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ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Elcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos SantosElcio Henrique dos Santos A DM IN ISTRAÇÃO DE VEN DA S ELCIO HEN RIQUE DOS SA N TOS Estudar administração de vendas é descobrir todas as ações ligadas, diretamente ou não, ao processo de vendas, dando a devida importância para cada etapa necessária na obtenção e fidelização de clientes. Por ser considerada uma das áreas mais relevantes dentro das empresas, a administração de vendas tem sido cada vez mais estudada pelos gestores. Nesta obra, em particular, é abordado o papel da administração de vendas para as organizações, o modo como deve ser pensada e o processo de gerenciamento das práticas utilizadas, visando preparar os gestores dessa área para interagir com todos os setores da organização. Código Logístico 58848 Fundação Biblioteca Nacional ISBN 978-85-387-6524-0 9 7 8 8 5 3 8 7 6 5 2 4 0 Administração de Vendas IESDE 2019 Elcio Henrique dos Santos © 2019 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do detentor dos direitos autorais. Capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Syda Productions/Shutterstock Todos os direitos reservados. IESDE BRASIL S/A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ S234a Santos, Elcio Henrique dos Administração de vendas / Elcio Henrique dos Santos. - 1. ed. - Curitiba [PR]: IESDE Brasil, 2019. 104 p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-387-6524-0 1. Vendas - Administração. I. Título. 19-59678 CDD: 658.81 CDU: 658.811 Elcio Henrique dos Santos Mestre em Administração pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp). Especialista em Gestão de Recursos Humanos e Gestão Universitária pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal) e licenciado em Filosofia pela mesma instituição. Possui experiência no ensino de administração, nas disciplinas de Teoria Geral da Administração, Recursos Humanos, Estratégia e Responsabilidade Social. Atua como docente de graduação, pós-graduação e como coordenador universitário do curso de Administração em uma instituição de ensino superior. Sumário Apresentação 7 1. Vendas: evolução e definições 9 1.1 Origem de vendas 9 1.2 Definições e classificações 11 1.3 Abordagens contemporâneas de vendas 19 2. O processo de vendas 27 2.1 A dinâmica de vendas 27 2.2 Pré-venda, venda e pós-venda 35 2.3 Gerenciamentos de vendas 38 3. Equipe de vendas 47 3.1 Equipes de vendas 47 3.2 Perfis dos vendedores 52 3.3 O gerente de vendas 56 4. Planejamento de vendas 65 4.1 Planejamento de venda 65 4.2 O mercado consumidor e a organização 70 4.3 Relatórios da área de vendas 73 4.4 Criação de valor sobre marcas 76 5. Ferramentas de vendas 85 5.1 Ferramentas de vendas 85 5.2 Relação entre vendas e mídias 89 Gabarito 99 Apresentação Estudar administração de vendas é descobrir todas as ações ligadas, diretamente ou não, ao processo de vendas, dando a devida importância para cada etapa necessária na obtenção e fidelização de clientes. Por ser considerada uma das áreas mais relevantes dentro das empresas, a administração de vendas tem sido cada vez mais estudada pelos gestores. Nesta obra, em particular, abordaremos seu papel para as organizações, o modo como deve ser pensada e o processo de gerenciamento das práticas utilizadas. O Capítulo 1 aborda as classificações acerca dos conceitos de venda, além do modo como as companhias trabalham, com especial destaque à relação entre empresa e cliente. O Capítulo 2 analisa como ocorre a dinâmica das vendas e os métodos utilizados pelas entidades para se autopromoverem. Já o Capítulo 3 traz uma reflexão sobre a formação da equipe de vendedores e o gerente de vendas. Em seguida, o Capítulo 4 aponta a pertinência do planejamento de vendas, com as etapas e todo o processo administrativo necessário para a área. Finalmente, o último capítulo apresenta as ferramentas de vendas e a contribuição delas para o planejamento, organização e controle das empresas. O Capítulo 5 também pondera o lugar que a mídia ocupa na relação mercantil e os seus desdobramentos neste século XXI. 8 Administração de Vendas Em suma, esta obra traz informações voltadas à administração de vendas e visa preparar gestores para interagir com todos os setores da organização. Boa leitura! 1 Vendas: evolução e definições Neste capítulo, abordaremos os conceitos de vendas e suas classificações. Depois discorreremos sobre as abordagens contemporâneas que as organizações estão utilizando para vender, dando destaque especial ao relacionamento entre vendedor e cliente. 1.1 Origem de vendas A prática de vendas iniciou-se com a troca de mercadorias que acontecia na sociedade. Quando as pessoas tinham necessidade de adquirir algo, elas o faziam por meio de trocas. Em 5000 a.C. a relação de vendas era feita pelo câmbio de metais, o que pode ser considerado o início das moedas. Tida como uma das profissões mais antigas, a atividade de vendas foi destaque na Revolução Industrial, que ocorreu entre os séculos XVII e XIX, período marcado pela expansão da relação de vendas entre todos os países. Antes dessa revolução, a relação de vendas acontecia com os artesões que, além de produzir, também eram os responsáveis por vender os próprios produtos. Nesse período, encontramos a figura dos mascates, isto é, pessoas que adquiriam produtos na zona rural com os agricultores e vendiam nas cidades. Esses mascates também faziam o serviço de levar para o campo produtos manufaturados. Assim, historicamente, pode-se dizer que eles foram os primeiros a iniciar a atividade de vendas no contexto da Revolução Industrial. Para estudarmos o percurso histórico relacionado à atividade de vendas, é importante percebermos a mudança que esse conceito sofreu após a Revolução Industrial. No decorrer dessa revolução, as 10 Administração de Vendas máquinas passaram a ocupar funções realizadas pelo ser humano; em grandes fábricas produzia-se de maneira padronizada, em grande escala. A indústria adotou o estilo de produção empurrada, em que se produzia muito para armazenar e depois distribuir. Com esse aumento de produção, também ocorreu o crescimento da concorrência, o que ajudou na expansão do mercado. Os produtos sobravam no mercado local, e isso criou a possibilidade de serem levados para outras cidades e, posteriormente, para outros países – assim surgiu o mercado internacional. Outro fato importante é que, com o crescimento do mercado, também foi necessário o aumento da quantidade de vendedores para que os produtos pudessem ser levados aos novos territórios conquistados. Segundo Cobra (1994), documentos revelam que na Grécia Antiga já existia atividade de vendas, porém era voltada à troca que as pessoas faziam entre si. Nesse período, a palavra vendedor já era utilizada pelos gregos. Contudo, somenteno século XVIII, durante a Revolução Industrial, a atividade de vendas foi consolidada da forma como a conhecemos hoje. Na Idade Média, encontramos o vendedor de porta a porta. Esse profissional tinha a função de pegar produtos criados no campo, revendê-los na cidade e vice-versa. Talvez inconscientemente, esse profissional de vendas já fazia funções que hoje conhecemos como marketing. Afinal, ele percebia a necessidade das pessoas de um lugar para comprar e buscava atendê-las com a mercadoria correta. Essa prática permitiu à população ter acesso ao consumo, o que fez aumentar a importância da figura do vendedor dentro das fábricas e para a sociedade. No contexto brasileiro, Cobra (1994) destaca que em 1850 nosso país foi influenciado pela atividade agrária que estava sendo espalhada no mundo. Nesse período também encontramos uma espécie de vendedor denominado caixeiro-viajante, o qual, além de vender os Vendas: evolução e definições 11 produtos, também levava informações sobre estilo, moda, cabelo, cores e outros assuntos que estavam em destaque nas grandes cidades. Durante os períodos das duas guerras mundiais, não temos informações sobre algum movimento significante no setor. Porém, no período pós-guerra, muitas empresas começaram a investir na atividade de vendas. Cobra (1994) lembra que, na década de 1940, vender se tornou uma atividade profissional nos Estados Unidos. No ano de 1946 a revista Harvard Business Review publicou um artigo que se tornou um grande clássico da literatura da área: “A venda de baixa pressão”. Em uma época marcada por altas produções nas fábricas e em que a competitividade se instalava no mercado, o texto apresentou a necessidade da profissionalização dos profissionais de vendas. Essa demanda tinha relação direta com o novo cenário produtivo, pois as fábricas que estavam produzindo muito precisavam atender diversos espaços e contar com pessoas preparadas para realizar a venda de seus produtos. Com a popularização da profissão, no século XXI, a área de vendas passou a ter por característica um cenário competitivo entre os vendedores, o que acabou exigindo ações voltadas para o planejamento, organização, direção e controle, a um nível de profissionalismo cada vez mais rigoroso. 1.2 Definições e classificações Não existe um único conceito de venda na literatura, são vários os autores que buscam defini-la. Para Kotler (1995), podemos dizer que venda é uma orientação dada pela administração das organizações, que acreditam que os clientes não comprariam suficientemente seus produtos ou serviços, caso não fossem abordados consideravelmente a partir das vendas e promoções. De acordo com Las Casas (2008, p. 20-21), 12 Administração de Vendas A associação Americana de Marketing, através de seu comitê de definição, em 1948, definiu administração de vendas como “planejamento, direção e controle de vendas pessoal, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, providências de recursos, delegação, determinação de rotas, supervisão, pagamento e motivação, à medida que estas tarefas se aplicam a força de vendas. Na verdade, hoje a administração de vendas não somente trata da força de vendas, mas também se ocupa com inovação, pesquisa, planejamento, orçamento, canais, promoção, produção e até localização de fábricas. Na acepção de Futrell (2003), venda é entendida como mais um componente do marketing. No contexto corporativo, venda é um meio de comunicação pessoal, uma maneira de fazer com que o cliente compre um produto ou serviço que atenda suas necessidades. Já Cobra (1994) acredita que venda é uma atividade que pode ser classificada como ação entre promoção de vendas, propaganda, merchandising e as relações púbicas usadas pela organização. Além dos dois conceitos já expostos, cabe mencionar a definição formulada por Kotler (1994), talvez a que mais se destaca entre as demais. Para ele, devemos entender por venda a ação necessária para que o cliente adquira o produto da empresa; caso contrário, os produtos não seriam vendidos o suficiente para gerar o lucro necessário. Assim, podemos compreender o porquê de as companhias criarem forças de vendas para produtos e serviços. Ao mesmo tempo, é importante percebermos que as vendas também dependem dos esforços e habilidades do vendedor. Ele é o responsável por transmitir todas as informações necessárias ao potencial cliente para que a compra aconteça de fato. Kotler (1998) destaca que é significativo entender venda sempre como uma ligação entre a organização e o cliente, cujo elo que os une é o vendedor, que recebe e passa informações. Para Las Casas (2008, p. 15): Vendas: evolução e definições 13 Entender vendas sem ter conhecimento básico de marketing seria o mesmo que entender as condições especiais de um seguro sem conhecer as suas condições gerais. Um assunto está relacionado com outro e o seu perfeito entendimento somente será possível com uma visão global. Nas organizações, o departamento de vendas ocupa posição de destaque, pois ele é a ponte que liga a empresa, que precisa gerar recursos, com o mercado. Las Casas (2008) salienta, ainda, a relevância da atividade de vendas não apenas para as organizações, mas também para a sociedade. O autor cita como fatores: • Importância para a economia: produtos não se vendem sozinhos, por isso é essencial promover ações que instiguem o consumo. Por meio das vendas, os clientes se beneficiam com os produtos e serviços; as produções das empresas crescem, o que faz com que o desemprego diminua e os investimentos apareçam. Cumpre ressaltar, ainda, que no sistema capitalista as relações de troca são essenciais para uma economia saudável. • Melhora do padrão de vida: é função dos vendedores apresentar aos clientes produtos e serviços que proporcionem conforto e facilidades. Isso é resultado do processo constante das organizações em desenvolver novos recursos e conveniências que melhorem ainda mais o padrão de vida dos clientes. • Aperfeiçoamento do produto: as empresas precisam de vendedores que ajudem no desenvolvimento e aperfeiçoamento dos produtos e serviços. São eles que recebem as reclamações, elogios e sugestões para melhorias. • Manutenção da atividade empresarial: toda organização é fonte de custos, desde a origem. O departamento de vendas é fundamental para a obtenção de receita. A organização que não vende, não consegue recursos para manter as despesas e o quadro de colaboradores. 14 Administração de Vendas • Desenvolvimento de profissionais: geralmente o vendedor é preparado para ser flexível devido à diversidade da carteira de clientes da entidade, além da necessidade de convívio social intenso que ele tem em seu dia a dia. Tudo isso desenvolve um profissional polivalente, característica indispensável para ocupar cargos mais altos na estrutura da organização. Com o avanço da área de vendas, a sociedade obteve uma relação de maior proximidade com as empresas. Para Teixeira et al. (2007, p. 21), A atividade de vendas tem como foco efetivar/estimular um consumo cuja propensão foi planejada e ferramentalizada por marketing. A área de vendas vai influenciar diretamente os resultados de marketing, pois tem conhecimento do mercado comprador, da concorrência e está mais próxima das oportunidades surgidas no mercado. Note que, apesar da importância da atividade de vendas, muitos profissionais ainda não perceberam que, ao investirem nela, também estão investindo na longevidade da empresa e contribuindo para o tripé de sustentação empresarial: caixa, lucro e perpetuação. Até pouco tempo atrás, a função do profissional de marketing era fazer a propaganda do produto ou serviço realizado pela organização. De acordo com Martins, Shvartzer e Ribeiro (2009), o marketing do presente, e do futuro, é uma grande mistura de psicologia e tecnologia com foco no aspecto socioambiental. Devemos entender a psicologia como a força que é usada para ocupar espaçona mente do consumidor, o qual é tratado de forma individual por meio da tecnologia. Para Las Casas (2008), é necessário que exista um bom relacionamento entre o departamento de venda e o de marketing. Para assegurar a qualidade desse relacionamento, o autor sugere que Vendas: evolução e definições 15 seja feita a seguinte pergunta ao gestor: “qual é o papel das vendas na estratégia de marketing?”. Ainda segundo Las Casas (2008, p. 19), o nível de serviços a serem oferecidos aos consumidores pelo setor de vendas ajudará não só a determinar o nível de atividades que serão exigidas do departamento, como também permitirá escolher o tipo de profissional necessário para desempenhar essas funções. É crucial que sempre exista harmonia entre as áreas, pois invariavelmente haverá uma interação departamental entre elas. Em uma organização não é saudável que departamentos fiquem isolados. O departamento de vendas pode colaborar muito com o de marketing, repassando ideias de novos produtos ou serviços, criando previsões de vendas etc. O departamento de marketing pode ser igualmente útil para o de vendas. Para os gestores da companhia, é fundamental buscar uma relação harmônica e adaptar a realidade da empresa às necessidades dessas áreas. O departamento de vendas tem a necessidade de se organizar de acordo com uma determinada estrutura. Essa estrutura deve respeitar vertentes bem estabelecidas para manter seu bom funcionamento. Por sua vez, essas vertentes são utilizadas para adequar a funcionalidade do departamento de vendas e podem ser adaptadas para a realidade de cada organização. São elas: • Território: um grupo de vendedores é orientado a cobrir um espaço geográfico determinado pela organização. Esses vendedores precisam visitar todos os clientes e fazer novos contatos. Alguns vendedores devem atender regiões próximas da entidade, enquanto outros devem atender locais mais distantes e, em alguns casos, até fora do país de origem. • Produto: o vendedor é responsável por apresentar cada produto criado ou distribuído pela organização. Essa estrutura determina que o vendedor tenha pleno conhecimento sobre tudo que oferece a seus clientes. 16 Administração de Vendas • Cliente: cada vendedor, ou equipe de vendas, é responsável por visitar um público específico. Assim, a organização pode atender clientes com diversas necessidades. Esse modelo distribui equilibradamente demanda de clientes e vendedores. Para Las Casas (2008), todas essas vertentes podem ser combinadas para que a companhia consiga alcançar seus objetivos. As combinações permitem um atendimento mais personalizado. Todavia, o importante é constantemente considerar o mercado de atuação e a estrutura do departamento, os quais devem acompanhar as funções da firma. Vale ressaltar que o departamento de vendas, além de ter o conhecimento da concorrência que enfrenta, precisa estar atento às variáveis culturais, ambientais, legais, econômicas, sociais e sazonais, pois elas podem atrapalhar a saída dos produtos e serviços. Isso exige que as organizações estejam em constante monitoramento sobre esses aspectos. Tal tarefa compete ao departamento de vendas e de marketing na busca das informações e estratégias a serem utilizadas. Para Teixeira et al. (2007, p. 40), uma parte importante do processo de vendas é a sua relação direta com o mercado. É um relacionamento de dependência: não há venda sem que haja dois lados. Se em um passado não muito distante o relacionamento era dependente exclusivamente do uso do poder de uma parte sobre a outra por meio da força, hoje isso não é mais possível. O mercado amadureceu, as opções de oferta cresceram em proporção inversa ao número de clientes. O processo de vendas deixou de ser somente o momento em que o vendedor atende o pedido do cliente e passou a centrar- -se na atenção com todo o serviço prestado. O departamento de vendas trabalha, atualmente, com foco constante em reter o cliente para formar uma grande carteira de fidelização. Fidelizar um cliente é fazer com que ele seja fiel aos produtos, serviços ou marcas que consome. Quando o consumidor demonstra Vendas: evolução e definições 17 frequência em fazer compras em determinado estabelecimento, ele revela sua satisfação com o atendimento, a qualidade e o preço que a empresa disponibiliza. Martins, Schvartzer e Ribeiro (2009) classificam os tipos de clientes em quatro grupos. É dever do vendedor conhecer cada perfil e encontrar a melhor maneira de atendê-lo. Quadro 1 – Quatro grupos de clientes Cliente Características O parceiro Ajuda o vendedor a vender para outros. O objetivo do vendedor é transformar seus clientes em parceiros. O terrorista É aquele cliente que fica insatisfeito com o vendedor e acaba fazendo propaganda negativa do produto ou serviço. Um pequeno descuido é capaz de criar um terrorista. O oportunista É o cliente que aparece e desaparece. O comportamento é muito parecido com o de um cometa. Não existe um compromisso com o vendedor ou com a organização. O oportunista fará a compra se houver uma vantagem para ele. O cativo É o cliente que não tem a possiblidade de mudar, pois seu fornecedor é único. Fonte: Elaborado pelo autor com base em Martins; Schvartzer; Ribeiro, 2009. É importante destacar que o cliente caminhará para a direção de ser parceiro ou terrorista, nunca permanecerá parado. Por isso, a grande estratégia usada pelos departamentos de vendas tem como foco estabelecer um relacionamento positivo, contínuo e satisfatório para ambas as partes. Para classificar as relações de venda entre vendedores e clientes, podemos destacar, de acordo com Churchill e Peter (2010), os modelos mais usados nos dias de hoje, a saber: • Venda adaptável: é quando o vendedor precisa ajustar a venda ao perfil do cliente. 18 Administração de Vendas • Venda consultiva: é quando o vendedor atua como consultor para ajudar a entender o problema do cliente antes de oferecer o produto ou serviço que atenderá a necessidade. • Venda pessoal: é a venda que acontece entre o cliente e o vendedor. Nessa classificação, tanto o cliente quanto a organização podem ajustar as necessidades a partir do feedback que trocam. • Venda impessoal: é a venda sem a presença do vendedor. É comum o cliente fazer contato direto com uma organização. A vantagem é a capacidade de atender mais pessoas ao mesmo tempo e a desvatangem é a falta de interatividade que pode ocorrer. Em geral, essas vendas impessoais acontecem por meio eletrônico ou pelos correios. • Venda direta: a venda direta tem crescido muito nos útimos anos. É uma forma de conseguir que o produto chegue a um número maior de pessoas por meio de um exército de consultores que fazem venda de porta a porta. • Venda por intermediação: é quando a relação de venda entre cliente e vendedor tem uma terceira pessoa envolvida no processo, que não necessariamente tenha vínculo com o vendedor. • Venda consignada: acontece quando o vendedor disponibiliza o produto para revenda. Essa é uma prática comum entre bares e distribuidoras de bebidas no Brasil. • Vendas corporativas: é o tipo de venda que acontece entre duas organizações. • Venda casada: proibida no Brasil, a venda casada condicona a compra de um produto a outro. Ela faz com que o cliente compre mais do que tem necessidade. Vendas: evolução e definições 19 • Licitação pública: é um procedimento de compra utilizado pelas organizações públicas, no qual são oferecidas diversas oportunidades de preço e a instituição faz a opção pelo menor preço. Esse procedimento também pode acontecer nas organizações privadas. Depois de constatar as diversas maneiras como as vendas podem ser classificadas no mercado, cumpre destacar que cada organização deve estabelecer e colocar em prática a maneira que melhor se encaixe na realização das próprias vendas. As companhias precisam levar em consideração alguns itens que influenciam o processo de vendas,como o espaço fisíco, para atendimento ao clientes; os riscos que o produto pode trazer ao cliente; a inovação presente no produto ou serviço que é oferecido; o relacionamento com o cliente; a tecnologia que oferece novos serviços e atende as demandas. 1.3 Abordagens contemporâneas de vendas Outros dois tipos de vendas que têm sido aperfeiçoados constantemente são o varejo e o atacado. Diferente de alguns anos atrás, as organizações têm se profissionalizado cada vez mais para atender as características desse nicho de clientes. Para Teixeira et al. (2007), o varejo é o último ponto da cadeia de distribuição antes do consumo. São os varejistas que têm o contato direto com o cliente. O varejo tem dois pontos que devem reger as vendas: a demanda do cliente, que deve ser atendida pela quantidade de produtos vendidos; e o relacionamento com o consumidor, que deve ser estimulado. Já o atacado é o canal de distribuição entre o fabricante e o varejo. É no atacado que os produtos são oferecidos em quantidades maiores e são usados para o varejo, cuja venda se dá em quantidades menores. Segundo Teixeira et al. (2007, p. 106), 20 Administração de Vendas Ultimamente, o mercado brasileiro tem separado os grupos de atacado em dois tipos: os atacadistas que executam poucos serviços para suas interfaces e os distribuidores que realizam todas as tarefas necessárias para fazer os produtos e serviços andarem na direção do consumidor. O atacado, portanto, tem uma visão mais financeira do que mercadológica, prestando pouco serviços, já que não tem uma equipe de vendas e entregas. Um ponto que se destaca na visão contemporânea de vendas é o avanço da tecnologia, trazendo diversas mudanças para a área de vendas. Frisamos, a esse respeito, que as organizações começaram a utilizar mecanismos tecnológicos diariamente, os produtos e serviços começaram a ser pensados com base na tecnologia e o mercado assumiu que a competição existente entre as organizações também terá sua parcela tecnológica em disputa. Consequentemente, esse processo de desenvolvimento mudou a vida e a relação de compra da população. O comportamento do consumidor foi alterado, principalmente para aqueles que não gostam de ir aos estabelecimentos comerciais para fazer compras. Muitas empresas estão criando alternativas para que tudo chegue aos consumidores nos mais variados lugares em que se encontram. Dentre essas alternativas, estão as seguintes: • Venda por cartão: empresas que utilizam smartcards, cartões de uma determinada rede em que o cliente, quando o utiliza, ganha bônus que podem ser trocados posteriormente por dinheiro ou produtos. Todas as transações podem ser feitas por meio eletrônico. • Shopping virtual: é um espaço virtual em que o cliente faz compras sem precisar se locomover. As entregas são feitas no endereço que o consumidor escolher, com data e, às vezes, hora marcada. O cliente não precisa ir à loja em momento algum, mesmo no caso de alguma inconveniência; tudo é solucionado via telefone ou no próprio site da loja. Vendas: evolução e definições 21 • Venda via internet: talvez uma das grandes alternativas criada na virada do século. São muitas as organizações que oferecem seus produtos ou serviços pela internet. Podemos observar que a tendência da área de vendas é criar diferentes formas de negociação. Essa é a preocupação de diversas companhias que não param de investir em novas maneiras de vender. No cenário atual da área de vendas a figura do profissional de vendas sofreu adequações. Para Guerra (2007, p. 46), o papel do profissional de vendas é mais abrangente na atualidade e tem que ser reconhecido como alguém que se preocupa em solucionar os problemas do cliente e não somente vender para atingimento de cotas. Esta preocupação proporciona ao profissional de vendas a fidelização do cliente ao vendedor e consequentemente à organização. O vendedor de hoje precisa ser, além de especialista no seu produto, multidisciplinar. Não basta apenas conhecer o que vende, é necessário também saber conversar com o cliente sobre outros assuntos. Dias (2010) entende que vender, nos dias de hoje, é um processo de comunicação interativa, o que facilita a mensagem do vendedor com a necessidade do cliente. A venda é vista como um elemento que compõe a comunicação de marketing, a publicidade, o merchandising, a internet, as relações etc. Algumas organizações estão conseguindo vantagens competitivas por meio de parcerias e alianças com fornecedores e canais de distribuição; pensando em atender melhor os clientes; e criando uma rede de entrega de valor superior. Voltando ao início do século XVII, no começo da Revolução Industrial, percebemos que o sucesso das organizações se dava pela capacidade de produzir em grande escala para dar conta das necessidades regionais e ir além. Sanadas as demandas da sociedade, as empresas passaram a ter como prioridade uma produção que considerasse inovação, qualidade e tecnologia. 22 Administração de Vendas A concorrência, que antes era regional, passou a ser global. O cliente agora pode escolher comprar no local ou não. A internet possibilitou, inclusive, compras internacionais. O grande desafio das organizações, diante desse cenário competitivo, é conseguir equilibrar investimento em qualidade, inovação e tecnologia com preços acessíveis e atrativos. Esse tipo de medida visa consolidar um relacionamento duradouro entre as companhias e os clientes. Para Neto e Souza (2012, p. 394), esse relacionamento é fruto da boa qualidade das interações com os clientes que garante a fidelidade dos mesmos e a repetição das compras, seja no caso de um fabricante de bens, um estabelecimento comercial ou um prestador de serviço. Dentro deste contexto, o atendimento ao cliente merece destaque, especialmente para as pequenas e médias empresas que, muitas vezes, podem não ter capital nem os recursos tecnológicos de grandes empresas para obter uma vantagem competitiva sobre as mesmas. O departamento de vendas precisa ser pensado em várias dimensões. A relação vendedor, produto e cliente e a produção de qualidade com inovação e tecnologia são, no contexto atual, as grandes estratégias de competitividade. Considerações finais Que a área de vendas é importante para as organizações de hoje está mais que claro. A sobrevivência das empresas está ligada diretamente a essa prática. A conceituação do termo da área pode até variar de autor para autor, porém há unanimidade em estabelecer que a ação de vendas deve ser realizada pelas organizações de forma planejada, organizada e controlada para que nenhuma região fique sem acesso ao consumo. Em relação à competitividade entre as organizações, é evidente a necessidade de ir além da demanda e manter o foco em aspectos como qualidade, inovação, tecnologia e preço. Ressaltamos, ainda, Vendas: evolução e definições 23 o relacionamento com o cliente, traço essencial que deve ser mantido e estimulado para que se conquiste a fidelidade. Ampliando seus conhecimentos • CASTRO, Luciano Thomé; SCIENCIA, Lucas. Estratégia e estrutura de vendas: estamos alinhados? Revista Agrovenda, jun./jul. 2013. Disponível em: http://www. agrodistribuidor.com.br/up_arqs/pub_20130910114136_ estrategiaeestruturadevendas-estamosalinhados.pdf. Acesso em: 16 ago. 2019. O artigo traz uma reflexão sobre as diferentes estratégias de vendas no agronegócio, destacando a importância do conhecimento do vendedor sobre o produto comercializado. Os modelos de estratégia e estrutura apresentados podem ter aplicações para diversos setores. No agronegócio, é possível perceber uma mudança no comportamento do cliente, o que torna fundamental entender a necessidade do produtor para escolher a melhor estratégia a ser usada. Leia o texto, será de grande valor para o seu conhecimento de vendas. • DUTRA, Karen Estefan; ALVES, Aliana Lima. Como a satisfação dos clientes pode aumentar as vendas. Revista Eletrônicada Faculdade Metodista Granbery, n. 6, jan./jun. 2009. Disponível em: http://re.granbery.edu.br/artigos/MzEy. pdf. Acesso em: 16 ago. 2019. O artigo destaca que os clientes buscam qualidade, preço e diversidade. Porém, é o atendimento com qualidade que pode de fato encantar. Para as autoras, as organizações que entenderem essa estratégia fidelizarão seus consumidores, o que pode gerar propaganda positiva e a conquista de futuros clientes. É uma leitura obrigatória para todos os gestores de vendas. 24 Administração de Vendas • LIMA, Lucas Gabriel Bezerra; VARJÃO, Daiany Macieira. A negociação como ferramenta estratégica de vendas. Revista Científica da FASETE, p. 84-94, 2017. Disponível em: https:// www.fasete.edu.br/revistarios/media/revistas/2017/12/a_ negociacao_como_ferramenta_estrategica_de_vendas.pdf. Acesso em: 16 ago. 2019. A negociação é vista pelos autores como um campo de estudo muito importante na área mercadológica. Trata-se de uma estratégia de vendas que, por meio do convencimento, visa aproximar o cliente do produto. A leitura é muito importante para entendermos esse novo modelo de estratégia usado na área de vendas. • MARKETING e vendas: a parceria ideal para crescer seu negócio. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (11 min). Publicado pelo canal Viver de blog. Disponível em: https://www.youtube. com/watch?v=7L2SCINt9iw.Acesso em: 16 ago. 2019 O vídeo mostra a relevância de marketing e vendas trabalharem juntos dentro da organização. Para Henrique Carvalho, fundador do Viver de blog, ambas as forças trabalham a necessidade do cliente e não funcionam eficientemente se estiverem separadas. Assista ao vídeo e aprimore ainda mais seu conhecimento sobre o assunto. • A IMPORTÂNCIA do planejamento para o sucesso nas vendas. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Etalent TV. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=UbSWzFK1-4M. Acesso em: 16 ago. 2019. O vídeo mostra a necessidade de entendermos vendas como ciência e, para isso, segundo Jorge Cima, diretor comercial da Etalent, é necessário planejamento, pois é isso que vai diferenciar uma organização da outra. Assista ao vídeo e confira as ideias. Vendas: evolução e definições 25 • PROFISSIONAIS de vendas: a importância do relacionamento com o cliente e a oferta de valor. [S. l.: s. n.], 2012. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Seniorsistemas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=C- 5mjMl3eko. Acesso em: 16 ago. 2019. No vídeo, podemos observar a ênfase dada pelo professor Menegatti ao relacionamento com o cliente. Para ele, o vendedor deve ser um gerenciador de relacionamento, antes de focar em seu produto ou serviço. Segundo o professor, 71% das vendas resultam em relacionamento entre cliente e organização. Assista ao vídeo e confira as ideias apresentadas pelo professor. Atividades 1. Como surgiu a atividade de vendas no decorrer da história? 2. Qual é o significado de vendas e a sua importância para as organizações? 3. Como acontece a relação entre o departamento de marketing e o departamento de vendas em uma companhia? 4. Quais são as habilidades necessárias para um bom vendedor nos dias de hoje? Referências CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2010. COBRA, Marcos. Administração de vendas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994. DIAS, Sérgio Roberto. Gestão de Marketing. São Paulo: Saraiva, 2010. 26 Administração de Vendas FUTRELL, Charles M. Vendas: fundamentos e novas práticas de gestão. São Paulo: Saraiva, 2003. GUERRA, Paulo. Administração de Vendas: o passo para a gerência. Rio de Janeiro: Ciência Moderna Ltda., 2007. KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 4. ed. Trad. de Ailton Bomfim Brandão. São Paulo: Atlas, 1998. KOTLER, Philip. Administração de marketing. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Administração de Vendas. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2008. MARTINS, Carlos Alberto; SCHVARTZER, Arnaldo; RIBEIRO, Henrique Alves do Couto. Técnicas de Vendas. Rio de Janeiro: FGV, 2009. NETO, João Pinheiro de Barros; SOUZA, Gerson de. Manual do empreendedor: de micro a pequenas empresas. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2012. TEIXEIRA, Elson; TOMANIMI, Cláudio; MEINBERG, Luiz; PEIXOTO, Luiz Carlos. Gestão de Vendas. 4. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2007. 2 O processo de vendas Neste capítulo, abordaremos a dinâmica das vendas, os métodos usados e a relação entre organização e cliente. Trataremos também do gerenciamento de vendas e da dimensão e necessidade da integração como meio de obtenção de lucro. 2.1 A dinâmica de vendas A dinâmica de vendas tem como objetivo estimular o consumo planejado pela área de marketing, para que, assim, alcancem-se os resultados pela parceria entre os setores de vendas e de marketing. Com base em Teixeira et al. (2007, p. 22), entendemos que As atividades na área de vendas são muito mais do que a administração de transação com o mercado. Representam um conjunto de estratégias que deverão ser realizadas após a elaboração de um plano de vendas que considere a utilização das ferramentas disponibilizadas pelo marketing e que contemple a análise e definições de caminhos estratégicos da empresa alinhados a sua competência, visão, missão e valores que, por sua vez, deverão estar juntos com os objetivos de curto e médio prazos traçados nos plano de marketing. O atual cenário de vendas apresenta grande evolução e transformação. As organizações oferecem um extenso portfólio, de produtos e serviços, que permite alcançar um elevado número de clientes. O sistema de informatização, que acompanha toda a mudança de cenário vista na área de vendas, é uma ferramenta muito utilizada para armazenar as informações dos clientes que serão usadas no realinhar das estratégias de vendas. A tecnologia de hoje aumenta a possibilidade de criarmos estratégias para 28 Administração de Vendas as áreas de marketing e de vendas baseadas nas informações que acumulamos sobre os clientes. Outro ponto importante é a concretização das vendas feitas pelos vendedores. Todo o processo precisa ser planejado. O ato de retirar o pedido da venda não pode ser isolado, pois ele pertence a um grande processo que utiliza uma base de tecnologia. Para Teixeira et al. (2007, p. 81), O pedido é apenas a materialização da função da venda dentro de um processo maior que é o processo de vendas. De modo geral, o objetivo da venda é proporcionar a troca de propriedade de um bem de um vendedor para um comprador, desde que atenda às necessidades ou desejos declarados do comprador. Em serviços, o objetivo da vendas é possibilitar a solução de problemas, necessidades ou desejos, por meio de promessas que ocorrem durante as interações. Ainda sobre a dinâmica de vendas, é importante reconhecermos que o princípio da negociação vem da exploração dos pontos em comum entre o vendedor e o cliente, em que os objetivos de ambos precisam prevalecer e serem alcançados de alguma forma. O objetivo do vendedor é a concretização da venda e o do cliente é satisfazer sua necessidade, portanto o diálogo entre eles é fundamental. Podemos considerar a negociação boa quando ambas as partes conseguem alcançar um ponto de acordo satisfatório, desejável e aceitável. O resultado da negociação se materializa no pedido, que é, no processo de vendas, a intenção da compra do produto ou do serviço oferecido pela organização, o que dará início ao processo de troca entre o cliente e o vendedor. Porém, é um erro pensar que após o pedido a venda está terminada. O ciclo do pedido só será encerrado por dois caminhos, pelo pagamento da venda ou pela recompra do produto ou serviço. Dentro dessa dinâmica, destaca-se a necessidade e efetividade da ação pós-venda, o que discutiremos neste capítulo. O processo de vendas 29 A relação entre organização e cliente é um dos pontos mais importantes na dinâmicade vendas. Quanto melhor o contato da organização com seus consumidores, maior será a possibilidade de rentabilidade. As organizações devem investir cada vez mais em propagandas, promoções e meios de comunicação para chegarem até os clientes. Chiavenato (2014) acredita que as organizações podem até adotar métodos impessoais de vendas, como a mala direta e o contato por telefone ou por e-mail, mas são formas mecânicas e feitas a distância, que tratam as pessoas de maneira genérica. A relação que permite um contato mais profundo entre a organização e o cliente acontece por meio dos vendedores, que podemos chamar de força de vendas. Para Chiavenato (2014, p. 204), a organização da força de vendas é o esquema adotado pela empresa para efetuar a venda de seus produtos/serviços da maneira mais eficiente e eficaz possível. A organização de vendas pode ser estruturada de acordo com os critérios de departamentalização mais adequados aos produtos/serviços oferecidos. Na verdade, a organização de vendas é constituída por uma rede formada por equipe de vendedores. Toda a dinâmica da área de vendas está voltada para a relação entre a organização e seus clientes. A maneira como essa interação vai acontecer dependerá de algumas variáveis, como o mercado, a tecnologia e a percepção do cliente, que precisam ser estudadas constantemente. O estudo de administração de vendas se mostra necessário devido à complexidade de toda essa relação. Dentre as diversas dinâmicas de vendas, é necessário um conhecimento profundo sobre o comércio, para que as estratégias utilizadas se tornem eficientes na concretização dos objetivos da empresa. Chiavenato (2014, p. 57) afirma que 30 Administração de Vendas o comércio é uma decorrência da economia global industrializada, altamente complexa e interdependente. O mundo se caracteriza hoje por uma profunda interdependência e por um intenso intercâmbio entre as entidades – sejam elas pessoas, grupos sociais, organizações, empresas, cidades, países ou continentes. Vivemos praticamente em uma aldeia global, em que as trocas de bens e serviços, capitais e ideias são efetuadas de maneira constante e incessante entre entidades fisicamente distantes. A globalização faz com que esse intenso intercâmbio seja planetário, e não simplesmente regional. Os estudos realizados sobre o comércio mostram utilidade para a relação entre a organização e o cliente. De acordo com Chiavenato (2014), podemos observar quatro utilidades ou funções principais no estudo realizado sobre o comércio. 1. Utilidade de local: o comércio é responsável por levar os produtos dos centros de distribuição para os locais de consumo, ação que é vista pelo autor como uma superação de um obstáculo geográfico. 2. Utilidade de tempo: o comércio tem a função de comprar e armazenar os produtos para que estejam disponíveis quando o cliente precisar. 3. Utilidade de quantidade: o comércio agrupa as quantidades de acordo com as necessidades de seus clientes; aqui, temos a superação de um obstáculo quantitativo. 4. Utilidade da qualidade: o comércio consegue adaptar produtos e serviços de acordo com as exigências dos clientes, o que não é uma relação de melhor ou pior qualidade, mas de adequação a cada pedido. Podemos, assim, entender como o comércio proporciona grandes vantagens de acordo com essas utilidades. Ele possibilita as realizações da atividade produtiva e da atividade comercial, para O processo de vendas 31 que as organizações coloquem seus produtos e serviços no mercado consumidor. Nessa dinâmica, muitas organizações diversificam suas estratégias e usam a força de vendas interna e externa para atender o comércio. A força de venda externa são vendedores que fazem visitas programadas aos clientes já existentes e tentam conquistar outros. A interna são vendedores que trabalham dentro da organização, fazendo ações por telefone, e-mail e redes sociais e até recebendo potenciais clientes para reuniões de planejamento. Para Kotler e Armstrong (2007, p. 412), para algumas empresas menores, as vendas por telefone e pela internet podem ser as principais abordagens de vendas. Entretanto, empresas maiores também podem utilizar essas táticas, seja vender diretamente a clientes de pequeno e médio porte ou para ajudar nas vendas aos clientes maiores. Para muitos tipos de produtos, situações de vendas por telefone ou pela internet podem ser tão eficazes quanto um contato pessoal de vendas. Diante desse cenário da área de vendas, as organizações investem cada vez mais em processos que possam responder de maneira positiva às expectativas do mercado. Para Chiavenato (2014), o mercado pode ser dividido em: • Mercado estável: tem poucas variações no decorrer do tempo, é conservador e tranquilo e tem como costume manter o seu status quo. Como característica, podemos afirmar que é um modelo de mercado que apresenta certo grau de certeza e previsibilidade devido às poucas mudanças que ocorrem nele. • Mercado instável: tem muitas variações no decorrer do tempo e apresenta como características as mudanças que ocorrem constantemente. É um espaço turbulento e agitado que exige das organizações mudanças nos produtos e serviços. Esse mercado é mutável e imprevisível e está sujeito 32 Administração de Vendas a modificações rápidas e radicais. Outra característica que afeta as organizações é que os produtos e serviços nesse mercado têm ciclo de vida curto e rápido devido às constantes mudanças. Observe a Figura 1 para compreender melhor essa dualidade. Figura 1 – Continuum estabilidade-instabilidade do mercado Mercado estável Permanência de: - produtos/serviços; - clientes/consumidores; - concorrentes. Mercado instável Mudanças de: - produtos/serviços; - clientes/consumidores; - concorrentes. Fonte: Adaptada de Chiavenato, 2014, p. 63. Ainda sobre o dinamismo observado, podemos ver que o mercado também pode ser classificado de acordo com o grau de diversidade, sendo homogêneo ou heterogêneo. Para Chiavenato (2014), o dinamismo acontece da seguinte forma: • Mercado homogêneo: é composto de empresas que têm produtos, serviços e clientes semelhantes. É um mercado em que a homogeneidade mostra que o tratamento dado ao cliente pode ser similar, visto que as necessidades são iguais. • Mercado heterogêneo: é constituído de empresas que vendem produtos e serviços diferentes, além de terem clientes com características distintas. A heterogeneidade mostra posturas diferentes dos clientes, e isso faz com que as empresas também apresentem produtos e serviços diferenciados. O processo de vendas 33 Figura 2 – Continuum homogeneidade-heterogeneidade do mercado Mercado homogêneo Uniformidade de: - produtos/serviços; - clientes/consumidores; - concorrentes. Mercado heterogêneo Variedade de: - produtos/serviços; - clientes/consumidores; - concorrentes. Fonte: Adaptada de Chiavenato, 2014, p. 64. Não existe um mercado totalmente estável ou instável, da mesma forma que não existe um mercado homogêneo ou heterogêneo. É necessário a organização estar sempre atenta para acompanhar o ritmo estabelecido e adaptada às novas configurações. As empresas devem buscar a diversificação no método de vendas para manter o dinamismo, com o objetivo de converter potenciais clientes em efetivos ou, até mesmo, melhorar a realização da venda para aqueles que já fazem parte da carteira de clientes. Dessa forma, pode-se aplicar os diferentes métodos de vendas apresentados no Quadro 1 a seguir. Quadro 1 — Métodos de vendas Método de venda Características Venda tradicional Caracteriza-se pela ação do vendedor ao trazer informações sobre o produto e mostrar as vantagens que podem ser obtidas pelo cliente. Venda criativa Uso de técnicas de criatividade para produzir ideias inéditas e importantes sobre o produto. A intenção é gerar fortes impressões para o cliente. (Continua) 34 Administração de Vendas Método de vendaCaracterísticas Venda missionária Acontece quando o vendedor tem como missão trabalhar nos canais de marketing e atuar como conselheiro e consultor, não exercendo mais a função de vendedor. Suas tarefas são planejar e divulgar as futuras vendas. Venda consultiva O profissional de vendas tenta entender o problema do cliente para oferecer o melhor produto e, com isso, aumentar a lucratividade da organização. Venda negociação Nessa modalidade de vendas, o vendedor passa a ser um negociador. Com base na necessidade do cliente, o vendedor mostra os benefícios que o produto ou serviço pode trazer ao consumidor. Assim, cria-se um cenário de negociação. Venda colaboração Propõe a construção de uma relação de confiança, com um relacionamento sincero e mais duradouro. Venda SPIN O modelo SPIN (Situation, Problem, Implication e Need--Pay-Off1) apresenta questões que o vendedor deve usar para estabelecer uma boa comunicação com o cliente. Vendas em equipe Um grupo de profissionais de vendas fica atento ao atendimento ao cliente. Venda personalizada O vendedor tenta incorporar características do cliente, como se a compra fosse para o próprio profissional. Venda direta São vendas realizadas diretamente ao cliente, sem estabelecimento comercial, sendo que alguém leva o produto para o cliente. Fonte: Elaborado pelo autor com base em Dias, 2010. Os métodos são a principal força do dinamismo de vendas, uma tentativa de atender as necessidades do comprador com base nas diversas abordagens que podem ser utilizadas pelos vendedores. 1 Situação, Problema, Implicação e Necessidade-retorno. O processo de vendas 35 2.2 Pré-venda, venda e pós-venda Temos um cenário de forte concorrência, tanto no país como no contexto global, sendo que os serviços e produtos estão cada vez mais parecidos. As organizações brigam para oferecer diferenciais e conseguir vencer a concorrência. Uma das estratégias usadas é saber trabalhar as vendas que ocorrem todos os dias de forma profissional e inteligente. Muitas organizações estão investindo pesado no processo de vendas; para isso, buscam entender e criar estratégias em torno das seguintes etapas de vendas: pré-venda, venda e pós- -venda. Segundo Teixeira et al. (2007, p. 41), para o processo da venda não é possível imaginar alcançar os objetivos do fechamento de negócio, deixando para o momento da venda tudo o que for necessário para sua concretização. As etapas devem ser executadas com a profundidade e a abrangência necessárias. O sucesso desse processo dependerá do sucesso de cada parte. Pré-venda, venda e pós-venda, por qualquer caminho e para qualquer tipo de relação com o mercado, devem ser consideradas, planejadas e praticadas para garantir o melhor relacionamento com o mercado, o melhor processo de troca e a melhor rentabilidade da venda. As etapas precisam ser pensadas como uma estratégia de ação pelas empresas. Não basta apenas gastar energia com a pré-venda e esquecer as demais fases do processo. É necessário entender cada etapa para que elas contribuam com as estratégias das organizações. A pré-venda, segundo Teixeira et al. (2007), é a etapa preparatória e o momento da busca do cliente, das necessidades que ele apresenta e dos seus desejos. Nessa etapa, temos o ensaio da venda. Para Souza (2017), a pré-venda é uma preparação realizada pelo vendedor e tem como objetivo obter a capacidade de expor todas as informações e conhecimentos necessários para o cliente, para prestar um atendimento de qualidade, o qual influencia na aquisição do produto ou serviço. 36 Administração de Vendas Segundo Churchill e Peter (2010), o processo que acontece antes da venda deve ser visto como uma prospecção, que tem como objetivo identificar quem são os clientes potenciais. A pré-venda é vista pelos autores como a primeira etapa de contato com o cliente, e os vendedores precisam estar preparados para conseguir entender as necessidades do consumidor e realizar a segunda etapa do processo, a venda efetiva. Segundo Teixeira et al. (2007, p. 120), a fase da venda propriamente dita é aquela em que tanto o vendedor quanto o comprador vão passar do momento da escolha para o momento de efetivar o negócio. A conclusão desta etapa é a venda em si: o vendedor resume os benefícios, indicando o que o comprador ganha ao comprar seu produto ou serviço e o comprador fecha o negócio. A venda é a etapa da concretização do processo, porém, segundo Chiavenato (2014), não pode ser considerada a última. Atualmente, as organizações têm se preocupado também com o pós-venda, a assistência técnica e o atendimento contínuo ao cliente. Entendemos hoje que a satisfação desse cliente não deve ser apenas durante compra, mas também depois, para garantir as expectativas do consumidor. Uma ação de vendas malfeita pode prejudicar o lucro de uma empresa ou até mesmo arruinar a imagem dela. Vender nos dias atuais é uma das ações mais importantes no mundo corporativo; é considerado o desafio diário de todas as organizações. As empresas devem estar preparadas para vender, além de produtos e serviços, a própria imagem, passando credibilidade que atenda todas as expectativas de seus clientes. Segundo Teixeira et al. (2007), o ato de vender deve ser visto como uma ação que gira em torno do relacionamento com o cliente. A construção desse relacionamento é a tarefa mais importante para os vendedores atualmente. O conceito de vendas acaba contemplando a etapa posterior, da pós-venda, que mostra que a relação não foi apenas uma fase de troca, mas a possibilidade de um relacionamento de longa duração, com base em O processo de vendas 37 confiança, cooperação e interesse de ambas as partes. A pós-venda está ligada diretamente ao marketing. Kotler (1999) entende que a pós-venda é uma arte de conquista e de fidelização do cliente para criar um relacionamento lucrativo. Moreira (1989) apresenta o início da pós-venda como o momento em que o cliente recebe o produto ou o serviço, ou seja, o momento em que expectativa do cliente em ter os benefícios esperados acontece. Nessa fase, o cliente vai buscar atender as próprias necessidades e desejos. É, para os autores da área, o momento de usar, testar e usufruir da aquisição, período importante para a organização e, principalmente, para a área de vendas. Para Chiavenato (2014, p. 244), a pós-venda envolve todas as atividades posteriores ao processo de venda. Na verdade, ela deve ser parte indispensável do processo de venda. Da mesma maneira, como toda e qualquer empresa faz um seguimento (follow up) de suas compras corporativas, o consumidor costuma fazer o mesmo. O agendamento da entrega daquilo que foi vendido, os serviços de assistência técnica, a resolução de possíveis problemas que independem do cliente e escapam ao seu controle, e a certeza de que as expectativas do cliente estão sendo plenamente satisfeitas são aspectos importantes no pós-venda que influenciam poderosamente os hábitos e as decisões futuras de compra por parte do consumidor. A pós-venda deve ser encarada como um aspecto tão importante quanto a própria venda, da mesma forma como a eficiência deve ser sempre acompanhada pela eficácia. As organizações estão investindo em serviços de pós-venda, pois entenderam que a venda não pode ser concluída com a entrega. O acompanhamento do cliente deve continuar até que ele volte a comprar com a empresa. Segundo Las Casas (2008), o cliente, quando adquiriu o produto ou serviço da empresa, aceitou as condições colocadas por ela, e agora quer a confirmação de tudo o que foi dito. Para o autor, a empresa deve se esforçar ao máximo para que um nível alto de satisfação seja alcançado. O vendedor 38 Administração de Vendas não pode sair de cena depois do contrato assinado; ele precisa estar atento, mesmo que de longe, acompanhando se o cliente está recebendo as devidas orientações mediante as solicitações. O bom serviço de pós-venda vai gerar paraa empresa amizade com o cliente, além de possibilitar a expansão dos negócios com base na fama de boa empresa. A carteira de cliente pode aumentar consideravelmente, graças ao marketing “boca a boca” realizado pelos clientes satisfeitos. A pós-venda serve como parâmetro para que o vendedor saiba o grau de assertividade que teve com a venda ao cliente. Para Guerra (2007, p. 166), “o gestor de vendas deve conscientizar os vendedores que o registro das informações do cliente é muito importante, pois a pós-venda é a pré-venda da próxima venda. É a qualificação da próxima venda, dando início a um ciclo de vendas”. Cada cliente deve ser tratado de maneira diferenciada na pós- -venda. Deve haver script personalizado para cada um, visto que cada um é único. É função do vendedor ter todas as informações que levaram o cliente a adquirir o produto ou serviço, buscar saber se o produto adquirido está satisfazendo as razões que motivaram a compra e ter a sagacidade de perceber as novas necessidades que podem gerar novas vendas. 2.3 Gerenciamentos de vendas O departamento de vendas precisa estar preparado para alcançar os objetivos propostos pela empresa. Para isso, é necessário um forte gerenciamento sobre as ações realizadas pelo setor. Para Las Casas (2008), o departamento de vendas está ligado diretamente ao gerente de vendas, que também é responsável pelo desempenho da equipe de vendedores e pelos resultados alcançados. Esse profissional precisa se dividir entre administração e vendas. Algumas organizações contratam antigos vendedores para ocupar esse cargo, porém não O processo de vendas 39 existe evidência de que, necessariamente, um bom vendedor será um grande gerente de vendas. O gerenciamento de vendas sempre terá como foco a figura do gestor, que será o responsável pelas ações do departamento. Porém, todas as ações realizadas precisam estar alinhadas com a estratégia traçada pela organização. Para Chiavenato (2014, p. 15), “o presidente ou diretor geral da empresa é o responsável final por todas as operações relacionadas com marketing, vendas, produção, operações, finanças e recursos humanos da empresa, perante os stakeholders”. Para que a atuação desse profissional seja completa, é necessário que o tempo e os recursos sejam bem administrados. Teixeira et al. (2007) apresentam um modelo de administração de vendas lógico e abrangente, o qual permite um bom gerenciamento de vendas. O modelo apresenta cinco dimensões que devem ser adaptadas aos ambientes organizacionais para serem efetivos no gerenciamento das vendas. Segundo os autores, podemos classificar as dimensões da seguinte maneira: Quadro 2 — Modelo de gerenciamento de vendas Dimensão Características para o gerenciamento de vendas Estrutura: é o formato ou a configuração das áreas de atuação das vendas. Cobertura e segmentação do mercado: é uma estrutura escolhida para gerar mais proximidade com o cliente. Configuração do território de vendas: deve-se ter a dimensão territorial de vendas, para que seja possível atender todos os espaços. Para isso, é necessário conhecer o território e os clientes a serem alcançados. Organização e processos: para atender todas as demandas do departamento de vendas, é necessário que exista a organização das funções, responsabilidades, interações e subordinações e uma ajuda da tecnologia. Os processos internos devem estabelecer uma ligação entre as funções e as atividades de vendas que acontecerão no departamento. (Continua) 40 Administração de Vendas Dimensão Características para o gerenciamento de vendas Os sistemas: relação com as informações que devem atender as demandas de vendas. Política e procedimentos: tem ligação jurística com a maneira como os procedimentos de vendas devem acontecer. Para isso, é fundamental orientação, por parte da organização, que defina claramente os papéis e responsabilidades que garantam a eficiência das vendas. Comunicação: estabelece um sistema constante de comunicação com as forças de vendas, para que o processo esteja sempre atualizado. Um sistema de comunicação coerente sempre será visto como uma vantagem competitiva para a organização. Treinamento e desenvolvimento: para o bom desempenho das funções de vendas, são necessários conhecimento e habilidades. Para isso, é fundamental identificar quais as necessidades de treinamento e desenvolvimento de cada uma das funções e cargos departamentais. Plano de remuneração: é um dos pontos mais importantes da administração de vendas. Vendedores precisam de estímulos para o desempenho das funções. O ideal é que os vendedores tenham uma parte do salário fixo e o restante a ser complementado com porcentagens das vendas realizadas. Gestão de negócios: é necessário um sistema que acompanhe todas as atividades realizadas pelo departamento de vendas. Já existem diversos softwares que desempenham funções na visibilidade, na consolidação e no acompanhamento dos resultados da organização. Avaliação de desempenho: recrutar, selecionar, contratar, treinar e envolver os vendedores na política da organização. Para vendas, a avaliação de desempenho deve ser constante e dinâmica, como forma de identificar os vendedores que se destacam e aqueles que precisam passar por treinamento. (Continua) O processo de vendas 41 Dimensão Características para o gerenciamento de vendas Estratégias: é a dimensão que orienta a ação das vendas, mostra a direção para a qual os esforços devem ser dirigidos e gerencia as ações táticas. Estratégia de marketing e produtos: é necessário que os gestores de vendas estejam atentos às novidades e às mudanças que ocorrem para que possam preparar os seus vendedores. Estratégia de criação de valor: também conhecida como abordagem de vendas, apresenta valores agregados que precisam ser comunicados aos clientes para serem valorizados. Estratégia competitiva: quando o mercado é muito competitivo, é importante conhecer os pontos fracos e fortes dos concorrentes para combatê-los durante as oportunidades de vendas. Estratégia política: o relacionamento com o cliente é uma vantagem competitiva. A estratégia política orienta a força de vendas para que se consiga manter o relacionamento com cliente, para fidelizá-lo. Tecnologia da informação: é a dimensão que dá suporte ao gerenciamento de vendas. Talvez seja a dimensão que mais ganha espaço no mundo dos negócios. Informações do mercado: são relacionadas ao segmento em que a organização atua. Informações do cliente: é a maneira de conhecer melhor o consumidor. Informação do produto: talvez uma das competências mais básicas; é o conhecimento do produto ou do serviço oferecido pela organização. Informação do concorrente: é a reunião de dados sobre os concorrentes, como estrutura, organização, detalhes sobre os produtos, serviços que são ofertados, médias de preços, estratégias de comercialização, pontos fracos e fortes, perfil dos vendedores etc. São informações que ajudam a organização a decidir a estratégia que utilizará. (Continua) 42 Administração de Vendas Dimensão Características para o gerenciamento de vendas Práticas gerenciais: é a dimensão da operacionalidade do modelo proposto, em que as coisas acontecem. Podemos dizer que é a dimensão humana, e é nela que os gestores garantem o planejamento. As práticas gerenciais envolvem a supervisão das pessoas e a avaliação dos resultados e do desempenho. Essas práticas são definidas para acompanhar as atividades dos colaboradores nas rotinas e estão envolvidas no suporte, no acompanhamento, na orientação e no treinamento da empresa, o que ajuda na eliminação dos obstáculos. Fonte: Elaborado pelo autor com base em Teixeira et al., 2007. Os gestores de vendas precisam apresentar um padrão de desempenho que ajude a gerenciar todas as dimensões do seu processo. Quando a organização não apresenta uma forma confiável de avaliar o próprio desempenho,corre o risco de perder qualidade e retorno dos investimentos. É função dos gestores conhecer todas as dimensões, para que possam usar todas as potencialidades em busca de resultados positivos para a organização. Todas as dimensões precisam interagir entre si e criar uma dinâmica em busca de bons resultados. Considerações finais O capítulo demonstrou todo o processo de dinâmica de vendas, que é usado para incentivar o consumo e encontrar um ponto de equilíbrio entre o vendedor e o cliente, por meio de uma boa negociação entre ambos. O ponto mais importante na dinâmica de vendas é a relação entre a organização e o cliente. Essa relação precisa ser trabalhada para que se torne frequente. Para manter o dinamismo de vendas, é necessário compreender todos os métodos de vendas estudados: as vendas tradicionais, criativas, missionárias, O processo de vendas 43 consultivas, de negociação, colaboração, SPIN, em equipe, personalizada e direta. O capítulo também abordou que muitas organizações estão investindo em todo o processo de vendas, criando estratégias para que as etapas de pré-venda, venda e pós-venda tragam resultados positivos e possibilitem uma relação duradora com o cliente. Por fim, estudamos que o gerenciamento de vendas pode acontecer por meio de cinco dimensões (estrutura, sistemas, estratégias, tecnologia da informação e práticas gerenciais). Essas dimensões precisam ser gerenciadas pelo gestor de vendas, com a supervisão dos demais gestores da organização, e servem como base para alcançar os resultados esperados pela organização. Ampliando seus conhecimentos • MATOS, Jânio et al. A gestão estratégica de vendas como ferramenta de sucesso ao processo de produção: um estudo de caso. In: CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 12., 2016, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: Inovarse, 2016. Disponível em: http://www.inovarse.org/sites/ default/files/T16_161.pdf. Acesso em: 13 set. 2019. O artigo publicado durante o XII Congresso Nacional de Excelência em Gestão provoca uma reflexão sobre a importância das técnicas de vendas utilizadas pelas organizações com o objetivo de aumentar a lucratividade. Para os autores, as estratégias usadas pelas empresas geram vantagens competitivas, o que contribui para um melhor desempenho. O texto ainda traz um estudo de caso de uma organização do ramo de aço e de comércios que utiliza estratégias para alcançar os clientes ideais. É uma boa leitura para entendermos o processo de vendas e suas estratégias no ramo industrial. 44 Administração de Vendas • FERNANDES, Gregore et al. CRM - uma ferramenta fundamental para a captação e manutenção de clientes. Revista pensar, Belo Horizonte, v. 4, n. 2, jul. 2015. Disponível em: http://revistapensar.com.br/tecnologia/pasta_upload/ artigos/a121.pdf. Acesso em: 13 set. 2019. O artigo apresenta a ferramenta Customer Relationship Management (CRM), que é um instrumento tecnológico usado para auxiliar a empresa a manter um relacionamento com os clientes, criando ações voltadas para suas necessidades, com o objetivo de promover lealdade e lucratividade. É um texto importante para os gestores. • JANNER, Liliane Carina; ERGANG, Sandro. A utilização do serviço de pós-venda como estratégia de fidelização de clientes. In: CONGRESSO VIRTUAL BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO, 6., 2009, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: SETREM, 2009. Disponível em: http://www.convibra. com.br/2009/artigos/94_0.pdf. Acesso em: 13 set. 2019. O artigo publicado durante o VI Congresso Virtual Brasileiro de Administração (CONVIBRA), em 2009, faz uma reflexão sobre o atual cenário globalizado tomado pela concorrência e destaca, como estratégia, a forte relação que deve ser criada com os clientes, por meio das ações da pós-venda. O artigo também traz uma revisão bibliográfica sobre o tema da pós- -venda como ação realizada pelas empresas. • ETAPAS da venda | Fechamento e pós-venda. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (8 min). Publicado pelo canal Pedro Quintanilha. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=yUA3p_5fyvY. Acesso em: 13 set. 2019. O vídeo mostra a importância do fechamento da venda e da pós-venda. Para Paulo Quintanilha, a fase da pós-venda é uma fase de fidelização, sendo crucial para novas vendas. O processo de vendas 45 Assista ao vídeo e aprimore ainda mais seus conhecimento sobre a temática proposta. • PORTA a porta: mercado de venda direta cresce no Brasil. [S. l.: s. n.], 2019. 1 vídeo (1 min). Publicado pelo canal Band Jornalismo. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=JmY_T4A2jJg. Acesso em: 13 set. 2019. A reportagem mostra o crescimento das vendas diretas no Brasil, destacando o avanço significativo, no ano de 2019, devido à falta de emprego. As vendas diretas não têm mais como característica apenas a venda de produtos de necessidade básicas. Atualmente, diversos produtos são comercializados nas vendas diretas. Assista ao vídeo e confira essa nova tendência. • O QUE é CRM? Sem complicação! [S. l.: s. n.], 2016. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo canal Fabio Ricotta. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=twUu4d65LFw. Acesso em: 13 set. 2019. O vídeo traz informações sobre o CRM, uma ferramenta de acompanhamento de clientes que serve para elaborar estratégias de vendas. Para Fabio Ricotta, a ferramenta é uma nova metodologia de relacionamento com o cliente, que ajuda na fidelização. Assista ao vídeo e aprimore ainda mais seu conhecimento sobre a ferramenta de CRM. Atividade 1. Qual o objetivo da dinâmica de vendas? 2. Como o mercado pode ser visto pela dinâmica de vendas? 3. O que é a pós-venda? 4. Quais as dimensões do gerenciamento de vendas? 46 Administração de Vendas Referências CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Vendas: uma abordagem introdutória. Barueri: Manole, 2014. CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2010. DIAS, Sérgio Roberto. Gestão de Marketing. São Paulo: Saraiva, 2010. GUERRA, Paulo. Administração de Vendas: o passo para a gerência. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda., 2007. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. São Paulo: Atlas, 1999. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Administração de Vendas. São Paulo: Atlas, 2008. MOREIRA, José Carlos. Marketing Industrial. São Paulo: Atlas, 1989. SOUZA, Douglas B. Processo de vendas: importância do pré e pós-vendas e o sistema de servitizacão dentro das empresas. G& P Revista de Gestão e Práxis, n. 1, jan./jun. 2017. Disponível em: http://www.opet.com.br/faculdade/ revista-gestao-praxis/pdf/n3/artigo2.pdf. Acesso em: 13 set. 2019. TEIXEIRA, Elson et al. Gestão de Vendas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007. 3 Equipe de vendas Neste capítulo, abordaremos a elaboração da equipe de vendas e como essa formação pode contribuir para que a organização alcance os resultados desejados. Depois discorreremos sobre o perfil dos vendedores com base nas ideias apresentadas por autores da área de vendas. Por fim, trataremos do papel do gerente de vendas, suas funções e desafios no século XXI. 3.1 Equipes de vendas Para que os objetivos estabelecidos por uma organização sejam alcançados, é necessário que a organização tenha uma equipe de vendas composta de profissionais treinados, motivados e que compreendam o objetivo da empresa. Guerra (2007, p. 40) expõe o conceito de equipe da seguinte maneira: um pensamento comum dentro da organização é que a reunião de funcionários em determinado espaço físico, ou com uma denominação específica (setor, departamento etc.) forma uma equipe. Isto é apenas a reunião de pessoas, pois equipe é mais do que pessoas juntas em um local ou agrupadas em um departamento. Equipe é a reunião de pessoas com conhecimento que se completam, trabalhando com interdependência, focado em metas e com objetivos comuns, pelos quais se comprometemmutuamente. A reunião de pessoas com missões diferentes, sem comprometimento e integração, mesmo que realizam trabalhos contínuos ou complementares forma tão somente um grupo e não uma equipe. É importante destacar que essas equipes precisam ser treinadas para conhecer, de fato, o que vendem e para atender as necessidades e desejos dos clientes da melhor maneira. Para que 48 Administração de Vendas isso ocorra, é fundamental ter estratégias que ajudem a manter uma equipe unida, atenta às mudanças do mercado e condizente com os objetivos da organização. Kotler (1998) acredita que um dos pontos fortes de uma equipe de vendas deve ser o planejamento estabelecido. Outras ações que ajudam nesse processo são: entrosamento entre os membros, transparência na relação com a chefia, motivação individual, identificação com os valores da organização e todo o treinamento oferecido para a equipe de vendas. É preciso também cuidar do que pode ser prejudicial à equipe, como o mau comportamento de alguns vendedores, a falta de qualificação da equipe de vendas e o uso de forma equivocada da tecnologia colocada à disposição. Para montar uma equipe de vendedores que traga benefícios à empresa, algumas estratégias devem ser empregadas. Para Chiavenato (2014, p. 205): a escolha da equipe de vendas é fundamental para o sucesso da empresa. Saber escolher bons vendedores é tão importante quanto saber liderá-los e conduzi-los ao sucesso. A seleção da equipe de vendas é uma tarefa mais muito importante do que parece, pois a atuação dos vendedores depende muito das suas qualificações e competências pessoais, das suas características de personalidade, do seu preparo profissional e, sobretudo, de sua atitude e garra. É certo que o treinamento e a supervisão competente podem melhorar muito o desempenho, mas quanto menos recursos pessoais tiverem o vendedor, mais investimentos em treinamento e supervisão serão necessários para compensar suas fragilidades. A escolha da equipe de vendas é feita em um processo seletivo de recrutamento e seleção. Para montar essas equipes, é necessário começar pelo recrutamento de candidatos. Nesse processo, as vagas podem ser ofertadas de diferentes maneiras. As formas mais usadas, de acordo com Chiavenato (2014), são: Equipe de vendas 49 • Anúncio em jornais, revistas ou nos demais meios de comunicação da mídia tradicional, para que atinja o público esperado. • Avisos na empresa: anúncios da vaga são posicionados em lugares estratégicos da organização, assim os colaboradores podem ajudar na divulgação da vaga em aberto. • Agência de recrutamento: empresas especializadas em recrutar e selecionar profissionais de diversas áreas. • Indicação de colaboradores: permite que qualquer funcionário indique profissionais que julgue adequados para a vaga disponível. • Recrutamento virtual: é feito pelo site da empresa. • Redes sociais: consulta de perfis que podem gerar contato para futuras entrevistas. Ainda nesse momento, as organizações podem fazer o recrutamento dos candidatos de três maneiras: o recrutamento interno, que busca preencher a vaga disponível com colaboradores já contratados na própria organização; o externo, que procura candidatos fora da empresa; e o misto, que faz uso de ambas as opções citadas. Realizado o recrutamento, começa o processo de seleção, que é o momento em que a empresa compara os perfis apresentados pelos candidatos com o perfil desejado. Quando houver um equilíbrio, o processo de seleção se encerra, pois a organização encontrou o colaborador adequado. Segundo Chiavenato (2014), o processo de seleção passa por algumas etapas. São elas: • Entrevista: contato pessoal entre o gestor e o candidato. O entrevistado responde a algumas questões de ordem pessoal e profissional, para que o representante da organização possa conhecê-lo. 50 Administração de Vendas • Prova de conhecimento ou de capacidade: é o momento em que o candidato realiza um teste que avalia o seu nível de conhecimento e capacidade. • Testes psicológicos: são testes aplicados e corrigidos por profissionais de psicologia. O objetivo é conhecer a personalidade dos candidatos. • Simulação: usualmente é uma dinâmica de grupo que cria uma determinada situação que apresenta desafios para avaliar o desempenho do candidato, individualmente ou em equipe. Recrutamento e seleção finalizados, a escolha do profissional que vai compor a equipe de vendas é feita. O trabalho agora é possibilitar a integração do funcionário na equipe para que possa assumir as tarefas da função. Em algumas empresas, o processo de integração pode durar até uma semana, em outras pode ser mais rápido, o importante é que o novo vendedor receba da organização todas as informações necessárias para o pleno desempenho do cargo. O novo vendedor precisa ter, além de conhecimento sobre o portfólio da empresa, as informações sobre clientes, concorrentes, mercado em que atuará, preços praticados pela empresa, dados da empresa, hierarquia a que deve obedecer, normas, horários etc. Para Chiavenato (2014, p. 210), “quanto mais organizada e intensa é a integração nos quadros da empresa, mais rapidamente produtivos se tornam os novos colaboradores”. O processo de elaboração de uma equipe de vendas não acontece rapidamente. Os profissionais que devem compor essa equipe precisam conhecer toda a estrutura, cultura, estratégias, e processo hierárquico da organização. É um processo a longo prazo, e os profissionais precisam se adaptar à realidade da organização para que, com o tempo, estejam prontos para atuar eficientemente em todas as ações organizacionais. Para isso, o treinamento é um fator Equipe de vendas 51 muito importante, pois é durante ele que todas as informações e ferramentas são apresentadas para os profissionais. Segundo Guerra (2007, p. 41): com o decorrer do tempo, a equipe busca a definição dos seus valores, a distribuição e adequação de tarefas, descobrindo os caminhos para executá-las de modo que os resultados individuais beneficiem o grupo, e sejam parte integrante da equipe, discutindo as ações que serão adotadas em função das experiências pessoais e profissionais de seus integrantes, em benefícios da organização e bem-estar do grupo. Podemos verificar que, ao montar uma equipe, quatro fases são comumente observadas: formação, organização, acomodação e desempenho. Segundo Guerra (2007), elas têm os seguintes significados: • Formação: é o momento de experimentar a sensação de fazer parte de um grupo, de ter medo e não criar conflito. • Organização: é a hora de estabelecer território, o que gera competição entre os membros da equipe. Nessa etapa, os profissionais conhecem o espaço onde atuarão. • Acomodação: nessa etapa, os vendedores já se conhecem e cada um tem o próprio espaço para atuar. Existe um processo de avaliação em que se procura solucionar os problemas de forma cooperativa. • Desempenho: é o momento em que todos devem dar o melhor de si, o relacionamento interpessoal é positivo e a busca de soluções é por consenso. Essas fases devem ser seguidas ao pensar na formação de uma nova equipe para qualquer segmento que conte com um departamento de vendas. O processo exposto representa o amadurecimento das equipes, é importante que durante esse desenvolvimento os gestores estejam presentes, acompanhando o crescimento individual e coletivo. 52 Administração de Vendas 3.2 Perfis dos vendedores Atualmente, o profissional de vendas é reconhecido nas organizações como alguém muito importante não somente por atender as necessidades e os desejos dos clientes, mas também por ser um dos responsáveis em manter o funcionamento e lucratividade da empresa em que atua. Mesmo depois de muito tempo de experiência, os vendedores sabem que precisam de constantes atualizações para aprimorar as habilidades de comunicação e de atendimento ao cliente. Além disso, proatividade, postura e atitude são habilidades essenciais
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