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Trabalho leucodistrofia e dislipidemias

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE 
NATHALIA RODRIGUES
BIOQUIMICA I
LEUCODISTROFIAS E DISLIPIDEMIAS 
GUARAPUAVA
11.10.2021
LEUCODISTROFIAS
· Se refere a uma família de condições genéticas que envolvem mielina, uma gordura que envolve as células nervosas.
· Podem ser caracterizadas como centrais ou periféricas, dependendo da parte do sistema nervoso envolvida, e podem ser muito graves
· Algumas leucodistrofias incluem: adrenoleucodistrofia, doença de Canavan, ataxia na infância com hipomielinização do sistema nervoso central, doença de Alexander, doença de Refsum, doença de Pelizaeus-Merzbacher, leucodistrofia metacromática, xantomatose cerebroteninosa e leucodistrofia de células globóides (doença de krabbe)
ADRENOLEUCODISTROFIA (ADL)
CARACTERISTICAS GERAIS
· Herança Ligada ao Sexo (porção não homóloga do X) – transmitida pela mãe
· Doença genética rara: metabólica e hereditária 
· Afeta o sexo masculino somente Idade: 4 a 10 anos
· Conjunto de doenças chamadas leucodistrofias: deficiência na bainha de mielina (membrana protetora e isolante que envolve os neurônios e permite a condução dos sinais nervosos.)
· Existem diferentes formas de ALD:
· ALD cerebral Início na infância. Sintomas neurológicos, semelhantes ao transtorno de déficit de atenção ou hiperatividade, perda progressiva da cognição, do comportamento, da visão, da audição e das funções motoras, entre outros.
· Doença de Addison Início na infância, mas também pode se manifestar mais tardiamente. Insuficiência adrenal, que apresenta sintomas como: fadiga crônica, fraqueza muscular, perda de apetite, perda de peso, dor abdominal, vômitos, entre outros.
· Mielopatia Início na vida adulta (em torno dos 20 anos). Os sintomas são progressivos e afetam os nervos da medula espinhal e incluem rigidez progressiva, fraqueza das pernas, distúrbios do esfíncter, sexuais e calvície.
CAUSAS
 Disfunção da organela peroxissomo, responsável por metabolizar ácidos graxos de cadeia muito longa, devido à deficiência do transportador de membrana peroxissomal, e enzima ligase acil CoA, codificada pelo gene ABCD1 (ligado ao X) responsável por produzir a proteína ALD (ALDP), que atua no transporte de moléculas de gordura (ácidos graxos de cadeia muito longa) até as estruturas celulares chamadas de peroxissomos. Esse transporte é fundamental para que os ácidos graxos de cadeia muito longa sejam metabolizados. 
 Quando a proteína ALD não funciona adequadamente, esse transporte não ocorre e, consequentemente, os ácidos graxos de cadeia muito longa não são metabolizados, se acumulando em vários tecidos do organismo como no cérebro, na medula espinhal e nas glândulas adrenais.
 O tecido endócrino, incluindo as glândulas supra-renais e os testículos, o cérebro e a medula espinhal e os nervos periféricos são os tecidos mais afetados. Contudo, os mecanismos biológicos pelos quais o acúmulo anormal de ácidos graxos de cadeia muito longa afeta os tecidos e provoca os sintomas, ainda não está bem esclarecido. 
 Ocorre a desmielinização dos neurônios e o exame de ressonância magnética mostra lesões em “asa de mariposa” na substância branca, porém o mecanismo de destruição da mielina é desconhecido, além de gerar disfunção das glândulas adrenais.
SINTOMAS
· Problemas de comportamento, movimento, fala, alimentação, audição e visão
· Deterioração mental, contrações musculares descoordenadas e involuntárias (espasticidade) e cegueira
· Causa incapacidade total e morte 2 a 3 anos após o diagnóstico
DIAGNOSTICO
 O diagnóstico da ALD pode ser realizado pela dosagem dos níveis de ácidos graxos de cadeia muito longa no sangue. Porém, a dosagem plasmática pode apresentar resultados inconclusivos e só é precisa para o diagnóstico de homens. Cerca de 20% das mulheres com ALD podem apresentar resultado “falso negativo” com níveis normais dos ácidos graxos.
 Para confirmar ALD é preciso detectar a alteração no gene ABCD1 no DNA por meio do exame genético. Esse é o teste mais preciso para identificar a doença, tanto em bebês assintomáticos quanto em pacientes de qualquer idade que tenham algum sintoma da doença.  
TRATAMENTO
 Ainda não existe cura para a Adrenoleucodistrofia. Um tratamento consagrado para amenizar os efeitos da doença é a administração do Óleo de Lorenzo, criado pelo pai de um paciente, pois normalizam os níveis plasmáticos de ácidos graxos de cadeia muito longa.
 A história gerou um filme com o mesmo nome (Lorenzo’s Oil, em inglês). Trata-se de um composto de azeites introduzido na dieta.
 A administração de hormônios também é usada para amenizar o avanço. Já o transplante de medula óssea pode ser indicado em alguns casos.
 Contudo, a descoberta que esse e outros tratamentos desenvolvidos posteriormente poderiam ser eficazes quando a doença é diagnosticada precocemente motivou a inclusão da ALD em testes de triagem neonatais. A triagem neonatal é realizada em várias etapas, que inclui testes bioquímicos e a confirmação pelo teste genético.
 O tratamento da ALD é realizado com base nos sintomas do paciente, por isso varia em cada caso e inclui acompanhamento médico e uma equipe multidisciplinar. Para pacientes meninos, o transplante de células-tronco hematopoiéticas, por exemplo, tem se mostrado eficaz nos casos que estão nos estágios iniciais dos sintomas cerebrais.
DOENÇA DE CANAVAN
A doença de Canavan (CD) é uma doença neurodegenerativa, o seu espectro varia entre formas graves com leucodistrofia, macrocefalia e atraso grave de desenvolvimento, e uma forma ligeira/juvenil muito rara caracterizada por atraso ligeiro de desenvolvimento. Afeta a mielina, ou bainhas ao redor dos nervos no cérebro.
A CD é causada por mutações no gene ASPA (17p13.3), que codifica a enzima aspartoacilase. Numerosas mutações foram identificadas e a actividade enzimática subsequente é baixa ou completamente ausente. Em judeus Ashkenazi, duas mutações comuns foram identificadas. As formas leves da doença de Canavan geralmente são heterozigotos compostos com uma mutação leve e outra grave.
Duas formas de CD são clinicamente distinguíveis: a doença de Canavan grave com início no período neonatal ou infância, e a doença de Canavan ligeira diagnosticada em crianças. Essa doença causa uma série de deficiências neurológicas, incluindo retardo mental, cegueira, paralisia, convulsões e, eventualmente, morte.
Na forma grave, os doentes têm hipotonia grave, atraso no desenvolvimento e outras deficiências neurológicas, e uma concentração muito elevada de N-acetil-L-aspártico (NAA) na urina, sangue e fluido cerebrospinal.
Na doença de Canavan ligeira, pode haver um ligeiro atraso no desenvolvimento, problemas na fala ou no percurso escolar e o NAA na urina é um pouco elevado.
Nesse sentido, o cérebro começa a degenerar após o nascimento na doença de Canavan, tornando-se uma massa esponjosa com bolsas cheias de líquido. A maioria das crianças é diagnosticada com idades entre três e nove meses.
A doença de Canavan geralmente pode ser diagnosticada por um exame de sangue, ainda não tem cura, mas há pesquisas em andamento, principalmente nas áreas de células-tronco e pesquisa genética. As células-tronco ajudariam a substituir as células defeituosas e produziriam a enzima necessária. A pesquisa genética está focada na transferência de boas cópias do gene através de “vetores virais”.
SÍNDROME DE CACH
SINTOMAS
A IOSCA é caracterizada por ataxia muito precoce, atetose e diminuição dos reflexos osteotendinosos (entre os 9 e os 18 meses de idade). A oftalmoplegia e a surdez neurossensorial são diagnosticadas na infância. Outras características, como atrofia óptica e neuropatia sensitiva com perda progressiva de fibras mielinizadas no nervo sural, surgem mais tarde no decurso da doença. Nos indivíduos do sexo feminino pode surgir hipogonadismo. Alguns doentes apresentam atraso mental. A epilepsia é uma manifestação tardia e as convulsões podem acarretar risco de vida.
CAUSASÉ uma doença geneticamente determinada, de herança autossômica recessiva, decorrente de mutações em um dos cinco genes que são responsáveis pela codificação do complexo eIF2B, envolvido com o controle da tradução de proteínas
DOENÇA DE REFSUM
Refsum é uma enfermidade neurológica provocada por desordem peroxomial, que resulta na má formação da bainha de mielina das células cerebrais, afetando diversos sistemas do organismo. Ela é causada por uma enzima defeituosa que se mostra incapaz de catalisar a alfa-oxidação do ácido fitânico, produto do metabolismo das gorduras, que se acumula no plasma e nos tecidos. Esse acúmulo dá início à morte celular dos astrócitos, nervos e retina, ativando a rota de apoptose mitocondrial.
Pacientes com essa doença apresentam degeneração cerebelar e neuropatia periférica. Os sintomas incluem também a cegueira noturna, pele seca, deformidades esqueléticas, dificuldade de audição, perda de olfato, movimentos espasmódicos, alterações ósseas, cutâneas e problemas oftalmológicos, inclusive cataratas.
Os médicos diagnosticam a doença de Refsum por exames de sangue para determinar se o nível de ácido fitânico está elevado.
O tratamento da doença de Refsum consiste em evitar consumir alimentos que contêm ácido fitânico, incluindo laticínios, carne de gado e de carneiro e peixes gordurosos, como atum, bacalhau e hadoque. Plasmaferese, que permite a extração do ácido fitânico do sangue, pode ajudar.
DOENÇA DE PELIZAEUS-MERZBACHER
O nome ‘doença de Pelizaeus-Merzbacher’ (leucodistrofia hipomielinizante) já foi usado para descrever 5 tipos de leucodistrofias sudanófilas, com quadros clínicos e anormalidades anatômicas semelhantes, mas diferindo pela idade de início, taxa de progressão e transmissão genética. A forma clássica tem herança recessiva ligada ao sexo. Pacientes apresentam já nos primeiros meses com movimentos nistagmóides dos olhos, retardo do desenvolvimento motor, espasticidade e movimentos involuntários. O curso é lento e pode parecer estático, levando ao diagnóstico de ‘paralisia cerebral’. Morte ocorre no fim da adolescência ou início da idade adulta. 
Na forma conatal a herança pode ser recessiva ligada ao sexo ou autossômica, assim também meninas podem ser afetadas. Os sinais podem estar presentes já ao nascimento ou iniciar-se precocemente no período pós-natal. Além dos movimentos nistagmóides e hipercinesia extrapiramidal, desenvolve-se espasticidade, atrofia óptica e convulsões, com morte no início da infância. 
Todas formas da doença parecem resultar de anormalidades (duplicação ou deleção) do gene PLP1 no cromossomo Xq22, codificando a proteína proteolipídica 1 (proteo-lipid protein, PLP), a principal proteína das membranas da baínha de mielina do sistema nervoso central, e sua isoforma DM20. Há mais de 40 mutações identificadas, a maioria levando a duplicação do gene. Outras são mutações pontuais. 
Há correlação genótipo- fenótipo, com as duplicações associadas a fenótipo menos grave. Pacientes com a forma clássica têm na maioria duplicação do gene e aumento da PLP1. A proteína acumula-se no retículo endoplasmático devido a falha no dobramento da molécula. A DM20 chega à superfície celular, assim a mielina pode formar-se parcialmente. Pacientes com mutações pontuais do gene têm a forma mais severa.
É uma neuropatologia, ocorre desmielinização difusa da substância branca, com ilhotas de preservação focal da mielina perivascular, dando um aspecto tigróide característico. Há severa perda dos oligodendrócitos, com apoptose, acompanhada por gliose reacional. Há forte redução do peso cerebral relativo a controles da mesma idade. Nervos periféricos não são afetados, porque as proteínas estruturais da mielina nestes são outras (PMP-22).
LEUCODISTROFIA METACROMÁTICA (LDM)
CAUSAS
É uma doença de armazenamento autossômica recessiva causada pela deficiência da enzima lisossomal aril-sulfatase que faz com que lípideos metacromáticos se acumulem na substância branca do sistema nervoso central, nervos periféricos, rim, baço e outros órgãos viscerais; o acúmulo no sistema nervoso causa desmielinização central e periférica. Existem numerosas mutações e variações quanto a idade de acometimento e velocidade de progressão da doença.
O gene para aril-sulfatase foi mapeado ao cromossomo 22q13, e mais de 40 mutações já foram identificadas. Descrevem-se formas infantil tardia (início entre 1 e 3 anos de idade), juvenil (início na infância tardia / adolescência) e adulta (início entre 20 e 30 anos). 
Homozigose para as mutações abole a função da enzima completamente, causando as formas infantis. Mutações ‘missense’ reduzem a atividade enzimática a 3 – 5 % do normal, e são responsáveis pelas formas adultas. Pacientes heterozigotos para uma mutação ‘null’ e uma mutação ‘missense’ podem desenvolver o fenótipo juvenil. 
SINTOMAS 
Clinicamente, na forma infantil há ataxia, disartria, disfagia, disfunção cognitiva, com progressão ao óbito após vários anos. Na forma adulta predomina quadro psiquiátrico, com alterações de comportamento e psicose, devido ao predomínio do acometimento frontal.
Nos estágios precoces, as lesões predominam nos lobos frontais. Nos estágios avançados, há desmielinização confluente e simétrica com preservação das fibras em U e sem diferenças significativas em relação aos outros tipos de leucodistrofia. 
Na microscopia, é característico o acúmulo de material metacromático em cérebro, nervos periféricos, epitélio da vesícula biliar, ductos biliares e túbulos renais.  A desmielinização severa do cérebro não se acompanhada de reação inflamatória. Os macrófagos contêm abundante material eosinófilo e PAS positivo no citoplasma, que é caracterizado pela reação metacromática, em que a cor usual do corante muda. 
Atualmente não há tratamento eficaz para leucodistrofia metacromática nos pacientes com sintomas avançados. O transplante de medula ou de células-tronco pode estabilizar a função neurocognitiva nas formas levemente sintomáticas da doença. Várias outras opções terapêuticas estão sendo investigadas, principalmente nas formas infantis tardias da doença, incluindo terapia gênica, terapia de reposição enzimática, terapia de redução de substratos e, potencialmente, terapia de aumento de enzimas.
XANTOMATOSE CEREBROTENDINOSA 
Esse distúrbio ocorre quando colestanol, um produto do metabolismo do colesterol, se acumula nos tecidos. Essa doença acaba dando origem a movimentos descoordenados, demência , catarata , doença arterial coronariana precoce e nódulos adiposos (xantomas) nos tendões. Os sintomas debilitantes com frequência surgem após os 30 anos de idade.
A administração precoce do medicamento quenodiol (ácido quenodesoxicólico) ajuda a prevenir a progressão da doença, mas não pode desfazer danos já ocorridos. As pessoas também podem receber estatinas, pois esses medicamentos reduzem os níveis de lipídios no sangue.
SITOSTEROLEMIA
Nesse distúrbio, as gorduras encontradas em frutas e verduras se acumulam no sangue e nos tecidos. O acúmulo de gorduras dá origem à aterosclerose , doença arterial coronariana precoce, glóbulos vermelhos anômalos e xantomas nos tendões.
O tratamento da sitosterolemia consiste em diminuir o consumo de alimentos ricos em gorduras vegetais, como os óleos vegetais, e tomar resina de colestiramina. É possível que o médico também receite o medicamento ezetimiba, que reduz a quantidade de colesterol absorvida pelo corpo.
LEUCODISTROFIA A CÉLULAS GLOBÓIDES - DOENÇA 
DE KRABBE
CAUSAS E SINTOMAS
É uma doença autossômica recessiva que se manifesta no primeiro ano de vida. As crianças nascem normais, mas aos 4 a 6 meses desenvolvem sintomas neurológicos, como falta de aquisições motoras, hiperirritabilidade, hipersensibilidade a estímulos, hipertonia, atrofia óptica e severa deterioração mental. Dificilmente a sobrevida ultrapassa 2 anos. 
Há envolvimento do sistema nervoso central e de nervos periféricos, mas não de outros órgãos. Reconhecem-se raras formas tardias: juvenil (início aos 3 a 10 anos) e adulta (início na 3ª. a 5ª. décadas).O gene foi mapeado ao cromossomo 14q25-31. Há Deficiência da enzima lisossomal galactosil-ceramidase (ou galactocerebrosídeo – beta – galactosidase) levando a acúmulo do intermediário galactosil-esfingosina ou galactocerebrosídeo, ou psicosina, que é tóxico a neurônios, oligodendrócitos e células de Schwann. 
Radiologicamente há lesões periventriculares simétricas hiperintensas em T2. Em estágios avançados pode haver atrofia cerebral, 
Há desmielinização simétrica da substância branca dos hemisférios cerebrais, que adquire coloração acinzentada e consistência mais firme (devida à gliose). Na microscopia há perda virtualmente total da mielina profunda, com relativa preservação das fibras em U subcorticais. 
O material lipídico (galactocerebrosídeo) decorrente da falta da enzima é PAS-positivo e acumula-se em macrófagos na substância branca. Estas células são caracteristicamente globóides, por vezes multinucleadas, e tendem a localizar-se em torno de vasos. Há grande declínio do número de oligodendrócitos e hiperplasia e hipertrofia reacionais dos astrócitos (gliose). Reação inflamatória é mínima ou ausente. Em microscopia eletrônica, os macrófagos contêm inclusões membranáceas alongadas, tubuliformes, com contorno irregular.
Nervos periféricos mostram proliferação dos fibroblastos, fibrose, desmielinização segmentar, formação de bulbos de cebola (por hiperplasia reacional das células de Schwann), e macrófagos PAS-positivos perivasculares. 
LEUCODISTROFIAS SUDANÓFILAS OU ORTOCROMÁTICAS 
Estas constituem um grupo heterogêneo e temporário, em que vários casos esporádicos ou familiais são incluídos por falta de diagnóstico genético preciso. Não correspondem a uma entidade nosológica definida ou separada. O critério é puramente anátomo-patológico, na falta de definição patogenética. Alguns casos são infantis, apresentando-se antes da idade de 5 anos, com curso rápido. Há também casos em adultos com evolução arrastada, e representam as leucodistrofias mais comuns do adulto. As lesões envolvem só o sistema nervoso central, com desmielinização difusa, mal definida e irregular, tendendo a predominar nos lobos frontais e causando sintomas psiquiátricos. A reação macrofágica é discreta, há freqüente envolvimento axonal e não há reação inflamatória.
DOENÇA DE ALEXANDER 
Descrita em 1949, é uma doença autossômica dominante rara, mas mutações novas são tão comuns que o padrão de herança se aproxima do de uma doença esporádica. Há formas infantil, juvenil e adulta. Na forma infantil o início é no 1º. ou 2º. ano de vida com óbito em 1 a 10 anos. 
Crianças mostram retardo no desenvolvimento neuropsicomotor, megalencefalia, convulsões, espasticidade e quadriparesia. Não há testes laboratoriais que permitam o diagnóstico, que só é possível em exame histológico. 
A doença é devida a mutações no gene para proteína glial ácida fibrilar (GFAP), o filamento intermediário próprio dos astrócitos, localizado no cromossomo 17q21-31. Há produção excessiva de GFAP, levando à formação de abundantes fibras de Rosenthal, e desmielinização difusa ou focal secundária. 
Radiologicamente, há lesões desmielinizantes simétricas com predomínio frontal. Pode haver degeneração cística, alargamento dos giros e tumefação da substância branca. Fibras arqueadas em U subcorticais não são poupadas. Há relativa preservação do córtex cerebral, cerebelo e tronco cerebral. Não há envolvimento de nervos periféricos ou outros órgãos. 
Na microscopia chama a atenção o grande acúmulo de fibras de Rosenthal, especialmente em localizações subpial, subependimária e perivascular. Astrócitos reacionais podem mostrar grânulos hialinos no citoplasma, correspondendo a fibras de Rosenthal em miniatura. Há extensa perda das baínhas de mielina da substância branca cerebral, por vezes chegando a cavitação. 
Em microscopia eletrônica, as fibras de Rosenthal são formadas por material homogêneo amorfo e eletrodenso, circundado por filamentos intermediários com 10 nm de espessura. Para ver exemplos em astrocitoma pilocítico, clique. Em imunohistoquímica, a periferia das fibras de Rosenthal é positiva para alfa-B-cristalina, GFAP, ubiquitina e proteína de choque térmico 27 Kd.
DISLIPIDEMIAS
Existem 2 tipos de dislipidemias, as primárias e as secundárias. 
· As primárias são de causa genética.
· As secundárias podem ser decorrentes de outras doenças – o diabetes descompensado, por exemplo – e também podem ser originadas pelo uso de medicações – diuréticos, betabloqueadores e corticoides. 
As dislipidemias são caracterizadas pela presença de níveis elevados de lipídios, ou seja, gorduras no sangue. Quando estes níveis ficam elevados, é possível que placas de gordura se formem e se acumulem nas artérias, o que pode levar à obstrução parcial ou total do fluxo sanguíneo que chega ao coração e ao cérebro. As dislipidemias podem ser manifestadas pelos seguintes fatores:
· Aumentos apenas do colesterol (hipercolesterolemia pura ou isolada)
· Aumentos apenas dos TGs (hipertrigliceridemia pura ou isolada)
· Aumentos de colesterol e triglicerídeos (dislipidemias mistas ou combinadas
CAUSAS PRIMÁRIAS
As causas primárias são mutações genéticas únicas ou múltiplas que promovem a produção excessiva ou a deficiência na depuração dos triglicerídeos e do LDL, ou baixa produção ou depuração excessiva do HDL (ver tabela Dislipidemias genéticas [primárias] ). Os nomes das várias doenças primárias refletem a nomenclatura antiga na qual as lipoproteínas eram detectadas e diferenciadas de acordo com sua separação em bandas alfa (HDL) e beta (LDL) nos géis eletroforéticos.
CAUSAS SECUNDÁRIAS
As causas secundárias são responsáveis para muitos casos de dislipidemias em adultos.
O principal motivo é estilo de vida sedentário com ingestão excessiva de calorias totais, gordura saturada, colesterol e gordura trans.
Os ácidos graxos trans são ácidos graxos mono ou poli-insaturados aos quais foram acrescentados átomos de hidrogênio; são utilizados em alguns alimentos processados e são tão aterogênicos quanto as gorduras saturadas.
Outras causas secundárias comuns de dislipidemia são:
· Diabetes melittus
· Abuso de álcool
· Nefropatia crônica
· Hipotireoidismo
· Cirrose biliar primária e outras doenças hepáticas colestáticas
· Fármacos, como tiazidas, betabloqueadores, retinoides, antirretrovirais, ciclosporina, tacrolimus, estrogênio e progesterona e glucocorticoides
 As causas secundárias dos baixos níveis de colesterol HDL incluem tabagismo, esteroides anabolizantes, infecção por HIV e síndrome nefrótica .
SINAIS E SINTOMAS
A dislipidemia, por si só, não causa sintomas, mas pode provocar doença vascular sintomática, incluindo doença coronariana , acidente vascular cerebral e doença arterial periférica .
Níveis elevados de triglicerídeos podem causar pancreatite aguda . Níveis muito altos de triglicerídeos também podem causar hepatoesplenomegalia, parestesia, dispneia e confusão.
Altas concentrações de LDL podem causar arco corneano, xantelasmas tendinosos e xantomas tendinosos encontrados nos tendões do calcâneo, nos cotovelos e joelhos e sobre as articulações metacarpofalangeanas. Outro achado clínico que ocorre em pacientes com LDL alto (p. ex., na hipercolesterolemia familiar) é o xantelasma (placas amarelas ricas em lipídios nas pálpebras mediais). Os pacientes com cirrose biliar primária e níveis lipídicos normais podem ter xantelasma.
Pacientes com a forma homozigótica de hipercolesterolemia familiar podem ter arco corneal, xantomas tendinosos e xantelasma, além de xantomas planares ou tuberosos. Xantomas planares são manchas amareladas chatas ou ligeiramente elevadas. Xantomas tuberosos são nódulos firmes e indolores normalmente localizados ao longo das superfícies extensoras das articulações.
Pacientes com grandes elevações de triglicerídios podem apresentar xantomas eruptivos no dorso, no tronco, nos cotovelos, na região glútea, nos joelhos, nas mãos e nos pés.
Pacientes com a rara disbetalipoproteinemia podem apresentar xantomas palmares e tuberosos.
A hipertrigliceridemiagrave pode causar aspecto cremoso nas artérias e veias retinianas (lipemia retiniana). Concentrações extremamente elevadas de lipídios também podem provocar aspecto lácteo (leitoso) do plasma sanguíneo. Os sintomas podem incluir parestesias, dispneia e confusão.
DIAGNÓSTICO
Suspeitar de distúrbios lipídicos primários quando os pacientes tiverem: 
· Sinais físicos de dislipidemia
· Início de doença aterosclerótica precoce (< 60 anos)
· História familiar de doença aterosclerótica
· Colesterol sérico > 240 mg/dL (> 6,2 mmol/L)
A dislipidemia é diagnosticada pela medida dos lipídios séricos. As medidas de rotina (perfil lipídico) incluem colesterol total, triglicerídios, HDL e LDL.
PREVENÇÃO
· Reduza o consumo de alimentos de origem animal, como carnes e queijos amarelos;
· Evite alimentos açucarados ou açúcar refinado;
· Coma cereais integrais, vegetais, frutas e alimentos com fibras regularmente;
· Evite frituras;
· Evite pratos prontos congelados;
· Pratique exercícios físicos regularmente;
· Evite consumo de bebidas alcoólicas;
· Não fume.
REFERÊNCIAS
· Leucodistrofia. Disponível em: https://www.portalsaofrancisco.com.br/saude/leucodistrofia. Acesso em: 05 out. 2021
· Entenda a doença Adrenoleucodistrofia do filme Óleo de Lorenzo. Disponível em: https://mendelics.com.br/sem-categoria-pt/entenda-a-doenca-adrenoleucodistrofia-do-filme-oleo-de-lorenzo/. Acesso em: 05 out. 2021
· Adrenoleucodistrofia. Instituto Vidas Raras/ Federação das Doenças Raras de Portugal (Fedra). Disponível em: https://muitossomosraros.com.br/doencas-raras/geneticas/anomalias-congenitas-ou-de-manifestacao-tardia/adrenoleucodistrofia/. Acesso em: 05 out. 2021.
· LEVIN, Michael. Outras doenças desmielinizantes primárias. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/esclerose-m%C3%BAltipla-em-e-doen%C3%A7as-relacionadas/outras-doen%C3%A7as-desmielinizantes-prim%C3%A1rias. Acesso em: 07 out. 2021.
· Adrenoleucodistrofia. Faculdade de Medicina do ABC. Disponível em: http://arquivosdeorl.org.br/conteudo/pdfForl/13-03-15.pdf. Acesso em: 07 out. 2021.
· MATALON, Kimberlee. Doença de Canavan. Disponível em: https://www.orpha.net/consor/cgi-bin/OC_Exp.php?lng=pt&Expert=141. Acesso em: 10 out. 2021.
· Leucodistrofias. Universidade Estadual de Campinas. Disponível em: https://anatpat.unicamp.br/textoleucodistrofias.html#metatexto. Acesso em: 10 out. 2021.
· Doença de Canavan. Portal São Francisco. Disponível em: https://www.portalsaofrancisco.com.br/saude/doenca-de-canavan. Acesso em: 10 out. 2021
· DEMCZKO, Matt. Distúrbios peroxissomais. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/dist%C3%BArbios-metab%C3%B3licos-heredit%C3%A1rios/dist%C3%BArbios-peroxissomais. Acesso em: 12 out. 2021
· Dislipidemias. PFIZER. Disponível em: https://www.pfizer.com.br/sua-saude/coracao/dislipidemias. Acesso em: 12 out. 2021.
· DEMCZKO, Matt. Leucodistrofia metacromática. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/disfun%C3%A7%C3%B5es-metab%C3%B3licas-heredit%C3%A1rias/leucodistrofia-metacrom%C3%A1tica. Acesso em: 12 out. 2021.
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