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Aula 1 & 2 - Diagnóstico Nutricional ● Estado Nutricional → condição de saúde do indivíduo, influenciado por consumo e utilização dos nutrientes, obtidas por estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos ● Avaliação Nutricional → conjunto de meios para aferir o estado nutricional do paciente, - objetivo: identificar mudanças metabólicas e orgânicas e que estejam associadas com a nutrição de fato para conseguir ter uma intervenção adequada; contribuir para prevenção e controle de agravos nutricionais - métodos direto: exames bioquímicos, exames clínicos e antropometria - métodos indiretos: inquérito de consumo alimentar e sócio-econômicos e culturais - Ingestão de Nutrientes → Estado Nutricional ← Necessidade de Nutrientes ● Adequação Nutricional (eutrofia)→ equilíbrio entre ingestão e necessidade nutricional ● Carência Nutricional→ insuficiência em qualidade e/ou quantidade nutricional ● Distúrbio Nutricional→ excesso e/ou desequilíbrio de alguns nutrientes Semiologia Nutricional ● instrumento obrigatório no processo de avaliação nutricional ● exame físico completo (cabeça-pés) para determinar as condições nutricionais do pacientes Indicadores Clínicos ● através do exame clínico estabelece o contato inicial com o paciente ● conhecimento das gerais da doença e sintomas apresentados, história atual e contexto familiar e social ● se o paciente apresenta os sinais clínicos de maneira extremamente exposta significa que o paciente já está com aquele problema a um tempo ● vantagens→ baixo custo e de fácil operacionalidade ● desvantagens→ sinais clínicos e sintomas não são específicos da carência ou excesso · História Clínica - identificação do paciente (nome, idade, raça, estado civil, profissão, renda, escolaridade, etc) - queixa principal - diagnóstico principal - história da doença atual - história patológica pregressa - história familiar e social - avaliação do estado mental - avaliação da função intestinal (sintomas e disfunções gastrointestinais por mais de 15 dias) - perda ou ganho de peso acima de 10% e como ocorreu 1) Face ● Fáceis agudo ● Fácies crônico 2) Cabeça e pescoço ● Atrofia da musculatura temporal bilateral ● Bola gordurosa de Bichart ● Perdas musculares supra e infra claviculares 3) Cabelos ● Kwashiorkor e marasmo ● Alopécia ● Verificar brilho, cor e firmeza 4) Olhos ● Conjuntiva e esclerótica alteradas à problemas hepáticos ● Anemia e hipovitaminose A ● Icterícia - hemolítica: doenças hemolíticas (bilirrubina) - colestática: doenças intra ou extra-hepáticas (bilirrubina direta – prurido) 5) Lábios, mucosa oral, gengiva e dentes ● Coloração dos lábios, rachaduras ● Coloração da língua e gengivas ● Ausência de dentes ● Salivação muito baixa ou excessiva 6) Pele ● Hidratação ● Retorno venoso ● Palidez, cianose, icterícia ● Petéquias 7) Abdômen ● Ascite ● Abdome escavado 8) MMII/MMSS ● Edema ● Atrofia de musculatura à proteínas totais < 5g/dL e albumina < 2,5 g/dL 9) Desnutrição adulta ● Observar 4 regiões: face, tríceps, bíceps e tórax a) Desnutridos: depressão ou área escura abaixo dos olhos (olhos fundos) b) Normal: acúmulo de gordura abaixo dos olhos (suborbital) à edema leve ● Perda de massa muscular: observar 6 regiões - face (músculo temporal e masseter) - ombros - clavícula - costas (escápula e costelas) - mãos (adutor do polegar e músculos interósseos) - pernas (quadríceps, região interna da perna e panturrilha) - região do pescoço e clavícula : supra e infraclaviculares e fúrcula esternal (perda crônica) - atrofia dos músculos intercostais e paravertebrais: maior propensão a pneumonia de base - baixa sustentação corporal: cifose - baixa capacidade de expansão pulmonar: hipoventilação - atrofia moderada do adutor: depressão evidente do adutor e não forma uma concja entre o indicador e o polegar ● Musculatura temporal e bola gordurosa de Bichart - atrofia temporal ocorre bilateralmente - 3 a 4 semanas já existe atrofia da musculatura - perda da bola de Bichat ocorre mais tardiamente - primeiro ocorre a atrofia da musculatura temporal - sinal da asa quebrada (perda da bola + perda da musculatura temporal) Antropometria ● Compreende aferir o peso, altura, dobras cutâneas e circunferências 1) Peso ● É o somatório de todos os componentes corporais e reflete o equilíbrio protéico-energético do indivíduo ● Cuidado ao interpretar o peso como indicador de estado nutricional: edema, ascite, organomegalias e massas tumorais ● Pacientes hospitalizados PI (peso ideal) = (altura)² x IMC médio (imc médio → h = 22 kg/m² e m = 20,8 kg/m²) - peso atual (PA) - peso habitual ou usual (PH/PU) - adequação do peso - % perda de peso (peso perdido/ peso normal do paciente x 100) %AP (porcentagem na alteração do peso) → PA - PU/ PU x 100 ● Peso estimado - Impossibilidade de aferir: trauma ou sepse Homens: Peso(kg) = (1,73 x CB) + (0,98 x CP) + (0,37 x PCSE) + (1,16 X AJ) – 81,69 Mulheres: : Peso(kg) = (0,98 x CB) + (1,27 x CP) + ( 0,4 x PCSE) + (0,87 X AJ) – 62,35 - CP: Circunferência da Panturrilha - CB: circunferência do braço - PCSE: prega - AJ: altura do joelho ● Peso Ideal em amputados: peso ideal – peso da extremidade amputada - cabeça: 10% - tórax: 50% - braço inteiro: 5% - mão: 0,7% - antebraço: 1,6% - sobre braço: 2,7% - coxa: 10,1% - 2) Altura ● É medida usando um estadiômetro ou antropômetro. ● Indivíduo em pé, descalço, com os calcanhares juntos, costas retas e braços estendidos ao longo do corpo. 3) Dobra Cutânea ● estimam a gordura corporal total; ● tecido adiposo = reserva calórica; ● mostra a duração e a severidade da desnutrição. ● A validade e fidedignidade são afetadas por: habilidade do avaliador; tipo de adipômetro; características individuais; equação de predição utilizada para estimar a gordura corporal. 4) Circunferências 4.1) Circunferência do Braço (CB) ● medida dos estoques protéicos; tecido ósseo, muscular e gorduroso do braço; ● o resultado obtido comparado aos de referência do NHANES I (tabela de percentis – Frisancho). CB% = CB obtida x 100 / CB do percentil 50 4.2) Circunferência Muscular do Braço (CMB) CMB (cm) = CB (cm) – 3,14 x {DCT (mm) /10} ● Avalia reserva de tecido muscular (sem correção da área óssea); Tabela percentilar de Frisancho (1981) %CMB(% de adequação) = CMB obtida (cm) / CMB do percentil 50 x 100 4.3) Área Muscular do Braço (AMB) ● Avalia a área de reserva de tecido muscular → correção da área óssea - AMB (x): 10 (homens) e 6,5 (mulheres) AMB (cm²) = [CB(cm) - 𝝅 x PCT (mm)]² / 4𝝅- x 4.4) Padrão de distribuição de gordura corporal ● Relação entre localização de gordura corporal com desenvolvimento DCNT ● Andróide: - Acúmulo de gordura a região abdominal - Obesidade central ou visceral - Perfil metabólico alterado - DCNT ● Gineide: Acúmulo de gordura na região glúteo-femoral. 4.5) Circunferência da Cintura (CC) ● É o método mais comumente usado na literatura para avaliar a adiposidade visceral por sua simplicidade, facilidade de execução, baixo custo e reprodutibilidade; Suas dimensões incluem outros tecidos e órgãos além do tecido adiposo; ● Indivíduo de pé, medir com uma fita métrica não extensível; No ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca; Leitura deve ser feita no momento da expiração. Indicadores Bioquímicos ● Alterações bioquímicas precoces, anteriores a lesões celulares e orgânicas; ● Identificação precoce de alterações nutricionais; ● Não deve ser conclusiva sobre o estado nutricional, devem ser combinados com outros dados. 1) Competência Imunológica 2) Balanço Nitrogenado ● resultados entre 3-6g/24h são ótimos ● negativo = desnutrição ● positivo = crianças, grávidas, adultos em recuperação BN = Ingestão ptn/24h (g) + (Nitrogênio ureico urinário 24h (g) + 4) / 6,25 3) Proteínas plasmáticas 4) Índice creatinina - altura Avaliação Subjetiva Global (ASG) ● Baseia-se na história clínica e exame físico do paciente ● História clínica → Redução de peso nos últimos 6 meses, alteraçõesna ingestão dietética, presença de sintomas gastrintestinais e capacidade funcional relacionada ao estado nutricional ● Exame físico → Perda de gordura subcutânea, perda muscular, presença de edema e ascite ● Classificação → A (Bem nutrido), B (Desnutrido leve/moderado) ou C (Desnutrido grave) ● Diversos estudos comparativos demonstram uma associação significativa entre a ASG e os métodos objetivos Consumo Alimentar ● Os métodos de avaliação dietética podem ser divididos em dois grupos: 1) Retrospectivos - Recordatório alimentar de 24 horas - Questionário de freqüência alimentar - Questionário de freqüência alimentar semiquantitativa - História ou Anamnese Alimentar 2) Prospectivo - Registro alimentar estimado - Registro alimentar pesado (MELHOR MÉTODO DE INQUÉRITO DIETÉTICO) Inquéritos de consumo alimentar ● Recordatório de 24H ● Frequência alimentar ● História Dietética ● Registro alimentar estimado ● Registro alimentar pesado Inquéritos socioeconômicos e culturais ● Renda familiar ● Ocupação e escolaridade ● Condições de moradia ● Saneamento básico ● Acesso aos serviços de saúde Aula 3 - Fundamentos da Dietoterapia Padrão Alimentar ● Critérios: preceitos religiosos, hábitos da infância, hábitos alimentares e sócio-culturais, e tabus ● Alimentação inadequada: mecanismos adaptativos inadequados e/ou limitados ● Dieta ou regime alimentar: conjunto sistematizado de normas de alimentação de um indivíduo (SAUDÁVEL OU ENFERMO) ● Cardápio: tradução culinária ● Dietoterapia: tratamento de indivíduos portadores de determinada patologia através da alimentação adequada Finalidade da dietoterapia: - ofertar ao organismo debilitado NUTRIENTES ADEQUADOS, de forma que melhor se adapte ao TIPO DE DOENÇA e condições FÍSICAS, NUTRICIONAIS e BIOLÓGICAS do paciente para MANUTENÇÃO ou RECUPERAÇÃO do ESTADO NUTRICIONAL do indivíduo. - a dieta como único tratamento da enfermidade; - a dieta como parte do tratamento associada aos fármacos; - para prevenir o aparecimento dos sintomas; - identificar e excluir alimentos que possam provocar intolerância; - modificar a textura para que possa ser ingerida; - estabelecer normas para orientação alimentar. Normas para uma orientação alimentar - A dieta deve cobrir as necessidades nutricionais diárias do indivíduo; - A dieta deve ser adequada para suprir as necessidades dos nutrientes frente a uma patologia, permitindo cobrir adequadamente a função de nutrição; - Os hábitos alimentares devem ser modificados mediante orientação. Fatores indispensáveis na precisão da dieta - Avaliação do Estado Nutricional - Diagnóstico da enfermidade e/ou síndrome fisiopatológica predominante - Momento evolutivo da enfermidade (aguda ou crônica) - Síndromes fisiopatológicas concomitantes - Estado do aparelho digestivo Classificação das dietas terapêuticas segundo as modificações qualitativas e quantitativas - Nutrientes → modificação de um ou mais nutrientes básicos quando são identificados problemas na sua utilização. - Energia → modificação de acordo com o excesso ou déficit ponderal apresentado pelo paciente. - Textura → modificação na consistência dos alimentos com o objetivo de melhorar a aceitação do paciente, facilitar o processo de mastigação e deglutição e reduzir o trabalho mecânico na presença de patologias do trato gastrointestinal. Modificações em relação aos nutrientes - Aumento ou diminuição no tipo de alimento (restrição em sódio, lactose, potássio, etc) - Omissão de alimentos específicos (dieta isenta de glúten, dieta para alergia à proteína do leite de vaca, etc) - Ajuste na proporção e equilíbrio de proteínas, gorduras e carboidratos. (dieta para nefropatia, dieta para colecistite, etc) - Proteína: Hiperprotéica, Hipoprotéica e Normoprotéica - Carboidrato: Hiperglicídica, Hipoglicídica e Normoglicídica - Lipídios: Hiperlipídica, Hipolipídica e Normolipídica - Vitaminas: as dietas de maior ocorrência são as hipervitamínicas; em especial: vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K), vitaminas do complexo B, ácido fólico. - Minerais: rica em Fe, hipossódica; em especial: Fe, Sódio, Potássio, Cálcio, Zinco. - Em relação à energia: Normocalórica, Hipercalórica e Hipocalórica - Em relação ao volume: capacidade gástrica do paciente → normal (1g / 1 cal), aumentado (>1 g / 1 cal), e diminuido (<1 g / 1 cal) - Em relação à densidade energética: alta ou baixa - Em relação à textura: normal, branda, pastosa, semilíquida, líquido total, líquido de prova e zero (alimentação suspensa) Padronização de dieta ● Custo-benefício ● Melhoria da qualidade dos serviços oferecidos ● Divisão → desjejum, lanche, almoço, lanche, jantar e ceia 1) Dietas de rotina ● Dietas nutricionalmente equilibradas que possibilitam a manutenção da saúde, sendo prescritas para aqueles que não necessitam de restrições ou modificações em sua composição 2) Dietas modificadas ● Teor de sal ● Quantidade de fibras ● Quantidade de líquidos 3) Dietas especiais ● Modificação nas proporções dos macronutrientes e/ou no teor de outros componentes Dietas Progressivas Hospitalares 1) Normal/Livre ● Todos os alimentos normalmente acessíveis ao indivíduo, segundo sua preferência, em qualquer preparação com qualquer consistência. - Completa, Harmônica e Adequada - SEM QUALQUER RESTRIÇÃO 2) Branda ● Dieta de transição (NORMAL – PASTOSA). Todos os alimentos são modificados pela cocção, possuindo então consistência atenuada com menor quantidade de resíduos. ● Facilitar a digestão. Maior repouso gastrointestinal. ● Resíduos (celulose, tecido conectivo) excluídos ou abrandados por cocção ou ação mecânica. ● Excluir alimentos gordurosos, alimentos de difícil digestão (especiarias e condimentos fortes, doces concentrados, bebidas gaseificadas, hortaliças cruas, embutidos e conservas, frutas cruas – exceto mamão). ● Leguminosas: pode incluir apenas o caldo ou o caldo batido e coado. ● Indicação: pós-operatórios, dificuldades de mastigação e/ou deglutição, algumas afecções gastrintestinais, pneumopatas e cardiopatas descompensados. 3) Pastosa ● Dieta de transição (BRANDA – SEMILÍQUIDA). ● Todos os alimentos também são modificados pela cocção, porém em uma consistência mais tenra (amassados,liquidificados, em forma de purê ou papa). ● Facilitar as fases mecânicas do processo digestivo. ● As carnes devem ser batidas ou trituradas. ● Indicação: ausência de dentes (exodontia parcial ou total), disfagia (dificuldades de deglutição), odinofagia (dor ao deglutir), fases críticas de doenças crônicas (ex: cardiopatias), alguns pós- operatórios, alguns distúrbios neurológicos. 4) Semilíquida/Líquida Pastosa ● Dieta de transição (PASTOSA – LÍQUIDA COMPLETA). ● Preparações de consistência espessa, constituídas de líquidos e alimentos semi-sólidos. ● Exclui a mastigação e também é constituída de pouco resíduo. ● Repouso digestivo ● Dificuldades de mastigação e deglutição ● Alimentos sólidos adicionados às bases líquidas. Ex: sopas, purês, carne moída ou desfiadas, vitaminas. ● Indicação: dificuldades de mastigação e/ou deglutição, em alguns pós-operatório, em determinados preparos de exames e cirurgias. 5) Líquida completa/total ● Dieta de transição (SEMILÍQUIDA – LÍQUIDA RESTRITA). ● Composta totalmente por preparações líquidas, adicionadas de substâncias que permaneçam dissolvidas. ● Repouso gastrintestinal maior ● Evolução para a semilíquida o mais breve possível ● Pouco açúcar e pouco volume (flatulência e distensão) ● Geralmente à base de leite (Alta fonte protéica). ● Possível necessidade de suplementos industrializados. ● Indicação: dificuldades de mastigação e/ou deglutição, afecções gastrointestinais, em alguns pós-operatório, em determinados preparos de exames e cirurgias. 6) Líquida de prova/restrita/cristalina ● Dieta de transição (LÍQUIDA COMPLETA – ZERO). ● Composta por preparações líquidas com o mínimo de resíduo possível. ● Máximo de repouso gastrintestinal ● Água, líquidos límpidos e carboidratos (chás coados, água decoco coada, gelatina). ● Não utiliza leite. ● Valor calórico muito baixo ● Evoluir o mais rápido possível ● Administrada de 2/2h ou menos 7) Dieta Líquidos Claros ● Objetivo: Fornecer líquidos e eletrólitos via oral para prevenir a desidratação, minimizar o trabalho do TGI e a presença de resíduos no cólon. ● Indicações para uso: Preparo e pós-operatório de cirurgias do TGI, após período de alimentação por via intravenosa, durante infecções graves e diarréia aguda, antes ou depois de procedimentos de diagnóstico, e como primeiro passo na alimentação por via oral. Precaução na disfagia com risco de broncoaspiração. É indicada a progressão para uma dieta mais adequada logo que tolerada pelo paciente. ● Características: dieta altamente restritiva e inadequada em todos os nutrientes. Não deve ser utilizada por mais de três dias, pois fornece quantidade limitada de quilocalorias, provenientes principalmente de CHO. Inclui alimentos translúcidos, com baixa quantidade de resíduos e que são ou se transformam em líquidos à temperatura corporal. Grupo Alimentar Alimentos Recomendados Alimentos Evitados Pães, Cereais, Arroz e Massas Nenhum. Todos. Hortaliças. Caldos e sucos coados. Nenhum, exceto as leguminosas Frutas Sucos coados. Não produz sucos claros. Leite, iogurte e queijo Nenhum. Todos. Carnes, aves, peixes e ovos Caldo de frango ou de carne de gado sem gordura. Ovos Gorduras, óleos e açúcares Todos sem excesso. Nenhum. 8) Outras modificações ↪para prevenir/ tratar determinados sintomas ● Dieta constipante: alimentos com poucos resíduos (tecido conectivo, fibras insolúveis) ● Dieta laxante: rica em fibras ● Dieta sem irritantes gástricos: pobre em substâncias ácidas e irritantes (condimentos, frituras) ● Em relação à temperatura: diminuição da sensibilidade dos órgãos gustativos. - Ambiente - Quente - Fria - Gelada ● Em relação ao sabor: aceitação da dieta - Doce - Salgada - Mista - Suave - Moderado - Intenso / excitante Vias de administração das dietas 1) Dieta Oral ● consumida por pacientes que têm condições de se alimentar normalmente ● pode seguir qualquer um dos tipos de dietas citados anteriormente, visto que o TGI vai ter funcionamento perfeito 2) Dieta Enteral ● usa do TGI via um tubo de alimentação com uma ponta no estômago ou no intestino delgado ● Vias de acesso: - nasogástrica - nasoentérica - gastrostomia - jejunostomia 3) Dieta Parenteral Dieta Enteral 1) Definição ● conjunto de procedimentos terapêuticos nutricionais para manutenção ou recuperação da saúde de indivíduos em risco de desnutrição ou agravo nutricional, por intermédio de equipes multiprofissionais, utilizando-se de métodos e técnicas específicas para alimentar o paciente por vias de sondas ou oral ● “Alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, de forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializada ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas” - Agência Nacional de Vigilância Sanitária 2) Indicações de TN - sistema digestório funcionante - alimentação via oral não supre pelo menos 60% das recomendações calórico-proteicas - alimentação via oral + suplementação nutricional não suprem pelo menos 75% das recomendações calórico-protéicas - perda significativa de peso >10% em 6 meses ou com IMC < 18,5 em adultos e <22 em idosos 3) Perfis de pacientes - incapazes de comer - incapazes de comer o suficiente - comprometimento da digestão. absorção e metabolismo a) Pacientes que não podem se alimentar: inconsciência, transtornos neurológicos (disfagia), lesões orais, acidentes vasculares cerebrais, neoplasias, doenças desmielinizantes, estado comatoso, trauma facial, oral ou esofágico, , anomalias congênitas, insuficiência respiratória (em ventilador), lesão cerebral traumática, estado comatoso, cirurgia do GI b) Incapacidade para comer o suficiente: estados hipermetabólicos, câncer, insuficiência cardíaca, anorexia nervosa, fibrose cística, insuficiência do crescimento, comprometimento da ingestão após cirurgia ou lesão orofacial, câncer c) Comprometimento da digestão, absorção e metabolismo: gastroparesia grave, erros inatos do metabolismo, doença de Crohn, síndrome do intestino curto com ressecção mínima, pancreatite, fístula, quimio e radioterapia, colite ulcerativa 4) Classificação das dietas Quanto à forma de preparo ● não industrializada → alimentos caseiros cozidos, liquificados e coados - sistema aberto: NE que requer manipulação prévia à sua administração, para uso imediato ou atendendo a orientação do fabricante - sistema fechado: NE industrializada, estéril, acondicionada em recipiente hermeticamente fechado e apropriado para conexão ao equipo de administração ● industrializada → dieta em pó ou em forma líquida Quanto à complexidade dos nutrientes ● poliméricas ● oligoméricas ● elementar Quanto à indicação ● padrão ● especializada 5) Métodos de administração ● contínua → volume máximo de 100-150 ml/h; apropriado para pacientes que não aguentam volume de infusão utilizado com os métodos ● intermitente → 200-400ml em 4-6x/dia (de 2h em 2h) , usando gravidade ou bombas de infusão ● em bolus → feita através de seringas ou frascos de dieta, usando-se a gravidade ou infusão rápida durante 5-15 min; ideal para os pacientes com esvaziamento gástrico adequado e estão clinicamente estáveis 6) Conteúdo e escolha da fórmula 6.1) proteínas ● a quantidade de proteína nas fórmulas disponíveis 6-25% da energia total ● são derivadas da caseína, whey ou proteína isolada da soja ● fórmulas padrões → proteína intacta ● fórmulas elementares → dipéptidos, tripéptidos e aminoácidos 6.2) carboidratos ● varia entre 30-85% da energia ● fórmulas-padrão → sólidos de xarope são utilizados tipicamente ● fórmulas aromatizadas → sucrose 6.3) lipídios ● 1,5-55% da energia total ● fórmula-padrão → óleo de milho, girassol, cártamo ou canelo oferecem de 15-30% da energia total ● fórmula elementar → quantidades mínimas de lipídios,e no geral são TCM 7) Complicações e cuidados gerais ● complicações → mal posicionamento da sonda, contaminação, administração inadequada da dieta, intolerância a algum componente da fórmula ● sonda de calibre fino → menor risco de pneumonia aspirativa (indicando posicionamento em duodeno e jejuno) ● diarréia → complicação mais comum (decorrente da contaminação bacteriana da dieta, infusão rápida com sobrecarga osmolar e intolerância à lactose) ● cuidados de higiene no preparo e cuidados com os materiais 8) Contraindicações para dieta enteral e indicações para parenteral ● disfunções do TGI ou condições que requerem repouso intestinal ● obstrução mecânica do TGI ● refluxo gastroesofágico intenso ● íleo paralítico ● hemorragia no GI severa ● vômitos e diarreias severas ● fístula do TGI de alto débito (>500ml/dia) ● enterocolite severa ● pancreatite aguda ou leve ● doença terminal ● expectativa de utilizar a TNE em período inferior a 5-7 dias para pacientes desnutridos ou 7-9 dias para pacientes bem nutridos/eutróficos Dieta Parenteral ● fornece os nutrientes diretamente na corrente sanguínea de modo endovenoso ● indicada para quando o paciente ou indivíduo é incapaz ou não está disposto a tomar os nutrientes adequados por via oral ou enteral ● pode ser utilizada como adjuvante à nutrição oral ou enteral para satisfazer as necessidades nutricionais ● Solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar,visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. 1) Tipos de NP ● Nutrição Parenteral Periférica (NPP) - as soluções de 800-900 mOsm/Kg podem ser infundidas através de um angiocateter endovenoso periférico de rotina colocado em uma veia em boas condições - na maioria das vezes os cateteres são de linha média ou mesoclaviculares - os cateteres de longo prazo (permanecem de 3-6 semanas) requerem uma veia suficientemente grande pois o calibre do cateter é de 5-7 polegadas ● Nutrição Parenteral Central (NPC) - os cateteres são inseridos, na maioria das vezes, na veia subclávia até chegar na na veia cava superior; porém, também pode ser utilizado o acesso através da jugular interna ou externa - um cateter central inserido perifericamente (PICC) pode ser utilizado na infusão de média ou curto prazo no hospital ou em casa; sendo inserido em uma veia na área antecubital do braço e introduzido na veia subclávia com a ponta do cateter colocada na veia cava superior - os cateteres de longo prazo são tunelados (de lúmen único ou múltiplo), inserido na veia cefálica, subclávia ou jugular interna e inserido na veia cava superior. 2) Soluções parenterais ● contém todos os aa essenciais e apenas alguns dos não essenciais ● as [aa] varia de 3 a 20%/volume, e tendem a ser de aproximadamente 4 Kcal/g de proteína fornecida ● os carboidratos são fornecidos como dextrose monohidratada em concentrações que variam de 5-70% por volume ● as taxas máximas de administração de carboidratos não devem ultrapassar 5-6mg/Kg/min nos pacientes em estados críticos ● Mistura 2:1 → contém carboidratos, aminoácidos e eletrólitos (pode conter ou não vitaminas e oligoelementos) ● Mistura 3:1 → contém carboidratos, aminoácidos, eletrólitos e lipídios Aula 4- Cálculos Nutricionais Plano Dietoterápico ● determinar um estado nutricional ● determinar os objetivos de uma terapia nutricional ● cálculo das necessidades energéticas ● elaborar uma dieta adequada para cada condição clínica. Necessidades energéticas ● energia necessária para manter as atividades diárias de um indivíduo. - oxidação dos nutrientes presentes nos alimentos ingeridos diariamente - taxa Metabólica Basal (TMB) – 60 a 70% - termogênese por atividade – 15 a 30% - efeito térmico do alimento – 10% ● fórmulas a) FAO/OMS, 1985 → indivíduos SADIOS ou em acompanhamento ambulatorial; b) Harris Benedict, 1919 → pacientes INTERNADOS ou em acompanhamento ambulatorial de DOENÇAS CRÔNICAS; c) IOM/DRIS, 2002 → indivíduos SADIOS ou com DOENÇAS LEVES; d) Fórmulas de bolso (método prático), 2000 → Agilidade na determinação das necessidades (varia de acordo com o objetivo e/ou patologia). 1) FAO/OMS, 1985 ● Taxa metabólica basal (TMB) ● Peso teórico médio (fórmula e análise de resultados) IMC → 21,7 kg/m² (médio)!!!! ● GET = TMB x FA → tabela do fator atividade (FA) 2) IOM/DRIS, 2002 ● EER (Necessidade estimada de energia) → Valor médio de ingestão de energia proveniente da alimentação para a manutenção do balanço energético para pessoas saudáveis, de acordo com idade, sexo, peso, altura e atividade física → A escolha do peso depende do objetivo da Terapia Nutricional - ganho ou perda de peso = peso ideal - manutenção = peso atual ● Nível de Atividade Física 3) Harris-Benedict, 1919 ● Cálculo de TMB → escolha do peso igual na DRIS → peso ajustado = obesos ● GET = TMB x FA x FT x FI FT (fator térmico): → sem febre: 1 → 40ºC: 1,3 → 38ºC: 1,1 → 41ºC: 1,4 → 39ºC: 1,2 FI (fator injúria) 4) Fórmulas de Bolso ● Necessidade Energética Total (NET) - estimada por recomendação de energia por Kg de peso corporal, segundo o objetivo da intervenção nutricional; - peso atual → evitar restrições calóricas muito significativas a) para indivíduos saudáveis b) para indivíduos catabólicos c) para obesos mórbidos Distribuição de Macronutrientes → para indivíduos saudáveis Sistema de Equivalentes ● Para cálculos dos nutrientes visando satisfazer as necessidades dos pacientes na rotina diária, a utilização das tabelas de composição dos alimentos para análise alimento por alimento é, sem dúvida, o método mais exato, mesmo considerando-se as vantagens e desvantagens delas. Porém, seu uso é quase impraticável pelo profissional e pelo paciente devido à dificuldade de manejo. ● Com esta tabela é possível o cálculo rápido da ingestão alimentar de um paciente, o que era impraticável. ● A informação rápida sobre a ingestão alimentar contribui para que o plano de tratamento de um paciente possa ser modificado rapidamente. A atuação conjunta dos profissionais médicos e paramédicos e a formação cada vez maior de equipes multidisciplinares exige do nutricionista destreza, precisão e rapidez. 1) Para população saudável e com <2 fatores para DCV → Excluir o açúcar para todos os indivíduos e, se diabético, reduzir a porção de frutas em 2 equivalentes. 2) População com > 3 fatores para DCV → Excluir o açúcar para todos os indivíduos e, se diabético, reduzir a porção de frutas em 2 equivalentes. 3) Dieta DASH ● A dieta DASH é um plano de alimentação que tem como objetivo principal ajudar a diminuir a pressão arterial. No entanto, também tem sido utilizada para baixar o peso e ajudar a controlar a diabetes. A sigla DASH vem do inglês Dietary Approaches to Stop Hypertension, que significa Métodos para Combater a Hipertensão ● Nessa dieta é estimulado o consumo de vegetais, frutas e grãos integrais. Para que seja também utilizada para perder peso, a rotina alimentar pode manter-se, no entanto pode ser recomendado um consumo menor do que o habitual para reduzir as calorias da dieta. Aula 5 -
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