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Introdução • A pele é o maior órgão do corpo, exibindo múltiplas funções além de uma simples barreira mecânica. Trata-se, portanto, de um órgão complexo que possui interações celulares e moleculares que, precisamente reguladas, possuem o objetivo comum de proteção. • A dermatopatologia é a ciência que estuda as doenças da pele. Corte esquemático da pele A pele é subdividida em duas zonas: epiderme (A) e derme (B). O tecido adiposo subcutâneo (C) não faz parte da pele – através dele, chegam os plexos venosos, arteriais e todo o sistema de inervação da pele. Na epiderme, temos várias subcamadas: • Camada córnea – queratinócitos mortos (escamas córneas) • Camada granulosa • Camada espinhosa • Camada basal Na derme, podemos observar vasos sanguíneos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas, fibras elásticas, colágenas e reticulares, e filetes nervosos. Funções da pele ➔ Função sudorípara – termorreguladora ➔ Função de secreção sebácea e filme hidrolipídico ➔ Função tamponante ➔ Função queratogênica ➔ Função de absorção – vários medicamentos são absorvidos por via tópica ➔ Função pigmentogênica – melanina garante proteção à luz solar ➔ Função termorregulatória – suor ➔ Função sensorial ➔ Função de defesa ativa ➔ Função de defesa passiva Termos macroscópicos e microscópicos Mácula: mancha circunscrita, impalpável, plana. Ex.: lentigo senil Ao lado, podemos ver uma mácula na pele de um paciente idoso – lesada pelo sol. O lentigo senil é uma lesão causada pelo sol em pacientes idosos e, principalmente, de pele clara. Pápula: lesão circunscrita, sólida, elevada acima do nível da pele, palpável e medindo até 5mm no maior eixo. Ex.: dermatite seborreica Podemos observar várias lesões pequenas, avermelhadas e que se situam em área seborreica. Algumas possuem aspecto coalescente (se juntam). Nódulo: lesão circunscrita, sólida, elevada, medindo mais que 5mm no maior eixo. Ex.: nevo pigmentado. Apresenta uma superfície lobulada e uma coloração pardacenta. Vesícula: lesão da pele, circunscrita, elevada, contendo líquido, de até 5mm no maior eixo. Ex.: herpes simples. Pequenas lesões circulares, por vezes coalescentes. Aqui, está localizada na mucosa labial. Bolha: lesão da pele, circunscrita, elevada, contendo líquido e medindo mais que 5mm no maior eixo. Ex.: queimadura de 2º grau. Podemos ver que, embaixo das bolhas, há uma base avermelhada/eritematosa. Pústula: lesão da pele, circunscrita, elevada, medindo até 5mm no maior eixo, contendo pus. Ex.: pústula da acne. Lesões arredondadas com conteúdo amarelo, pastoso, purulento, sobre base eritematosa, às vezes tendendo a formar pápulas e com um certo grau de descamação. Placa: elevação da pele, circunscrita, vermelho-esbranquiçada, com aproximadamente 0.5 a 10 cm no maior eixo, geralmente devido à edema local – pode ser transitório. Ex.: urticária. Lesões elevadas com limites pouco nítidos, por vezes coalescentes. Escamas: lesão de pele decorrente de acúmulos de lamelas secas de queratina, geralmente resultantes de cornificação imperfeita. Ex.: Ictiose. Lesões poligonais, separadas por linhas esbranquiçadas, com aspecto de escama. Caráter descamativo, base eritematosa. É uma lesão associada a uma alteração genética. Liquenificação: espessamento e acentuação das marcas e sulcos normais da pele, geralmente devido à coçadura persistente. Ex.: líquen simples crônico. Linhas bem demarcadas. Lesões crônicas, caráter descamativo. Muito pruriginosas. Fissura: fenda na pele, geralmente se estendendo até o córion. Ex.: psoríase palmar. Placa na região palmar, com base eritematosa, área descamativa esbranquiçada e fissuras. Muito dolorosas, pode sangrar ao atingir a derme superficial. Escoriação: área traumatizada, podendo ser autoproduzida, geralmente escavada ou linear. Ex.: abrasões lineares provocadas por agulha. Pacientes psiquiátricos ou com alterações emocionais. Telangiectasia: dilatação circunscrita dos vasos sanguíneos superficiais. Ex.: radiodermite crônica. Dilatação formando uma rede bem superficial. Esse paciente deve ter feito cirurgia para retirada de neoplasia e depois fez tratamento radioterápico. Úlcera: lesão crônica com perda de substância que se estende até o córion. Ex.: queimadura por cigarro. Lesões arredondadas, com bordas elevadas e centro necrótico. Também há lesões em fase de cicatrização. Hiperceratose: espessamento da camada córnea. Esse termo pode ser usado na macro e na microscopia. Ex.: hiperceratose difusa palmar. Lesão irregular, elevada, grosseira, um pouco descamativa, ocupa quase toda a extensão da região palmar. O aspecto grosseiro à macroscopia é chamado de hiperceratose. Na lâmina, vemos que a camada córnea está espessada (hiperceratose). Paraceratose: presença de núcleos nas células da camada córnea. Normalmente, a camada córnea possui apenas queratinócitos mortos anucleados. Ex.: psoríase. Ocorreu uma grande multiplicação celular na camada basal, queratinócitos chegam até a córnea sem amadurecer. Disceratose: queratinização defeituosa ou anormal dos queratinócitos. Ex.: doença de Darier (genodermatose – defeito genético) Vemos que, acima da camada basal, há uma fenda. A seguir, vemos acúmulo de queratinócitos defeituosos (citoplasma mais eosinofílico e núcleos irregulares) e queratinização defeituosa. Acantólise: perda das pontes intercelulares (desmossomos – camada espinhosa), geralmente levando ao aparecimento de vesículas e bolhas. Ex.: pênfigo foleáceo (fogo selvagem). Papilomatose: proliferação das papilas dérmicas para a superfície. Ex.: verruga vulgar (HPV). Vemos projeções empurrando a epiderme, com aspecto verrucoso. Pode estar associada a vírus e neoplasias. Acantose: espessamento da camada de células espinhosas. Ex.: psoríase (acantose regular). Nas criptas epidérmicas, há um grande número de queratinócitos da camada espinhosa. Resposta hiperplásica da epiderme. Pode ser regular ou irregular. Espongiose: presença de edema intercelular na camada espinhosa. Ex.: eczema Na microscopia, o edema é visto, a princípio, como estiramento dos queratinócitos. As pontes intercelulares passam a ser vistas com mais nitidez. Posteriormente, elas vão se arrebentando, formando vacúolos entre os queratinócitos → formam espaço maior = vesícula espongiótica.
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