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apostila de aulas práticas patologia geral

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1ª AULA: PROCESSOS DEGENERATIVOS I 
 
MICROSCOPIA: 
 
Lâmina 60: Lesão vegetante ao nível do prepúcio (p/ informação) - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Pele apresentando projeção das papilas dérmicas na epiderme e alongamento das cristas 
interpapilares (papilomatose), espessamento da camada espinhosa (acantose) e retenção 
de núcleos no estrato córneo (paraceratose). Grande população celular e numerosos vasos 
sangüíneos dilatados no derma. 
 
b) Identificar em aumentos médios e maior: 
- Halos claros perinucleares (degeneração hidrópica) ocorrendo isoladamente ou em grupos 
nas células da camada espinhosa, dando a impressão de que os núcleos estão situados em 
espaços vazios. 
- Derma com vasos dilatados e acúmulo de linfócitos (infiltrado inflamatório). 
 
 
CONCLUSÃO: Degeneração hidrópica (coilocitose) 
 
Outras alterações: acantose, paraceratose, papilomatose e atipias nucleares. Os achados 
acima descritos são compatíveis com o diagnóstico de condiloma acuminado. 
 
OBSERVAÇÃO: A degeneração hidrópica pode resultar da agressão celular por diversos 
agentes, tanto químicos quanto biológicos. É um processo reversível e às vezes é o primeiro 
fenômeno observado em processos degenerativos de maior gravidade. Na presente lâmina, 
o espessamento da camada epitelial com maior competição das células por oxigênio e 
nutrientes parece participar na gênese do processo. Os halos claros perinucleares se devem 
ao acúmulo de água na periferia nuclear (degeneração hidrópica). A confirmação de que o 
conteúdo desses halos é água poderá ser feita por microincineração. Na microincineração o 
conteúdo dos halos não deixa resíduo. Colorações especiais para demonstração de outras 
substâncias tais como glicogênio, muco e lípides, são negativas. 
 
Lâmina 109: Cerebelo e hipocampo - "Shorr" 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Cortes histológicos de cerebelo e hipocampo 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Células de Purkinge do cerebelo, apresentando estruturas citoplasmáticas arredondadas, 
de tamanhos variados, eosinofílicas (acidófilas) e de aspecto homogêneo e vítreo (hialino). 
Estas estruturas também aparecem no citoplasma de neurônios do hipocampo, porém em 
menor número. 
 
CONCLUSÃO: Hialinose intracelular (Corpúsculo de Negri). 
 
OBSERVAÇÃO: As estruturas descritas representam reação de proteínas filamentosas e 
granulares à presença do rabdovírus (vírus RNA) que é o agente etiológico da raiva ou 
hidrofobia. Foram descritas pela por Negri, em 1903. 
 
Lâmina 81: Formação tumoral ovariana (por informação) - HE 
 
NOTA: Esta lâmina é de um tumor maligno (neoplasia), que será estudado mais tarde em 
nosso curso. No momento não entraremos em detalhes sobre as características 
microscópicas das células neoplásicas. 
 
 
 
 
 
 
 
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a) Identificar em aumento menor 
- Proliferação compacta de células delimitadas por traves de tecido conjuntivo fibroso, dando 
à lesão, aspecto multinodular. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Células com citoplasma amplo, róseo, de aspecto espumoso e com núcleos rechaçados 
para a periferia, tomando aspecto de células em “anel de sinete”. 
 
OBSERVAÇÃO: A natureza química do material acumulado no interior destas células é 
sugestiva de glicoproteina. Para comprovação é necessário o emprego de colorações 
especiais. (PAS) 
 
Lâmina 81 A: Formação tumoral ovariana (por informação) – PAS + verde luz 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Presença de células globosas de citoplasma avermelhado (PAS positivas) em fundo 
esverdeado. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Detalhes do aumento menor. 
 
CONCLUSÃO: Degeneração mucóide. 
 
OBSERVAÇÃO: A lâmina em questão é de um tumor ovariano denominado tumor de 
Krukenberg (metástase de adenocarcinoma), que se caracteriza pela proliferação de células 
tipo "anel de sinete", circundadas por traves conjuntivas. 
 
 
2ª AULA - PROCESSOS DEGENERATIVOS II 
 
MICROSCOPIA: 
 
Lâmina 09: Fígado - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Arquitetura hepática conservada; 
- Áreas com hepatócitos de morfologia usual, intercaladas com áreas de hepatócitos 
aumentados de volume, arredondados, com vacúolos citoplasmáticos em imagem negativa. 
Estes, ora são pequenos e múltiplos, ora são grandes e únicos, rechaçam o núcleo para a 
periferia, dando ao hepatócito aspecto de célula em “anel de sinete” ou de adipócito. 
 
 b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Detalhes do aumento menor. 
 
CONCLUSÃO: Esteatose hepática 
 
OBSERVAÇÃO: Para comprovar a natureza lipídica do material acumulado faz-se 
necessária a realização de cortes por congelação e colorações especiais (SUDANS, 
tetróxido de ósmio). 
 
Lâmina 94 A: Fígado - PAS (Ácido Periódico de Schiff) + Hematoxilina 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Arquitetura lobular hepática preservada e hepatócitos em sua maioria com citoplasma 
aumentado de volume e repleto de material granular, corado em bonina (PAS+). 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Detalhes do aspecto granular do citoplasma dos hepatócitos; 
- Sinusóides colapsados, comprimidos pelos hepatócitos aumentados de volume. 
 
CONCLUSÃO: Infiltração glicogênica hepática. 
 
 
 
 
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OBSERVAÇÃO: O caso em questão representa fígado de hamster alimentado com dieta 
hiperglicídica (35% de glicose) por dois meses. A prova para confirmar que esse material 
PAS positivo é glicogênio pode ser feita pelo tratamento prévio, de uma lâmina controle, por 
amilase (da saliva). A amilase decompõe o glicogênio, e se corarmos essa preparação 
posteriormente pelo PAS, esta passará a ser negativa. O material retirado foi fixado em 
álcool absoluto para preservação dos depósitos de glicogênio. O álcool penetra mais 
rapidamente que o formol, paralisando a catabolização do glicogênio, além de evitar ou 
minimizar a remoção do glicogênio hidrossolúvel da célula. 
 
Lâmina 88: Vasos sanguíneos (Veias e artérias) - Tricrômico de Gomori 
 
NOTA: Esta técnica histológica cora o tecido conjuntivo em verde e o muscular em 
vermelho. Nesta preparação a limitante elástica interna se cora em vermelho. 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Corte histológico transversal de feixe vascular, mostrando a maior artéria (tipo muscular) 
com espessamento focal da túnica íntima, em forma de meia lua, e adelgaçamento focal da 
túnica média (atrofia por compressão). 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Que o espessamento acima descrito mostra-se constituído por tecido conjuntivo denso, 
espaços claros em forma de agulha (cristais de colesterol), células espumosas (macrófagos 
contendo lípides) e fibroblastos. 
 
CONCLUSÃO: Placa ateromatosa (ateroma). 
 
OBSERVAÇÃO: A aterosclerose é um processo degenerativo vascular, muito freqüente na 
espécie humana e em alguns animais (suínos), tendo como resultado a diminuição do lúmen 
vascular e conseqüente redução do fluxo sangüíneo (isquemia) 
 
MACROSCOPIA: 
 
PEÇA: Fígado 
Observar fatias de fígado com superfície externa revestida por cápsula tensa e lisa. 
Superfície de corte brancacenta ou amarelada, macia, às vezes de consistência pastosa e 
friável. Observar outras fatias de fígado em que foi realizada coloração especial para lípide 
(SUDAN III), nas quais o órgão toma a tonalidade avermelhada. Isto prova que o material 
acumulado nos hepatócitos é de natureza lipídica. 
 
CONCLUSÃO: Esteatose hepática. 
 
PEÇA: Aorta 
Segmento de aorta aberta longitudinalmente, mostrando na íntima, principalmente na 
emergência de seus ramos, áreas irregulares, ora esbranquiçadas, ora amareladas, 
ligeiramente salientes, ulceradas ou não. Para comprovar que a substância acumulada nas 
placas ateromatosas é de natureza lipídica, tratamos outro segmento da mesma peça com 
SUDAN III, que as tingiu de vermelho. 
 
CONCLUSÃO: Aterosclerose de aorta. 
 
 
3ª AULA: MORTE CELULAR E SOMÁTICA 
 
MICROSCOPIA: 
 
Lâmina 84: Linfonodo - HEa) Identificar em aumento menor: 
 
 
 
 
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- Áreas eosinofílicas de aspecto granuloso e amorfo, com perda total dos detalhes celulares 
e destruição completa da arquitetura normal do tecido (necrose). Na periferia da área de 
necrose observa-se um tipo especial de resposta inflamatória (inflamação crônica 
granulomatosa) que será objeto de estudo futuro. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Na região central da área necrótica (eosinofílica e amorfa), ausência completa de núcleos 
(cariólise). Na periferia da mesma verificam-se ainda alguns núcleos pequenos e 
condensados (picnóticos), ou fragmentados (cariorrexe). 
 
CONCLUSÃO: Necrose caseosa em linfonodo. 
 
OBSERVAÇÃO: Este tipo de necrose é freqüente na tuberculose e se caracteriza pela 
degradação completa do tecido, restando apenas proteínas (que macroscopicamente 
lembra a caseína do queijo). Trata-se de um processo irreversível. 
 
Lâmina 74: Rim - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Estrutura renal relativamente preservada, possibilitando o reconhecimento de glomérulos e 
túbulos e a identificação do órgão, apesar da intensa eosinofilia e ausência de núcleos na 
área de necrose. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Num dos extremos do corte há uma área aparentemente normal com células apresentando 
boa preservação nuclear. Na maior parte do corte todo o tecido renal apresenta-se com 
estrutura apagada, células de citoplasma opaco, granuloso e eosinofílico, sem núcleos, 
persistindo ainda o arcabouço tecidual. A persistência do arcabouço celular eosinofílico e a 
ausência de núcleos (cariólise) são características dessa forma de necrose, que permite 
ainda a identificação do órgão. Na periferia da área necrótica verificam-se núcleos 
condensados (picnóticos) e fragmentados (cariorrexe). 
 
CONCLUSÃO: Necrose de coagulação (infarto) renal. 
 
OBSERVAÇÃO: A necrose de coagulação é causada principalmente por isquemia. No 
presente caso trata-se de infarto renal recente. 
 
Lâmina 80: Timo - HE 
 
Nota - Os fragmentos foram retirados do timo de ratos recém desmamados (23 dias de 
idade) injetados intramuscularmente com 250 g de dexametasona. 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Áreas mais intensamente coradas que correspondem a cortical do timo com cavitações 
tomando aspecto de “céu estrelado”. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Nessas cavitações observe: células retraídas com núcleos condensados, fragmentados, ou 
com a cromatina condensada, algumas vezes compactada na carioteca (crescente). Muitas 
dessas células já se fragmentaram em corpos apoptóticos (inclusive contendo fragmentos 
de núcleos). Notar que não há células inflamatórias ao redor das células mortas. 
 
CONCLUSÃO: Apoptose (morte celular programada) induzida experimentalmente. 
 
MACROSCOPIA: 
 
PEÇA: Baço 
Observar fatias de baço, com áreas esbranquiçadas, irregulares, de limites geográficos e/ou 
em forma de cunha com o vértice voltado para o hilo do órgão (vaso ocluído) e a base 
voltada para a superfície do mesmo. 
 
 
 
 
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Os infartos esplênicos são relativamente comuns e ocorrem em conseqüência da oclusão de 
ramos da artéria esplênica, por êmbolos derivados de trombos cardíacos murais, 
endocardite bacteriana ou de trombose local. 
 
CONCLUSÃO: Necrose de coagulação (infarto) esplênica. 
 
PEÇA: Pulmão 
Observar fatias de pulmão com áreas nodulares de tamanhos variados, limites irregulares, 
de cor branco-amarelada, de aspecto friável, ressequido e opaco que lembra massa de 
queijo (caseum = queijo). 
 
CONCLUSÃO: Necrose caseosa em pulmão. 
 
OBSERVAÇÃO: O exame histológico das peças revelou tuberculose pulmonar. 
 
PEÇA: Rim 
Observar secções longitudinais de rim, com distorção da sua anatomia, mostrando na 
superfície de corte cavidades de tamanhos variados, limites irregulares, ora vazias, ora 
preenchidas por material branco-amarelado, friável, ressequido e opaco que lembra massa 
de queijo (caseum = queijo). 
 
CONCLUSÃO: Necrose caseosa em rim. 
 
OBSERVAÇÃO: O exame histológico das peças revelou tuberculose renal. 
 
PEÇA: Cadeia de linfonodos 
Observar vários linfonodos aumentados de volume circundados por tecido fibroadiposo 
formando uma única massa. Na superfície de corte notam-se áreas irregulares branco-
amareladas e friáveis. 
 
CONCLUSÃO: Necrose caseosa em linfonodos. 
 
PEÇA: Membro inferior esquerdo 
Membro inferior esquerdo exibindo alterações degenerativas, tais como descamação 
epidérmica e áreas de cor negra, devido à impregnação pela hemoglobina. Estas alterações 
caracterizam a gangrena úmida. A gangrena de membros inferiores tem como causa mais 
freqüente a aterosclerose grave das artérias que irrigam estes membros, sobretudo em 
pacientes diabéticos. Comumente o fator precipitante é a trombose de uma artéria de 
grande calibre como a ilíaca ou a femoral. Traumatismos e infecções em membros com 
alterações vasculares prévias, ou acidentes com esmagamento de tecido e 
comprometimento vascular também podem ser causas de gangrena. 
 
CONCLUSÃO: Gangrena úmida de membro inferior. 
 
PEÇA: Antebraço e mão esquerdos 
Observar extremidades digitais de coloração negra com limites imprecisos. A pele de um 
modo geral acha-se mais enrugada, tanto pela desidratação provocada pela gangrena como 
pela fixação. Há também áreas escuras na face ventral do antebraço, próximo ao punho. 
Não se percebe nitidamente vasos ocluídos no plano de secção. Na gangrena seca os 
tecidos tomam aspecto mumificado e a pele apergaminhada. 
 
CONCLUSÃO: Gangrena seca de mão. 
 
PEÇA: Segmento de alça intestinal 
Observar alça intestinal com área enegrecida e paredes amolecidas. Estes achados nos 
permitem dizer, com boa possibilidade de acerto, que um processo obstrutivo qualquer se 
deu nos vasos mesentéricos, provocando a necrose isquêmica da parte dependente de sua 
irrigação. 
 
 
 
 
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Sendo uma área habitualmente povoada por diversos tipos de microrganismos, houve 
contaminação bacteriana e a área necrótica evoluiu para a putrefação. A principal causa de 
infarto intestinal é a trombose mesentérica. 
 
CONCLUSÃO: Gangrena úmida intestinal. 
 
PEÇA: Fetos 
Fetos natimortos mostrando tonalidade mais escura na superfície cutânea em determinadas 
regiões do corpo. Esta coloração aparece em função do acúmulo de sangue e impregnação 
da pele por hemoglobina, principalmente pela ação da gravidade, que se faz nas regiões de 
maior declive do corpo, após a morte. 
O feto maior mostra a região dorsal, glútea e membros inferiores "arroxeados". Este achado 
nos permite concluir que a posição fetal intra-útero era de cócoras (apresentação pélvica). 
O feto menor mostra a porção superior do tronco e cabeça com esta tonalidade escura. Aqui 
podemos concluir que este feto estava com apresentação cefálica quando ocorreu a morte. 
 
CONCLUSÃO: Livor mortis em fetos. 
 
 
4ª AULA: ALTERAÇÕES DO INTERSTÍCIO 
 
MICROSCOPIA: 
 
Lâmina 23: Linfonodo - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Linfonodo apresentando remanescentes de folículos linfóides e depósitos intersticiais de 
material eosinófilo, amorfo, de formas e dimensões variadas, por vezes formando massas. 
Tais depósitos são constituídos por material amilóide, comprovado pelas técnicas abaixo 
citadas. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Detalhes do material amilóide acima descrito. 
 
CONCLUSÃO: Amiloidose em linfonodo. 
 
OBSERVAÇÃO: A amiloidose é um processo irreversível. Para diferenciá-la de outras 
hialinoses empregamos colorações especiais como: vermelho congo, violeta de metila, PAS 
e microscopia de luz polarizada. No caso em questão, o paciente era portador de 
tuberculose, tratando-se, portanto de uma amiloidose secundaria, Há na maioria dos cortes, 
achados histológicos indicativos da etiologia do processo, mas estes não serão objetos de 
estudo nesta fase do curso. 
 
Lâmina 70: Pele - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Pele apresentando derme espessada às custasde proliferação conjuntiva fibrosa densa 
dispostas em feixes ou esboçando nódulos, tendo de permeio, fibras colágenas espessas 
homogêneas, eosinofílicas e vítreas (hialinose). 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Detalhes dos achados acima descritos. 
 
CONCLUSÃO: Transformação hialina do colágeno (hialinose) em quelóide. 
 
OBSERVAÇÃO: Quelóide é uma cicatriz cutânea resultante da formação excessiva de 
tecido conjuntivo fibroso denso. 
 
 
 
 
 
 
 
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5ª AULA: CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS E CALCULOSES 
 
MICROSCOPIA: 
 
Lâmina 90: Útero senil - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Parede uterina exibindo endomiométrio atrófico. Observar ramos de artérias miometriais 
apresentando na camada média (camada muscular) placas calcificadas em forma de meia 
lua ou comprometendo toda a circunferência das mesmas. Como o material foi submetido à 
descalcificação, observa-se a perda da basofilia característica dos materiais calcificados. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Detalhes dos achados acima descritos. 
 
CONCLUSÃO: Calcificação distrófica da camada média de artérias musculares 
(mediosclerose de Monckeberg). 
 
OBSERVAÇÃO: A mediosclerose de Monckeberg determina endurecimento da parede 
arterial. Na maioria das vezes não se acompanha de redução do lúmen e portanto 
geralmente não está associada a conseqüências clínicas. 
 
Lâmina 10: Pele - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Pele apresentando na derme profunda e hipoderme, material amorfo, granuloso, corado 
em róseo-azulado. Ao redor deste material observamos tecido conjuntivo fibroso. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Derme profunda e hipoderme apresentando material amorfo, basófilo, com fibrose 
periférica, macrófagos e algumas células multinucleadas. 
 
CONCLUSÃO: Calcinose cutânea ("Calcinosis cutis"). 
 
MACROSCOPIA: 
 
PEÇA: Tumor uterino - (por informação) 
Peça cirúrgica constituída por formação nodular, bem delimitada, com superfície externa 
irregular. A superfície de corte é branco-amarelada, de consistência dura e de aspecto 
calcificado. 
 
CONCLUSÃO: Tumor uterino (leiomioma) calcificado. 
 
PEÇA: Pele da bolsa escrotal (por informação) 
Retalho de pele exibindo numerosas nodulações pardo-claras de tamanhos variados que 
aos cortes mostram consistência pétrea. O exame microscópico revelou que estes nódulos 
são calcificações no derma e hipoderme. 
Por informação do cirurgião sabemos que o paciente só apresentava lesões nesta região. 
 
CONCLUSÃO: Calcinose cutânea circunscrita. 
 
PEÇA: Rim 
Peça cirúrgica constituída por rim apresentando superfície externa recoberta por cápsula 
brancacenta, lisa e espessada. Superfície de corte mostrando uma formação calculosa, 
amarelada, coraliforme, incrustada na pelve e cálices renais. 
 
CONCLUSÃO: Cálculo coraliforme. 
 
 
 
 
 
 
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PEÇAS: Cálculos 
Vidros com vários tipos de cálculos, apresentando aspectos variados, dependendo da 
composição química e local de sua formação. 
Os cálculos renais mais freqüentemente são de oxalato, fosfato ou carbonato de cálcio e os 
seus constituintes são determinados por exame bioquímico. 
Os cálculos biliares podem ser mistos (mais freqüentes) ou puros. Os mistos geralmente são 
múltiplos, facetados ou moruliformes e tem cor variada. No centro são constituídos de 
colesterol e na periferia são de composição variada. Os puros podem ser de colesterol ou de 
bilirrubinato. Os de colesterol geralmente são únicos, grandes, redondos ou ovóides. Tem 
cor variada, mas na maioria das vezes são claros e tem aspecto cristalóide aos cortes. Os 
de bilirrubinato são geralmente múltiplos, de formas irregulares, negros e friáveis. 
A classificação dos cálculos biliares é feita baseando-se apenas no aspecto macroscópico 
dos mesmos, não havendo necessidade de exame bioquímico. 
 
 
6ª AULA: PIGMENTAÇÕES PATOLÒGICAS 
 
MICROSCOPIA: 
 
Lâmina 92: Parede de cisto ovariano – HE 
 
NOTA: Colocar a lâmina contra a luz e observar corte histológico em faixa, no qual uma das 
superfícies é externa e a outra a superfície interna de um cisto. Na espessura da parede do 
mesmo verifica-se a presença de cisto(s) menor(es). 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Parede de cisto ovariano exibindo na superfície interna, numerosas células contendo 
pigmento de cor pardo-amarelada ou marrom. Observar, também, nesta área, depósitos de 
material necrótico, fibrina e sangue. Mais externamente há faixa de tecido conjuntivo fibroso 
denso. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Que as células que fagocitaram o pigmento são macrófagos, porém o pigmento pode ser 
observado também fora deles. 
 
OBSERVAÇÃO: O pigmento fagocitado é provavelmente hemossiderina. 
Para se ter certeza da sua natureza há necessidade de coloração especial (azul da Prússia) 
mostrada na lâmina 92 A. 
 
Lâmina 92 A: Parede de cisto ovariano - Azul da Prússia + eosina 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Pigmento corado em azul, revelando a natureza férrica do mesmo. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
 
- Macrófagos com pigmento férrico (hemossiderina). 
 
CONCLUSÃO: Hemossiderose na parede de cisto ovariano. 
 
Lâmina 49: Linfonodo - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
 
- Linfonodo apresentando grande parte do parênquima ocupada por proliferação celular 
compacta, bem vascularizada com focos de hemorragia (hemácias fora de vasos) e com 
pigmento marrom escuro em várias células. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Células não linfóides de citoplasma amplo, claro, de núcleos de tamanhos e formas 
variadas, por vezes contendo pigmento marrom escuro na forma de grânulos ou quando em 
grande quantidade, formando "borrões" que mascaram os detalhes celulares. O pigmento 
pode ser visto também fora das células. 
 
CONCLUSÃO: Pigmento melânico (melanoma metastático em linfonodo). 
 
OBSERVAÇÃO: O melanoma é um tumor maligno (câncer) constituído pela proliferação de 
melanócitos (células que produzem melanina).Para certificarmos que o pigmento é melanina 
há necessidade de reação histoquímica, uma vez que o pigmento melânico, em cortes 
histológicos corados em HE, pode ser confundido com hemossiderina e carvão. 
 
MACROSCOPIA: 
 
PEÇA: Pulmão 
Pulmão apresentando pleura visceral lisa e brilhante, deixando transparecer parênquima 
enegrecido. Notar que todo o parênquima pulmonar apresenta pequenas áreas negras. Nas 
regiões do depósito de carvão, não encontramos nenhum tipo de lesão. 
 
CONCLUSÃO: Antracose pulmonar (pigmento de carvão). 
 
PEÇA: Linfonodos 
 
Observar secções de linfonodos isolados ou conglomerados, aumentados de volume, com 
superfície de corte de consistência aumentada. Algumas das peças mostram áreas 
enegrecidas ao lado de áreas esbranquiçadas (baixo teor melânico) e uma delas é 
totalmente negra. 
 
CONCLUSÃO: Metástase de melanoma em linfonodos (diagnóstico confirmado pelo 
exame histológico). 
 
 
7ª. AULA - DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS I (HIPEREMIA E EDEMA) 
 
MICROSCOPIA 
 
Lâmina 122: Placenta - HE 
 
NOTA: Existem dois cortes de placenta na lâmina, um deles de placenta normal e o outro de 
placenta alterada. 
 
a) Identificar em aumento menor: 
 
REVISÃO HISTOLÓGICA: Rever no corte de placenta normal a histologia do órgão nos 
diversos aumentos. A placenta é um órgão constituído por uma parte fetal (placa corial e as 
vilosidades coriônicas) e uma parte materna (placa basal ou decídua). A placa corial é 
constituída por tecido conjuntivo frouxo, células mesenquimais e vasos. A partir dela partem 
as vilosidades coriônicas. Estas são constituídas por estroma mesenquimal, contendo 
fibroblastos e capilares. Mostram-se revestidas por duas camadas de células. Uma, o 
citotrofoblasto, representado por uma camada irregular de células ovóides, de núcleos 
vesiculosos e citoplasma róseo-claro. A outra camada (mais externa) é representada pelo 
sinciciotrofoblasto,constituída por células multinucleadas, de núcleos maiores e mais 
corados. A placa basal é constituída por células deciduais. 
 
No outro corte (placenta alterada) observar: 
- Vilosidades coriônicas avasculares, deformadas, de tamanhos variados, em sua maioria 
com estroma mais frouxo que o habitual e com espaços claros, tomando por vezes, aspecto 
cístico. 
 
 
 
 
10 
 
 
 
- Sinciciotrofoblasto aparece, por vezes, mais exuberante, irregular, formando pequenas 
massas (hiperplasia trofoblástica). 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Detalhes dos achados acima descritos, com especial atenção aos espaços claros no 
estroma vilositário. 
 
CONCLUSÃO: Edema das vilosidades coriônicas (Mola hidatiforme). 
 
OBSERVAÇÃO: A distensão cística da vilosidade e o distanciamento das fibras do estroma 
caracterizam microscopicamente os edemas de baixa densidade protéica (transudato). No 
caso estudado, o edema parece estar relacionado com insuficiência da circulação fetal, uma 
vez que as vilosidades são avasculares. O líquido vai se acumulando progressivamente já 
que a reabsorção não é satisfatória. 
 
Lâmina 123: Pulmão - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Numerosos alvéolos pulmonares preenchidos por material róseo e homogêneo (exsudato) 
ao lado de alvéolos aerados e por vezes distendidos. 
- Vasos dilatados e repletos de sangue (hiperemia). 
- Nota-se ainda a presença de células inflamatórias (leucócitos) em alguns locais do 
parênquima pulmonar. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Detalhes das alterações descritas acima. 
 
CONCLUSÃO: Edema pulmonar + hiperemia 
 
OBSERVAÇÃO: Os edemas que se coram pela eosina são de alta densidade protéica 
(exsudatos) e são causados pelo aumento da permeabilidade vascular. 
 
MACROSCOPIA: 
 
PEÇA: Útero gravídico 
Útero seccionado, apresentando a cavidade preenchida por numerosas formações 
vesiculares lisas e translúcidas, agrupadas em arranjo racemoso (como cacho de uvas), de 
mistura com áreas sólidas, marrons (áreas de hemorragia). As vesículas observadas 
resultam de edema das vilosidades coriônicas. Observar outros recipientes com material de 
aspecto semelhante ao encontrado na cavidade uterina, resultante de curetagem. 
 
CONCLUSÃO: Edema de vilosidades coriônicas = Mola hidatiforme (mola = massa, 
hidatiforme = em forma de vesículas). 
 
PEÇA: Fígado 
Fatia de fígado apresentando cápsula lisa com pontos escuros e superfície de corte de 
aspecto rendilhado, com áreas pardo-escuras, entremeadas por áreas claras, dando à 
mesma o aspecto de noz moscada. As áreas escuras correspondem à congestão dos 
sinusóides. 
 
CONCLUSÃO: Hiperemia passiva hepática 
 
OBSERVAÇÃO: Este aspecto é encontrado em casos de insuficiência ventricular direita, 
obstruções da veia cava inferior ou supra-hepática. 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
8ª. AULA - DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS II (HEMORRAGIA E CHOQUE) 
 
MICROSCOPIA: 
 
Lâmina 40: Supra-renal - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Supra-renal apresentando grande número de hemácias dispersas por todo o parênquima 
(hemorragia) e apagamento de sua arquitetura histológica (necrose), dificultando a 
visualização das zonas cortical e medular. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Hemácias fora dos vasos. A maior parte delas se apresenta íntegra, com limites bem 
definidos. Isto nos sugere hemorragia recente, acometendo toda a glândula supra-renal, de 
maneira intensa e maciça. 
 
CONCLUSÃO: Hemorragia maciça recente da supra-renal (Apoplexia da supra-renal). 
 
OBSERVAÇÃO: A apoplexia bilateral de supra-renal leva o indivíduo à morte devido à 
insuficiência funcional aguda do órgão. Pode ocorrer em infecções graves como na 
meningite meningocócica, nas infecções por Haemophilus influenzae e Staphylococos 
aureus, traumatismos, partos prolongados e difíceis associados a anóxia, queimaduras 
graves e complicações pós-operatórias. 
 
Lâmina 66: Tuba uterina - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Tuba uterina dilatada, apresentando lúmen repleto de sangue e/ou coágulos. 
- Presença de vilosidades coriônicas no lúmen e/ou na região peritubária. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Grande quantidade de hemácias íntegras ou formando coágulos fora dos vasos, na luz e 
em torno da tuba uterina. 
 
CONCLUSÃO: Hemorragia recente em gravidez tubária rota. 
 
OBSERVAÇÃO: O encontro de vilosidades coriônicas na tuba uterina indica-nos formação 
de placenta e conseqüentemente gravidez fora do útero, (gravidez ectópica), que é causa 
freqüente de hemorragia. Com o desenvolvimento da placenta e do feto haverá distensão 
progressiva da tuba uterina. Com a invasão parietal pelo trofoblasto a parede tubária se 
enfraquece, havendo à ruptura da mesma, ocasionando hemorragia na cavidade abdominal 
(hemoperitônio). Dependendo do volume sangüíneo perdido a paciente poderá evoluir para 
um choque hipovolêmico hemorrágico. 
 
MACROSCOPIA: 
 
PEÇA: Tuba uterina 
Segmentos de tuba uterina aberta longitudinal ou transversalmente, mostrando aumento de 
volume, deformidade e coloração pardo-enegrecida. A luz contém material pardo-escuro, de 
aspecto esponjoso, às vezes apresentando no centro, pequena cavidade revestida 
internamente por membrana lisa (cavidade amniótica). 
 
CONCLUSÃO: Hemorragia em gravidez tubária rota (gravidez ectópica ou heterotópica). 
 
PEÇA: Testículo + epidídimo 
Testículo relacionado a epidídimo de cor pardo-escura ou quase negra, com túnica vaginal 
tensa e lisa, de consistência firme, sem sua elasticidade usual. A cor escura é devida a 
hemorragia difusa. Em geral, este processo se deve à torção do pedículo vascular. 
 
 
 
 
12 
 
 
 
A torção provoca dificuldade na drenagem venosa (hiperemia passiva), sem grande transtor-
no no aporte sanguíneo arterial. Isto se explica pela parede delicada das veias, bem como 
pela menor pressão venosa, em relação à parede mais espessa das artérias e maior 
pressão. Conseqüentemente verifica-se estase sangüínea, vasodilatação e posteriormente 
extravasamento hemático. 
 
CONCLUSÃO: Hemorragia maciça (apoplexia) testicular. 
 
PEÇA: Ovário 
Ovário seccionado longitudinalmente apresentando coloração enegrecida, difusa, 
homogênea e consistência firme. Evidenciam-se também pequenos cistos subcapsulares e 
vazios. A cor do órgão é devida à hemorragia difusa, quase sempre em decorrência de 
torção do pedículo vascular. O mecanismo da hemorragia é o mesmo descrito na 
hemorragia maciça testicular. 
 
CONCLUSÃO: Hemorragia maciça (apoplexia) ovariana. 
 
PEÇA: Rim 
Rim seccionado longitudinalmente mostrando nas superfícies externa e de corte, inúmeros 
pequenos pontos escuros difusamente distribuídos. 
 
CONCLUSÃO: Hemorragia petequial renal. 
 
OBSERVAÇÃO: Este quadro pode ser observado em intoxicações diversas, septicemias, 
diáteses hemorrágicas ou na hipertensão arterial maligna. 
 
PEÇA: Fatias de cérebro 
Fatias de cérebro apresentando meninges com vasos dilatados, congestos e parênquima 
com área de cor escura que representa hemorragia parenquimatosa. 
 
CONCLUSÃO: Hemorragia cerebral (hematoma). 
 
OBSERVAÇÃO: Este tipo de hemorragia é mais comumente observado em hipertensão 
arterial podendo ocorrer também em traumatismos crânio-encefálicos, ruptura de 
aneurismas, angiomas, discrasia sangüínea e tumores. 
 
PEÇA: Coração (cão) 
Coração aberto, apresentando nas superfícies do epicárdio e do endocárdio, pontos e áreas 
pardo-escuras, sem aumento de volume local. 
 
CONCLUSÃO: Hemorragia subepicárdica e subendocárdica (tipo sufusões). 
 
OBSERVAÇÃO: As hemorragias de superfícies de vísceras podem aparecer em estados 
anóxicos, toxêmicos ou nas condições em que há alteração dos componentes sanguíneos 
(discrasias sanguíneas). 
 
 
9ª. AULA - DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS III (TROMBOSE E EMBOLIA) 
 
MICROSCOPIA 
 
Lâmina. 15: Feixe vásculo - nervoso- HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Tecido conjuntivo envolvendo nervos e ramos arteriais totalmente ocluídos por massasanguínea coagulada, intimamente aderida à parede vascular. A massa sanguínea 
apresenta faixas mais eosinofílicas intercaladas com faixas menos eosinofílicas, nas quais 
são identificados elementos figurados do sangue. 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- As faixas mais eosinofílicas são constituídas principalmente por fibrina e as faixas mais 
claras contém hemácias e leucócitos (macroscopicamente correspondem às estrias de 
Zahn). Junto à parede vascular há neoformação conjuntiva e capilar, além de depósitos de 
hemossiderina. O endotélio não é identificado. 
 
CONCLUSÃO: Trombose arterial oclusiva e recente com sinais iniciais de organização. 
 
Lâmina 12: Mamilo hemorroidário – Tricrômico de Gomori 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Pele apresentando hiperceratose discreta e derma com vasos dilatados e congestos. 
Alguns mostram luzes totalmente ocluídas por material com características de trombo 
recente com sinais de organização na periferia, à semelhança da lâmina anterior, ou por 
tecido conjuntivo com escasso colágeno e com neoformação vascular. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- O conteúdo da luz dos vasos acima descritos e a íntima relação entre a parede vascular e 
a massa sangüínea oclusiva. A massa oclusiva constituída por tecido conjuntivo frouxo com 
infiltrado de mononucleares e numerosos vasos sanguíneos neoformados coincide com o 
conceito de "tecido de granulação" (tecido cicatricial jovem). Se, estamos frente a um vaso 
sanguíneo cuja luz está obstruída por algo que não é um coágulo sangüíneo, deduzimos 
tratar-se então de um trombo ou um êmbolo. No entanto, em alguns, seu aspecto histológico 
nada tem a ver com os constituintes do sangue. A partir disto e com base nos achados 
histológicos, somos forçados a raciocinar que numa etapa anterior, a luz desses vasos foi 
obstruída por massa trombótica recente. O contato deste "corpo estranho" com o endotélio 
resulta numa reação do organismo que, na tentativa de estabelecer o fluxo sanguíneo na 
área, promove a fagocitose do material trombótico e sua substituição concomitante por 
tecido conjuntivo frouxo e com neoformação vascular. Em seguida, os vasos neoformados 
podem se anastomosar formando canais ou túneis que atravessam o trombo e permitem o 
restabelecimento parcial da circulação (recanalização do trombo). Todo o substrato 
morfológico do mecanismo descrito pode e deve ser observado na lâmina. 
 
CONCLUSÃO: Trombos oclusivos em organização ou organizados. 
 
OBSERVAÇÃO: A organização e recanalização de trombos ocorrem somente em casos em 
que o processo oclusivo não causa necrose tecidual. A isquemia provocada é compensada 
por circulação colateral patente. 
 
Lâmina 32: Pulmão – HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Pulmão apresentando vasos dilatados e congestos. Os alvéolos mostram-se aerados em 
algumas lâminas e colapsados em outras. 
- Alguns vasos venosos de médio e pequeno calibre apresentam na luz, de mistura com 
sangue, material globular em imagem negativa. Em outros identificamos blocos de 
adipócitos preenchendo totalmente a luz do vaso, como um tampão de tecido adiposo. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Detalhes do conteúdo venoso descrito acima. 
 
CONCLUSÃO: Embolia pulmonar gordurosa. 
 
OBSERVAÇÃO: O caso em questão ocorreu em vigência de lipoaspiração em parede 
abdominal. Esta complicação não está ainda descrita na literatura, como uma das 
complicações deste tipo de procedimento. 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
MACROSCOPIA 
 
PEÇA: Segmentos vasculares. 
Segmentos vasculares cortados transversalmente apresentando luzes totalmente ocupadas 
por material escuro e friável (trombos). Uma das peças mostra artéria com áreas branco-
amareladas na parede, com espessamento da mesma, o que traduz muito provavelmente 
aterosclerose. 
 
CONCLUSÃO: Trombose arterial recente e oclusiva. 
 
OBSERVAÇÃO: Esta condição leva, evidentemente à anóxia do território irrigado pela 
artéria obstruída e conseqüente necrose de coagulação e gangrena. 
 
PEÇA: Artéria mesentérica e seus ramos (eqüino). 
Artéria e suas ramificações parcialmente abertas, apresentando luzes totalmente ocluídas 
por material pardo-claro, friável, aderido à parede vascular (trombo). Observa-se ainda na 
periferia de alguns vasos, pontos e áreas pardo-escuras (provável hemorragia). Nos 
segmentos abertos a íntima mostra-se irregular e aderido à mesma há material semelhante 
ao descrito nos segmentos cortados transversalmente. Nestas regiões observam-se ainda 
dilatações fusiformes do vaso (aneurismas). 
 
CONCLUSÃO: Trombose arterial recente oclusiva e aneurismas 
 
OBSERVAÇÃO: A principal causa dessas tromboses mesentéricas em eqüinos é o 
parasitismo pelo Delaphondia vulgaris. 
 
 
10ª. AULA - DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS IV (ISQUEMIA E INFARTO) 
 
MICROSCOPIA 
 
Lâmina 41: Baço - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Baço com polpa vermelha congesta e área de necrose de coagulação circundada por 
tecido conjuntivo frouxo com neoformação vascular, leucócitos e áreas de hemorragia. 
 
b) Identificar nos aumentos médio e maior: 
- Detalhes do acima descrito 
- Infiltrado inflamatório mononuclear discreto e focos de pigmento acastanhado intra e 
extracelular (hemossiderina). 
 
CONCLUSÃO: Infarto esplênico (Necrose isquêmica do baço). 
 
OBSERVAÇÃO: Os enfartes esplênicos são relativamente comuns e provocados pela 
oclusão de ramos da artéria esplênica, geralmente por êmbolos originados de trombos 
cardíacos. As áreas de infarto variam de tamanho, dependendo do calibre do vaso ocluído, 
podendo virtualmente comprometer todo o órgão. Podem ser únicas ou múltiplas. Como o 
baço é um órgão de irrigação terminal, os infartos esplênicos são do tipo branco (anêmico). 
 
Lâmina 85: Pulmão - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Pulmão apresentando área relativamente conservada e área que se cora somente pela 
eosina (com ausência de núcleos = necrose), mostrando luzes alveolares ocupadas por 
material róseo e em muitas lâminas, vasos contendo êmbolos trombóticos. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- No parênquima pulmonar relativamente preservado verificam-se fagócitos intra-alveolares 
contendo pigmento castanho (hemossiderina) e septos interalveolares com capilares 
dilatados. 
 
 
 
 
15 
 
 
 
Na área de necrose isquêmica as paredes alveolares mostram-se eosinofílicas e 
anucleadas. Os alvéolos mostram luzes preenchidas por material eosinofílico, de aspecto 
rendilhado, que representa sangue hemolisado (hemorragia), de mistura com leucócitos e 
macrófagos alveolares. 
 
CONCLUSÃO: Infarto vermelho ou hemorrágico de pulmão 
 
OBSERVAÇÃO: A dupla circulação pulmonar (artérias brônquica e pulmonar) é responsável 
por ser o infarto pulmonar do tipo vermelho (hemorrágico), como o descrito na lâmina, visto 
que a artéria brônquica leva sangue à área infartada. O infarto pulmonar ocorre quando as 
artérias brônquicas não conseguem compensar a perda do suprimento sanguíneo das 
artérias pulmonares ocluídas. Os infartos pulmonares são decorrentes principalmente de 
tromboembolismo e os êmbolos são geralmente provenientes de trombos dos membros 
inferiores. 
 
MACROSCOPIA: 
 
PEÇA: Baço 
Secções de baço cortado longitudinalmente, apresentando áreas pardo-claras em forma de 
mapa geográfico ou em forma de cunha, com o vértice voltado para o hilo do órgão e a base 
para a superfície do mesmo. 
 
CONCLUSÃO: Infarto branco esplênico. 
 
PEÇA: Segmentos de intestino delgado. 
 
 Segmentos de alça intestinal apresentando áreas com parede espessada, de cor escura e 
com serosa fosca. 
 
CONCLUSÃO: Infarto intestinal. 
 
OBSERVAÇÃO: Os infartos intestinais podem ser causados por oclusões arteriais 
mesentéricas associadas a cardiopatias ou a vasculopatias locais (60% dos casos) ou por 
obstruções venosas (40% dos casos). São do tipo vermelho em decorrência de 
anastomoses entre os vasos mesentéricos. 
 
 
11ª. AULA - INFLAMAÇÃOI (AGUDA) 
 
MICROSCOPIA: 
 
Lâmina 22: Tuba uterina - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Tuba uterina apresentando mucosa com apagamento das franjas, lúmen dilatado e 
preenchido por material amorfo, eosinofílico, e numerosos leucócitos (exsudato 
inflamatório). A parede mostra edema, focos de hemorragia, vasos hiperemiados e infiltrado 
difuso e acentuado de leucócitos. A mucosa mostra áreas de destruição do epitélio 
(necrose). 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Observar que os leucócitos são representados principalmente por neutrófilos, que por 
vezes acham-se degenerados ou necróticos (piócitos). Tais células associadas à parte 
líquida caracterizam o exsudato purulento ("pus"). 
- Parede tubária edemaciada com vasos sangüíneos hiperemiados e com focos de 
hemorragia. Observam-se ainda, em menor número, outros tipos de leucócitos: linfócitos, 
macrófagos, eosinófilos e plasmócitos. 
 
CONCLUSÃO: Inflamação aguda purulenta (salpingite purulenta) 
 
 
 
 
16 
 
 
 
OBSERVAÇÃO: A piossalpingite é na maioria das vezes ocasionada por infecções 
ascendentes por germes piogênicos (gonococos, estreptococos, estafilococos, colibacilos, 
etc.). Em quase todos os casos é parte de doença inflamatória pélvica. 
A salpingite aguda purulenta pode evoluir para a cura com persistência da luz, ou com 
fibrose ocasionando obstrução tubária. O exsudato purulento pode ser drenado para o 
peritônio (pelvi-peritonite), pode alcançar o ovário (salpingo-ooforite) e pode promover 
aderências com vísceras vizinhas. 
 
Lâmina 16 – Cérebro - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Córtex cerebral recoberto por leptomeninge. 
- Leptomeninge espessada por edema, com vasos dilatados e congestos, além de aumento 
acentuado e difuso da celularidade às custas de leucócitos (infiltrado inflamatório). 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Que o infiltrado inflamatório é constituído principalmente por neutrófilos e macrófagos, com 
predomínio dos primeiros. 
 
CONCLUSÃO: Meningite aguda (leptomeningite). 
 
OBSERVAÇÃO: A meningite aguda pode ter etiologia variada, mas a maioria é de origem 
bacteriana. Dependendo da virulência do agente, da resposta do hospedeiro, da maior 
rapidez ou não do diagnóstico e da terapêutica, pode evoluir para cura sem seqüelas 
neurológicas. Entretanto, há situações em que fibrose resultante da resolução do processo 
inflamatório, leva à hidrocefalia por distúrbios na circulação liquórica ou à paralisias de 
nervos cranianos por compressão. Há também a possibilidade do processo estender-se ao 
parênquima nervoso, resultando em meningo-encefalite com conseqüências variáveis. 
Existe ainda o risco de septicemias complicadas com choque séptico e coagulação 
intravascular disseminada (CIVD). 
 
MACROSCOPIA: 
 
PEÇA: Apêndice cecal 
O apêndice cecal normal mede aproximadamente 7,0 cm de comprimento por 1,0 cm de 
diâmetro, geralmente recoberto por fina membrana serosa, que deixa visualizar por 
transparência vasos sangüíneos, formando delicada rede discretamente saliente na 
superfície do órgão. 
A aparência de um apêndice inflamado depende do estágio que o processo inflamatório se 
encontra quando observado. Nos estágios iniciais da apendicite aguda o órgão ou parte 
deste está edemaciado e com hiperemia da serosa. A luz pode estar distendida. Com a 
evolução do processo, o edema e a hiperemia aumentam, podem ocorrer focos de 
hemorragia e a serosa mostra-se recoberta por uma película esbranquiçada que 
corresponde ao exsudato fibrinoso e/ou por material purulento (exsudato fibrino-purulento). 
A luz pode conter material muco-purulento e/ou fecalóide. A parede pode se apresentar 
espessada, amolecida ou fibrosada conforme a duração e estágio do processo. Caso não 
ocorra intervenção cirúrgica, o processo pode evoluir para um estágio chamado de 
"apendicite gangrenosa". Nesta situação, o órgão ou às vezes apenas a parte distal torna-se 
friável, com extensas áreas de hemorragia e de necrose, que aparecem como áreas de 
esfacelo e laceração (perfuração). 
 
CONCLUSÃO: Inflamação aguda purulenta (supurada) em apêndice. 
 
PEÇA: Cérebro 
Cérebro inteiro ou fragmentos mostrando membrana meníngea (aracnóide) opaca, de 
aspecto leitoso e rede vascular exuberante (hiperemia). 
 
CONCLUSÃO: Inflamação aguda purulenta nas meninges (meningite purulenta). 
 
 
 
 
17 
 
 
 
OBSERVAÇÃO: A meningite purulenta pode ser causada por diversas bactérias 
(Escherichia coli, Menigococcus, Pneumococcus, Streptococcus, Staphylococcus, Listeria, 
etc.). Observa-se uma correlação entre a faixa etária com o agente etiológico. Assim, E. coli 
aparece em meningite de recém-nascidos particularmente os que têm defeitos do canal 
medular, meningoco em adolescentes e adultos jovens, pneumococo em idosos. 
 
 
12ª. AULA: INFLAMAÇÃO II (AGUDA E FORMAS ESPECIAIS) 
 
Lâmina 73: Pele - HE 
 
NOTA: Observar que na lâmina há três cortes histológicos. Os fragmentos foram retirados 
do coxim plantar de ratos injetados subcutaneamente com 400 µg de carragenina e 
sacrificados duas, quatro e 24 horas após inóculo. 
A carragenina é um polissacarídeo sulfatado, derivado de algas, utilizado na área 
alimentícia, cosmética e científica. Quando injetado é fagocitado por macrófagos que 
liberam mediadores químicos desencadeando o processo inflamatório no local. 
 
a) Identificar no aumento menor: 
- O primeiro corte apresenta derma espessado com as estruturas distanciadas (edema), 
vasos dilatados, por vezes cheios de sangue (hiperemia) e infiltrado inflamatório difuso. 
- O corte central apresenta derma com vasos hiperêmicos, porém menos dilatados que no 
primeiro, células inflamatórias distribuídas difusamente e o edema é mais discreto. 
- No terceiro corte o infiltrado inflamatório é mais intenso que nos outros, o edema não é 
significativo e há ocasionais vasos capilares hiperêmicos. 
- Em todos os cortes há hiperceratose e o processo inflamatório alcança a musculatura 
esquelética em alguns pontos. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- No primeiro corte, observar detalhes do tipo celular do infiltrado inflamatório, composto por 
polimorfonucleares neutrófilos principalmente. Nos vasos hiperemiados observar ocasionais 
leucócitos aderidos ao endotélio (marginação leucocitária). 
- No segundo corte (central) observar que o infiltrado inflamatório é representado por mono 
e polimorfonucleares (linfócitos, macrófagos, raros plasmócitos e neutrófilos). A hiperemia e 
o edema estão menos intensos que no primeiro corte. 
- No último corte, observar que o infiltrado inflamatório é constituído por mononucleares 
(principalmente linfócitos e macrófagos). 
 
CONCLUSÃO: Inflamação experimental em pata de rato 
 
OBSERVAÇÃO: O primeiro corte provém do rato sacrificado 2 horas após a injeção de 
carragenina (onde há predomínio de fenômenos vasculares e exsudativos, com predomínio 
de polimorfonucleares), o segundo corte corresponde ao rato sacrificado 4 horas após a 
injeção da substância, onde o edema é de menor intensidade e o infiltrado inflamatório é 
misto (mono e polimorfonucleares) e o último corte provém do rato sacrificado 24 horas após 
a injeção da droga, onde o infiltrado é predominantemente mononuclear. A cinética das 
modificações teciduais na reação inflamatória varia com o agente agressor e com o 
hospedeiro. 
 
Lâmina 24: Fígado - HE 
 
NOTA: Colocar a lâmina contra a luz e verificar, na porção mais ou menos central da 
preparação, área(s) arredondada(s) bem circunscrita(s) de tonalidade azulada. 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Parênquima hepático exibindo área(s) circunscrita(s) com destruição do tecido e acúmulo 
de denso infiltrado inflamatório, circundadas por proliferação conjuntiva fibrosa de permeio a 
hepatócitos e a células inflamatórias (membrana piogênica). 
 
 
 
 
18 
 
 
 
Ao conjunto destas alterações acima descritas chamamos abscesso. Observa-se ainda 
hemorragia e extensas áreas de fibrose substituindo o parênquima hepático.b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Área central do abscesso constituída principalmente por neutrófilos degenerados e 
necróticos (piócitos). Envolvendo o abscesso há deposição de fibras colágenas associadas 
a infiltrado leucocitário constituído principalmente por mononucleares. A membrana 
piogênica é a região intermediária entre o exsudato purulento e deposição de colágeno. 
- Mais externamente, pequenas áreas mais acidófilas, mostrando parênquima hepático um 
pouco mais preservado com hepatócitos vacuolados (esteatose hepática). 
- Extensas áreas de fibrose e hemorragia. 
 
CONCLUSÃO: Inflamação purulenta no fígado (Abscesso hepático). 
 
OBSERVAÇÃO: Os abscessos hepáticos ocorrem sempre que bactérias piogênicas chegam 
ao fígado em número suficiente para desencadear um foco de supuração. As bactérias 
podem alcançar o órgão através dos canais biliares, ramos da veia porta ou da artéria 
hepática ou por propagação de infecções contíguas. A Entamoeba hystolitica e 
determinadas substâncias químicas como terebentina e óleo de croton também podem 
causar abscessos hepáticos. No caso estudado, como se trata de micro-abscesso, a 
conseqüência é a destruição de pequena área do parênquima, com formação de coleção 
purulenta localizada que poderá ser absorvida e a região cicatrizada sem quase nenhum 
transtorno funcional do órgão. Se houver, entretanto, disseminação do processo poderá 
ocorrer comprometimento maciço do órgão e peritonite. 
 
MACROSCOPIA: 
 
PEÇA: Pulmão 
Fatias de pulmão apresentando pleura visceral recoberta por material esbranquiçado, ás 
vezes de aspecto fibrilar, levando a um discreto espessamento e opacificação da mesma. 
Observam-se ainda pontos e pequenas áreas enegrecidas que correspondem a antracose 
ou hemorragia. O parênquima mostra diminuição da crepitação, aspecto sólido, maciço, 
hepatizado. 
 
CONCLUSÃO: Inflamação fibrinosa na pleura (pleurite fibrinosa) + broncopneumonia. 
 
OBSERVAÇÃO: Na pleurite fibrinosa há predomínio de exsudação de fibrina e caso não 
haja absorção do exsudato na resolução do processo, podem surgir aderências entre as 
cissuras ou entre os folhetos pleurais. A broncopneumonia pode evoluir para a cura com 
integridade anatômica e funcional ou em casos em que o exsudato não foi absorvido, sofrer 
organização (fibrose). 
 
PEÇA: Coração (suíno) 
Coração aberto, mostrando superfície externa recoberta por material branco-amarelado, 
leitoso e de aspecto fibrilar. 
 
CONCLUSÃO: Inflamação fibrinosa no pericárdio (pericardite fibrinosa) 
 
 
13ª. AULA - INFLAMAÇÃO III (CRÔNICA , GRANULOMATOSA) 
 
MICROSCOPIA: 
 
Lâmina 29: Lesão nasal (por informação) - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Lesão de aspecto polipóide recoberta por epitélio do tipo respiratório (epitélio colunar 
pseudo-estratificado ciliado, muco-secretor) e estroma conjuntivo com discreto edema, 
ectasia capilar e infiltrado inflamatório de intensidade variável, sendo mais evidente na 
periferia da lesão. 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Infiltrado inflamatório constituído por mononucleares (linfócitos, plasmócitos e macrófagos) 
e ocasionais eosinófilos. 
- Detalhes dos demais achados descritos no item "a". 
 
CONCLUSÃO: Inflamação crônica com áreas em atividade de cavidade nasal (Pólipo 
nasal inflamatório). 
 
OBSERVAÇÃO: Os pólipos nasais inflamatórios estão associados às rino-sinusites crônicas. 
 
Lâmina 13: Pulmão – HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
 - Pulmão apresentando vasos dilatados, cheios de sangue, alvéolos aerados ou contendo 
material eosinofílico e homogêneo (edema). 
 - Vários aglomerados nodulares de células inflamatórias (granulomas). 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Detalhes do acima descrito com especial atenção para os componentes dos granulomas. 
O centro da maioria deles contém material eosinofílico, amorfo e anucleado (necrose) e/ou 
grande quantidade de leucócitos polimorfonucleares, às vezes necróticos (piócitos). Alguns 
deles contém restos de ovos de Schistosoma mansoni. 
- Na periferia observam-se células gigantes predominantemente do tipo Langhans, células 
epitelióides (macrófagos modificados) e à volta linfócitos e eosinófilos. 
- Presença também de focos de infiltrado inflamatório intersticial e peribrônquico, além de 
alguns alvéolos contendo material fibrinóide. 
 
CONCLUSÃO: Inflamação crônica granulomatosa (esquistossomose pulmonar com 
granulomas em fase necrótico-exsudativa). 
 
MACROSCOPIA: 
 
PEÇA: Coração 
Coração aumentado globalmente de volume, apresentando superfície externa salpicada por 
numerosas formações nodulares amareladas e salientes. Nota-se ainda que algumas 
destas nodulações apresentam-se escavadas (desintegração do material necrótico). 
 
CONCLUSÃO: Inflamação crônica granulomatosa no pericárdio (pericardite 
granulomatosa). Tuberculose diagnosticada em exame histológico. 
 
PEÇA: Lobo (s) pulmonar (es). 
Lobo (s) pulmonar (es) apresentando pleura acinzentada, opaca, às vezes com aderências e 
com pequenos nódulos (granulações) de tamanhos variados, isolados ou agrupados. 
 
CONCLUSÃO: Inflamação crônica granulomatosa no pulmão com comprometimento 
pleural (pleuriite granulomatosa). Tuberculose diagnosticada em exame histológico. 
 
PEÇA: Vesículas biliares 
Vesículas biliares aumentadas de volume, de paredes moderadamente espessadas, em sua 
maioria contendo cálculo(s). 
Outra se mostra bastante diminuída de volume e apresenta um cálculo de colesterol 
ocupando toda a luz. Observar principalmente o espessamento da parede, resultado de 
intensa proliferação fibroblástica. Este quadro de atrofia e fibrose da parede denomina-se 
vesícula esclero-atrófica. 
 
CONCLUSÃO: Inflamação crônica em vesícula biliar (Colecistite crônica). 
 
OBSERVAÇÃO: A colecistite crônica está associada a cálculo biliar (colelitíase) em cerca de 
90% dos casos. 
 
 
 
 
20 
 
 
 
14ª. AULA: INFLAMAÇÃO IV (REPARO: REGENERAÇÃO E CICATRIZAÇÃO) 
 
MICROSCOPIA: 
 
Lâmina 136: Fígado - Tricrômico de Gomoni 
 
NOTA: Nesta preparação o tecido conjuntivo fibroso cora-se em verde. 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Parênquima hepático apresentando proliferação de septos fibrosos envolvendo blocos de 
hepatócitos (pseudolóbulos). 
-Acompanhando a fibrose há proliferação capilar e de ductos biliares, além de discreto 
infiltrado inflamatório de mononucleares 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Hepatócitos com esteatose e por vezes multinucleados (indicando atividade regenerativa). 
Nos pseudolóbulos a arquitetura está alterada e os hepatócitos não se organizam em 
trabéculas intercaladas por sinusóides. 
- Discreto infiltrado de células mononucleares e neoformação de ductos biliares nos septos 
fibrosos peri e intralobulares. 
 
CONCLUSÃO: Reparo (regeneração e cicatrização) - Cirrose hepática. 
 
OBSERVAÇÃO: A cirrose pode ser definida como a subversão da arquitetura lobular 
hepática por septos fibrosos que envolvem os nódulos pseudo-regenerativos, e representa o 
estágio final de uma doença hepática crônica. É um processo irreversível, decorrente da 
necrose dos hepatócitos associada ao colapso do estroma reticular. A cirrose leva à 
insuficiência funcional do órgão e a distúrbios circulatórios como hipertensão porta. 
 
Lâmina 30: Estômago - HE 
 
a) Identificar em aumento menor 
- Parede gástrica apresentando lesão escavada, com destruição da mucosa caracterizando 
uma ulceração. Na superfície da lesão ulcerada há exsudato fibrino-necrótico-leucocitário e 
no fundo, correspondendo principalmente à submucosa, proliferação conjuntivo-vascular 
(tecido de granulação) associada a infiltrado inflamatório mono e polimorfonuclear, com 
vários eosinófilos. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Detalhes da úlcera, exsudato inflamatório, necrose e tecido de granulação. 
 
CONCLUSÃO: Inflamação crônica com ulceração em estômago (Úlcera gástrica péptica). 
 
OBSERVAÇÃO: O termo úlcera péptica refere-se às lesões ulceradasgástricas, 
esofagianas e duodenais de etiologia bastante discutida e variada, relacionadas a um 
desequilíbrio entre os fatores protetores e agressores da superfície mucosa, com 
predomínio do último. Dentre os fatores defensores, destaca-se o muco que recobre a 
superfície mucosa e dentre os fatores agressores, aumento da secreção ácido-clorídrica, 
medicamentos, stress, gastrites, fumo, Helicobacter pylori, etc. A úlcera gástrica pode se 
complicar com hemorragia, perfuração, obstrução pilórica e transformação maligna 
(cancerosa). No caso em questão, a lesão foi induzida em ratos com injeção de ácido 
clorídrico em parede gástrica. 
 
MACROSCOPIA: 
 
PEÇA: Fígado 
Fígado e fatias do órgão com superfícies externa e de corte mostrando grande número de 
nódulos claros mais ou menos arredondados, percebendo-se muitas vezes um tecido 
acinzentado, que representa a fibrose, rodeando e separando os nódulos. 
 
 
 
 
21 
 
 
 
Este aspecto macroscópico corresponde à cirrose. O órgão pode estar diminuído de volume, 
de peso e mostra consistência aumentada. Dependendo do tamanho dos nódulos 
(pseudolóbulos) a cirrose é classificada em macronodular (nódulos de tamanhos variados, 
às vezes superiores a 5 cm de diâmetro) ou micronodular (nódulos de tamanhos mais 
uniformes, menores que 1 cm de diâmetro). 
 
CONCLUSÃO: Reparo (regeneração e cicatrização) no fígado - cirrose hepática. 
 
PEÇA: Fígado 
Fatias de fígado apresentando superfície externa levemente irregular. 
Aos cortes mostra superfície pardo-clara com espaços-porta alargados por fibrose, ora 
estrelados, ora irregulares, contrastando nitidamente com o parênquima hepático. 
 
CONCLUSÃO: Inflamação (cicatrização) no fígado - fibrose hepática do tipo Symmers. 
 
OBSERVAÇÃO: Este padrão morfológico de fibrose hepática é visto na forma hépato-
esplênica da esquistossomose. Ela não leva à insuficiência hepática, mas provoca distúrbio 
circulatório local (hipertensão portal). 
 
PEÇA: Pele 
Retalho de pele alcançando hipoderme, apresentando área elevada ou nodular com 
superfície epidérmica, lisa e estirada. Derme e hipoderme subjacentes, acinzentados, 
espessados e firmes (fibrose). O que aparece em amarelo na parte mais central da 
hipoderme é gordura, normalmente existente neste local. 
 
CONCLUSÃO: Cicatriz hipertrófica (quelóide). 
 
PEÇA: Pulmão 
Secção de pulmão com presença de brônquio principal e suas dicotomizações. Superfície 
pleural rugosa e espessada e parênquima com áreas de antracose. Presença ainda de 
grande área de destruição, formando uma lesão cavitária de superfície interna irregular, de-
limitada por tecido acinzentado, de consistência bastante endurecida (tecido conjuntivo 
fibroso). 
 
CONCLUSÃO: Cicatrização com encistamento em pulmão. 
 
OBSERVAÇÃO: A lesão cavitária corresponde à grande destruição tecidual decorrente de 
uma tuberculose ativa prévia com extensa área de necrose caseosa. Com a cura da doença, 
restam as alterações cicatriciais que são permanentes. 
 
 
15ª. AULA: NOÇÕES BÁSICAS DE IMUNOPATOLOGIA 
 
MICROSCOPIA: 
 
Lâmina 11: Tireóide - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Tireóide com folículos de tamanhos variados (pequenos e médios), em sua maioria 
contendo colóide. 
- infiltrado difuso de intensidade variável formando em muitos locais, folículos linfóides com 
centro germinativo. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- folículos tireoidianos com revestimento de células cúbicas ou cilíndricas por vezes do tipo 
oxifílico (células de citoplasma amplo, eosinofílico e granuloso). 
- áreas com destruição de folículos tireoidianos e substituição por infiltrado inflamatório 
constituído por células linfóides e plasmócitos, observando-se com relativa freqüência a 
formação de folículos linfóides com proeminentes centros germinativos. 
- discreta fibrose intersticial. 
 
CONCLUSÃO: Tireoidite de Hashimoto (tireoidite autoimune, tireoidite linfocítica). 
 
 
 
 
22 
 
 
 
OBSERVAÇAO: Trata-se de doença autoimune e auto-anticorpos anti-tireoglobulina, anti-
tiroxina, anti-triiodotironina e outros anticorpos anti-elementos tireoidianos podem ser 
identificados com técnicas apropriadas. Portadores dessa doença são mais susceptíveis a 
outras doenças auto-imunes. 
 
 
16ª AULA: DISTÚRBIOS DO DESENVOLVIMENTO 
 
MICROSCOPIA: 
 
Lâmina 28: Testículo - HE 
 
REVISÃO HISTOLÓGICA: O testículo é revestido por cápsula conjuntiva fibrosa (albugínea) 
e o parênquima constituído por túbulos seminíferos revestidos por células de Sertoli (células 
de sustentação) e células espermatogênicas. Estas se apresentam em diferentes estágios 
de maturação. O estroma constituído por conjuntivo frouxo, contém capilares, filetes 
nervosos e grupos de células intersticiais (células de Leydig), que produzem testosterona. 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Dois cortes histológicos de testículos revestidos parcialmente pela albugínea, sendo que 
no corte menor ela mostra-se espessada. 
- Túbulos seminíferos com celularidade variável, de corte para corte, sendo que no menor 
esta se apresenta muito reduzida. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- No corte maior os túbulos seminíferos mostram-se revestidos em sua maioria por células 
espermatogênicas em diferentes estágios de maturação e células de Sertoli (células 
aderidas à membrana basal, de núcleos arredondados, vesiculosos, nucléolos evidentes e 
citoplasma claro, de bordas indefinidas). Presença de pequenos grupos esparsos de túbulos 
seminíferos revestidos apenas por células de Sertoli. 
- No corte menor, os túbulos seminíferos mostram-se revestidos somente por células de 
Sertoli. Não há nenhum elemento espermatogênico. 
 
CONCLUSÃO: Hipoplasia testicular total no corte menor e parcial no corte maior. 
Freqüente em animais domésticos - Doença autossômica recessiva. 
 
Lâmina 62: Útero - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Parede uterina apresentando endométrio em fase secretora. 
- Miométrio mostrando de permeio às suas fibras, glândulas circundadas por estroma de 
padrão endometrial. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- detalhes do acima descrito, com ênfase à presença de glândulas endometriais na 
intimidade do miométrio. 
 
CONCLUSÃO: Adenomiose 
 
OBSERVAÇÃO: A presença de tecido endometrial fora da mucosa uterina é chamada 
endometriose. O endométrio ectópico sofre as mesmas modificações decorrentes da ação 
hormonal do endométrio tópico. 
 
MACROSCOPIA: 
 
PEÇA: Coração 
Coração aberto longitudinalmente sem septos interatrial e interventricular, apresentando, 
portanto um átrio único e um ventrículo único. 
 
CONCLUSÃO: Coração bicavitário (agenesia de septos). 
 
 
 
 
23 
 
 
 
PEÇA: Pé esquerdo 
Pé esquerdo de criança apresentando seis artelhos de aspecto macroscópico habitual. 
 
CONCLUSÃO: Ocorrência extranumerária de dedos (Polidactilia). 
 
OBSERVAÇÃO: Esta condição pode comprometer pés e mãos e decorre do aparecimento 
de dedos ou artelhos extranumerários. Pode ser uni ou bilateral. 
 
PEÇA: Rim 
Rim aberto, descapsulado, com superfície externa bocelada e desenho vascular 
proeminente, apresentando limites córtico-medulares apagados em um dos pólos e 
conservados no pólo oposto. 
Observamos a presença de duas pelves renais relacionadas a dois ureteres. 
 
CONCLUSÃO: Duplicação ureteral. 
 
OBSERVAÇÃO: Trata-se de malformação comumente associada à duplicação da pelve 
renal. Geralmente não leva à disfunção do órgão. Na maioria das vezes os ureteres 
penetram separados na bexiga, unem-se na espessura da parede da mesma e drenam 
através de orifício único. 
 
PEÇA: Feto 
Feto macerado, deformado pela fixação, apresentando agenesia dos membros inferiores, 
observando-se extremidade distal afilada, formando uma cauda. Observamos também a 
ausência de genitália externa e ânus imperfurado. 
 
CONCLUSÃO: Agenesia de membros inferiores e atresia anal (Sirenomelia - feto em 
sereia). 
 
OBSERVAÇÃO: Trata-se de malformação decorrente da degeneração da porção caudal doembrião. Além dos defeitos externos já citados, associa-se à agenesia renal, ureteral, 
vesical e uretral. As gônadas geralmente estão presentes, mas os outros órgãos genitais 
raramente são encontrados. A causa desta degeneração embrionária é desconhecida. 
 
PEÇA: Fetos 
Fetos apresentando agenesia da calota craniana, com face de batráqio, sem massa 
encefálica. Em um deles observa-se material membranáceo em região de base de crânio 
(massa cérebro-vasculosa). Presença ainda de abertura do canal medular dorsalmente. Um 
dos fetos apresenta também volumosa massa arredondada na região da implantanção do 
cordão umbilical. 
 
CONCLUSÃO: Agenesia de calota craniana e de tecido encefálico (anencefalia) 
associada ao não fechamento do canal medular (mielosquise) e defeito na parede 
anterior do abdome (onfalocele). 
 
OBSERVAÇÃO: A cranioraquisquise (anencefalia associada à mielosquise) é uma 
malformação grave, incompatível com a vida e decorrente de distúrbio de desenvolvimento 
em fase embrionária (neurulação). A onfalocele é uma saculação na parede anterior do 
abdome, ao nível da implantação do cordão umbilical e decorre de uma fraqueza nesta 
parede. Dentro da saculação há conteúdo abdominal, mais frequentemente alças intestinais. 
 
PEÇA: Intestino delgado (íleo - por informação) 
Segmento de alça intestinal, fechada, apresentando no terço médio, formação sacular com 
serosa pardo-escura. 
 
CONCLUSÃO: Divertículo de Meckel com diverticulite. 
 
OBSERVAÇÃO: Trata-se de lesão congênita decorrente da persistência da extremidade 
proximal do ducto onfalomesentérico. 
 
 
 
 
24 
 
 
 
Localiza-se mais comumente na borda anti-mesentérica, a 100 cm da válvula ileocecal no 
adulto e a 40 cm da mesma, na criança. Tem na maioria das vezes, a mesma estrutura 
histológica do intestino delgado, mas em alguns casos apresenta mucosa gástrica e/ou 
pâncreas ectópico. Pode ser sede de processo inflamatório (diverticulite) ou de úlcera 
péptica com hemorragia e perfuração. 
 
 
17ª. AULA: DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO E DA DIFERENCIAÇÃO CELULAR 
 
MICROSCOPIA: 
 
Lâmina 31: Próstata - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Próstata exibindo estruturas glandulares e ductais de tamanhos variados, por vezes 
dilatadas, envoltas por exuberante estroma fibromuscular. Presença em alguns lumens 
acinares de corpos psamomatosos (corpos amiláceos = estruturas arredondadas, 
eosinofílicas ou basofílicas e de aspecto lamelar). Presença também de discreto infiltrado 
inflamatório de mononucleares. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Epitélio glandular do tipo colunar simples ás vezes com pseudo-estratificação e formações 
papilares com eixo conjuntivo que se projetam para o lúmen. 
- Infiltrado inflamatório linfoplasmocitário. 
 
CONCLUSÃO: Hiperplasia nodular prostática. 
 
OBSERVAÇÃO: A hiperplasia prostática é processo extremamente freqüente, compromete 
cerca de 75% dos homens acima dos 80 anos, é rara abaixo de 40 anos, e aumenta 
progressivamente com a idade. A patogênese da hiperplasia prostática não é totalmente 
conhecida. Duas hipóteses são aceitas. Em uma acredita-se hajam interações entre estroma 
e componente epitelial, em que inicialmente os nódulos seriam somente estromais induzidos 
por produção local de fatores de crescimento e mais tarde o estroma induziria a proliferação 
glandular, formando os nódulos estrômato-glandulares característicos da lesão. A outra 
hipótese acredita que a lesão seja decorrente da redução da testosterona com a idade, 
havendo um hiperestrogenismo relativo. 
Distúrbios urinários (retenção, infecção urinária, etc) e distúrbios ejaculatórios são 
conseqüências do quadro. 
 
Lâmina 33: Colo uterino - HE 
 
REVISÃO ANATÔMICA E HISTOLÓGICA: 
 
- O colo uterino é constituído por uma porção externa que se abre na vagina (ectocérvix) e 
possui um canal (endocérvix ou canal cervical) que se comunica com a cavidade uterina. O 
canal endocervical acha-se preenchido por muco, inicia-se na ectocérvix (orifício externo) e 
termina na cavidade uterina em contacto com o endométrio (orifício interno). A mucosa 
ectocervical é revestida por um epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado 
(semelhante ao epitélio vaginal). A lâmina própria é desprovida de glândulas. A endocérvix é 
revestida por epitélio simples cilíndrico mucíparo com algumas células ciliadas. Nesta 
mucosa abrem-se orifícios de glândulas exócrinas mucosas, localizadas na lâmina própria. 
Em um colo uterino normal a junção do epitélio endocervical com o ectocervical se dá ao 
nível do orifício externo do canal (junção escamocolunar = J.E.C.). 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Colo uterino apresentando endocérvix revestida em parte por epitélio simples prismático 
mucíparo, em parte por epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado. 
- Lâmina própria com denso infiltrado inflamatório (cervicite). 
 
 
 
 
 
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b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Detalhes do acima descrito, dando ênfase à modificação do epitélio endocervical simples 
prismático para estratificado pavimentoso. 
 
CONCLUSÃO: Metaplasia escamosa em epitélio endocervical. 
 
OBSERVAÇÃO: A metaplasia escamosa do colo uterino é um processo de adaptação, 
secundário a ectopia, inflamações, traumatismos etc. Em pequeno número de casos pode 
evoluir para processos pré-malignos (displasias) ou malignos (carcinomas). 
 
MACROSCOPIA: 
 
PEÇA: Próstata 
Fatias de próstata apresentando inúmeras formações nodulares de tamanhos variados, de 
tonalidade mais clara, circundadas por tecido pardo-claro (estroma). Os nódulos são de 
consistência amolecida, enquanto o estroma é mais firme. Observam-se pequenos cistos 
decorrentes de dilatação glandular. 
 
CONCLUSÃO: Hiperplasia nodular prostática. 
 
PEÇA: Baço 
Fatias de baço de consistência aumentada, apresentando polpa branca caracterizada por 
pontilhado brancacento de distribuição difusa, contrastando com a polpa vermelha (de cor 
pardo-escura), tomando o aspecto de "céu estrelado". 
 
CONCLUSÃO: Hiperplasia de polpa branca do baço. 
 
PEÇA: Coração 
Corte transversal de coração ao nível dos ventrículos, apresentando ventrículo esquerdo de 
parede muito espessada (cerca de 2,5 cm). A parede normal do ventrículo esquerdo mede 
em torno de 1,5 cm de espessura num indivíduo adulto normal. 
Compare a espessura da parede de V.E. com a do V.D. 
 
CONCLUSÃO: Hipertrofia concêntrica de miocárdio de V.E. 
 
OBSERVAÇÃO: Este quadro está freqüentemente associado à hipertensão arterial 
sistêmica. 
 
PEÇA: Rim 
Fatias de rim apresentando acentuada dilatação da pelve e dos cálices, com aspecto 
multicavitário e parênquima adelgaçado (atrofia). 
 
CONCLUSÃO: Atrofia compressiva do parênquima renal (hidronefrose). 
 
OBSERVAÇÃO: A hidronefrose está associada a fenômenos obstrutivos urinários 
(mecânicos ou funcionais) que levam progressivamente a compressão e atrofia do 
parênquima. 
 
 
18ª. AULA: NEOPLASIAS I 
 
MICROSCOPIA 
 
Lâmina 58: Nódulo de mama (por informação) - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Nódulo constituído por estroma exuberante, ora frouxo, ora denso, englobando estruturas 
tubulares (glândula) de diâmetros variados assim como fendas revestidas por epitélio 
simples prismático ou pseudo-estratificado. 
- Presença de cápsula conjuntiva fibrosa. 
 
 
 
 
 
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b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Tanto as células do estroma (fibroblastos) quanto as células ductais (epiteliais e 
mioepiteliais) mostram morfologia habitual. 
 
CONCLUSÃO: Tumor benigno misto de mama (Fibroadenoma). 
 
OBSERVAÇÃO: O fibroadenoma é o tumor benigno mais freqüente da mama e acomete 
preferencialmente mulheres com menos de 30 anos de idade. 
 
Lâmina 37: Lábio - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Corte histológico de lábio exibindo proliferação epitelial em placas e cordões celulares 
contendo, por vezes, em seu interior, lâminas concêntricas de ceratina (pérolas córneas). 
Observa-se invasão do derma, docórion e da musculatura labial, assim como áreas de 
ulceração. Entre as células epiteliais há denso infiltrado inflamatório. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Células epiteliais atípicas com anaplasia: pleomorfismo (nuclear e celular), hipercromasia, 
cromatina grosseira, grumosa, com vacuolização nuclear, alterações da relação 
núcleo/citoplasma e nucléolo/núcleo; mitoses freqüentes, algumas atípicas (tripolares, 
tetrapolares), perda da polarização celular, com diferenciação e maturação irregular, 
formando queratina intra-epitelial (pérolas córneas). 
- Tecido neoplásico entre as fibras musculares caracterizando invasividade e crescimento 
infiltrativo da neoplasia. 
- Limites imprecisos nas bordas da lesão (ausência de cápsula). 
- Infiltrado leucocitário de mononucleares, muitas vezes abundante entre as placas de 
células tumorais. 
 
CONCLUSÃO: Tumor maligno epitelial - Carcinoma (Ca) de células escamosas 
(Carcinoma escamocelular, espinocelular ou epidermóide), bem diferenciado de lábio. 
 
MACROSCOPIA 
 
PEÇA: Útero inteiro e fatias 
Útero inteiro, aumentado de volume, deformado por múltiplas formações nodulares, fazendo 
saliência para a superfície externa (subserosos) ou para a cavidade (submucosos). Algumas 
estão localizadas na intimidade do miométrio (intramurais). 
Fatias de útero mostrando nódulos(s) semelhante(s), firme(s), bem delimitado(s), facilmente 
destacável(is), esbranquiçado(s) e fasciculado(s). 
Estas formações nodulares podem ser únicas ou múltiplas (leiomiomatose). 
 
CONCLUSÃO: Tumor benigno de músculo liso - Leiomioma(s) uterino(s). 
 
PEÇA: Nódulo subcutâneo (por informação) 
Massa nodular capsulada, de cor amarelada, consistência macia e superfície de corte 
untuosa. 
 
CONCLUSÃO: Tumor benigno de tecido adiposo - Lipoma 
 
PEÇA: Pele - mão, pé, e retalhos de pele. 
Várias peças apresentando formações tumorais com características de malignidade: 
crescimento infiltrativo, sem limites precisos, áreas de hemorragia e necrose. 
Podem-se verificar os seguintes aspectos nas várias peças: 
- Formas ulceradas: onde o tecido neoplásico perde a sua continuidade, mostrando-se 
irregular e escavado. 
- Formas vegetantes: onde o tecido neoplásico apresenta-se com crescimento exofítico 
(para fora), em forma de couve-flor. 
- Formas úlcero-vegetantes: onde o tecido neoplásico apresenta-se com crescimento 
exofítico, e áreas ulceradas, sendo esta a forma mais freqüente. 
 
CONCLUSÃO: Neoplasia maligna de pele. 
 
 
 
 
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OBSERVAÇÃO: O exame histológico destas peças revelou carcinoma de células 
escamosas semelhante ao estudado na lâmina 37. Este tumor pode originar-se em pele ou 
mucosa normal, mas geralmente aparece em lesões pré-malignas (ceratose senil, 
leucoplasia, xeroderma pigmentoso, etc.). 
 
PEÇA: Cérebro 
Cérebro apresentando tumor nodular, bem delimitado, capsulado, localizado no hemisfério 
cerebral direito. Destaca-se com facilidade do tecido cerebral que o contém, deixando uma 
cavidade que modela os seus contornos. A superfície de corte do tumor é de aspecto 
friável, quebradiço, opaco, o que denota um tecido mal irrigado. Na periferia há áreas de 
hemorragia. 
 
CONCLUSÃO: Tumor benigno de meninges - Meningioma 
 
OBSERVAÇÃO: Uma observação importante no caso, é que morfologicamente, a neoplasia 
é benigna, no entanto se atentarmos aos aspectos de localização e efeitos constitucionais 
conseqüentes, teremos que admitir que o mesmo é mais danoso que muitas neoplasias 
malignas. Podemos observar claramente a destruição imposta ao tecido cerebral pela 
pressão mecânica que a massa tumoral exerce, além do nítido desvio de posição das 
diversas estruturas do órgão. 
 
PEÇA: Intestino grosso 
Segmentos de intestino grosso abertos, apresentando mucosa recoberta parcial ou quase 
que em sua totalidade por numerosas formações polipóides, esbranquiçadas ou pardas, de 
tamanhos variados, sésseis ou pediculadas. 
 
CONCLUSÃO: Polipose intestinal familial. 
 
OBSERVAÇÃO: Trata-se de uma condição pré-malígna, herdada como traço autossômico 
dominante, identificada na maioria das vezes na segunda e terceira décadas de vida. O 
intestino grosso é a porção mais acometida. Os pólipos representam adenomas da mucosa 
intestinal. 
 
PEÇA: Vegetais 
Segmentos de caule apresentando lesões nodulares ou vegetantes, causando deformidades 
dos mesmos. 
Folhas apresentando também múltiplas lesões nodulares, isoladas ou coalescentes em 
ambas as faces, algumas com áreas de destruição. 
 
CONCLUSÃO: Tumores vegetais - galhas. 
 
OBSERVAÇÃO: Os tumores vegetais são provocados por insetos ou microorganismos e 
causam proliferação das células locais. Em alguns se observam orifícios pelos quais o 
inseto penetrou. 
 
 
19ª. AULA: NEOPLASIA II 
 
MICROSCOPIA 
 
Lâmina 113: Fígado - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Parênquima hepático exibindo formações glandulares atípicas, vazias ou contendo material 
eosinofílico amorfo e/ou células. O crescimento glandular tem aspecto tumoral, sem limites 
precisos, com desaparecimento do parênquima hepático. As células glandulares são 
hipercromáticas. Observar ainda extensas áreas de necrose e células inflamatórias na 
periferia do tumor. 
 
 
 
 
 
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b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Tecido glandular atípico, apresentando glândulas com uma ou mais camadas celulares 
(pseudo-estratificação), pleomorfismo nuclear e celular, hipercromasia e numerosas figuras 
de mitose, algumas atípicas. Observar também áreas necróticas e inflamatórias. 
 
CONCLUSÃO: Metástase hepática de adenocarcinoma 
 
OBSERVAÇÃO: As metástases de adenocarcinoma no fígado são muito comuns. O tumor 
primitivo na maioria dos casos está localizado no tubo gastrintestinal (estômago e intestino 
grosso). Nestes casos as células malignas invadem vasos, indo se alojar no tecido hepático 
através da veia porta. 
 
Lâmina 71: Linfonodo - HE 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Linfonodo mostrando na periferia folículos linfóides com centros germinativos. Grande 
parte do parênquima mostra-se ocupado por tecido sólido ou glandular. 
 
b) Identificar em aumentos médio e maior: 
- Padrão celular do tecido neoplásico: núcleo levemente pleomórfico, de cromatina frouxa e 
citoplasma claro, às vezes vacuolado. 
- Material eosinofílico e homogêneo no interior de algumas glândulas tumorais. 
- Células inflamatórias no interstício do tumor. 
 
CONCLUSÃO: Metástase ganglionar de adenocarcinoma. 
 
OBSERVAÇÃO: Geralmente os carcinomas dão metástases preferencialmente por via 
linfática, acometendo assim linfonodos regionais. No presente caso, o linfonodo estudado é 
de região cervical e a neoplasia primitiva estava localizada na tireóide. 
 
MACROSCOPIA: 
 
PEÇA: Linfonodos 
Secções de linfonodos isolados ou conglomerados, aumentados de volume, com superfície 
de corte totalmente enegrecida ou, em parte negra e em parte esbranquiçada. A variação de 
cor está relacionada com a quantidade de pigmento (melanina) produzido pelas células 
neoplásicas 
 
CONCLUSÃO: Metástase de melanoma em linfonodos. 
 
PEÇA: Fígado 
Fatias de fígado, uma delas com vesícula biliar, apresentando pontilhado negro subcapsular. 
Na superfície de corte identificam-se espaços-porta e área nodular pardo-escura de 
aproximadamente 1,5 cm de diâmetro. 
 
CONCLUSÃO: Metástase de melanoma no fígado 
 
PEÇA: Pulmão 
Pulmão direito apresentando pleura lisa, levemente opaca, contendo pontos enegrecidos 
(antracose) e múltiplos nódulos branco-amarelados, ligeiramente elevados e de tamanhos 
variados (nódulos metastáticos). 
 
CONCLUSÃO: Metástases de carcinoma no pulmão. 
 
OBSERVAÇÃO: A peça em questão era de um paciente portador de hepatocarcinoma. 
 
 
 
 
 
 
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20ª. AULA: NEOPLASIA III 
 
MICROSCOPIA 
 
Lâmina 46: Pele - HE 
 
NOTA: Com a lâmina na mão e contra a luz, observar na região central do corte, massa 
basófila de aspecto nodular, fazendo projeção na superfície. 
 
a) Identificar em aumento menor: 
- Pele

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