a inveja e o ódio, e finalmente a guerra, ao passo que entre aquelas criaturas tal não acontece. Segundo que entre essas criaturas não há diferença entre o bem comum e o bem individual e, dado que por natureza tendem para o bem individual, acabam por promover o bem comum. Mas o homem só encontra felicidade na comparação com os outros homens, e só pode tirar prazer do que é eminente. Terceiro, que, como essas criaturas não possuem (ao contrário do homem) o uso da razão, elas não vêem nem julgam ver qualquer erro na administração de sua existência comum. Ao passo que entre os homens são em grande número os que se julgam mais sábios, e mais capacitados que os outros para o exercício do poder público. E esses esforçam-se por empreender reformas e inovações, uns de uma maneira e outros doutra, acabando assim por levar o país à desordem e à guerra civil. Quarto, que essas criaturas, embora sejam capazes de um certo uso da voz, para dar a conhecer umas às outras seus desejos e outras afecções, apesar disso' carecem daquela arte das palavras mediante a qual alguns homens são capazes de apresentar aos outros o que é bom sob a aparência do mal, e o que é mau sob a aparência do bem; ou então aumentando ou diminuindo a importância visível do bem ou do mal, semeando o descontentamento entre os homens e perturbando a seu bel-prazer a paz em que os outros vivem. Quinto, as criaturas irracionais são incapazes de distinguir entre injúria e dano, e consequentemente basta que estejam satisfeitas para nunca se ofenderem com seus semelhantes. Ao passo que o homem é tanto mais implicativo quanto mais satisfeito se sente, pois é neste caso que tende mais para exibir sua sabedoria e para controlar as ações dos que governam o Estado. Por último, o acordo vigente entre essas criaturas é natural, ao passo que o dos homens surge apenas através de um pacto, isto é, artificialmente. Portanto não é de admirar que seja necessária alguma coisa mais, além de um pacto, para tornar constante e duradouro seu acordo: ou seja, um poder comum que os mantenha em respeito, e que dirija suas ações no sentido do benefício comum.” (HOBBES, 1988, cap. XVII)
Diante do exposto, conforme Hobbes (1988, cap. XVII), a única forma de capaz, de defender a sociedade de ataques de inimigos e ataques entre si, garantido a vida, segurança e paz, onde eles poderiam viver em sociedade se alimentando e felizes, seria através de votos em consenso de todos, transferindo sua liberdade natural, direitos a um só representante ou assembleia, assim todos deveria se submeter a as vontades e decisões desse representante. Dessa forma a união de todos a uma só pessoa é chamado de Estado, pois através dessa autoridade suprema dada por cada indivíduo para sua representação de suas vontades, ele adquire o poder para satisfazer a vontade de todos, trazendo paz, segurança para seu país. Esse representante é chamado de soberano, na qual ele tem o poder soberano de todos, e os restantes são os súditos. 
· No que tange a soberania no Estado hobbesiano
Hobbes ao teorizar sobre a forma ideal de um Estado, chega à conclusão de que este deva ser de caráter absolutista e que através do uso da repressão seja capaz de forçar os homens a conviver em harmonia uns com os outros. Sendo assim, esse estado é uma condição sine que non para o bem-estar social.
“Um Estado por aquisição é aquele onde o poder soberano foi adquirido pela força. E este é adquirido pela força quando os homens individualmente, ou em grande número e por pluralidade de votos, por medo da morte ou do cativeiro, autorizam todas as ações daquele homem ou assembleia que tem em seu poder suas vidas e sua liberdade.” (Hobbes, Leviatã,1988, Cap. XX, pág. 133)
Desse modo, o governante, seja ele uma assembleia de homens ou um só indivíduo, atua com o respaldo total de seu povo, devido a contrato estabelecido, podendo usufruir da força e dos recursos de todos da maneira que julgar preferível a fim de garantir a paz e a segurança aos seus súditos. Pois, os mesmos recusaram seu direito de natureza a fim de escapar da violência e do caos.
“O senhor do servo é também senhor de tudo quanto este tem, e pode exigir seu uso. Isto é, de seus bens, de seu trabalho, de seus servos e seus filhos, tantas vezes quantas lhe aprouver. Porque ele recebeu a vida de seu senhor, mediante o pacto de obediência, isto é, o reconhecimento e autorização de tudo o que o senhor vier a fazer. E se acaso o senhor, recusando-o, o matar ou o puser a ferros, ou de outra maneira o castigar por sua desobediência, ele próprio será o autor dessas ações, e não pode acusá-lo de injúria.” (Hobbes, Leviatã, 1988, Cap. XX, pag. 136)
Dessa forma, esse soberano não pode sofrer qualquer limitação a seus atos pois, se a possuir não haverá pessoa capaz de julgá-lo visto que ele é a autoridade suprema. Devido a isso, ninguém possui a liberdade de resistir a coerção do Estado, seja esta pessoa inocente ou culpada. Por consequência, nenhum homem é capaz de depor o soberano, graças ao fato de que isso só poderia acontecer com a autorização do mesmo.
“A liberdade dos súditos está apenas naquelas coisas que, ao regular suas ações, o soberano permitiu: como a liberdade de comprar e vender, ou de outro modo realizar contratos mútuos; de cada um escolher sua residência, sua alimentação, sua profissão, e instruir seus filhos conforme achar melhor, e coisas semelhantes” (Hobbes, Leviatã, 1988, Cap. XXI, pag. 141) 
Ou seja, se tratando de liberdade, quando o monarca não implanta uma regra sobre algo o súdito possui a autonomia de fazer ou não aquilo. Assim sendo, tal liberdade não desfaz o pacto que define que o governante possui poder para julgar os atos de seus súditos. Portanto, apesar dos homens deverem total submissão ao soberano, o direito a proteger a própria vida continua inerente a eles, pois “no momento da instituição do poder soberano não pode supor-se que ninguém renuncie ao direito de preservar seu próprio corpo, para cuja segurança foi estabelecida a soberania.” (Hobbes, Leviatã, 1988, Cap XXVII, pag. 188-189). Logo, se o soberano não atender a este objetivo o súdito não deve mais acatar seus atos, visto que desapareceu a razão para isto.
· O Estado, e suas atribuições
“Hobbes diz: que o soberano governa pelo temor que inflige a seus súditos. Porque, sem medo, ninguém abriria mão de toda a liberdade que tem naturalmente; se não temesse a morte violenta, que homem renunciaria ao direito que possui, por natureza, a todos os bens e corpos?” (Weffort, Os clássicos da política, 2000, Cap. 3)
Apesar dessaafirmação do teórico inglês, é necessário desmistificar a sua concepção de medo. Primordialmente, o terror só existe no estado de natureza quando se vive na eminência da morte causada por seu semelhante. Ao passo que o Leviatã apenas preserva o súdito receoso pois, sabe o que deve fazer para não infligir qualquer regra imposta pelo governante, pois “Entendo por leis civis aquelas leis que os homens são obrigados a respeitar, não por serem membros deste ou daquele Estado em particular, mas por serem membros de um Estado.” (Hobbes, Leviatã, 1988, Cap XXVI, pag. 172)
Contudo, o Estado também é como uma esperança de possuir uma vida melhor e confortável, não se limitando, assim, ao medo da morte. Como resultado disso, chega-se à concepção hobbesiana de propriedade, à qual é um importante meio de conforto. Destaca-se assim que Hobbes concorda com a classe burguesa de sua época sobre o fim da forma feudal de propriedade. Porém, vai contra os mesmos ao estabelecer que a totalidade de terras e bens devem ser de controle do soberano ao dizer que “a nutrição de um Estado consiste na abundância e na distribuição dos materiais necessários à vida; em seu acondicionamento e preparação e, uma vez acondicionados, em sua entrega para uso público, através de canais adequados.” (Hobbes, Leviatã, 1988, Cap. XXIV, pag. 161)
Isso posto, a distribuição de tais recursos devem ser de competência estatal, dado que quando não há Estado cada indivíduo pode tomar posse de algo do outro através da utilização da força gerando uma guerra permanente. Por isso, Hobbes define que a distribuição de terras, devem ser repartidas a toda a nação conforme o que o soberano achar que deve atribuir a cada homem a fim de promover a satisfação de todos.
Da mesma forma que o governante define a divisão de terras de seu país, também é ele quem estabelece com quais lugares e mercadorias seus súditos poderão comercializar. Sendo que nesse quesito Hobbes emprega o conceito de sistemas irregulares e regulares: “Sistemas irregulares são aqueles que, não tendo representante, consistem apenas numa reunião de pessoas; se não forem proibidos pelo Estado, nem forem constituídos com malévola intenção (como a influência de pessoas nos mercados, nas feiras ou para quaisquer outros fins inofensivos), são legítimos. Mas se a intenção for malévola, ou então (caso o número seja considerável) se for desconhecida, nesse caso são ilegítimos.” (Hobbes, Leviatã, 1988, Cap. XXII, pag. 148). Logo que se apenas as pessoas definissem tal feito muitas delas seriam ambiciosas o bastante para prejudicar o Estado favorecendo um inimigo ou atentado elas mesmas contra ele. À vista disso, o governante absoluto deve designar tais relações de troca com o exterior.
Além disso, é de poderio do Estado determinar as formas as quais os seus súditos devem trocar seus bens, uma vez que apenas uma porção de terra e bens seja o suficiente para o bem-estar de um indivíduo. Sendo assim, necessário que os indivíduos compartilhem uns com os outros suas propriedades.
-Crítica marxista ao contratualismo de Hobbes
Conforme Engels (1980, pág.63) a sociedade já se organizava-se antes sem a figura do estado ou poder. O estado formado ao longo do tempo com a atividade econômica veio as formações de classes, assim essa divisão tornou-se uma necessidade. Para o desaparecimento da figura de estado teria como o fim dessas divisões de classes, formando assim um desenvolvimento de produção novo e iguais para todos.
Dessa forma a civilização é o estágio de desenvolvimento social, em que ocorre a divisão do trabalho, a comunicação resultante entre os indivíduos, e a produção mercantil. Em todas as fases anteriores da sociedade, a produção era basicamente coletiva, e o consumo também se realizava sob o sistema de distribuição direta de produtos em pequenos ou grandes coletivos comunistas. No entanto, neste modo de produção, a divisão do trabalho é introduzida lentamente. (ENGELS,1980. Pág. 63)
Em um estágio muito primitivo de desenvolvimento da produção, o trabalho humano pode produzir muito mais do que o necessário para manter o produtor, e esse estágio de desenvolvimento é basicamente o mesmo que o estágio de divisão do trabalho. Trabalho e comunicação entre indivíduos. Engels usando essa percepção descobriu as pessoas também podem ser usadas como mercadorias, desde que elas se tornem escravas, o trabalho humano pode se tornar objeto de troca e consumo. Assim que essas pessoas descobriram essa troca, eles próprios começaram a ser trocados. Independentemente dos desejos das pessoas, os ativos são transformados em passivos. (ENGELS, 1980, pág. 63-64)
Através do grande número de escravos, a sociedade se partiria em duas classes, uma que explorava e outra que era explorada. Desse modo quando uma civilização se baseia por uma exploração de uma classe por outra ela sempre ficará em contradição. O progresso de produção de um iria retroceder a condição do explorado que seria a maioria. Como se fosse uma ganha e outro perde, o benefício para um seria o prejuízo para outros (ENGERLS, 1980, pág. 64)
Conclusões finais
Esse artigo procurou explorar a criação do estado civil de Hobbes através do seu contrato social e suas atribuições absolutistas. Ademais, também expõe o contraponto crítico marxista de Engels sobre o pacto social e a criação deste estado.
Assim sendo, Hobbes é estruturalmente absolutista, devido ao momento em que se encontrava e a concentração de poder nas monarquias locais provenientes da Europa, bem como, defendeu a concentração de poder nas mãos do país e do monarca. 
Além disso, uma vez que a natureza humana é o ponto central da tese hobbesiana, em que a natureza humana é má e egoísta. Dessa forma, ele concorda com a suposição de que todas as pessoas nascem livres e são naturalmente dotadas de racionalidade, e no estado de natureza, este será um estado de guerra entre todos contra todos. Então, através do estado natural do homem à criação do estado civil, isso é o resultado do contrato social. 
Por isso, Hobbes criou seu país para proteger vidas e parar de viver em constante medo. Deve-se dizer também que, para Hobbes, a liberdade surge deste pacto social.
Todavia, Engels em sua obra explorou um ponto crítico na formação do estado civil. Sendo que, em sua visão, o homem ao possuir algo privado se torna intensamente egoísta, sempre insatisfeito com o próprio poder. Logo, ao ter alguma quantidade de riquezas e bens há uma diferenciação dos indivíduos da sociedade que não possuem o mesmo.
Da mesma forma, ocorreu uma divisão de trabalho, surgindo assim as classes sociais. Acarretando a desigualdade, partindo a sociedade entre explorados e os não explorados, de modo que essa divisão não se altere e chegue em uma igualdade de riqueza em comum.
Em suma, existem diversas concepções acerca do contratualismo que envolve o bem estar social e as relações de poder consequentes do mesmo.

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