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Apostila - Conferência Pentecostal Brasileira

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P á g i n a | 1 
 
 
Conferência Pentecostal Brasileira – de 17 a 22 de maio de 2021 
 
 
 
 
 
 
Querido(a) irmão(a), 
 
Como muita alegria lhe saudamos com a paz do Senhor Jesus! 
É uma grande satisfação para nós contar com você nesta inédita Conferência Pentecostal Brasileira, a ser realizada 
de 17 a 22 de maio de 2021, totalmente online. O mundo ainda atravessa um período difícil e continua lidando com 
uma pandemia que tem deixado milhões de famílias enlutadas em todo o planeta. Apesar disso, temos no Senhor 
nossa esperança fortalecida dia a dia! E em meio a toda adversidade, o Espírito de Deus vem nos proporcionando 
muitas oportunidades para crescermos e nos desenvolvermos espiritualmente. 
Esta Conferência entra para o cenário da teologia pentecostal brasileira justamente com essa proposta: reafirmarmos 
e solidificarmos nossa fé cristã, por uma perspectiva pentecostal clássica. Cremos em Jesus Cristo, Filho de Deus 
ressurreto e Salvador do mundo; cremos na Bíblia como inerrante e infalível Palavra de Deus e cremos na Pessoa do 
Espírito Santo, que tem capacitado a Igreja de Jesus com sabedoria e poder espiritual para cumprimento da missão 
que nos foi entregue: testemunhar de Cristo ao mundo inteiro! 
Nossas orações são para que esta Conferência, com seus dez palestrantes que nos estarão ministrando ao vivo (por 
uma hora, cada) e nos servindo com os textos preparados para esta volumosa apostila (50 páginas!), venha conjugar 
muito bem aquilo que o pioneiro pentecostal assembleiano na Grã-Bretanha, Donald Gee, já sugeria: que nós 
pentecostais aliemos ao nosso fervor pentecostal mais profunda reflexão teológica. Sim, esta Conferência nos 
proporcionará importantes momentos de reflexão teológica; mas não para ficarmos no mero plano da fruição 
intelectual, e sim para que compreendamos nossas bases doutrinárias, históricas e teológicas, façamos uma 
autocrítica sobre onde estamos falhando, e prossigamos avançando em nome de Cristo e no poder do Espírito Santo 
“até os confins da terra! (At 1.8). 
Leia atentamente esta apostila; acompanhe as transmissões (conforme programação abaixo, que acontecerá em 
modo fechado pelo nosso canal no Youtube) e seja ricamente abençoado para a glória de Deus! 
A Organização. 
 
 
PROGRAMAÇÃO 
DATA 19H50min-21H 21H-22HH 
17/MAIO 
Kleber Maia: A extensão da expiação de Cristo 
e o fervor evangelístico pentecostal 
Silas Daniel: Herança arminiana no Pentecostalismo e os 
5 pontos do Arminianismo 
18/MAIO 
Junia Nascimento: A liderança feminina no 
Pentecostalismo 
Roberto José: O Espírito Santo e a liderança no Novo 
Testamento e nos dias atuais 
19/MAIO 
Valmir Nascimento: Pentecostalismo e esfera 
pública 
Osiel Lourenço: Pentecostalismo na esfera pública II 
20/MAIO José Gonçalves: Interpretação bíblica Elizeu Rodrigues: Pregação e pregador pentecostal 
21/MAIO Tiago Rosas: Adoração no contexto pentecostal Altair Germano: O batismo no Espírito Santo 
22/MAIO Mesa redonda com palestrantes convidados e interação com o público 
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Conferência Pentecostal Brasileira – de 17 a 22 de maio de 2021 
ANOTAÇÕES 
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A EXTENSÃO DA EXPIAÇÃO DE CRISTO E O 
FERVOR EVANGELÍSTICO PENTECOSTAL 
 
Ministrante: Carlos Kleber Maia (Siga: @prklebermaia) 
Pastor da Igreja Assembleia de Deus no Rio Grande do Norte. Mestre em Teologia 
(FABAPAR) com ênfase em Estudo e Ensino da Bíblia e Pós-graduado em Teologia 
do Novo Testamento Aplicada (FTBP). 
 
Introdução 
A doutrina cristã afirma que Deus, por Sua graça, enviou o Seu Filho para morrer pelos pecadores, para 
fazer a expiação pelos seus pecados. Expiação é a purificação de crimes ou faltas cometidas, e é 
realizada para ressarcir os danos, apagando-se os delitos e oferecendo satisfação pelas injustiças 
cometidas. A ideia central da expiação é unir em um relacionamento de paz e amizade partes que 
haviam sido inimigas1. 
A morte de Jesus foi um sacrifício substitutivo oferecido a Deus, para satisfazer a Sua justiça, ao sofrer 
a punição merecida pelos pecadores, de forma que Deus pode, de maneira justa, perdoá-los. A morte 
de Cristo foi vicária: Ele morreu em lugar de outros, e em benefício destes (Is 53.4-6; 2 Co 5.21; 1 Pe 
2.24; 3.18). 
Quando se refere à morte de Cristo, é necessário se distinguir três pontos: a intenção, a extensão e a 
aplicação desta expiação. A intenção responde às questões: “Qual foi o propósito salvífico da morte de 
Cristo? Ele deseja igualmente ou desigualmente a salvação de cada pessoa?”. A extensão trata das 
perguntas: “Por quem Cristo morreu? Pelos pecados de quem Cristo foi punido? Ele morreu pelos 
pecados de toda a humanidade?”. E a aplicação apresenta respostas às interrogações: “Quando a 
expiação é aplicada ao pecador? Em que momento os benefícios da morte de Cristo são aplicados ao 
indivíduo?”. 
Deus deseja que todos sejam salvos? (Intenção) 
A Palavra de Deus afirma que Deus quer salvar todos os homens (1 Tm 2.3-6; 2 Pe 3.9). Em passagens 
textos como Jo 3.16, fica claro que as intenções salvíficas de Deus são tão amplas quanto o mundo2. 
Assim, cremos que a intenção de Deus com a morte de Seu Filho foi de oferecer salvar a todos, tendo 
Ele mesmo estabelecido as condições que deveriam ser cumpridas pelos pecadores. 
Se Cristo não morreu intencionalmente por todos, não pode ser o dever de alguém, além dos eleitos, 
crer em Cristo. O arminianismo afirma que Cristo morreu igualmente por todos, com o intento de salvar 
todos que cumprissem as exigências estabelecidas por Ele: arrependimento e fé. As Escrituras nunca 
afirmam que Deus pretendeu salvar aqueles que não creram. 
Calvino afirmou um sentido múltiplo na vontade de Deus3. O Criador deseja salvar a todos por uma 
vontade revelada nas Escrituras, mas deseja salvar apenas os eleitos por uma vontade oculta, a qual é 
um mistério insondável, no seu entendimento. O teólogo holandês Jacó Armínio concorda com a 
declaração de que Deus revela apenas em parte a Sua própria vontade, mas nega que Ele deseje ou 
determine alguma coisa contrária a ela. Ele assevera, a este respeito: “Pois nenhuma vontade de Deus, 
qualquer que possa ser o seu caráter, pode ser contrária a qualquer outra vontade”4. Deus não pode 
querer salvar a todos e, ao mesmo tempo, não querer salvar alguns. 
Armínio afirma: “Deus pode fazer o que quiser com os seus, mas não pode fazer com os seus o que 
não possa fazer com justiça, pois Sua vontade é restrita pelos limites da justiça”, e ainda que “O oleiro, 
 
1 VAILATTI, 2015, p. 19. 
2 ALLEN, 2019, p. 950. 
3 GEORGE, 1993, p. 208. 
4 ARMÍNIO, 2015, v. 3, p. 324. 
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ANOTAÇÕES 
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portanto, não pode formar, do barro sem forma, um homem para desonra e condenação, a menos que 
o homem se tenha tornado, anteriormente, merecedor de punição e desonra, pela sua própria 
transgressão”5. O Deus justo condenará as pessoas pelos seus pecados e salvará todo aquele que crer. 
Por quem Cristo morreu? (Extensão) 
A Palavra afirma que Cristo morreu por seu povo (Mt 1.21), por suas ovelhas (Jo 10.15), pela igreja (Ef 
5.25), por seus amigos (Jo 15.13), pelos eleitos (Rm 8.32-35). Mas o Senhor Jesus morreu apenas por 
estes? Não! Afirmar que Cristo morreu por alguns não é provar que Ele não morreu pelos outros. A 
Bíblia apresenta diversas passagens onde a expiação é universal (Is 53.6; Jo 1.9; 8.12; 12.32; At 2.21; 
17.30; Rm 5.6, 15, 18; 2 Co 5.14, 15; 1 Tm 2.3-6; 4.10; Tt 2.11; Hb 2.9; 2 Pe 3.9). Armínio afirma: “As 
Escrituras dizem, de maneira extremamente clara e em muitas passagens, que Cristo morreu por todos, 
pela vida no mundo, e isso pela ordem e pela graça de Deus Pai”6. 
A Palavra de Deus apresenta Cristo como o salvador do mundo (Jo 1.29; 3.16,17; 4.42; 6.51; 1 Jo 2.2; 
4.14). Os calvinistas afirmam que a palavra “mundo” refere-se apenas aos eleitos. Um estudo desta 
palavra – particularmente nos escritos do apóstolo João, onde é usado 78 vezes – indica que mundo é 
o mundo que odeia Deus, que rejeita Cristo, e que é dominado por Satanás; todavia este é o mundo 
pelo qual Cristo morreu. 
O teólogo calvinista D. A. Carson afirma que a palavra “mundo” refere-se a toda a raça caída, e destaca 
que a palavra significa seres humanos em rebelião contra Deus7. Armínio assevera que “O fato de que, 
pela palavra ‘mundo’, nestas passagens, deve-se entender todos os homens de maneira geral, é 
manifesto por essas passagens e pelos usos das Escrituras. Pois não existe, em minha opinião, 
nenhuma passagem, em toda a Bíblia, em que possa ser provado, sem nenhuma controvérsia, que a 
palavra “mundo” significa “os eleitos’”8. 
Os arminianos interpretam o termo “mundo” como referindo-se à totalidade da raça humana. Armínio 
usa diversos textos como para provar que a palavra “mundo” não se refere apenas aos eleitos: (Jo 1.29; 
3.16; 6.51; 2 Co 5.19; 1 Jo 2.2; Jo 4.42; 1 Jo 4.14; Hb 2.9; 1 Tm 4.10; 2.5; Rm 5.6-8). O apóstolo João 
afirma que o mundo inteiro jaz no maligno (1Jo 5.19), mas Jesus é a propiciação dos pecados deste 
mundo inteiro (1 Jo 2.2). 
Calvinistas interpretam textos como 1 Tm 2.1-6 e Tt 2.11 afirmando que expressões como “todos os 
homens” se referem a “todos sem distinção”, alcançando tanto judeus quanto gentios, escravos ou 
livres, sem distinção, e não necessariamente a todos sem exceção. Porém, em textos como Rm 5.18 e 
Is 53.6, se “todos” não se refere a cada homem, sem distinção, então alguns homens teriam ficado 
livres dos efeitos do pecado, contrariando o exposto em Rm 3.23. Outras passagens, como 1 Tm 4.10 
e 1 Jo 2.2 explicitamente afirmam que Cristo sofreu uma morte expiatória não somente pelos crentes, 
mas também por todos. 
Armínio declara que “[...] se [a redenção] não foi obtida para todos, a fé em Cristo é, sem nenhum direito, 
exigida de todos e, se não foi obtida para todos, ninguém pode, com justiça, ser culpado por rejeitar a 
oferta de redenção, pois rejeita aquilo que não lhe pertence, e o faz com propriedade. Se Cristo não 
morreu por todos, então não pode ser juiz de todos”9. 
Outros textos mostram que Cristo morreu até por homens que o rejeitam ou que não alcançarão a 
salvação. Em 2 Pe 2.1, Cristo até pagou o preço de redenção por falsos mestres que o negaram. O 
testemunho das Escrituras é claro, quando afirma que Deus ama a todos, e que Ele demonstrou isto 
quando enviou Seu Filho para morrer por todos. Ele ama mesmo aqueles que rejeitam o seu convite 
para segui-lo, como o jovem rico (Mc 10.21). 
 
5 ARMÍNIO, 2015, v. 3, p. 45. 
6 ARMÍNIO, 2015, v. 3, p. 330. 
7 CARSON, 2007, p. 123. 
8 ARMÍNIO, 2015, v.3, p. 330. 
9 ARMÍNIO, 2015, v. 3. p. 428. 
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ANOTAÇÕES 
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Os arminianos acreditam que a descrição calvinista do escopo da expiação não pode deixar de limitar 
o amor divino, o que contradiz os textos acima10. Se Deus é amor, mas pretendeu que a morte expiatória 
de Cristo fosse a propiciação somente para algumas pessoas, de forma que somente elas podem ser 
salvas, então o “amor” não tem nenhum significado inteligível quando se refere a Deus. Nunca 
consideraríamos como amoroso alguém que, por exemplo, podendo resgatar pessoas se afogando, se 
recusa a fazê-lo e resgata somente algumas. Consideraríamos tal pessoa má, mesmo se as pessoas 
resgatadas apreciassem o que a pessoa fez por elas11. 
Não há um único texto bíblico que afirme que Cristo não morreu por alguém. A expiação limitada 
calvinista é, principalmente, uma dedução teológica e menos uma construção exegeticamente 
demonstrada nas Escrituras. David Allen afirma que “a expiação limitada é uma doutrina em busca de 
um texto”12. 
Calvinistas dizem que a morte de Cristo beneficia a todos, mas não da mesma maneira; dá a todos 
somente bênçãos temporais, não salvíficas13. Afirmam, então, que Deus ama todas as pessoas de 
alguma forma, mas somente algumas (os eleitos) de todas as formas. No entanto, o Deus revelado na 
Bíblia não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; 1 Pe 1.17), é bom para todos (Sl 145.9) 
e, assim, ama a todos da mesma maneira, beneficiando a todos com a salvação, para aqueles que a 
recebem pela fé em Jesus (Rm 10.9-21). 
Somente os crentes serão salvos (Aplicação) 
Toda a humanidade está em um estado redimível com respeito ao preço já pago, pois Cristo morreu 
por todos. Embora haja muitos que jamais serão salvos, a razão disso não é porque não há um preço 
suficiente pago pela redenção, nem porque ele não seja uma solução aplicável a eles, mas porque eles 
não querem cumprir as condições para se apropriarem deste benefício. 
A expiação foi garantida na cruz, mas será aplicada apenas quando o indivíduo crer em Cristo. Se a 
expiação não requeresse aplicação, os eleitos nasceriam salvos. Porém, a Palavra afirma que todos 
nascem pecadores (Rm 3.23; Sl 51.5). Os benefícios da expiação são oferecidos apenas sob a condição 
da fé em Cristo. 
Armínio assevera: “É preciso fazer uma distinção entre redenção obtida e a redenção aplicada, e declaro 
que ela foi obtida para o mundo inteiro, e para todos e cada um dos homens; mas ela foi aplicada 
apenas aos fiéis [crentes] e aos eleitos”14. O teólogo holandês assevera ainda: “O resgate ou o preço 
da morte de Cristo é considerado universal em sua suficiência, mas particular, em sua eficácia”15. 
O sacrifício de Jesus foi igual para todos em relação à extensão da satisfação, pois Cristo assumiu a 
natureza humana. A salvação para qualquer pessoa, contudo, é condicionada à fé. A vontade salvífica 
universal de Deus torna a graça da salvação universal e comum a todos, mas ela é tão condicional que, 
sem o cumprimento da condição, é inteiramente ineficaz. Os benefícios da expiação não são aplicados 
à pessoa até o momento da regeneração. Paulo descreve comoera a vida dos eleitos antes de crerem 
em Jesus (Ef 2.1-3): mortos em pecados. Nem mesmo os calvinistas ensinam que o eleito é justificado 
antes da experiência da fé. 
Duewel diz: “A provisão de Cristo é suficiente para todos, mas é eficaz somente para aqueles que a 
aceitarem nas condições de Deus. Ela é potencialmente eficaz para todos os homens, mas é condicional 
e pessoalmente eficaz para quem livremente a desejar. Enquanto o pecado de Adão trouxe julgamento 
potencial para todos, a expiação de Cristo na cruz trouxe vida provisional para todos”16. 
 
10 OLSON, 2013, p. 84. 
11 OLSON, 2013, p. 83. 
12 ALLEN, 2019, p. 24. 
13 OLSON, 2013, p. 218. 
14 ARMÍNIO, 2015, v.3, p. 428. 
15 ARMÍNIO, 2015, v.3, p. 329, 330. 
16 DUEWEL, 1999, p. 98. 
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Wiley afirma que “A expiação é universal. Isto não significa que toda a humanidade será 
incondicionalmente salva, mas que a oferenda sacrificial de Cristo satisfez a tal ponto a lei divina que 
tornou a salvação uma possibilidade para todos. A redenção é universal, ou geral, em um sentido 
provisional, porém, especial ou condicional em sua aplicação ao indivíduo”17. 
Thomas Oden declara: “A expiação é designada a toda a humanidade, intencionada para todos, 
suficiente para todos; entretanto, ela é efetivamente recebida por aqueles que respondem a ela em fé”18. 
A expiação é provisional até o tempo de sua aplicação. “O único modo de negar a natureza provisória 
da expiação é considerar todo o povo pelo qual Cristo morreu ser justificado antes deles 
experimentarem a fé”19. 
Cristo veio tornar a salvação possível ou veio salvar? Ele veio fazer ambas as coisas: tornar a salvação 
possível a todos e salvar os que creem. Jesus removeu todos os impedimentos legais à salvação dos 
pecadores na situação em que o Pai escolheu aplica-la. A morte de Cristo garantiu a reconciliação do 
homem com Deus, mas Ele mesmo nos mandou pregar a palavra de reconciliação, pois os indivíduos 
só receberão os benefícios garantidos na cruz quando crerem na Palavra (2Co 5.18-21; Rm 10.17-21). 
A salvação deve ser proclamada a todos 
Muitas passagens indicam que o Evangelho deve ser universalmente proclamado (Mt 24.14; 28.19; Mc 
16.15, 16; At 1.8; 17.30). Se Cristo morreu somente por alguns, como pode a oferta de salvação ser 
feita a todas as pessoas sem ser insincera, artificial, ou mesmo desonesta? Não é impróprio oferecer 
salvação a todos, se de fato Cristo não morreu para salvar todos? Como Deus pode autorizar Seus 
servos a oferecer perdão a todos, se Cristo não morreu por todos? 
Armínio afirma que a salvação, portanto, é oferecida a todos os homens, quando diz que “A promessa 
e a oferta se estendem a todos os que são chamados – chamados pela pregação externa do evangelho, 
quer obedeçam ao seu chamado ou não. Pois até mesmo os que ‘não viriam’ para as bodas receberam 
o convite, e, por isso, Deus os julgou indignos (Mt 22.2-8), uma vez que ‘rejeitaram o conselho de Deus 
contra si mesmos’ (Lc 7.30), e pela rejeição da promessa se tornaram indignos (At 13.46)”20. 
A expiação limitada torna o evangelismo indiscriminado impossível, pois os convites universais do 
evangelho só podem ser baseados em uma disposição universal na expiação. Um crente na expiação 
limitada nunca pode dizer a todos: “Deus ama vocês e Cristo morreu pelos seus pecados e pelos meus; 
vocês podem ser salvos”. Todavia, esta é a própria força vital do evangelismo: contar as boas novas a 
todos e convidá-los a virem a Jesus Cristo em arrependimento e fé. 
Ninguém, incluindo Deus, pode dizer verdadeiramente a todas as pessoas “se você crer, será salvo”, a 
menos que essa oferta seja reforçada por uma salvação comprada para todas as pessoas. Calvinistas 
coerentes com a expiação limitada negam a oferta bem-intencionada do evangelho, o que tende a inibir 
o zelo e a atividade missionária. Se o amor de Deus expresso no convite do evangelho não for redentor, 
a oferta do evangelho não tem sentido real21. 
Teólogos calvinistas que foram missionários em terras pagãs, como David Brainerd, William Carey e os 
morávios, sustentaram que a doutrina da morte de Cristo por todos era o grande meio de conversão22. 
Sem uma expiação universal, não é possível que alguém saiba a partir do próprio evangelho que Jesus 
morreu por ele. 
 
17 WILEY, 2013a, p. 274. 
18 ODEN, Systematic Theology, apud ALLEN, 2019, p 531. 
19 FORLINESS apud ALLEN, 2019, p. 651. 
20 ARMÍNIO, 2015, v.3, p. 312. 
21 ALLEN, 2019, p. 516-8. 
22 ALLEN, 2019, p. 618. 
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Temos muitas razões para pregar a Palavra de Deus: a) O amor a Deus, demonstrado em obedecê-lo; b) O 
amor pelos perdidos; c) A obediência às Escrituras, que nos manda pregar. Além destes motivos para 
evangelizar, devemos acrescentar outros: d) A vontade redentora universal de Deus, demonstrada na morte 
de Cristo por todos; e) O empoderamento do Espírito Santo, com o objetivo primordial de nos impulsionar a 
sermos testemunhas de Jesus e fazermos a Sua obra. 
A consideração habitual dos calvinistas rígidos é que não sabemos quem são os eleitos, então oferecemos 
o evangelho a todos. A questão não é de conhecer quem são os eleitos, mas de oferecer o que não está 
disponível a todos, se crermos que Jesus não morreu por toda a humanidade. 
Considerações finais 
Os arminianos creem que, se Deus é verdadeiramente amor, Ele ama incondicionalmente e universalmente, 
pelo que Cristo morreu por todos, para que todos possam ser salvos. Enquanto Deus providenciou a 
salvação para todas as pessoas com a morte sacrificial e substitutiva de Cristo para todos, os benefícios 
desta morte são recebidos pela graça mediante a fé e são eficazes apenas para aqueles que creem. Aqueles 
que rejeitam o amor de Deus, expresso em Cristo, só experimentarão a punição por sua rebeldia. 
Embora Deus deseje que todos creiam e sejam salvos, muitos perecerão, não por falta de disponibilidade 
de salvação, mas porque rejeitam a sua oferta feita para eles na morte de Cristo e por “não crer no nome do 
único Filho de Deus” (Jo 3.18). Quando os benefícios da morte expiatória de Cristo são aplicados ao eleito? 
Três opções: a) no decreto eterno de Deus; b) na cruz, sendo aplicada aos eleitos; c) no momento em que 
os pecadores creem em Cristo. 
Os arminianos creem que esta última opção se harmoniza com o ensino das Escrituras. Por crer nisto, os 
arminianos podem dizer, verdadeiramente,a todo o mundo: Deus te ama e, por causa disto, Cristo morreu 
para te salvar! 
A expiação ilimitada não leva ao universalismo, a crer que todos serão salvos, pois para que os homens por 
quem Cristo morreu sejam salvos, é necessário que eles creiam nele como Salvador (Jo 8.24). A condição 
indicada por Cristo, sobre a qual os incrédulos podem evitar morrer nos seus pecados, não se baseia no fato 
de ele não morrer a seu favor, mas sim em colocarem nele a sua fé. O valor da morte de Cristo, por mais 
maravilhosa e completa que seja, não se aplica aos não regenerados até que venham a crer. 
Qualquer ensino que diz que Deus não ama toda humanidade, que Deus não tem intenção ou desejo de 
salvar toda humanidade, ou que Jesus não morreu pelos pecados de toda humanidade é contrário a Escritura 
e deve ser rejeitado. A Bíblia nos mostra claramente que Cristo morreu por todos, para que todos possam 
ser salvos. 
Os pentecostais arminianos creem que Cristo morreu pelos pecados de todas as pessoas, por causa do seu 
amor e do Pai por toda a humanidade, para prover uma oferta genuína de salvação a cada indivíduo, e a 
sua morte não só torna a salvação possível a todos, mas realmente assegura a salvação de todos os que 
creem por meio da obra regeneradora do Espírito Santo. Por causa desta fé e pelo impulso do Espírito Santo 
para sermos testemunhas do Senhor “até os confins da terra”, é que o a chama pentecostal foi espalhada 
por toda esta nação e tem sido levada a todas as partes do planeta. 
_________________________ 
Referências bibliográficas 
ALLEN, David. Por Quem Cristo Morreu – uma análise crítica sobre a extensão da expiação. Natal: Carisma, 2019. 
ARMÍNIO, Jacó. As Obras de Armínio. 3 volumes. Rio de Janeiro: CPAD, 2015. 
CARSON, D. A. Comentário de João. São Paulo: Shedd Publicações, 2007. 
GEORGE, Timothy. Teologia dos Reformadores. São Paulo: Vida Nova, 1993. 
OLSON, Roger. Teologia Arminiana: mitos e realidades. São Paulo: Reflexão, 2013a. 
OLSON, Roger. Contra o Calvinismo. São Paulo: Reflexão, 2013b. 
VAILATTI, Carlos Augusto. Expiação Ilimitada. Coleção Arminianismo. São Paulo: Reflexão, 2015. 
WILEY, H. Orton. Teologia Cristiana. Tomo 2. Casa Nazarena de Publicaciones, 2013. 
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A HERANÇA ARMINIANA NO PENTECOSTALISMO E 
OS CINCO PONTOS DO ARMINIANISMO 
 
Ministrante: Silas Daniel (Siga: @pr_silasdaniel) 
Pastor, jornalista, comentarista de Lições Bíblicas e autor de várias obras 
publicadas pela CPAD, em especial do livro Arminianismo: a mecânica da 
salvação. 
 
 
Introdução 
O Movimento Pentecostal surgiu, em sua esmagadora maioria, como um desdobramento da teologia e 
da espiritualidade wesleyana-arminianas via o chamado Movimento de Santidade. É verdade que o 
Pentecostalismo ganharia algumas novas ênfases diferentes daquelas encontradas nesse movimento, 
como pode ser visto, sobretudo, na corrente majoritária do Pentecostalismo Clássico que adotou a linha 
da “Obra Consumada”; mesmo assim, não se pode olvidar que mesmo os ramos do Pentecostalismo 
que adotaram uma linha diferente na Doutrina da Santificação em relação ao Movimento da Santidade 
não deixaram de ter gravadas em sua teologia suas raízes históricas com o wesleyanismo-
arminianismo. Se não, vejamos. 
 
I – Herança arminiana do Pentecostalismo 
 
1) O desenvolvimento da Doutrina do Batismo no Espírito Santo veio – não completamente, mas 
em grande parte – como fruto da evolução dada na Teologia Wesleyana-Arminiana de que havia 
uma outra experiência subsequente à regeneração e que o cristão deveria buscar para a sua vida 
 
O wesleyanismo-arminianismo tem suas raízes teológicas, como o próprio nome já diz, no 
arminianismo. Nessa teologia, não apenas uma mecânica da Salvação sinergista evangélica passou a 
ter uma ênfase especial como também a santificação passou a ganhar uma nova ênfase, sendo vista 
como uma experiência mais profunda além da justificação. A busca pela experiência da plena 
santificação no século 19 dentro do Metodismo vai fazer surgir os movimentos renovacionistas de 
santidade, que identificarão, no caso de alguns de seus proponentes, essa experiência com o batismo 
no Espírito Santo, entendendo-o como um “batismo de fogo e santidade”. 
Entretanto, um estudo mais aprofundado nesse assunto, em uma época em que os dons espirituais 
começavam a se manifestar com maior profusão do que em séculos anteriores, resultará na 
compreensão de que se trata de outra experiência, de empoderamento espiritual para dinamizar a vida 
de serviço a Deus e a adoração, e que, pelo texto sagrado, as línguas estão vinculadas a ela como 
sinalização externa clara da evidência de seu recebimento. 
Dessa forma, surgirão duas correntes dentro do Pentecostalismo Clássico: aquela que entenderá haver 
dois batismos pós-conversão – o de santidade e o no Espírito Santo – e aquela que se tornará 
majoritária e que entenderá que não existe um batismo de santidade. 
 
2) A soteriologia pentecostal é marcantemente arminiana 
A segunda grande herança inequívoca é na soteriologia. Os dois principais ramos do Pentecostalismo 
Clássico serão arminianos em sua soteriologia. Posteriormente, surgirão um ou outro grupo pentecostal 
calvinista, mas serão extremamente minoritários. 
 
Um ponto a se observar é que os chamados “pentecostais globais”, cujo principal grupo se encontra na 
Europa, a “Escola de Birmigham”, procuram ressaltar mais a diversidade da identidade pentecostal. É 
uma linha também mais ecumênica. Essa corrente, porém, não pode negar a importância da trajetória 
histórica do pentecostalismo, universalmente reconhecida e que tem suas raízes no wesleyanismo-
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arminiano. Essa afirmação de forma alguma diminui a dívida pentecostal ou a interação com outros 
ramos da tradição cristã mais ampla. Pelo contrário, tende a abrir tais possibilidades; mas, faz isso de 
uma perspectiva particular. 
 
II – Os cinco pontos do Arminianismo 
O Arminianismo é uma das três principais correntes protestantes clássicas acerca da mecânica da 
salvação. Essas três correntes são Luteranismo, Calvinismo e Arminianismo, todas surgidas nas 
primeiras décadas da Reforma Protestante, mas batizadas com esses nomes bem posteriormente. 
Todas as três respeitam a mensagem e o método da salvação. A diferença entre elas é apenas no que 
diz respeito ao entendimento sobre a mecânica da salvação. 
A mecânica – ou dinâmica– da Salvação é um termo que se refere ao que se dá nos bastidores da 
nossa Salvação à luz da Bíblia, isto é, a todo o processo ou mecanismo que resulta na Salvação de um 
indivíduo por Deus, segundo podemos depreender de forma clara do texto sagrado. 
Ao falarmos de “Mecânica da Salvação”, portanto, estamos falando de cinco doutrinas: 
1) A Depravação Total 
2) A Preveniência da Graça 
3) A Eleição Condicional 
4) A Expiação Ilimitada (ou Universal Qualificada) 
5) A Segurança da Salvação em Cristo 
Esses pontos serão desenvolveremos durante nossa ministração nesta Conferência. 
É importante frisar que, no protestantismo, o Arminianismo é uma corrente que vem desde as primeiras 
décadas da Reforma, mas recebe esse nome só posteriormente, em homenagem ao teólogo reformado 
Jakob Hermanszoon, mais conhecido como Jacó (ou Tiago) Armínio (1559-1609), que foi quem mais 
famosamente a esposou. 
 
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A LIDERANÇA FEMININA NO PENTECOSTALISMO 
 
Ministrante: Junia Nascimento (Siga: @junianascimentoofc) 
Membro da Assembleia de Deus em Campina Grande/PB, pregadora do 
evangelho, graduada e mestra em História pela UFCG – Universidade Federal de 
Campina Grande, na Paraíba. 
 
Introdução 
A História por muito tempo foi uma narrativa limitada aos feitos de grandes homens. A Escola Metódica 
nos deixou essa herança durante muito tempo, tal ramo historiográfico ditou exatamente como deveria 
escrever a História, e além disso, a respeito de quem. Construir uma narrativa a respeito da liderança 
feminina no Pentecostalismo faz parte do processo de quebra do silencio historiográfico e teológico, no 
tocante a participação feminina no movimento pentecostal. Durante anos não ouvimos nem se quer 
ruídos sobre a participação das mulheres no movimento. Grandes autores, pesquisadores, não 
demonstraram interesse por essa temática, no entanto, a historiografia do século XXI ousou quebrar 
esse paradigma e trazer à tona a mulher enquanto “ser” atuante e colaborador do movimento 
pentecostal. Logicamente que esse novo campo de pesquisa exige novas fontes a serem exploradas, 
um novo trato, e uma nova possibilidade de escrita. 
No início do século XX as mulheres ainda nem sequer tinham direito ao voto. Com o surgimento do 
movimento pentecostal, elas irão encontrar no seio desse movimento, um lugar de liberdade. Havia 
espaço para as mulheres, negras, brancas, pobres, ricas, uma verdadeira liberdade de expressão e 
culto. Com o advento do pentecostalismo vemos uma verdadeira democracia em diversos âmbitos 
sociais. Uma ideia oriunda do movimento Holiness, cuja característica de culto tinha o envolvimento da 
identidade negra e branca; devido a isso, o pentecostalismo rompe com preconceitos que eram comuns 
nas Igrejas Históricas. 
O século do Pentecostalismo foi o século do Espirito, a gênese de um grande mover que tomou conta 
do mundo, um evento que marcou a História do Protestantismo em todas as esferas, social, cultural e 
política. O pentecostalismo envolveu as camadas mais pobres da sociedade, adentrou becos, valados, 
guetos, causando uma verdadeira ruptura no campo religioso e social. Se pudéssemos desenhar um 
mapa, e mostrar os efeitos que o evangelho aos “moldes” pentecostal causou, veríamos uma verdadeira 
mancha delineando, e alcançando os mais diversos Países e Estados Brasileiros, os quais foram 
beneficiados e alcançados pelo Movimento Pentecostal. 
Os historiadores afirmam que o início do movimento pentecostal se deu através de Fox Parham, ex- 
pastor metodista. Foi através do trabalho desse grande homem, que em janeiro de 1901, na Faculdade 
Bíblica Betel, a jovem Agnes Ozman teve uma marcante experiência espiritual através da manifestação 
do dom de línguas. O derramamento do Espirito sobre Agnes foi tão intenso que ela passou três dias 
falando e escrevendo somente em chinês. Daí, vemos o exemplo da experiência de uma mulher, usado 
como o como o estopim do movimento pentecostal. No entanto, é necessário compreender que o 
pentecostalismo não chamou atenção do mundo antes de 1906, pois foi nesse período que o grande 
avivamento que aconteceu na Rua Azusa, um movimento liderado por Seymour, um homem de pele 
negra, que é considerado pela historiografia como cofundador do pentecostalismo, juntamente com 
Parham. 
A participação feminina é percebida a partir do momento em que os historiadores narram a experiência 
de Agnes como um acontecimento que ganhou grande notoriedade através dos séculos. Como é dito 
entre os historiadores, o pentecostalismo torna-se singular. devido a forma que o evangelho é pregado, 
pois a mensagem pentecostal, não é somente verbalizada, mas sentida. As sensibilidades, o sentir, e 
o mover, são as grandes características do movimento pentecostal, e que o faz diferenciado das outras 
vertentes protestantes. E nada mais sensível que uma mulher, algo que é comprovado cientificamente, 
as mulheres são de fato mais sensíveis do que homens, e a presença delas no movimento pentecostal 
fez toda a diferença. 
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Não há dúvidas de que a contribuição feminina no movimento pentecostal, deu –se a partir de sua 
gênese, através da atuação de mulheres nos mais diversos papéis e serviços. Um grande exemplo a 
ser citado é o da governanta de Parham, Lucy Farrow, descendente de escravos na Virginia, uma 
mulher a qual desenvolveu um trabalho em estreita relação com o pioneiro do Movimento Pentecostal. 
Lucy teve uma grande colaboração no tocante a pregação do evangelho e na oração pelo batismo com 
o Espirito Santo. No entanto, a presença feminina foi muito além da pregação e da oração. As mulheres 
foram usadas com seus diversos dons e talentos em várias partes do mundo, como nos mostra o 
exemplo de Frida Vingren, uma mulher incansável, possuidora de diversos talentos, que atuou no Brasil 
como missionária, deixando um legado indelével. 
I. Mulheres no pentecostalismo: uma presença que vai além das fronteiras 
A História das mulheres envolve a luta por direitos e liberdade, pois durante muitos séculos, a atuação 
feminina na sociedade estava limitada a esfera privada. A mulher era educada para cuidar da casa, dos 
filhos e do marido, o que tornou a sociabilidade feminina restrita aos moldes ditados. Durante muito 
tempo a mulher não tinha o direito de ir e vir opinar, e nem se quer votar. No movimento pentecostal as 
mulheres encontraram liberdade,foi através do serviço religioso que elas passaram a se movimentar 
na sociedade enquanto sujeitos ativos. Sendo assim, no período inicial do pentecostalismo, elas foram 
capacitadas para exercerem os mais diversos papéis de liderança, isso se deu tanto na prática como 
teologia. 
O crescimento do pentecostalismo deu-se de uma forma grandiosa, um fenômeno social que explodiu 
no início do século XX, gerando uma movimentação “hiperbólica”, que em pouco tempo levou a 
mensagem pentecostal a atravessar as fronteiras do mundo. Paralelo a esse crescimento, a presença 
feminina trouxe uma contribuição que alcançou as mais diversas partes do planeta. Na Igreja do 
Evangelho Pleno de Yoido, pastoreada por Yonggi Cho, em Seul, Coreia do Sul. Depois da guerra, na 
década de 50, um grande avivamento trouxe uma nova esperança para aquela nação. A Igreja de Cho 
teve um crescimento tão significativo que, por conseguinte surgiu a necessidade de pessoas para ajudá-
lo na administração. Em oração Cho dialoga com Deus, e como resposta, as mulheres são apontadas 
pelo Criador, como instrumentos a serem utilizados na Igreja. 
Na Coreia do Sul, as mulheres eram incumbidas de liderar os grupos familiares, e isso levou a um 
crescimento muito grande, tendo em vista que a família era principal célula que compunha a Igreja. 
Através do investimento nos grupos familiares, houve aumento notório da liderança feminina, chegando 
a 90% o número de mulheres que lideravam os grupos. Além disso, na oração também teve uma forte 
influência feminina na Coréia do Sul, a sogra do pastor Cho, Jashil Choi, foi a criadora do conceito 
popular “monte da oração”, um termo que adentrou a cultura pentecostal, e ainda hoje ouvimos falar 
entre nós. 
Se o século XX é denominado como a Era Carismática, entendemos que esse contexto trouxe consigo 
as mulheres como protagonistas de um grande avivamento. Não podemos negar que o século do 
Espirito trouxe liberdade e voz para as mulheres, tirando-as dos lugares periféricos do mapa social. As 
mulheres que antes não eram utilizadas no cristianismo, devido à presença ser limitada ao exercício 
religioso em conventos, isso não levando em consideração algumas poucas mulheres que romperam 
com o sistema da época, trazendo uma grande contribuição no campo teológico e literário, agora podem 
ser vistas e ouvidas com liberdade. 
II. A presença feminina na Rua Azusa: Avivamento e Liberdade 
Em uma época em que a sociedade ainda estava debatendo sobre o lugar da mulher, o movimento da 
Rua Azusa trouxe para as mulheres um lugar, pois a maioria das denominações nem se quer tinham 
pensado em ordenar mulheres ou “permitir” sua presença no púlpito. Através do movimento da rua 
Azusa, as mulheres acharam um púlpito, quer fosse na Igreja, nas residências ou nas ruas, o lugar de 
fala finalmente foi encontrado. Os movimentos de avivamento tiveram grande contribuição a 
“emancipação” da mulher, neles as mulheres alcançavam experiência e possuíam dons do Espirito, o 
que por consequência as levavam a serem reconhecidas como liderança. 
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As mulheres desempenharam um papel muito importante na rua Azusa, foi uma mulher chamada Neely 
Terry que chamou William Seymour para pastorear aquela missão. Foi por um gesto simples, que a 
contribuição feminina fez a diferença, pois foi através de Seymour que o movimento da rua Azusa tomou 
conotações mundiais, levando-o a ser considerado como um dos grandes nomes do pentecostalismo. 
Na rua Azusa, as mulheres negras também tinham grande participação, eram elas que convidavam as 
suas patroas, mulheres brancas, para participarem dos cultos. Ao participarem dos cultos, as mulheres 
brancas levavam seus maridos, e assim os primeiros brancos passaram a participar do Movimento 
Pentecostal. 
Muitas mulheres de diferentes etnias, foram cheias do Espirito Santo na rua Azusa. Poderíamos citar 
inúmeros nomes que marcaram a História do Pentecostalismo em sua gênese, mas isso poderá ficar 
para outra ocasião. Um dos grandes nomes foi o de Jennie Evans Moore Seymour, uma mulher que 
segundo os historiadores foi a mais influente da vida de Seymour. Antes de tornar-se esposa de 
Seymour, Jannie teve uma experiência singular após o batismo no Espirito Santo, após falar em línguas, 
ela começou a cantar e tocar um piano que nunca havia tocado, quem a ouvia cantar dizia que ela 
cantava em hebraico. Antes de se casar-se, Jannie desenvolveu um trabalho como evangelista 
itinerante, e em 1908 casou-se com Seymour. 
O trabalho das mulheres não se limitava apenas a evangelização e operação de dons, algumas delas 
também contribuíram na redação de textos em jornais. A edição de jornais para o fortalecimento da fé 
pentecostal, também foi de suma importância para a cultura do movimento. E nesse âmbito, Clara Lum 
foi uma grande contribuinte através de sua escrita, foi editora do periódico Apostolic Faith , um jornal 
que levou a propagação de excelentes notícias a respeito do derramamento do Espirito na rua Azusa. 
Isso denota que as mulheres marcaram presença, desde a pregação do evangelho até o uso dos dons 
naturais. 
III. A presença feminina no Pentecostalismo brasileiro: 
A representação de Frida Vingren para uma contribuição feminina multifacetada 
Em 1891, nasce Frida Vingren na Suécia, uma jovem modesta que foi criada em uma família Luterana, 
e tinha como formação enfermagem, profissão a qual ela exerceu por alguns anos. Nas horas vagas 
tinha paixão pela fotografia, gostava de ver paisagens, pessoas. Em 1915, Frida começou a namorar 
com Gunnar, e em 1917 é enviada para o Brasil. O desejo de fazer missões estava no coração no seu 
coração desde a mais tenra juventude. Ao chegar no norte Brasil, começou a contribuir com a sociedade 
paraense com exercendo o oficio de parteira. Com apenas 26 anos de idade Frida começa a obra 
missionária no Brasil com o coração inflamado pela chama pentecostal. 
No dia 16 de outubro de 1917, Frida casa-se com Gunnar em uma cerimônia celebrada por Samuel 
Nystrom. Ao casar-se com um dos fundadores do pentecostalismo no Brasil, começou a desenvolver 
os mais diversos trabalhos, dirigindo cultos, tocando instrumentos, pregando o evangelho. Na ausência 
do seu esposo ela o substituía. Quando os problemas surgiam ela os resolvia de forma enérgica, era 
uma mulher de muitas virtudes e talentos. O seu conhecimento bíblico foi de muita valia, tanto na 
exposição do evangelho quanto na escrita literária. Sua contribuição foi além dos limites da sua época, 
pois no Brasil em pleno século XX, a mulher ainda estava ainda limitada ao privado, a casa, aos 
cuidados da família. 
A presença de Frida Vingren no pentecostalismo brasileiro delineou o que chamamos hoje de liberdade 
feminina para o exercício do serviço a Deus. Essa mulher teve uma cooperação singular no estado do 
Pará e posteriormente no Rio de Janeiro. Sua presença se deu de forma impactante, porém cheia de 
sensibilidade. Ao nos depararmos com a biografia de Frida Vingren, percebemos uma mulher de 
natureza incansável, a qual estava sempre apta para enfrentar as maiores dificuldades, ancorada em 
Cristo. E foi com essa força, que Frida venceu a malária, uma doença consideradaincurável, depois 
de meses de luta, Frida alcançou a cura através da fé em Cristo. 
Os talentos de Frida eram diversos, sabia se comunicar com as pessoas com muita facilidade, cantava, 
tocava, orava, pregava, aptidões que eram usados na obra missionária, todavia não eram os únicos. 
Frida Vingren também nos deixou uma grande contribuição literária. A esposa de Gunnar Vingren tinha 
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uma facilidade significativa de escrever, ela foi redatora dos principias jornais da Assembleia de Deus. 
Sua escrita possuía os mais diversos conteúdos, desde citações de textos bíblicos á relatos sobre o 
andamento da obra pentecostal no Brasil. Em 1823, Frida escreveu um artigo para o jornal Evagelli 
Harold, nele Frida fala sobre a idolatria no Círio de Nazaré no Pará. Já para o Jornal Boa Semente, 
Frida escreveu sobre a inauguração do novo templo da Assembleia de Deus em Tomboteua, Estrada 
de Ferro. 
É indiscutível o talento de Frida para a escrita, uma habilidade que vai além dos limites, pois a 
missionária sueca também foi compositora de diversos hinos da Harpa Cristã. Quer fosse no Norte ou 
Sudeste do Brasil, Frida trouxe uma contribuição indelével. Seu desempenho foi de muita valentia, uma 
mulher que estava sempre disposta a entregar a sua vida pelo crescimento do pentecostalismo. Em 
1824, os Vingren passam a morar no Rio de Janeiro, uma decisão que levou ao desbravamento de uma 
vasta obra. Sua presença no Rio de Janeiro, São Cristóvão, deu-se nos campos e valados, cultos na 
Praça da Bandeira e evangelização na Casa de Detenção. Frida foi de fato uma grande desbravadora 
na obra pentecostal, um dos pregadores mais ativos desse país. 
Conclusão 
Como vimos nas linhas acima, a liderança feminina no Pentecostalismo aconteceu de diversas 
maneiras. Muitas mulheres com toda sua sensibilidade, deram um toque todo especial ao movimento, 
não só na América ou Europa, mas principalmente em nosso solo gentil, Brasil. Os textos escritos por 
Frida Vinngren foram registrados nos três principais jornais que transitavam na década de 20, O Som 
Alegre, Boa Semente e Mensageiro da Paz, neles, a escrita de Frida deixa os rastros de uma mulher 
simples, mas de um nível intelectual elevado. No entanto, os seus talentos não foram expostos somente 
em jornais. Sob a direção do jornal O mensageiro da paz, Frida foi a comentarista das revistas da Escola 
Bíblica Dominical nos anos 30, um trabalho que mostrou a singularidade da presença feminina na esfera 
escriturística. 
A contribuição feminina no pentecostalismo deixou marcas na escrita da História. Trazer à tona essas 
personagens, nos leva a compreender que a liderança feminina deixou raízes profundas. Mulheres 
cheias do Espirito Santo foram usadas em uma época em que as mulheres ainda não eram 
reconhecidas como sujeitos de direito. Mesmo assim, romperam com todas as dificuldades e deram o 
melhor de si no Movimento Pentecostal. Assim podemos concluir que o pentecostalismo é um 
movimento “democrático” onde homens e mulheres, brancos e negros, deram as maiores contribuições 
para o avanço e crescimento da chama pentecostal em vários países. 
 
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BURKE, Peter. A escrita História: Novas perspectivas. 2 ed, São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista,1992. 
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O ESPÍRITO SANTO E A LIDERANÇA NO 
NOVO TESTAMENTO E NOS DIAS ATUAIS 
 
Ministrante: Roberto José dos Santos (Siga: @pastorrobertojosedossantos) 
Pastor Presidente da Igreja Assembleia de Deus em Abreu e Lima/PE, advogado, 
doutor em Ciências da Educação 
 
 
“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; 
e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, 
e até aos confins da terra” (palavras de Jesus Cristo em Atos 1.8) 
I. A Pessoa do Espírito Santo 
O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Trindade Santíssima e, à semelhança do Pai e do Filho, é 
Deus. Assim como o Pai e o Filho, o Espírito Santo é autoexistente. Não dependendo de nada fora de 
si para existir. Ele sempre existiu; é um ser incausado; “não tendo princípio de dias, nem fim de vida” 
(Hb 7.3). De eternidade a eternidade, o Espírito Santo é Deus. 
A Epístola aos Hebreus revela o Consolador como “o Espírito eterno” (Hb 9.14). Ele tem existência 
própria. Mas isso não significa que esteja separado da Trindade. O Pai, o Filho e o próprio Espírito 
Santo, embora distintos como pessoas, constituem a mesma essência indivisível e eterna da divindade. 
O Espírito Santo possui todos os atributos divinos. Ele é imutável. Sua essência e caráter não podem 
ser alterados. A imutabilidade é um atributo que pertence exclusivamente à divindade (Rm 1.23; Hb 
1.11). 
O Espírito Santo é: 
a) Onipresente. Ele está presente em todos os lugares ao mesmo tempo. Não há como fugir da 
sua presença (Sl 139.7). 
b) Onisciente. Ele sabe e conhece todas as coisas. Ele conhece as intenções do coração do homem 
(1 Co 2.10). Nada foge ao conhecimento do Espírito Santo. (Sl 139.2.11,13). 
c) Onipotente. Como Deus, não nada impossível para o Espírito Santo. Ele sustenta todas as coisas 
(Hb 1.3). É Ele quem convence o mundo do pecado, e da justiça e do juízo (Jo 16.8). 
II. O Espírito Santo no Antigo Testamento 
O Espírito Santo atuou no Antigo Testamento sobre homens e mulheres que foram usados pelo Espírito 
Santo (patriarcas, juízes, reis, sacerdotes, profetas, apóstolos, etc.). O Espírito Santo inspirou os 
autores sagrados em todo texto bíblico. (Hb 1.1,2; Rm 15.4; 2 Pd 1.20,21; 2 Tm 3.16,17). 
1. O Espírito Santo desempenhou um papel ativo na criação.O Espírito de Deus se movia sobre a 
face das águas (Gn 1.2), atuando para através da palavra criadora do Senhor desse forma ao mundo. 
2 Na criação do homem, foi o seu Espírito quem soprou no homem o fôlego da vida (Gn2.7; Jó 27.3). 
O Espírito Santo continua a dar vida às criaturas de Deus (Jó 33.4; Sl 104.30). 
3. O Espírito estava ativo na comunicação da mensagem de Deus ao seu povo. Como se pode ver: 
 
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3.1. Foi o Espírito Santo quem instruiu o povo no deserto (Ne 9.20). 
3.2. O Espírito Santo inspirou os salmistas de Israel (2Sm 23.2; At 1.16,20; Hb 3.7-11). 
3.3. O Espírito Santo inspirou os profetas (Nm 11.29; 1 Sm 10.5,6,10; 2 Cr 20.14; 24.19,20; Ne 9.30; 
Is 61.1-3; Mq 3.8; Zc 7.12; 2 Pe 1.20,21). 
3.4. A liderança do povo de Deus no Antigo Testamento era fortalecida pelo Espírito do Senhor. 
3.5. Deus tirou do Espírito que estava sobre Moisés e o colocou sobre setenta homens dos anciãos 
de Israel (Nm 11.16,17). 
3.6. Quando Josué sucedeu a Moisés como líder, Deus indicou que o Espírito Santo estava nele 
(Nm 27.18). 
3.7. O Espírito veio sobre Gideão (Jz 6.34) 
3.8. O Espírito veio sobre Davi (1Sm 16.13) 
3.9. O Espírito veio sobre e Zorobabel (Zc 4.6) 
Como vemos, era a presença do Espírito Santo que dava as qualificações fundamentais para a liderança 
no Antigo Testamento. 
Temos vários outros exemplos: José, a quem fora outorgado o Espírito para capacitá-lo a agir de modo 
eficaz na casa de Faraó (Gn 41.38-40). Bezalel e Aoliabe, aos quais Deus concedeu a plenitude do seu 
Espírito para que fizessem o trabalho artístico necessário à construção do Tabernáculo, e também para 
ensinarem aos outros (ver Êx 31.1-11; 35.30-35). 
É preciso compreender que esta plenitude do Espírito Santo aqui, não é a mesma coisa que o batismo 
no Espírito Santo no Novo Testamento. No Antigo Testamento, o Espírito Santo vinha, como 
revestimento de poder, sobre pessoas para realizarem as tarefas dadas por Deus (Êx 31.3). 
O Espírito do Senhor veio sobre os juízes, tais como Otniel (Jz 3.9,10). Gideão (Jz 6.34), Jefté (Jz 11.29) 
e Sansão (Jz 14.5,6; 15.14-16). Estes exemplos revelam que quando Deus resolve usar uma pessoa 
para um propósito, o seu Espírito se manifesta sobre ela. O Espírito Santo vinha apenas sobre umas 
poucas pessoas, enchendo-as a fim de lhes dar poder para o serviço ou a profecia. Não houve nenhum 
derramamento geral do Espírito Santo sobre Israel. O derramamento do Espírito Santo de forma mais 
ampla (At 2.4,16-18,28-30) começou no grande dia de Pentecoste. 
Por vezes, os profetas falaram a ação do Espírito na vida do Messias. Isaías, em especial, caracterizou 
o Rei vindouro, o Servo do Senhor, como uma pessoa sobre quem o Espírito de Deus repousaria de 
modo especial (Is 11.1-4; 42.1; 61.1-3). Quando Jesus leu as palavras de Isaías 61, em Nazaré, cidade 
onde morava, terminou dizendo: “Hoje, se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lc 4.21). 
Pedro, no dia de Pentecoste, traz à memória profecias do Antigo Testamento (At 2.17,18). Mas a mesma 
mensagem também se acha em Is 32.15-17; 44.3-5; 59.20,21; Ez 11.19,20; 36.26,27; 37.14; 39.29. Os 
profetas do Antigo Testamento previram a era messiânica. Deus revelou que o poder do seu Espírito 
viria sobre o seu povo, capacitando a todos e não apenas a alguns em particular. Isto aconteceu no dia 
de Pentecoste, tendo a imediata consequência de milhares de conversões (At 2.41; 4.4; 13.44,48,49). 
 
III. O Espírito Santo no ministério de Jesus 
Quando lemos os Evangelhos, observamos a ação do Espírito Santo na vida de e no ministério de 
Jesus. 
1. Desde o nascimento até o batismo 
- Jesus foi concebido por obra e graça do Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 1.35). 
- João Batista, o precursor, foi cheio desde o ventre de sua mãe (Lc 1.15). 
- Izabel foi cheia do Espírito Santo (Lc 1.41). 
- Zacarias profetizou, cheio do Espírito Santo (Lc 1.67). 
- Simeão recebeu uma revelação acerca do nascimento do Messias (Lc 2.25-27). 
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- João Batista profetizou que Jesus batizaria com o Espírito Santo (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16). 
- O Espírito Santo desceu em forma de pomba no ato do batismo de Jesus (Mt 3.16; Lc 3.22; Jo 
1.32, 33). 
- O Espírito mesmo conduziu o Filho Amado ao deserto (Mt 4.1; Lc 4.1; Mc 1.12). 
- Jesus Cristo não recebeu o Espírito por medida (Jo 3.34). 
2. No ministério público de Cristo 
- Jesus voltou para a Galiléia pela virtude do Espírito (Lc 4.14). 
- O Espírito do Senhor sobre Ele (Lc 4.18-21). 
- Jesus expulsou demônios pelo poder do Espírito Santo (Mt 12.28). 
- Deus o Pai ungiu Jesus com o Espírito Santo (At 10.38). 
- O Espírito Santo ressuscitou Jesus dentre os mortos (Rm 8.11; 1 Pe 3.18). 
- Pelo Espírito, Jesus se ofereceu, imaculado (Hb 9.14). 
- Antes de partir Jesus deu mandamentos pelo Espírito (At 1.2). 
III. O Espírito Santo e a liderança do Novo Testamento 
Como vemos, Jesus foi concebido pelo Espírito, andou no Espírito, ressuscitou pelo Espírito. Agora, 
como Jesus glorificado, Ele dá o Espírito aos seus discípulos para que possam andar como Ele andou, 
servir como Ele serviu, viver como Ele viveu e ser ressuscitado dentre os mortos como Ele foi 
ressuscitado (Rm 8.11). É importante salientar que Jesus só começou o seu ministério depois de ser 
ungido pelo Espírito Santo, de forma extraordinária, no momento do batismo nas águas do Jordão. 
A Igreja Primitiva, no Dia de Pentecostes, teve o Espírito Santo derramado sobre ela (At 2.2). Aqueles 
que ali estavam foram batizados com o Espírito Santo, assim como Jesus falou (Lc 24.49; At 1.5). O 
Batismo com o Espírito Santo fez muita diferença na vida dos discípulos, pois a pregação se tornou 
ousada, contundente e eficaz. Eles passaram a evangelizar de forma corajosa, veemente e eficaz, 
alcançando multidões sem impedimento algum (At 28.31). 
1. O Espírito Santo atuando na liderança do NT 
1.1. O Espírito foi responsável por ensinar aos discípulos como haveriam de falar (Mt 10.19, 20; 
Mc 13.11; Lc 12.11, 12). 
1.2. O Espírito estaria disponível àqueles que o desejassem (Lc 11.13). 
1.3. Jesus batizaria com o Espírito Santo e com fogo (Lc 3.16). 
A Igreja primitiva era constituída de homens iletrados e incultos (At 4.13); indivíduos sem recursos (At 
3:6); indivíduos considerados como lixo e escória do mundo (1 Co 4.13); ... é corrente a respeito desta 
seita que por toda parte se fala mal dela (At 28.22). Mesmo assim, transtornaram o mundo (At 17.6). 
Através daqueles indivíduos o Evangelho se espalhou: Se, na verdade, permanecerdes fundados e 
firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foipregado 
a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro (Cl 1.23). Isso 
aconteceu por quê? Porque eles eram guiados e cheios do Espírito Santo. O Espírito Santo estava 
neles e eles O sentiam dentro de si. 
Através do Espírito Santo, os discípulos realizaram grandes feitos para o Senhor Jesus. Vamos 
relacionar apenas alguns eventos: 
a) Após o derramamento do Espírito Santo, Pedro disse: Arrependei-vos, e cada um de vós seja 
batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito 
Santo; Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão 
longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar. E com muitas outras palavras isto 
testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. De sorte que foram 
batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase 
três mil almas... (At 2.38-41); 
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b) Um coxo é curado na porta do Templo (Atos 3:1-6): Pedro e João foram juntos ao Templo à 
hora da oração e encontraram um coxo que pedia esmola. Ao pedir esmola aos apóstolos, Pedro 
disse: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o 
Nazareno, levanta-te e anda (At 3.6); 
c) A morte de Ananias e Safira (Atos 5:1-10): esse casal vendeu uma propriedade e mentiu para 
os apóstolos sobre o valor que recebeu. O casal disse que estava dando todo o dinheiro, quando 
na realidade ficara com uma parte. Pela mentira ao Espírito Santo, o casal morreu; 
d) A restauração da visão de Saulo (Atos 9:17,18): no caminho de Damasco, Saulo perdeu a 
visão, recuperando-a depois quando Ananias, enviando pelo Senhor, lhe impôs as mãos. 
e) A cura de Enéias (Atos 9:33-35): Enéias era um paralítico que estava preso a uma cama havia 
oito anos. Quando o apostolo Pedro o encontrou, esse homem foi curado. 
f) A ressurreição de Dorcas (Atos 9:36-41): Dorcas era uma jovem cristã de Jope que acabou 
adoecendo e morrendo. Quando souberam que Pedro estava na região, logo o levaram até o 
quarto em que o corpo da jovem estava. Pedro orou por ela e ela ressuscitou. 
g) A cegueira de Elimas (Atos 13:8-11): Elimas, o encantador, era um homem que estava 
tentando apartar da fé o procônsul Sérgio Paulo. Então o apóstolo Paulo, cheio do Espírito Santo, 
lhe disse que como castigo por perturbar os retos caminhos do Senhor, ficaria cego por um 
tempo. 
h) A cura de um coxo (Atos 14:8-10): um homem que era paralítico de nascença foi curado 
durante o período em que o apóstolo Paulo estava evangelizando em Listra e Derbe, cidades da 
Licaônica; 
i) A expulsão de demônio de uma jovem (Atos 16:16-18): Paulo expulsou um espírito de 
adivinhação de uma jovem. Como as adivinhações geravam lucro aos senhores da jovem, estes 
prenderam Paulo e Silas; 
j) A ressurreição de Êutico (At 20:9,10): Êutico foi um jovem que dormiu enquanto Paulo pregava 
no cenáculo onde estavam. Ele estava sentado em uma janela e caiu do terceiro andar, vindo a 
morrer. Paulo foi até ele, o abraçou e disse: Não vos perturbeis, que a sua alma nele está. Êutico 
tornou a viver; 
k) A picada de uma víbora não causa dano em Paulo (Atos 28:3-5): após um naufrágio, Paulo 
e outros prisioneiros conseguiram se abrigar na ilha de Malta. Ao juntar gravetos para fazer uma 
fogueira, Paulo foi picado na mão por uma víbora. Paulo sacudiu a víbora no fogo e não sofreu 
dano algum; 
l) O pai de Públio e outros habitantes de Malta são curados (Atos 28:7-9): Paulo foi hospedado 
durante três dias por um homem chamado Públio, o principal da ilha. O pai desse homem estava 
enfermo em uma cama, e, tendo Paulo orado, pôs as mãos sobre ele e ele foi curado. 
IV. O Espírito Santo anseia por atuar na liderança contemporânea 
 
É de joelhos que a Igreja de Jesus avança. Lionel Fletcher escreveu: "Todos os grandes ganhadores 
de almas através dos séculos foram homens e mulheres incansáveis na oração. Conheço, como 
homens de oração, quase todos os pregadores de êxito da geração atual, tanto como os da geração 
próxima passada, e sei que, igualmente, foram homens de intensa oração. (Orlando Boyer. Heróis da 
Fé. CPAD). 
 
Uma Liderança Pentecostal autêntica é levada pelo Espírito Santo a evangelizar com poder e 
dinamismo; a orar e a contribuir para a obra missionária; a investir na obra social, alcançando os 
necessitados. 
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Não há como renunciar ou menosprezar a atuação do Espírito Santo em nossos dias. Os que assim 
procedem, arriscam-se a se conformarem com o mundo (Rm 12.2; 1 Jo 2.15). A liderança e a igreja de 
Laodiceia foram vomitadas por causa de sua mornidão espiritual (Ap 3.15,16). Busquemos, pois, o 
poder do alto, e lancemo-nos à conquista do mundo para Cristo no poder do Espírito Santo (At 1.8). 
Emílio Conde (1901-1971), escritor e pastor pentecostal brasileiro, já escrevia no século passado em 
seu livro Igrejas sem brilho (CPAD), alertando a Igreja do Senhor acerca das dificuldades doutrinárias 
fomentadas por escolas teológicas e teólogos, dizendo que quando os “sábios” se instalam na igreja o 
Espírito nada mais tem a fazer, porque os "poderosos" e os "infalíveis" começaram a mandar, a impor, 
a ditar medidas e a dar ordens. O que sucede, então, é o afastamento das forças espirituais e o 
florescimento de mais um sistema religioso, frio como tantos outros. Dizia Emílio Conde: que os 
despertamentos surgem espontaneamente, quando as comunidades se entregam à oração. 
Desenvolvem-se maravilhosamente, sem a intervenc ̧ão de auxílio humano. Porém, após alguns anos, 
quando os "grandes" começam a introduzir inovações ou interpretações a seu modo, os despertamentos 
desaparecem: fica somente o formalismo. 
Na igreja, a grande autoridade é o Espírito Santo que foi dado para guiar em toda a verdade (Jo 16.13). 
Um intelectualismo desprovido do Espírito Santo conduz a Igreja de Jesus ao engano e ao erro. E 
também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, 
que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, 
trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos 
quais será blasfemado o caminho da verdade (2 Pd 2.1,2) 
 
Conclusão 
 
Acredito que é de fundamental importância para a Igreja Contemporânea não se afastar da comunhão 
do EspíritoSanto. A Liderança atual precisa, com a máxima urgência, buscar mais a Deus, ensinar a 
Palavra e anunciar o Evangelho puro e simples. 
Há um obscurantismo sobre a Terra. Há um vazio de Deus em muitas pessoas que só será preenchido 
pela Palavra de alguém cheio do Espírito Santo. Comunhão, pureza, santidade, sinceridade, amor, fé, 
esperança, humildade são fundamentais na vida da Liderança e da Igreja. Que possamos viver e cantar: 
“Serei fiel ao meu Jesus, serei fiel; 
Serei fiel ao meu Jesus, serei fiel. 
Há uma carreira para correr, 
Há uma vitória para alcançar. 
A cada dia ao meu Jesus serei fiel.” 
 
_________________________ 
Referências bibliográficas 
HILDEBRANDT, Wilf. Teologia do Espírito de Deus no Antigo Testamento. São Paulo: Academia Cristã, 2004. 
HORTON, Stanley M. O que a Bíblia diz sobre o Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 1999. 
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995. 
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. Comentário bíblico Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003. 
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PENTECOSTALISMO E ESFERA PÚBLICA 
 
Ministrante: Valmir Nascimento (Siga: @valmir.nascimento.ms) 
Pastor, escritor, pós-graduado em direito, mestre em teologia, comentarista de 
Lições Bíblicas da CPAD. 
 
Introdução 
A metáfora “sal da terra” e “luz do mundo” empregada por Jesus em Mateus 5.13-15 é das mais 
contundentes e significativas do Novo Testamento, fornecendo aos discípulos inspiração e 
responsabilidade para o cumprimento da missio Dei no mundo. A ilustração empregada pelo Mestre foi 
decisiva para pavimentar o testemunho cristão no curso da história e ainda permanece igualmente 
válida para a igreja contemporânea, instigando-a ao cumprindo da missão que lhe foi confiada. 
Por meio dela, Jesus evidencia a relevância sociocultural e ética dos cristãos. A comunidade cristã, 
portanto, não foi chamada para viver ensimesmada em guetos religiosos, mas para espalhar o tempero 
da graça em todos os setores da sociedade. Certamente, tal relevância não tem a ver com uma agenda 
social ou com ativismo religioso. A importância cristã na esfera pública deve ocorrer de maneira natural, 
como consequência da vivência contínua e duradoura dos discípulos sob o senhorio de Cristo (2Pe 
1.11), o que nos leva ao enfretamento das injustiças, da violência, da opressão e das demais mazelas 
sociais decorrentes do pecado, como veremos ao longo desta obra. 
 
I. Fé pentecostal no ambiente público 
O que foi dito acima vale para o Cristianismo em geral e para o Pentecostalismo em particular. Falando 
a partir de uma perspectiva de quem acredita na atualidade dos dons, no Batismo com o Espírito Santo 
e na glossolalia, devo ressaltar que os pentecostais temos sido caracterizados como um povo de muito 
poder, mas pouco envolvimento com as questões de natureza pública. Gregory J. Miller afirmou que 
“acentuando a experiência de Deus na conversão e também uma dotação especial pelo Espírito Santo 
para o serviço e ministério cristãos (Atos 2.4; 1 Coríntios 12), os pentecostais trouxeram energia para o 
evangelismo e missões mundiais”23. Tal assertiva é verdadeira, mas por que essa energia não é 
percebida também na esfera pública, em todos os setores da sociedade? 
Não deveria ser assim, pois um dos fatores que distingue o Pentecostalismo das demais vertentes do 
protestantismo é a sua crença na continuidade dos dons – e a consequente capacitação para o 
testemunho público, assim como o entendimento de que o livro de Atos fornece um modelo para a igreja 
contemporânea. Nas palavras de Robert Menzies: “A hermenêutica do crente pentecostal típico é direta 
e simples: as histórias em Atos são minhas histórias — histórias que foram escritas para servir de 
modelo para moldar a minha vida e experiência”24. Se as narrativas de Atos nos servem de modelo, 
como de fato acreditamos, segue-se que deveríamos dar semelhante testemunho impactante que os 
irmãos da igreja primitiva deram, sem nos limitar ao âmbito eminentemente religioso. 
 
II. Testemunhando publicamente no Poder do Espírito 
Jesus concluiu o ensino a respeito do sal e da luz enfatizando o propósito final do testemunho relevante 
dos discípulos diante dos homens: “(...) para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso 
Pai, que está nos céus”. Resta evidente que a dupla simbologia empregada pelo Mestre diz respeito ao 
testemunho cristão no mundo. A expressão “diante dos homens” é importante e reforça uma vez mais 
a natureza social da missão confiada aos discípulos. As boas obras levam à glorificação, não dos 
 
23 PALMER, M. D. (Org.). Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p. 143 
24 MENZIES, R. Pentecostes: Essa História é a nossa História. E-book Kindle. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 322. 
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discípulos, mas do Pai que está nos céus. Afinal, a igreja não foi chamada para estar em evidência ou 
para ser aplaudida, e sim para honrar e glorificar a Deus! 
Se a essência da metáfora é o testemunho dos crentes, somos levados a conectá-la com a promessa 
de Jesus acerca da descida do Espírito Santo, conforme registrada em Atos 1.8: “Mas recebereis a 
virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como 
em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. Para o Pentecostalismo, a promessa de Jesus 
cumpriu-se no dia de Pentecostes (Atos 2) e desde então o dom do Espírito, o Batismo no Espírito 
Santo, e os dons espirituais estão disponíveis à igreja para testificar o Reino de Deus. Nas palavras de 
Byron Klaus, “No dia de Pentecostes, passou a existir uma comunidade carismática como a residência 
primária do governo de Deus. Os crentes podiam ir adiante na sua declaração do Reino, porque o Cristo 
chegara a todos eles mediante o Espírito”25. Agora, prossegue Klaus, “passariam a ser testemunhas do 
governo de Cristo, e ressaltariam com palavras e ações o caráter e o poder autorizados do Rei”26. Com 
efeito, “O Pentecostes é a chamada de Deus aos seus filhos para serem purificados interiormente, e 
para serem revestidos de poder para testemunhar”27. 
Dessa maneira, a eficiência e a amplitude do ser-sal-e-luz depende do revestimento de poder do Espírito 
Santo. Isso porque, o Pentecostalismo bíblico não corresponde a uma visão espiritualista da fé, que 
leva à fuga da realidade presente. Se considerarmos

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