Buscar

Endemias e epidemias

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

@resumosdamed_ 
 
 1 
ENDEMIAS E EPIDEMIAS 
ENDEMIA 
Endemia pode ser conceituada como a ocorrência de um agravo 
dentro de um número esperado de casos para aquela região, 
naquele período, baseado na sua ocorrência em anos anteriores 
não epidêmicos. 
Desta forma, a incidência de uma doença endêmica é 
relativamente constante, podendo ocorrer variações sazonais no 
comportamento esperado para o agravo em questão. 
Obs.: a incidência é o número de casos novos. 
TERMOS 
Os termos “conglomerado”, “surto” e “epidemia”, entre outros, têm 
habitualmente conotações diversas, principalmente quando são 
empregados fora do âmbito técnico. 
Em epidemiologia, contudo, é importante fazer a diferença entre 
eles. Essa diferença tem a ver,	 basicamente, com sua posição 
relativa em uma escala hierárquica de magnitude populacional do 
problema. 
Assim, esses três termos estão associados à transmissão da doença 
na população, ao tempo de evolução do problema e também ao 
tipo de evidência geradora. Eles também orientam a magnitude da 
resposta, em investigação e controle, diante do problema. 
CONGLOMERADO 
É um agrupamento de casos de um evento relativamente pouco 
comum em um espaço ou um tempo definidos em uma quantidade 
que se acredita ou se supõe ser maior a que caberia esperar 
aleatoriamente. 
Teoricamente, um conglomerado (espacial ou temporal) poderia ser 
a expressão inicial de um surto e, portanto, a identificação de um 
conglomerado, após a respectiva confirmação dos casos, seria a 
maneira mais precoce de identificar um surto. 
Na prática, a busca de conglomerados, usualmente a partir de 
rumores locais, pode ser uma forma de vigiar a ocorrência de 
possíveis surtos subsequentes na população. 
Em resumo: conglomerado é a agregação rara, real ou aparente, 
de eventos de saúde que estão agrupados no tempo e/ou no 
espaço. 
SURTO 
Um surto é uma situação epidêmica limitada a um espaço 
localizado. 
@resumosdamed_ 
 
 2 
Como situação epidêmica, portanto, um surto é o aparecimento 
súbito e representa um aumento não esperado na incidência de 
uma doença. 
Como situação limitada, um surto implica a ocorrência num espaço 
especificamente localizado e geograficamente restrito, como por 
exemplo, uma comunidade, um povoado, um barco, uma 
instituição fechada (escola, hospital, quartel, mosteiro) 
Um surto baseia-se em evidência sistematicamente coletada, em 
geral, a partir dos dados de vigilância em saúde pública e 
eventualmente seguida de uma investigação epidemiológica que 
sugere uma relação causal comum entre os casos. 
Em teoria, um surto seria a expressão inicial de uma epidemia e, 
portanto, a identificação oportuna de um surto seria a maneira mais 
precoce de prevenir uma epidemia subsequente. 
Na prática, a identificação de surtos é uma atividade básica dos 
sistemas de vigilância e a investigação de surtos, um requisito 
importante para a implementação de medidas de prevenção e 
controle oportunas e efetivas no nível local. 
Em resumo: Surto é o aumento pouco comum no número de casos 
relacionados epidemiologicamente, de aparecimento súbito e 
disseminação localizada num espaço específico. 
EPIDEMIA 
Uma epidemia é, essencialmente, um problema de saúde pública, 
de grande escala, relacionado à ocorrência e propagação de uma 
doença ou evento de saúde claramente superior à expectativa 
normal e que usualmente transcende os limites geográficos e 
populacionais próprios de um surto. 
Em geral, uma epidemia pode ser considerada como a agregação 
simultânea de múltiplos surtos em uma ampla zona geográfica e 
usualmente implica a ocorrência de muitos casos novos em pouco 
tempo, claramente maior do que o número esperado. 
Todavia, pela sua conotação de “situação de crise” em função das 
metas e objetivos em saúde pública, uma epidemia não 
necessariamente é definida por um grande número de casos. Por 
exemplo, no cenário de erradicação da poliomielite aguda por 
poliovírus selvagem nas Américas, a ocorrência de um só caso 
confirmado se define como epidemia. 
Em resumo: Epidemia é a ocorrência de casos de doença ou outros 
eventos de saúde com uma incidência maior que a esperada para 
uma área geográfica e períodos determinados. O número de casos 
que indicam a presença de uma epidemia varia conforme o 
agente, o tamanho e o tipo de população exposta, sua experiência 
prévia ou ausência de exposição à doença, e o lugar e tempo de 
ocorrência. 
CONGLOMERADO, SURTO E EPIDEMIA 
Os conceitos de conglomerado, surto e epidemia têm em comum a 
descrição de uma alteração do comportamento de uma doença 
na população; ou seja, são gerados por comparação entre o 
observado e o esperado: a incidência observada de uma doença é 
@resumosdamed_ 
 
 3 
maior do que a incidência esperada dessa doença em um lugar e 
tempo específicos. 
PANDEMIA 
Quando uma epidemia atinge vários países de diferentes 
continentes, passa a ser denominada pandemia. 
COMO DEFINIR UMA EPIDEMIA? 
Um aspecto fundamental nessa característica comum é que tal 
alteração do comportamento da doença inesperada refere-se 
implicitamente a um aumento na transmissão da doença, ou seja, 
que o aumento observado da incidência da doença é atribuído à 
existência de um conjunto de causas comuns entre os casos, e não 
a outra razão (daí a necessidade de investigar um surto). 
É importante destacar isso, posto que é possível observar um 
aumento da incidência, maior do que a esperada, sem que 
estejamos diante de uma situação epidêmica. 
O primeiro passo para se definir uma condição como epidêmica ou 
endêmica é estabelecer quais seriam os níveis habituais de 
ocorrência dessa doença ou condição de saúde na população de 
determinada área naquele período de tempo. 
Para tal, deve-se realizar o levantamento do número de casos novos 
(incidência) desse agravo em um período não epidêmico. 
LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES: COMO PODE SER 
FEITA 
Esse levantamento pode ser feito pela própria equipe de Saúde da 
Família por meio de uma análise de registros da Unidade Básica de 
Saúde ou então pode ser feita uma consulta à vigilância 
epidemiológica do município que possui bancos de dados 
específicos como, por exemplo, aquele relacionado ao sistema 
nacional de agravos de notificação (SINAN). 
O aumento da incidência de uma doença pode ocorrer por 
mudanças súbitas em seu numerador ou seu denominador. 
Por exemplo, mudanças na definição de caso, nos procedimentos 
de notificação, no tipo de vigilância (principalmente quando se 
decide passar de um sistema de vigilância 
passiva a um de vigilância ativa), ou no acesso aos serviços de saúde 
ou melhoras nos procedimentos diagnósticos, podem provocar um 
"excesso" súbito de casos. 
Outro aspecto-chave a ser considerado diante de possíveis 
situações epidêmicas, é que tal alteração do comportamento 
observado da incidência de doença não se refere exclusivamente 
à frequência da mesma, mas também à sua distribuição. 
Prestar atenção somente ao número total de casos observados ou 
incidência geral observada na população e constatar que se 
encontra nos limites esperados pode ser insuficiente para garantir 
que não se está diante de um surto. 
 
@resumosdamed_ 
 
 4 
CÁLCULO DA TAXA DE INCIDÊNCIA 
 
Após o cálculo da taxa de incidência de determinado agravo, é 
necessário determinar se a ocorrência desse agravo está ocorrendo 
dentro de limites endêmicos ou se está diante de uma situação 
epidêmica. 
MÉDIA HISTÓRICA 
Para isto, será preciso comparar a taxa de incidência encontrada 
com a média ou mediana histórica de ocorrência do agravo para 
aquele local, naquela época do ano. 
Para se conhecer a linha de base de ocorrência do agravo de 
interesse, é preciso calcular a média (ou mediana) da incidência (ou 
da taxa de incidência) nos últimos anos (não epidêmicos) para os 
quais se têm dados disponíveis. 
DESVIO-PADRÃO. 
Além da média de ocorrência do agravo, é preciso calcular um 
outro valor, que corresponde à variabilidade que essa média podeapresentar sem que necessariamente esteja ocorrendo uma 
situação epidêmica. 
Em vigilância epidemiológica, pode ser avaliada utilizando-se uma 
medida denominada DESVIO-PADRÃO. 
LIMIAR ENDÊMICO 
Desta forma, para uma situação ser definida como epidêmica, o 
número de casos precisa superar essa margem de erro, ou seja, 
precisa estar acima de um valor denominado limiar epidêmico (ou 
limiar endêmico superior). 
O limiar epidêmico é calculado a partir da soma do valor da média 
para aquele local naquele período de tempo com 
aproximadamente o dobro do desvio-padrão. 
DIAGRAMA DE CONTROLE 
@resumosdamed_ 
 
 5 
Os valores calculados até o momento (taxa de incidência, média 
história, limiar epidêmico) podem ser representados de maneira 
gráfica na forma de um diagrama de controle. 
Esse diagrama é um instrumento útil e frequentemente empregado 
pela vigilância epidemiológica para monitorar a situação 
epidemiológica de determinado agravo em determinada região 
FATORES DETERMINANTES E CONDICIONANTES DA SAÚDE 
 
ENFRENTAMENTO DAS SITUAÇÕES ENDÊMICAS E 
EPIDÊMICAS 
Entre as ações a serem planejadas, destacam-se: 
1. vigilância do território, 
2. organização assistencial, 
3. articulação intersetorial e 
4. trabalho em conjunto com a equipe de controle de 
zoonoses. 
VIGILÂNCIA DO TERRITÓRIO 
A definição de território é um conceito-chave em Atenção Primária 
à Saúde. 
De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica (BRASIL, 
2011b), o território constitui espaço privilegiado para práticas de 
vigilância em saúde e esta é fundamental para a integralidade da 
atenção a ser oferecida pela ESF. 
A análise da situação de saúde da população adscrita à unidade 
básica de saúde permite o monitoramento da ocorrência de 
problemas de saúde e dos possíveis condicionantes e determinantes 
desses agravos. 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
Definida na Lei 8080 de 19 de setembro 1990 (BRASIL, 1990) como “o 
conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção 
ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e 
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de 
recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das 
doenças e agravos”. 
Sistema de coleta, análise e disseminação de informações 
relevantes para a prevenção e o controle de um problema de saúde 
pública, de forma sistemática e rotineira: 
@resumosdamed_ 
 
 6 
• Reconhece as principais doenças de notificação 
compulsória e investiga epidemias que ocorrem em territórios 
específicos; 
• Age no controle dessas doenças específicas. 
Brasil - Notificação via Sistema de Informação – Sinan (Sistema de 
Informação de Agravos de Notificação) 
 
INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 
Em sentido amplo, uma investigação epidemiológica de surto 
executa-se em duas importantes atividades de campo: 
• Uma atividade descritiva, que caracteriza o surto em tempo, 
lugar e pessoa. à O produto dessa etapa é normalmente 
suficiente para determinar a fonte e modo de transmissão do 
agente e identificar aqueles indivíduos que estão primariamente 
em risco de desenvolver a doença. Nessa fase, geram-se 
hipóteses pelo menos temporárias, que são suficientes para 
adotar medidas de controle imediato. 
• Uma atividade analítica, quando a etapa descritiva é 
insuficiente para determinar a fonte, modo, riscos e exposições 
importantes na propagação do surto na população. à 
Basicamente, a etapa analítica consiste na comparação de 
grupos de pessoas doentes e saudáveis da população, a fim de 
identificar e quantificar a força de associação entre 
determinadas exposições e a presença de doença, que são 
aplicadas para estabelecer as medidas de controle definitivas. 
 
 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - FONTES DE DADOS 
Notificação compulsória de dados (de acordo com a lista de 
doenças de notificação compulsória): é a principal fonte de dados 
para a VE. Trata-se da “comunicação da ocorrência de doença ou 
agravo à saúde feita à autoridade sanitária por profissionais de 
saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de 
intervenção pertinentes”. 
Prontuários médicos: as anotações encontradas em prontuários por 
ocasião das internações são importantes fontes de dados que 
permitem não só completar informações desconhecidas por 
ocasião da notificação do caso como, também, identificar casos 
não notificados. 
Atestados de óbito: assim como prontuário médico, os atestados de 
óbito permitem identificar casos não notificados, além de 
funcionarem como mecanismos de alerta para detecção de 
epidemias. 
@resumosdamed_ 
 
 7 
Resultados de laboratórios e bancos de sangue: os resultados de 
exames laboratoriais permitem complementar os dados de casos 
notificados, bem como identificar casos novos, não notificados. Da 
mesma forma, bancos de sangue permitem realizar a triagem 
sorológica de doadores de sangue, o que informa sobre casos 
subclínicos e sobre a importância e a distribuição geográfica da 
infecção. 
Investigação de casos e epidemias: os achados de investigação 
epidemiológica de casos e de surto complementam as informações 
da notificação, além de permitirem a descoberta de casos novos. 
Inquéritos comunitários: tratam de investigações realizadas na 
comunidade por meio de entrevistas, questionários, exames 
laboratoriais e físicos, entre outros. Tem o intuito de conhecer a 
frequência, a distribuição e fatores relacionados a um determinado 
evento, além de permitir detectar surtos e epidemias, mudança no 
comportamento epidemiológico de uma determinada doença, 
dificuldade de avaliação das coberturas vacinais, entre outros; 
Imprensa e população: informações oriundas dos meios de 
comunicação e da população são, muitas vezes o 1o. alerta do 
início de um surto ou epidemia, e essas notícias e rumores devem 
sempre ser levados em conta, principalmente em regiões onde é 
precário o sistema de VE. 
Sistemas sentinelas: fornecem informações que permitem monitorar 
indicadores-chave que servem de alerta precoce para o sistema de 
vigilância. 
• Evento sentinela – detecção de doença prevenível, 
incapacidade ou morte inesperada, cuja ocorrência serve 
como um sinal de alerta de que a prevenção ou qualidade 
terapêutica deve ser questionada. 
MÉTODOS DE COLETA DE DADOS 
Comparação de dados em momentos distintos. 
Busca ativa de casos por pistas (utilizando todas as fontes de dados). 
É a procura de novos casos, de um evento específico ou não, em 
locais onde podem estar presentes. 
Ex: é possível realizar busca ativa de casos em laboratórios, onde se 
podem identificar casos novos de várias doenças de notificação e 
analisar o padrão da presença delas no local. 
 MEDIDAS DE CONTROLE EPIDEMIOLÓGICA 
Controle: é um conjunto de ações, programas ou operações 
contínuas voltadas à redução da incidência e/ou prevalência de 
um dano à saúde em níveis tais que deixem de constituir um 
problema de saúde pública. 
2 cenários possíveis: 
• Cenário epidêmico 
• Cenário não-epidêmico 
 CENÁRIO EPIDÊMICO 
Controle significa conseguir rapidamente uma curva descendente 
e, eventualmente, esgotar a epidemia, ou seja, o retorno aos níveis 
esperados. Aqui, a dimensão temporal do termo controle sempre 
envolve o curto prazo (o retorno aos níveis esperados o mais 
rapidamente possível). 
CENÁRIO NÃO EPIDÊMICO 
Controle - conotação prática do termo controle é dependente da 
dimensão temporal: 
@resumosdamed_ 
 
 8 
• No curto prazo, controle denota equilíbrio da situação não-
epidêmica, ou seja, manter o número observado de casos 
igual ao número esperado (seja esse o nível endêmico ou a 
ausência de casos). 
• No longo prazo, controle envolve a redução do risco de 
adoecer na população (redução da incidência) a níveis tais 
que não representem um problema de saúde pública (ou 
seja, a clássica definição de controle). 
CONCEITOS IMPORTANTES 
Controle da doença: Refere-se à aplicação de medidas 
populacionais voltadas a conseguir uma situação de controle da 
doença - redução da incidência da doença a níveis nos quaisela 
deixe de ser um problema de saúde pública. 
• As medidas de controle estão voltadas à redução primária 
da morbimortalidade 
• Exemplo é o acompanhamento de pessoas sintomáticas 
respiratórias na comunidade, que é uma medida efetiva 
para a detecção de casos de tuberculose, (particularmente, 
bacilíferos positivos) cujo objetivo é a redução da 
prevalência de tuberculose pulmonar, e em menor medida, 
a redução de sua incidência. 
Eliminação da doença: refere-se à aplicação de medidas 
populacionais direcionadas a conseguir uma situação de 
eliminação da doença. 
• Aquela na qual não existem casos de doença, embora 
persistam as causas que podem potencialmente produzi-la. 
• Exemplo: em zonas urbanas infestadas pelo Aedes aegypti, 
mesmo na ausência da circulação do vírus da febre amarela, 
ou da dengue, a simples presença do vetor constitui um risco 
potencial para a eventual ocorrência de casos. O sarampo 
representa um modelo de doença em fase de eliminação na 
região das Américas. 
Erradicação da doença: refere-se à aplicação de medidas 
populacionais voltadas a conseguir uma situação de erradicação 
da doença. 
• Aquela na qual não somente foram eliminados os casos, mas 
também as causas da doença, em especial, o agente. 
• É importante destacar que a erradicação de uma doença 
adquire seu real significado quando alcançada numa escala 
mundial. 
• Exemplo, embora a poliomielite tenha sido “erradicada” das 
Américas, a eventual importação de casos das zonas 
infectadas pode comprometer a erradicação. Até o 
momento, essa situação de erradicação mundial só foi 
obtida com a varíola. 
CONDICIONANTES DA EFETIVIDADE DAS MEDIDAS DE 
CONTROLE: 
A factibilidade operacional das medidas de prevenção ou de 
controle está condicionada pela possibilidade de serem usadas a 
um nível adequado de cobertura e intensidade que permita a 
redução ou interrupção da transmissão. 
Os seguintes fatores devem ser considerados no processo para 
determinar a factibilidade operacional das medidas: 
• A extensão e a organização dos serviços de saúde. 
• O valor ou custo da medida que se pretende aplicar (drogas, 
vacinas, inseticidas, material educativo, melhoramento da 
moradia, etc.). 
@resumosdamed_ 
 
 9 
• O tipo e quantidade de pessoal requerido: algumas medidas 
podem ser aplicadas por pessoal auxiliar (vacinações, 
pulverização de residências), outras precisam de profissionais 
especializados (tratamento médico, despoluição ambiental). 
• A equipe e o instrumental necessários e a complexidade de sua 
administração; por exemplo, o tratamento sindrômico das 
doenças de transmissão sexual e seu tratamento etiológico. 
• A frequência de aplicação da medida: algumas vacinas são 
usadas em dose única (sarampo, rubéola, antimeningocócica, 
antiamarílica), outras em doses múltiplas (tétanos, coqueluche, 
hepatite B); o tratamento da tuberculose deve ser feito 
diariamente pelo menos durante dois meses; a vacinação 
antirrábica canina deve ser repetida anualmente; a cloração da 
água deve ser um processo contínuo; o tratamento antibiótico 
de dose única para as doenças de transmissão sexual 
• Os efeitos secundários das medidas: por exemplo, no ser 
humano, as reações digestivas, cutâneas e de outro tipo podem 
ocorrer por causa da administração de drogas ou vacinas; ou no 
ambiente, a aplicação de pesticidas pode resultar na 
contaminação de alimentos e água. 
• A aceitabilidade da população: a aceitação por parte da 
comunidade tem um papel determinante na seleção das 
medidas de controle a serem aplicadas. Elementos como o custo 
para o usuário, as reações secundárias, as crenças individuais e 
coletivas, são parte importante no processo de seleção das 
medidas de controle e de seu impacto potencial. 
REFERÊNCIAS: 
1. Rouquayrol: Epidemiologia e Saúde

Continue navegando

Outros materiais