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Patologia Geral Apoptose e necrose Aula 6 Introdução Causas da lesão »Privação de oxigênio (hipóxia); asfixia, altitudes »Isquemia: obstrução arterial »Agentes físicos: trauma mecânico, queimaduras »Agentes químicos: poluentes, álcool, drogas »Reações imunológicas: doenças autoimunes »Defeitos genéticos »Alterações nutricionais: obesidade, desnutrição Morte celular »A morte celular pode ser fisiológica ou patologia -Fisiologia: autofagia; apoptótica; outras -Patológica: apoptótica. e necrótica Autofagia »É um tipo de morte celular, onde ocorre um estresse ou há um agente lesivo atuando sobre a célula que irão ativar genes relacionados a autofagia, levando a formação de vacúolos que envolverão organelas celulares. Nesse ambiente, estas organelas serão degradadas, após a fusão da vesícula com o lisossomo. O material digerido pode ser reciclado pela célula »Sem a ativação das caspase (importantes para efetuar a apoptose) »Pode ser fisiológica ou patológica, em alguns casos »Existem três mecanismos diferentes de autofagia: -Macroautofagia: quando há a formação de uma vesícula ao redor de uma organela celular que precisa ser degradada. O lisossomo se funde formando o autolisossoma, e assim ocorre a degradação da estrutura -Microautofagia: não há a formação das vesículas. Os lisossomas são capazes de endocitar moléculas que precisam ser degradadas -Autofagia mediada por chaperonas: as chaperonas são capazes de perceber o substrato que precisa ser degradado (ex: uma proteína com conformação errada). Através de um receptor de membrana presente no lisossoma (Lamp-2A) a chaperonas insere a proteína danificada no interior do lisossomo para ser degradada. Patologia Geral Apoptótica Funções da autofagia »Morte celular »Câncer »Imunidade inata »Doenças neurodegenerativas »Diabete tipo 2 »Esteatose hepática »Doenças infecciosas »Cardiomiopatias Vírus HIV infecta uma célula TCD4 »Quando ocorre a infecção pelo vírus HIV, ele libera uma determinada proteína, presente em seu RNA mensageiro, dentro da célula do hospedeiro. Essa proteína causa um impedimento nos processos de autofagia, que deveriam acontecer dentro do linfócito TCD4. Assim a célula perde a capacidade de se defender, e na ausência da autofagia, ocorre a apoptose das células circundantes. Doença de Alzheimer »Doença degenerativa mais comum mundialmente. As mudanças patológicas ocorrem entre 20 e 30 anos após o inicio das perdas cognitivas »Determinada pela presença das expressões de genes como da proteína precursora B-amiloide (APP) e presenilina 1 e 2 - forma hereditária »Causas não hereditárias da doença de Alzheimer: -Formação das placas senis, determinadas por agregados extracelulares dos peptídeos B-amiloide -Formação de emaranhados intracelulares de neurofibrilas, causado pela hiperfosforilação da proteína Tau (relacionada a estabilização de microtúbulos dentro dos neurônios) »Clivagem da PPA: -É o acumulo de um peptídeo (B-amiloide), originário de uma proteína precursora do amiloide (APP) existente na membrana dos neurônios. Isso ocorre devido a clivagem errada da proteína amiloide. A clivagem correta do amiloide, a divide em 3 pontos pela ação de enzimas. Quando ocorre a clivagem incorreta não há ação da alfa secretase, gerando o agregado de beta amiloide (peptídeo beta A), que irá se acumular, formando as fibrilas amiloides »Proteína Tau: na presença da Tau fosforilada, a autofagia é defeituosa, não havendo a degradação dessa proteína. A Tau então, irá se acumular e consequentemente contribuir para a patologia »Consequência da formação da B-amiloide -Formação das placas senis, que são áreas pequenas e arredondadas na estrutura das sinapses. -Formação de emaranhados neurofibrilares (novelos), para destacar a proteína Tau hiperfosforilada. Aparecem primeiramente na região do hipocampo (centro de memoria e aprendizado) Apoptose »Morte celular programada. »Ocorrem: -Especialmente durante o desenvolvimento fetal -Em resposta a ciclos hormonais -Turnover normal em tecidos em proliferação (ex: reposição de células no epitélio intestinal) »As células durante a apoptose não sofrem tumefação (inchar). As células na apoptose, encolhem! »Os núcleos na apoptose são muito condensados e sofrem fragmentação de DNA. »Ocorre também, a fragmentação de toda a célula, mas esse material fragmentado, é revestido por membrana formando os corpos apoptóticos »Na apoptose não há lise de membrana »Os corpos apoptóticos são fagocitados por macrófagos Apoptose no fígado »A apoptose é um processo mais ordenado de morte celular do que a necrose e pode atingir uma só célula. Neste exemplo, os hepatócitos estão morrendo individualmente (setas) de lesão por infecção por hepatite viral. As células apoptóticas são aumentadas, rosadas pela perda de detalhes citoplasmáticos e sem núcleos. O núcleo celular e o citoplasma tornam-se fragmentados à medida que enzimas como as caspases destroem os componentes celulares. »A apoptose pode ocorrer em células isoladas, sem a necessidade que o órgão inteiro esteja morrendo Alterações morfológicas e bioquímicas »Externamente: a célula encolhe e reduz o volume, formação de vesículas e bolhas na membrana., mudança de posição da fosfatidilserina da monocamada interna para a externa (por isso os corpos apoptóticos são reconhecidos pelo macrófago) »Internamente: citoplasma vacuolizado e condensado, desorganização da mitocôndria com liberação de fatores pro-apoptóticos (citocromo C), ativação da via das caspases, agregação e fragmentação da cromatina (não aleatória), degradação de enzimas e do citoesqueleto »Apoptose “morte limpa” sem extravasamento do material citoplasmático, portanto, sem ativação da resposta inflamatória Importância »Condições fisiológicas -Desenvolvimento embrionário: metamorfose, morfogênese, sinaptogenese -Adulto: normal Turnover celular, seleção tímica negativa, citotoxidade mediada por células -Regulação defeituosa - doenças: câncer, doenças autoimunes (diminuição da apoptose); doenças neurodegenerativas, HIV, osteoporose, envelhecimento (elevação da apoptose) Apoptose e proliferação celular »Para que haja uma homeostasia do tecido, é necessário que haja um equilíbrio entre apoptose e proliferação. Fases da apoptose »Fase de iniciação: relacionada aos mecanismos de sinalização, que ativam uma via intracelular de moléculas que são pró apoptóticas (Bad e Bax). Quando ativadas as moléculas pró apoptóticas elas criam canais na membrana da mitocôndria, levando a uma disfunção na mitocôndria, sendo o inicio do apoptose »Fase efetora: com o desequilíbrio na membrana da mitocôndria, há a liberações de moléculas (citocromo C) pro-apoptóticas que ativam a via das caspases, que irão atuar sobre o substrato e o núcleo da célula, promovendo a fragmentação dessas estruturas »Fase da degradação: as estruturas celulares são degradadas, formação de bolhas na membrana, etc. Degradação do DNA »Na apoptose o DNA é fragmentado em determinados sítios, que são reconhecidos pelas caspases »As degradados em fragmentos de 180-200 pares de bases. Esses locais podem ser marcados com Br- dUTP para a identificação de morte celular por apoptose »A fragmentação cria locais 3’-OH Caspases »Durante a apoptose é ativado a via das caspases, que são proteases cisteinas aspárticas. As caspases irão ativar proteases endonucleases capazes de fragmentar o DNA. »Existem na forma inativa dentro da célula (pro caspases) que podem ser ativadas através da clivagem em pontos específicos »Existem dois grupos de caspases: -Caspases iniciadoras ou ativadoras da morte: caspases 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9, 10, 12, 14 -Caspases executadoras da morte: caspases3, 6, 7 »Quando as capazes são ativadas, elas passam a atuar como enzimas, que agem em substratos específicos Vias da apoptose »Existem duas vias que determinam a apoptose: via intrínseca e via extrínseca Via extrínseca »Envolve uma molécula sinalizadora, vinda do ambiente externo e que se liga a receptores de membrana da célula que irá sofrer apoptose »Receptor de membrana: receptor ligante Fas. O receptor Fas se liga a molécula sinalizadoras da família Fas -L (molécula mais importante da família: TNF alfa). O TNF alfa ao se ligar ao receptor ligante Fas ativa uma serie de proteínas dentro da célula que irão ativar as caspases de iniciação. As caspases de iniciação ativam as caspases executadoras e essas quebram o citoesqueleto da célula e ativam as endonucleases, havendo fragmentação do material genético e formação de vesículas dentro da célula, que serão liberadas nos corpos apoptóticos »O receptor Fas tem afinidade pelo linfócito TCD8, pois nesse linfócito há um receptor de membrana que é Fas ligante. Quando o LTCD8 se liga ao receptor Fas, ele ativa a proteína adaptadora que permite que a pro-caspase 8 (antes inativa) possa se ligar a proteínas adaptadoras. Quando ocorre essa ligação, há a clivagem das pro-caspase 8 em caspases 8. A caspase 8 ativada vai exercer o papel de fragmentar as estruturas celulares, ativar as endonucleases e levar a formação dos corpos apoptóticos. »Outro processo que faz parte dessa via, é quando o TNF- alfa se liga ao receptor Fas Via intrínseca »Quando a célula é submetida a um agente lesivo, que promove uma lesão eles atuam nas proteínas Bcl-2. A Bcl-2 possui atividade anti apoptótica. Portanto, na ausência dessas injurias celulares a Bcl-2 estará regulando a via intrínseca não deixando ativar a resposta de apoptose. Na presença das injurias celulares, a Bcr-2 é inibida e a Bad e Bax (pró apoptóticas) serão ativadas. A Bad e Bax formam um poro na membrana da mitocôndria, permitindo a saída do citocromo C. Quando o citocromo C sai da mitocôndria, e vai para o citosol, se liga a uma proteína adaptadora chamada de Apaf-1, formando um agregado. Esse agregado recebe a pro caspases 9 (inativa) e ao se ligar, se transforma na forma ativa (caspase 9), que promove as alterações morfológicas que caracterizam a apoptose. »Bad: ativador »Bax: efetor que cria poros na membrana Apoptose na clinica medica Apoptose insuficiente »Câncer -Linfomas foliculares -Carcinomas -Tumores dependentes de hormônios -De mama, próstata e ovário »Doenças autoimunes -Lúpus eritematoso sistêmico -Glomerulonefrite imune »Infeccoes viróticas -Heroesvirus -Poxvirus -Adenovírus Apoptose excessiva »AIDS »Doenças neurodegenerativas -Alzheimer -Parkinson -Esclerose lateral amiotropica -Retinite pigmentosa -Degeneração cerebelar »Síndromes mielodisplasicas -Anemia aplastica »Lesões isquêmicas -Infarto do miocárdio -Acidente vascular cerebral »Doenças do fígado induzido por toxinas -Álcool Necrose »Necrose é a morte de células e tecidos no animal vivo acompanhada de inflamação »A morte causada por necrose é causada pela desnaturação de proteínas intracelulares e digestão enzimática »As enzimas que digerem células necróticas são provenientes dos lisossomas de leucócitos que são atraídas pela reação inflamatória »Células necróticas são incapazes de manter a integridade das membranas e seu conteúdo é extravasado, o que estimula a inflamação no tecido próximo »A digestão dos conteúdos celulares e a resposta do hospedeiro pode demorar horas para se manifestar. Alterações histológicas iniciais de necrose só são vistas após 4 a 12 horas da atuação do agente lesivo Causas da necrose »Qualquer agente lesivo, desde que a causa seja letal e ultrapasse o limiar de adaptação ou reversibilidade da célula »Venenos e toxinas »Produto químico: ácidos fortes, álcalis, inseticidas, mercúrio etc. »Agentes infecciosos: bactérias (Salmonella, Staphylococcus), vírus, fungos, protozoários etc »Venenos de plantas »Perturbação circulatória: anemia, congestão e isquemia »Lesões mecânicas: tipos de cortes, esmagamento e fricção »Físico: temperatura extrema, eletricidade, radicais livres Mecanismos que levam a necrose »Diminuição no fornecimento de ATP »Inibição da apoptose »Entrada de Ca2+ no citosol »Aumento na produção de radicais livres »Alteração na permeabilidade da membrana »Estresse sobre o RE Fases da necrose »Após ultrapassar o limiar de adaptação da célula a necrose se inicia. »Inicialmente a ação do agente lesivo não possui manifestação de alterações morfológicas. Essa fase é denominada necrobiose e normalmente ocorre 6 horas após o inicio da lesão. »Dias depois, inicia a fase de necrofanerose, onde é possível observar alterações histológicas da célula em necrose »No final desse período, ocorre a necrolise, onde há a ausência da célula. Características macroscópicas »Varia conforme o tipo de necrose -Diminuição da consistência e elasticidade (devido. Lise dos constituintes celulares), verificados facilmente em órgãos parenquimatosos (ex: fígado e pulmões) – fribilidade »Alterações na coloração e aspecto geral: -Aumento da palidez e opacidade: determinando uma coloração mais acinzentada, vista nos infartos brancos ou isquêmicos -Escurecimento do órgão, quando este por ocasião da necrose estiver repleto de sangue Características microscópicas »Aumento da eosinofilia atribuída pela perda de RNA citoplasmático e pela desnaturação das proteínas citoplasmáticas. Coloração em rosa »Citoplasma se torna vacuolado com granulações e aspecto corroído, devido a enzimas que digerem as organelas citoplasmáticas »As células mortas podem ser substituídas por grandes massas fosfolipidicas, chamadas figuras de mielina, derivadas das membranas celulares danificadas. Esses precipitados fosfolipidicos sai fagocitados por outras células ou posteriormente degradados em ácidos graxos; a calcificação desses resíduos de ácidos graxos, após saponificação determina a calcificação das células mortas »Alterações nucleares: -Cariopicnose: redução de volume e aumento da basofillia com homogeinação do núcleo devido a contração nuclear e condensação da cromatina -Cariorrexe: ruptura em vários fragmentos do envelope nuclear, com distribuição irregular da cromatina. Os grumos de cromatina se acumulam em torno da carioteca e posterior com a desintegração do envelope nuclear fica solta no citosol »Cariólise ou cromatólise: dissolução total da cromatina por hidrolise dos ácidos nucleicos gerando hipoacidez e redução da basofillia nuclear »Ausência de núcleos: consequência da cariólise total Diferenças entre necrose e apoptose Característica Necrose Apoptose Tam. da célula Aumentado Reduzido Núcleo Picnose – Cariólise Nucleossomos Membrana Rota Integrada, porem originando varias pequenas vesículas Inflamação adjacente Frequente Ausente Papel desempenhado Patológico, sempre Frequentemente fisiológico, pode ser patológico »Necrose: -Características morfológicas: perda da integridade da membrana; não há formação de vesículas; desintegração das organelas celulares; lise total das células -Características fisiológicas: geralmente iniciada por estímulos não fisiológicos; resposta inflamatória; afeta grupo de células; fagocitose por macrófagos -Características bioquímicas: perda da regulação da homeostasia iônica; digestão aleatória do DNA; não requer energia »Apoptose -Características morfológicas: não há perda da integridade da membrana; diminuição do volume citoplasmático e condensação do núcleo; agregação e marginalização do núcleo; aumento da permeabilidade mitocondrial; fragmentação da célula em corpos apoptóticos -Característicasfisiológicas: geralmente induzida por estímulos fisiológicos; sem resposta inflamatória; afeta células individuais; fagocitose por células adjacentes ou macrófagos -Características bioquímicas: processo regulado com ativação enzimática (caspase); digestão não aleatória do DNA; dependente de ATP; liberação de vários fatores mitocondriais; alterações na assimetria da membrana plasmática Tipos de necrose Necrose coagulativa »Tipo mais comum de necrose »Identifica principalmente pela persistência da arquitetura geral do tecido que está sofrendo necrose. Mas os detalhes celulares são perdidos »O tipo de tecido pode ser reconhecido »A desnaturação (coagulação) de proteínas estruturais e enzimáticas bloqueia as enzimas que fazem proteólise (permite que a arquitetura geral se mantenha) »Comum em órgãos de circulação terminal como coração, pâncreas, baço, suprarrenal e rim »Dois grandes infartos (áreas de necrose coagulativa) são observados neste baço seccionado. Como a etiologia da necrose coagulativa é geralmente vascular com perda de suprimento sanguíneo, o infarto ocorre em uma distribuição vascular. Assim, os infartos geralmente são em forma de cunha, com uma base na capsula do órgão. »Rim normal vs rim com necrose -Microscopicamente, o córtex renal sofreu lesão anóxia à esquerda, para que as células pareçam pálidas e fantasmagóricas. Existe uma zona hemorrágicas no meio, onde as células estão morrendo ou ainda não morreram e, em seguida, parênquima renal normal na extrema direita. Este é um exemplo de necrose coagulativa. N: normal I: células com necrose »Infarto cardíaco – necrose coagulativa: Morte de celulas do miocárdio como resultado da injuria isquêmica promovida pela oclusão da artéria coronariana. Necrose em estagio inicial. O núcleo dos cardiomiócitos estão sendo perdidos. O citoplasma apresenta perda de estriações transversais. -Coração normal: -Coração com necrose: Necrose liquefativa »Liquefação enzimática do tecido necrótico, observado frequentemente no cerebro, suprarrenal e mucosa gástrica devido a interrupção vascular; também ocorre em áreas de infecção bacteriana (purulentas) »Não há a inibição das proteínas que realizam protealise. Não mantendo a arquitetura do tecido »Zona de necrose adquire consistência mole, semifluida ou mesma liquefeita »Necrose liquefativa no cérebro em um paciente que sofreu um "derrame" com perda focal do suprimento sanguíneo para uma porção do cérebro. Esse tipo de infarto é marcado pela perda de neurônios e células neurogliais e pela formação de um espaço livre no centro esquerdo. »Em alta ampliação, a necrose liquefativa do cérebro demonstra muitos macrófagos à direita que estão limpando os resíduos celulares necróticos. A descrição do trabalho de um macrófago inclui a fagocitose e a limpeza de restos celulares, principalmente quando há lipídios. »Necrose liquefativa no fígado: pequeno abcesso com muitos neutrófilos »Necrose liquefativa na pielonefrite: Necrose gangrenosa »Gangrena refere se a morte do tecido corporal devido a falta te fluxo sanguíneo ou a uma grave infecção bacteriana. Geralmente afeta as extremidades, mas também pode ocorrer em músculos e órgãos internos »É uma forma de evolução da necrose (principalmente coagulativa) resultante da ação de agentes externos sobre tecidos necrosados »Mecanismos da gangrena: agressão suficiente à interrupção funções vitais como: interrupção da produção de energia e síntese celulares à lisossomos perdem a capacidade de conter as hidrolases à liberadas no citosol à ativadas pelas altas concentrações de Ca2+ à inicio da digestão celular (autólise) »Causas da gangrena: agentes agressores que produzem necrose por: -Redução de energia: por obstrução vascular (isquemia, anóxia); inibição de processos respiratórios; produção de radicais livres; ação direta sobre as enzimas (agentes químicos e toxinas); agressão direta a membrana citoplasmática (formação de canais hidroelicos) »Necrose gangrenosa envolve os tecidos de uma parte do corpo. A inflamação vista aqui se estende sob a pele de um dedo do pé e envolve tecidos moles (tecido adiposo e conjuntivo) e ossos. »A desidratação da região atingida, especialmente quando e contato com o ar origina a gangrena seca (aspecto de pergaminho) -Gangrena seca: »Gangrenas úmidas ou pútrida: o tecido necrosado é infectado por microrganismos anaeróbios produtores de enzimas, que irão liquefazer os tecidos mortos e produzir gases de odor fétido que se acumulam em bolhas entre o tecido morto e o não lesão -Gangrena úmida: »Gangrena gasosa: contaminação do tecido já necrosado por bactérias do gênero Clostridium que produzem enzimas proteolíticas e lipolíticas e grande quantidade de gás -Etiologia: infecção pelo Clostridium, especialmente o C. perfrigens e o novyi, que produzem exotoxinas e gases -Fatores de risco: diabetes, aterosclerose ou câncer de colón. Geralmente após algum ferimento na pele ou nas membranas mucosas, cirurgias, unções venosas, deficiência dos vasos ou infecções decorrente de outros microrganismos -Fisiopatologia: C. perfrigens (80% dos casos) faz parte da flora intestinal, podendo tornar-se patogênicas em certas ocasiões. Essa bactéria, em condições anaeróbicas produzem toxinas que causam necrosem tecidual, destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, diminuição da circulação por vasoconstrição e aumento da permeabilidade vascular -Sinais, evolução e sintomas: inicio repentino, evolui de forma rápida e tem caráter grave. Inicialmente surge um inchaço tecidual no local da infecção, extremamente doloroso e crepitante, o que revela a presença de gás no tecido. A área infectada expande-se em poucos minutos e as alterações se fazem visíveis. Os sintomas sistêmicos consistem em sudorese, febre, ansiedade, dificuldade para respirar, perda de peso, palidez, enfraquecimento e coloração amarelada na pele. O tecido afetado fica completamente destruído -Se o quadro evolui sem tratamento, manifestam-se choques, queda de pressão arterial, insuficiência renal, coma e morte -Mau cheiro, em virtude do gás acumulado e da putrefação da matéria orgânica -Diagnostico: feito pela visualização direta do edema, relato dos sintomas, captação de sinais como descoloração do tecido, vesículas hemorrágicas, evidencia de gás no tecido e pela identificação de bactérias ao microscópio, com retirada de substancia do processo inflamatório. Exames de sangue podem ajudar no diagnostico -Tratamento: a gangrena gasosa deve ser tratada através de debridamento cirúrgico, pode envolver necessidade de amputação. Ao mesmo tempo, devem ser administradas altas doses de potentes antibióticos e de fortes analgésicos. O tratamento pode ser completado com oxigenioterapia hiperbárica (inalação de oxigênio a uma pressão maior que a pressão ambiente), para inibir o crescimento das bactérias anaeróbicas Necrose Caseosa »Área necrosada assuem o aspecto macroscópico de massa de queijo, divide características da necrose coagulativa e liquefativa »Normalmente, acompanha a inflamação granulomatosa presente nos casos de tuberculose »A principal característica é a transformação das células necróticas em uma massa homogênea, acidófila, contendo núcleos fragmentados (células perdem totalmente os seus contornos e os detalhes estruturais, mas o tecido não é liquefeito) »É característica de um foco de inflamação conhecida como granuloma Este é o aspecto macroscópico da necrose caseosa num linfonodo hilar infectado na tuberculose. O nodo tem aspecto de queijo branco. Necrose caseosa é é realmente apenas uma combinação de necrose coagulativa e liquefativa, com inflamação granulomatosa. »Microscopicamentea necrose caseosa é caracterizada por áreas acelulares de necrose rosa, como visto no canto superior direito, cercado por um processo inflamatório granulomatoso Necrose gordurosa »Liberação de enzimas pancreáticas com autodigestão ou trauma de células gordurosas »Necrose de células gordurosas associado a inflamação aguda, formação de depósitos de cálcio e histiócitos » Microscopia de necrose gordurosa. Embora os contornos celulares permaneçam vagamente, as células adiposas perdem seus núcleos periféricos e seu citoplasma se torna uma massa amorfa rosa de material necrótico. Necrose Fibrinoide »Deposito de material proteináceo (fibrina like) nas paredes das artérias, observado como parte de vasculites imuno-mediadas Vaso normal: Necrose gomosa »Variedade da necrose por coagulação na qual o tecido necrosado assume aspecto compacto e elástico como borracha (goma), ou fluido viscoso como a goma arábica observada na sífilis tardia ou terciaria Consequências da necrose »Dependem de: -Órgão afetado: quanto mais essencial a vida, mais grave as consequências -Extensão da lesão: quanto maiores, mais graves as consequências -Causas da necrose Evolução da necrose »O tecido necrótico comporta-se como um corpo estranho (devido a liberação de antígenos), suscitando uma reação inflamatória na tentativa de eliminar a área necrosada »Absorção: se a área afetada for mínima ocorre a fagocitose por macrófagos »Drenagem: se a área for próxima a vias excretoras ou se ocorrer fistulaçao (ruptura e drenagem de abscessos/necrose coliquativa) »Cicatrização: proliferação fibrobastica e substituição do parênquima necrótico por tecido conjuntivo fibroso »Encistamento ou sequestro: Formação de pseudocistos, quando a área de necrose é ampla limitando a absorção. Comum nas malacias (amolecimento e liquefação) do SNC (onde as células responsáveis pela cicatrização - os astrócitos - ao contrário dos fibroblastos não são capazes de preencher extensas áreas perdidas. Nesse caso os astrócitos circunscrevem a área necrosada formando uma cápsula e ocorre então a formação de um cisto
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