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O Estado Social Brasileiro e o Direito do Trabalho: Um Marco Histórico em Demasia Clésio de Deus Passos1 Márcio Oliveira da Silva² Resumo O objeto principal desse artigo é demonstrar de forma clara e concisa, a evolução do Direito Trabalhista no Brasil e no mundo, bem como sua evolução após o período da escravatura no país. Demostrar também o modelo atual do Estado Social Brasileiro frente à outras nações e sua ineficácia em virtude de alguns direitos irrevogáveis na Constituição Federal, bem como clarificar o modelo de direitos trabalhistas no Brasil e sua aplicação que ao longo dos anos tem servido de impedimento para empresas e em alguns aspectos o crescimento do Brasil. Os direitos trabalhistas surgiram como um meio de evitar à arbitrariedade de empresas quanto à estabilidade, garantia de emprego, proteção do trabalhador, entre outros. O modelo de Estado Social tem servido nos dias atuais como pretexto para o crescimento do país, tendo em vista que manter um funcionário torna-se caro para as empresas e isso prova uma ineficácia de falta de incentivo e políticas públicas para facilitar o emprego e renda do trabalhador. Observa-se com clareza que em grande parte maioria das empresas que abrem, fecham antes dos dois anos, tendo como fatores impostos e encargos com direitos trabalhistas. No atual modelo paralelo entre direitos trabalhistas e direitos sociais, o Estado deixou de centrar principalmente na educação do cidadão e preponderou em um Estado Social e com diversos direitos que relata uma visão procrastinadora e uma morosidade intelectual que o Estado deve prover tudo, ao invés de apenas proporcionar políticas públicas eficazes. Palavras chaves: Direito Trabalhista, Estado Social, Direitos Sociais, Escravidão no Brasil, Evolução do Direito Trabalhista ¹Acadêmico de pós-graduação em Direito Trabalhista pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci. E-mail: mslclesiopassos@hotmail.com ² Especialista em Gestão Pública, Gestão Educacional e Educação à Distância e Tutoria. Professor do Centro Universitário Leonardo da Vinci. E-mail: márcio.silva2@uniasselvi.com.br 1 INTRODUÇÃO O presente artigo tem por objetivo claro e conciso uma visão norteadora da decadência do Estado Social e as leis trabalhistas em excesso no Brasil. Possibilitando uma interpretação clara, inicio-o, explicando o significado da palavra trabalho, que define como um conjunto de atividades que o homem ou grupo exerce atividade profissional. Em essência, exaspera essa interpretação terminológica ‘’ profissional’’ que na época sombria da escravidão, não se usava esse termo, os trabalhadores exerciam trabalho escravo e desumano e não tinham remuneração. Tal período marca uma história triste do Brasil e fruto da desumanidade e barbárie social. O direito trabalhista surgiu decorrente das relações do trabalho e sobretudo passou a ganhar alguma visão aclamadora com o advento histórico da abolição da escravatura em 1888. Diante de tal contexto, a Lei Áurea inicia um marco revolucionário nas relações trabalhista no Brasil. Considerando o evento da abolição da escravatura de 1888 até o ano de 1930, no Brasil trabalhadores de diversos setor e principalmente do setor agrícola, começa à fazer pequenos protesto e reivindicações com influência Europeia que veio para o Brasil. Embora, pequenas e em grande parte desconexa, começa um novo estilo na relação de patrão e empregado. Procede- se então, de 1930 até os dias atuais o surgimento do Direito do Trabalho e que segue em mudanças constantes com a rígida intervenção do Estado na relação do trabalho. No entanto, em consequência disso, entra em foco o modelo de Estado Social e intervencionista, na qual surge fatores como previdência, FGTS, auxílios, seguro desemprego, dentre outros direitos trabalhistas e previdenciários. Diante de tal fenômeno o Estado se tornou uma espécie de (bem-estar social), ao invés de ensinar o cidadão a contribuir e adquirir esse bem-estar social. Tal aferição do Estado para esse fim, se dá por meio de políticas públicas de incentivo tais como qualificação pessoal, educação primária, profissional, técnica e qualidade de vida, bem como ações que melhorem a abertura e continuidade de trabalho das empresas. Os direitos trabalhistas apesar de um marco histórico e revolucionário pós-escravidão tem causado barreiras de crescimento ao Brasil, tendo em virtude alta carga tributária das empresas e direitos trabalhistas que o patrão deve arcar em benefício do funcionário. Vale ressaltar que no Brasil empresas de pequeno porte não sobrevivem, mesmo com o modelo de empresa MEI (Microempreendedor Individual), essas empresas fecham antes dos dois anos. Em diversos países no mundo não existem essa marola gigantesca de direito trabalhistas e nem uma justiça especifica somente para causas trabalhista, como existem no Brasil. Outro fator importante a mencionar e que de alguma forma contribui para o atraso da economia. Em suma, outro ponto a ser mencionado são os feriados, que de alguma forma foram criados para beneficiar trabalhadores, existem os feriados nacionais, estaduais e municipais, na qual à legislação garante remuneração de 100% para o dia trabalhado e folga remunerada. Presume- se, portanto, uma visão crítica e interpretacionista de que o patrão e o Estado devem garantir um bem-estar social com a força do trabalho imposta pelo Estado com diversos direitos, ao invés de contribuir o Estado para que o trabalhador tenha melhores salários, poder de crédito maior e uma vida bem mais digna do ponto de vista Constitucional Brasileiro. Em suma, o presente artigo busca demonstrar que os direitos trabalhistas e o atual modelo de Estado intervencionista e social, tem seus grandes problemas ao país, com isso, 2 prova um atraso em relação a outros países que adota um modelo de ‘’ensinar a pescar’’ se assim posso dizer, do que dar o peixe pronto e cozido’’. O bem-estar social é algo que deve ser compartilhado e buscado tanto pelo trabalhador, bem como o Estado proporcionar meios para que isto funcionem. E não um modelo que tem como caráter punir e atrapalhar o crescimento da empresa. Pois direitos sociais como educação, moradia, segurança e saneamento é dever do Estado. A empresa seja de pequeno ou grande porte não é responsável e detentora de possibilitar tais direitos sem à participação do Estado. Entretanto, criou-se um modelo estatal, de que com os direitos trabalhista em exagero possibilita um bem-estar social que é papel do Estado. 2 O DIREITO TRABALHISTA NO MUNDO Apresento, aqui, alguns modelos de Direitos Trabalhista em alguns países do mundo, e início com o modelo dos Estados Unidos da América. Em 1938, foi editada as leis trabalhista no mandato do Presidente Roosevelt, seus principais pontos estabelecidos foram um salário mínimo, horas extras quando ultrapassam às 40 horas de jornada semanais e regulamentações em relação a funções, locais e etc. Na França as leis trabalhistas têm algumas diferenças com a que temos no Brasil. De acordo com a lei n.º 98-461, de 13 de junho de 1998, lei Aubry, às horas semanais de trabalho é de 35 horas, sendo 7 horas por dia em 5 dias na semana. O tempo para férias remunerada (congé payé) é contado por mês, onde o trabalhador adquire 2,5 dias em cada mês, podendo obter no máximo 30 por ano. A legislação francesa é detalhista, nela contém vários fatores como alíquotas para contribuição da previdência, seguro saúde, seguro idade e seguro desemprego. Na pequena ilha do Japão, alguns direitos são mais variáveis. O salário mínimo por exemplo é baseado no custo de vida de cada região e existem dois tipos de saláriospor província, um se refere a todos trabalhadores e empregadores, e o específico destinado as pessoas de um ramo da indústria ou comércio. A jornada de trabalho é parecida com a do Brasil, e segundo a Lei de normas trabalhistas no Art. 32° prevê à jornada diária de 8 horas, e de 40 horas semanais. Para evitar problemas e abuso de empresas, a Lei estabeleceu uma tabela de porcentagem para horas extras (zangyo), que acresce 25% nas horas que ultrapassem às 8 horas diárias, bem como 50% ou mais para as horas que ultrapassarem às 60 horas/mês e assim por diante. As férias remuneradas (yukyu) são adquiridas à partir de 6 meses de trabalhos contínuos e podendo aumentar a cada dia, conforme cumprem 20 dias úteis de trabalho por mês. Traçando um paralelo entre as Leis trabalhistas do Japão e a do Brasil, pode-se observar, que nos demais países às leis são mais flexíveis, visando as melhores condições para empregado e empregador, pois se o Estado paternalista e interfere muito nessa relação, pode provocar um desiquilíbrio, causando prejuízos para ambas as partes, mas principalmente para o trabalhador. Com o avanço da sociedade e globalização o mercado global fica cada vez mais competitivo, onde as empresas por muitas vezes preferem investir em países onde o ambiente para negócios é mais favorável, ou seja, com menos impostos, encargos trabalhistas, regulamentações em excesso e etc. 3 Seguindo a lógica da criação do Estado, ele deve interferir ou regulamentar quando o cidadão ou a sociedade, assim o reivindicar, pois precisa de regulamentação do Estado para que algo funcione perfeitamente bem, de maneira menos burocrática, mas que forneça proteção jurídica para o cidadão e trabalhado e não apenas criar direitos com um fim de conseguir votos ou reeleição como acontece no Brasil. Mas o que vemos é uma regulamentação e uma gigante máquina burocrática que mais atrapalha o crescimento do país, do que e avançar em desenvolvimento e renda do trabalhador. 2.1 DIREITOS TRABAHLISTA DOS ESTADOS UNIDOS No século XXI, a economia mundial tem crescido de maneira assustadora, a tecnologia e globalização tem sido fatores determinantes nesse processo e atualmente, podemos ver países modernizando suas leis trabalhistas, pois há vários países que estão emergindo devido à economia de mercados globais. Existe um princípio defendido por Hans Kelsen que Direito e as leis acompanham à sociedade. Ou seja, evoluem conforme à sociedade evoluem. Segundo Adam Smith há três princípios básicos para as nações gerarem riqueza, tendo como base; a busca do interesse próprio; a divisão do trabalho e a liberdade de comércio. Com base em dois princípios desses citados é que faz com que os Estados Unidos da América, seja intitulado o país da terra do tio Sam, o desejo de todos pelo sonho americano, a chamada terra das oportunidades. A busca do interesse próprio é tratada pelas pessoas de ideologia mais à esquerda como algo ruim, logo, nada mais legitimo, que a busca do seu próprio interesse, que não pode ser confundido com egoísmo ou algo similar. E essa busca pressupõe liberdade, que é algo que podemos observar nas leis trabalhistas dos Estados Unidos, pois emancipa direitos básicos e podemos dizer até essenciais para um ambiente saudável entre empregado e empregador, onde nessa relação não fique muito para quem paga e nem pouco para quem recebe. Com isso, as leis americanas estabelecem regras simples, como salário mínimo, jornada semanal de trabalho e também estendem essa jornada que à passa a ser computada como hora extra a ser paga pelo empregador, acordo razoável entre as partes sobre dias de descanso e até horário mais adequado para refeições. Comparado ao Brasil que por vezes regula até temperatura do ambiente em trabalho, ignorando a premissa de liberdade entre as partes envolvidas, assim tirando à autonomia do indivíduo, seja ele trabalhador ou empresário. A liberdade de comércio cria uma situação favorável para criação de empregos, que por vezes é ignorada no Brasil. Abro aspas para Ronald Reagan que diz: “Acredito que o melhor programa social é o emprego”. Com base nesta frase, entendemos que o Estado não gera emprego, quem gera é o mercado. Logo levamos em consideração que quanto menos se interfere na economia e menos tente regulamentá-la com o pretexto de “proteger” o trabalhador, cria-se uma espécie de morosidade econômica. Por que de certa forma quando o Estado regulamenta exageradamente, ele cria uma fábrica de desemprego e caos social. Diante do contexto, a maior diferença nesse arranjo de situações e que pode de maneira efetiva, abrir portas ou fecha-las é a flexibilização das leis trabalhistas. De modo que ao 4 aumentar os direitos trabalhistas em excesso, cria-se no empresário o receio de contratar por causa dos altos custos e medo de sofrer processos na justiça do trabalho, de outro modo com à flexibilização, viabilizam à contratação gerando mais empregos. No Brasil uma legislação com mais de 70 anos, está se mostrando ultrapassada para a realidade econômica do país. Diferentemente da legislação americana que é pautada na liberdade entre empregado e empregador, fazendo com que os custo para quem emprega não seja tão pesado a ponto de ter que pensar duas vezes antes de contratar novos funcionários. 2.2 DIREITOS TRABALHISTAS DA FRANÇA Em relação aos Direitos Trabalhistas na França, houve duas reformas trabalhistas com intuito de tornar durável à retomada do crescimento do país, redução da pobreza e aumento de ofertas de empregos. A reforma mais atual foi em 2017 promovida pelo Presidente Emmanuel Macron com foco nos aspectos que trazem um impacto mais imediato que são: negociação coletiva, agilidade e flexibilidade das dispensas ou demissões e jornada de trabalho. No caso de dispensa do trabalho, um empregado com 30 anos de serviço, por exemplo, irá receber 20 salários de indenização. As demissões devem ser justas e não abusivas. Outro fator importante é que com a nova reforma, trouxe diversos protestos na França, isso se dá pela elevação da carga horária de trabalho que podem chegar à 60 horas semanais e jornadas alternativas de trabalho. Em suma, outro fator importante a mencionar é a chamada negociação do empregador direto com o empregado, tirando à interferência do Estado, sindicatos e entidades trabalhistas. Conseguinte, em casos de calamidade financeira a empresa pode demitir seus funcionários com mais facilidade, além do mais o Governo dará um auxílio a jovens que estão fazendo cursos profissionalizantes e a procura de emprego. 2.2 DIREITO TRABALHISTA NO JAPÃO O Japão é um país de cultura forte, muito ligada a esforço e dedicação ao trabalho, pois só assim se reestruturou após segunda guerra mundial. Ademais, isso faz com que o empregador sempre espere que o empregado, trabalhe além do horário estipulado, abrindo mão de seu descanso e tempo com a família em muitos casos. Conseguinte, o Japão tem uma das maiores cargas horárias de trabalho do mundo. Apesar da regulamentação sobre horas trabalhadas, no país do sol nascente, ainda é comum várias empresas não pagar por horas extras trabalhadas, devido a sua cultura, causando estresse ou até depressão. Apesar de tudo isso, no Japão existe as leis trabalhistas que regulamentam questões como: salário, contrato de trabalho, jornada de trabalho, horas extras, intervalos, folgas e férias. O salário mínimo (Kyuryo) é de acordo com cada província e dentro de cada uma, existem dois tipos de salários: O salário regional, que é utilizado por empregados e 5 empregadores. E o salário específico, que é destinado aos empregados e empregadores dentro de cada ramo da indústria e comércio. Outro aspecto aser levado em consideração é o custo de vida. A contribuição, ou seja, impostos descontados em folha de pagamento são referentes à aposentadoria, seguro saúde, seguro desemprego e até funerário, e são descontados do salário bruto, não podendo ultrapassar um décimo do salário. Os contratos de trabalho, devem conter o mínimo exigido pela legislação trabalhista, que quando não colocado no contrato, podem o tornar inválido e empresa pode sofrer penalidades dependendo do caso. Por isso deve conter nos contratos de trabalho de todos os funcionários informações como: tempo de serviço (podendo ser renovado), atribuições do empregado, horas extras, valor do salário, horários (de início e término de expediente), forma, cálculo e fechamento do pagamento. Os japoneses são conhecidos por sempre ultrapassar à jornada normal de trabalho. O Art. 32 da lei de normas trabalhistas, define a jornada de trabalho e prevê uma jornada diária de 8 horas e de 40 semanais. Para algumas empresas de pequeno porte e com menos de 10 funcionários podem estabelecer à jornada semanal de 44 horas. Férias anuais remuneradas (Nenji Yukyu Kyuka) no Japão funciona de forma muito diferente do que vimos no Brasil. Para ser contabilizado o período de férias, o empregado precisa ter no mínimo de 6 meses de trabalho contínuo na mesma empresa e o número de dias, aumenta conforme a cada ano de serviço, podendo chegar até 20 dias no período de 6 anos e meio trabalhados. O período de férias pode acumular por dois anos e após este período se o funcionário não desfrutar das férias, o mesmo perde o benefício referente ao ano trabalhado. Os dias do período de férias podem ser usados ao longo do ano ou todo de uma vez. 2.4 EVOLUÇÃO DO DIREITO TRABALHISTA NO BRASIL E SEUS EXESSOS Após períodos sombrios como a escravatura e a ditadura militar, o Brasil teve grandes avanços democráticos. Apesar da escravatura ser uma forma de trabalho, mas que não havia qualquer direito por partes dos escravos e muito menos o essencial; a remuneração do trabalho e a dignidade humana, os patrões ou (donos de escravos) tinha o escravo como forma de objeto para ganhos de seus senhores e patrões. Em 1824 a Constituição do Império assegurou uma extensa liberdade de trabalho, mas ainda existia a escravidão. (CORREIA, p.14,2018) Em 1888 com o edite da Lei Áurea colocou fim a escravidão no Brasil. Anos depois surge um novo marco na história do Brasil com nova Constituição de 1891, que passou à garantir o livre exercício da profissão, isso diante da falta de mão de obra qualificada após o fim da escravidão. Diante do contexto, em 1934 surge um novo marco histórico no Brasil, com à promulgação da Constituição, que nesse mesmo ano ditou direitos elencados na Constituição do país, tornando-se a primeira à ditar direitos trabalhistas. (CORREIA, p. 15, 2018) Anos depois, surgem à importantíssima Consolidação das Leis Trabalhista-CLT em 1943, à lei 5.452, que ditou regas entre patrões e empregadores quanto a direitos e deveres de ambos os lados, conseguinte, em 1967 a nova Constituição, apesar de tímida não trouxe avanços signicativos, mas trouxe pequenos avanços, como por exemplo, o direito de greve e imposto 6 sindical. Outrossim, somente com a Constituição Federal de 1988, elevou em um marco histórico e significativo. E com isso demasiando-se em excessos os direitos trabalhistas em grande escala no Brasil. Em suma, DELGADO, NEVES, elenca os principais princípios dos direitos trabalhistas na Constituição Federal, assim definidos: ‘’princípio da dignidade da pessoa humana; princípio da centralidade da pessoa humana na vida socioeconôrnica e na ordem jurídica; princípio da valorização do trabalho e do emprego; princípio da inviolabilidade do direito à vida; princípio do bem-estar individual e social; princípio da justiça social; princípio da submissão da propriedade à sua função socioambiental; princípio da não discriminação; princípio da igualdade em sentido material; princípio da segurança; princípio da proporcionalidade e razoabilidade; princípio da vedação do retrocesso social.’’ (DELGADO, NEVES, p.31, 2017) Diante do contexto, tal princípio elevou à proteção ao trabalhador e garantiu direitos que não podem ser mudados por lei complementar. As chamadas (cláusulas pétreas) que só podem ser mudadas por uma nova constituinte. Em suma, (DELGADO, NEVES, p. 41, 2017) afirma o seguinte: ‘’ Direito do Trabalho também realiza um importante papel de política pública de distribuição de renda no mundo da economia e da sociedade capitalista, diminuindo, em alguma medida, as tendências concentradoras de renda e de poder que são características do capitalismo’’. Em virtude disso é notório que o Direito Trabalhista tem seus pontos negativos e positivos na qual veremos à frente. Ademais não muito distante a lei 13.467 de 2017 conhecida como Reforma Trabalhista que alterou algumas regras da CLT e alterou toda à estrutura do judiciário na área trabalhista. Com a reforma trabalhista, passou a ter possibilidade de trabalho intermitente, acordo entre patrão e empregador (Ressalvados as determinadas em lei), fracionamento de férias, fim da contribuição sindical obrigatória, reajuste nas horas de trabalhos as chamadas 12x36 horas, entre outras reformas. (CORRÊA. p.30, 2018) 2.5 DIREITOS TRABALHISTAS FGTS O fundo de garantia por tempo de serviço, foi criando em 13 de setembro de 1966, uma forma de proteger o trabalhador em caso de demissão. Na época o então presidente Castelo Branco, através dos Ministros Octávio Gouvêa de Bulhões e Roberto Campos que instituiu o FGTS como umas das pautas de reformas após o período de golpe de 1964, na qual é depositado mensalmente o FGTS de 8% do salário bruto do trabalhador. Outrossim, antes da Constituição Federal de 1988, o FGTS era opcional, na qual passou ser obrigatório à partir da nossa Carta Magna de 1988. 13° SALÁRIO 7 O 13° salário devido a todo trabalhador no mês de dezembro de cada ano foi criado pelo Governo João Goulart através da lei 4.090 de 13 de julho de 1962 e também pela lei 4.749/1965 e reformulado pelo Decreto 57.155/1965. O valor de 1/12 avos (Salário mínimo) deve ser pago ao trabalhador, em até duas parcelas no corrente ano de trabalho. Conhecido também como gratificação natalina, e pago a todo trabalhador de carteira assinada AUXÍLIO RECLUSÃO O auxilio reclusão é um benefício dado ao trabalhador que contribui com o INSS e tem direito ao auxílio à família do preso, em caso de prisão em regime semiaberto e fechado. Caso o suspeito venha ser preso e sua família receberá o benefício e não o preso. Apesar de ser um benefício previdenciário é plausível mencionar nesse artigo, para clarificar o entendimento exposto do modelo de Estado Social (mãe estatal). Criado pela lei 8.213 em 24 de junho de 1991 na qual tem direito o preso em regime semiaberto e fechado, e mesmo sem condenação, tanto os presos provisórios e condenados tem direito ao benefício. E o recebimento não pode ultrapassar o teto máximo do benefício previdenciário. 2.6 DIREITOS TRABALHISTAS EM EXESSOS Ao fazer uma análise e demostrado alguns direitos no país, é notório destacar o excesso de direitos que o Brasil possui. O filosofo e economista Adam Smith (1723-1790) afirma em suas palavras, que para uma economia crescer um dos principais requisitos é a liberdade do comércio na qual ele disse: ‘’A riqueza das nações discute três princípios básicos (...). O progresso econômico depende deste trio de prerrogativas individuais: a busca do interesse próprio, a divisão do trabalho e a liberdade de comércio. ’’ (SMITH, p.10,2007) Diante desse contexto, essa liberdade exaurida por Adam Smith, denota claramente,que a intervenção do Estado em sua grande maioria atrapalha o crescimento do país. Ademais, direito como o FGTS, apesar de se glorificado e plausível pelo funcionário, tem atrapalhado por exemplo, melhoria na renda do trabalhador, ou seja, ao invés do Estado acarretar o empregador de tantos direitos ao empregado, a melhor opção seria melhorar seu poder de renda e de crédito. Além de 8% que o patrão deposita, o empregador ainda tem o custo da multa de 40% em cima do valor depositado do FGTS. É importante, também ressaltar, que muitos direitos e entre eles o FGTS foi criado e mantido para barganhar votos e simpatia popular. Pesquisa realizada em 2018, pelo Serviço de Apoio às Pequenas e Microempresas- SEBRAE, demostram que cerca de 25% das empresas, não chegam aos 2 anos e fecham. Apesar de muitos aferir somente a falta de planejamento, existem outros fatores relevantes tais como, alta carga tributária e excessos de direitos trabalhistas que o Brasil possui. Outra crítica feita por alguns políticos e entre eles o atual Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, é a gigantesca Justiça do Trabalho, algo que não tem no resto do mundo. 8 Visando clarificar o assunto, uma empresa com 10 funcionários, com renda de 1 salário mínimo, o empregador paga todo mês em deposito 836,00 de FGTS. Em caso de demissão o empregador ainda deve arcar com a multa de 40% sobre o valor depositado todos meses. Diante de impostos e direitos trabalhistas, empresas pequenas, que são a maioria no Brasil fecham as portas cedo. É notório também mencionar que diante de tantos excessos o Brasil pode chegar à um colapso de falta de emprego, pois empresas não sobrevivem a tantos impostos e direitos trabalhistas. Outro direito a ser mencionado é o 13° salário, que muitas empresas questionam devido ao fato de no mês de dezembro, ser obrigatório pagar a todo funcionário. É bem plausível que uma empresa de porte grande e bilionária, tais como Carrefour, Extra, Comper, entre outras, o pagamento do 13° salário não afeta o lucro e nem o crescimento da empresa. No entanto, isso não ocorre com empresas pequenas, que são a maioria no país. Uma empresa com 10 funcionários deverá pagar todo ano além do salário, o 13° garantido em lei. E isso também é um dos fatores que impossibilita à contratação e crescimento das empresas e do Brasil. Ao invés de assina carteira, empregadores pequenos contratam parentes próximos para aliviar a carga tributária e direitos trabalhistas. Em virtude do assunto, como mencionado acima, é digno de mencionar o auxílio reclusão. Chamado por radicalistas de ‘’auxilio bandido’’ é um benefício do INSS que o empregado contribui para o mesmo e se por algum motivo for preso, a família do preso o receberá. Em suma, há uma incômoda situação quando envolve um assassinato, onde à família do assassino que tem o encarcerado, pelo fato de contribuir ao INSS vai receber auxilio, e a família da vítima que teve o seu ente querido morto, não receberá nada e nem amparo do Estado. Afinal à Constituição, preza pelo bem mais tutelado e protegido que é o direito ‘’Vida’’. É plausível pensar na moralidade social, pois à sociedade, espera que o Estado, faça justiça por um bem violado de alguém e apesar de garantir tal direito à Constituição Federal, a família da vítima espera ser amparada e protegida pelo Estado. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho realizado, teve como objetivo inicial demostrar o quão bondoso é o Estado Social Brasileiro. Não é fácil fazer uma análise sobre esse tema, uma vez que o ser humano é limitado, e em muitos casos ao presente e o meio em que vive e isso limita o pensar futurístico. Tal interpretação gera críticas em massa de trabalhadores e é plausível pensar, qual seria melhor; ter emprego sem os excessos de direitos ou não ter emprego? Diante do contexto, é difícil nortear tal assunto, tendo em vista, que o Brasil passou nas últimas décadas amargado na escravidão e ditadura militar. Não raro, toma-se conhecimento, que o excesso de direitos trabalhistas tem sido um dos grandes vilões que atrapalham o crescimento e contratações pelas empresas. É importante, também mencionar, que o artigo elenca o modelo bondoso do Estado Social, que ao invés de ensinar e qualificar o trabalhador para melhores rendimentos, aparelha à sociedade em um modelo de Estado ‘’mãe’’ que dar, ao invés de ensinar o trabalhador a conquistar se manter pelo suor do seu trabalho e realizar conquistas, espera um auxílio do Estado. Claramente, que 9 o Estado deve investir em políticas públicas e educação, mas o objetivo principal do artigo é nortear que seria mais plausível o caminho da educação. Diversos países desenvolvidos no mundo, não existem esse alto grau de direitos trabalhistas e quase todos em sua maioria, à educação é prioridade para o crescimento da sociedade e do país. Bem certo é, que quando foi criado diversos direitos trabalhistas e social no período do Governo de Getúlio Vargas, se justificasse tal protecionismo jurídico do Estado Social Brasileiro. Em suma, verdade é, que diversos direitos têm prejudicado o crescimento das empresas e o crescimento do Brasil, tendo em vista que empresas que geram empregos e ajudam o crescimento do país. Outrossim, na sua maioria o Brasil é dotado de empreendedores por necessidade e aquelas pequenas empresas que existem na maioria das cidades do Brasil. Onde muitos são Microempreendedor Individual-MEI e quando ultrapassa o teto máximo permitido, tem que mudar para à modalidade LTDA, e daí começa o alto índice de gastos com impostos e parcialmente direitos trabalhistas multiplicam, comparado ao empreendedor MEI. Diante do assunto, o artigo em questão visa um esclarecimento, até onde os Direitos Trabalhistas devem interferi no empreendedorismo. Outrossim, fato é, que diversos empresários trabalham na ilegalidade, evitando assim a alta carga tributária e pagamento de direitos trabalhistas com funcionários. Alguns chegam a montar ilegalmente comércio em casa, como por exemplo os salões de beleza e pequenos comércios de alimentos. Mesmo que fique compreensíveis alguns fatores acerca de Direitos Trabalhistas, como o FGTS e 13° salário, em que se olha o empregado com a parte mais fraca e de um histórico de ditadura e escravatura no Brasil, não se pode sufocar empresas e o desenvolvimento do país. Contudo, ao término desse trabalho, fica compreensível que Direitos Trabalhistas devem aludir em um Estado Democrático de Direito, mas com moderação e para evitar arbitrariedade por parte das empresas que descumpre a lei. Por isso, pode-se concluir que nenhum país do mundo se abstêm dos Direitos dos trabalhadores, mas há aqueles que presam pelo fator social que as empresas desenvolvem no seu país, ou seja, o fato de empregar alguém é um fator social de empregabilidade e liberdade comercial e isso ajuda a desenvolver, e gera empregabilidade. 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