Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PATOLOGIA II A pneumonia é uma inflamação aguda, na qual há um predomínio de células do tipo polimornucleares (neutrófilos). Normalmente, os quadros de pneumonia são caracterizados como uma inflamação aguda do tipo purulenta e apresenta os cinco sinais flogísticos. O rubor ocorre devido a uma vasodilatação dos distúrbios circulatórios denominada de hiperemia ativa. HIPEREMIA E CONGESTÃO (ou hiperemia passiva) - Conceito: consiste no aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos de um órgão ou território orgânico. - Tipos: • Hiperemia: processo ativo. • Congestão ou hiperemia passiva: processo passivo – algo está acontecendo para que o sangue não saia do órgão. Hiperemia É o aumento do influxo de sangue num determinado órgão ou tecido, devido a dilatação arteriolar. Dessa forma, algum estimula ocorre para que haja maior entrada de sangue, sendo que, normalmente, isso ocorre por dilatação arteriolar. - Causas: • Fisiológicas; • Patológicas. Hiperemia fisiológica Digestão: ao comer muito, o rosto pode ficar ruborizado. Ao mesmo tempo, os vasos do sistema digestório se encontram dilatados e cheios de hemácias no seu interior, pois se aumenta a circulação local para que facilite o processo de digestão. Exercícios físicos: ruborização de face devido ao aumento da circulação local. Reflexo na ira e na vergonha. Hiperemia patológica Paralisação dos nervos vasoconstritores (hiperemia neuroparalítica): ocorre devido a déficit nos nervos que realizam a vasoconstrição, dessa forma, esse vaso fica permanentemente dilatado, o que resulta em um maior influxo de sangue no local. Estímulo dos nervos vasodilatadores: ocorre nos casos de febre, pois em sinais febris ocorre a liberação de mediadores químicos que favorecem a hiperemia neurotônica, ou seja, há um hiperestímulo dos nervos que realizam a vasodilatação. Assim, esse vaso fica dilatado por mais tempo e ocorre maior influxo de hemácias para o interior do vaso. Agentes físicos ou químicos da inflamação: com o estímulo lesivo, as células liberam proteínas que sinalizam para os mastócitos degranularem. Dessa forma, eles liberam mediadores químicos no interstício – histamina, serotonina, prostaglandina – que realizam o aumento da permeabilidade vascular e, principalmente, a vasodilatação. Exemplos de hiperemia: → Conjuntivite. → Amigdalite. Morfologia Macroscopicamente: os tecidos apresentam coloração vermelho vivo, pois os vasos estão dilatados e cheios de hemácias no interior. Microscopia: os vasos se apresentam dilatados e cheios de hemácias no seu interior. Consequências As consequências são praticamente inexpressivas, já que, normalmente, a hiperemia é reacional, ou seja, é reflexo de um processo inflamatório. Então, ao mesmo tempo em que ocorre a liberação de mediadores químicos que realizam a vasodilatação, ocorre junto com isso o aumento da permeabilidade, o que resulta no extravasamento de líquido, podendo, em alguns casos, haver um edema discreto. Ocorre também o aumento do metabolismo e da defesa locais frente a infecção. Isso significa que a hiperemia é um processo útil ao organismo, pois ela é uma reação frente a uma agressão. Objetivos: • Conceito; • Tipo; • Causas; • Consequências. Congestão A congestão é sempre patológica e o processo acontece por retardo do efluxo de sangue de um determinado órgão ou tecido, isso significa que é decorrente do retardo de sangue da saída de algum órgão ou tecido. Ou seja, normalmente, decorre da redução da drenagem venosa. Causas A congestão tem dois tipos de causas: (1) locais e (2) sistêmicas. Entre as causas locais, há a oclusão da luz venosa por algum tipo de trombo. Ex: em um órgão ocorre a entrada de sangue, no entanto, a sua saída é comprometida por um trombo, com isso o órgão fica congesto, repleto de hemácias no seu interior, devido a dificuldade de drenagem. Outra causa é a torção de alça intestinal, ovário e testículo. Ex: em uma torção da alça intestinal, a drenagem é comprometida, deixando a área torcida cheia de hemácias. No entanto, como o sangue não chega e nem sai, a região acaba ficando com pouco oxigênio, podendo resultar, se não resolvido, em necrose. Outro fator local é o encarceramento de hérnias – passagem da mucosa pelo tecido muscular. Tem como resultado a necrose, pois o sangue que está acumulado não pode ser drenado. Por fim, pode ocorrer uma compressão venosa por algum tipo de tumor (massa neoplásica maligna ou benigna). Em relação às causas sistêmicas, há a insuficiência cardíaca congestiva, que ocorre quando há comprometimento de ambos os lados do coração. Por insuficiência do miocárdio, o sangue fica retido nos pulmões, no lado direito do coração, nas veias cavas e nas veias da circulação geral. Dessa forma, o fígado fica aumentado de volume e doloroso (fígado em noz-moscada). Na insuficiência cardíaca direita (deficiência de contratilidade do ventrículo direito), ocorre um fluxo retrógrado de sangue – ventrículo direito, átrio direito, veia cava superior e veia cava inferior. Dessa forma, tudo relacionado às veias cavas superior e inferior sofrem um fluxo retrógrado, ocorrendo uma congestão de sangue. Isso pode gerar um edema de cabeça e pescoço e estase de jugular (ou turgor jugular). A fisiopatologia da estase jugular é: o sangue chega via carótida e é drenado pela jugular, se ocorre uma congestão na veia jugular o sangue que está no cérebro fica com pouco oxigênio, gerando como complicação a encefalopatia hipóxica. Outras sintomatologias são o edema de membros superiores e inferiores, o edema generalizado (anasarca), derrame pleural e peritoneal e acúmulo de sangue no interior do fígado (fígado em noz-moscada). Todos esses edemas que se formam é devido ao aumento da pressão hidrostática. Na insuficiência cardíaca esquerda também ocorre o fluxo retrógrado de sangue do coração – ventrículo esquerdo, átrio esquerdo, veias pulmonares. Por aumento de pressão hidrostática ocorre extravasamento de líquido (transudato) para o interior dos alvéolos, o que caracteriza o edema pulmonar (edema agudo de pulmão). Isso é na fase aguda. Além de transudato, pode sair hemácias, que encontram os macrófagos alveolares. Esses macrófagos a fagocitam e a quebram. Sua fração heme fica acumulada no citoplasma do macrófago, dando o pigmento de hemossiderina, caracterizando o processo patológico de hemossiderose. Dessa forma, normalmente, um pulmão congesto possui uma coloração mais acastanhada, ferruginosa. Morfologia Como a congestão decorre da deficiência de drenagem venosa, mesmo tendo muito sangue na região, ele é pobre em oxigênio, dessa forma, a tendência é que, se for em membros, a área congesta fique com uma coloração arroxeada, ou seja, cianose. Na microscopia, os vasos venosos se encontram cheios de hemácias. OBS: não dá para saber somente de olhar a microscopia se é uma congestão ou uma hiperemia. Para distinguir, deve-se conhecer a história clinica do paciente. Consequências Diferente da hiperemia que as consequências são inexpressivas. A congestão pode causar: Alteração do metabolismo celular, por impedir a chegada de sangue arterial. Esteatose, acúmulo de triglicerídeos no citoplasma dos hepatócitos (fígado). Atrofia. Edema, por aumento da pressão hidrostática. Substituição do parênquima, substituição de um tecido por outro de mesma linhagem embrionária – metaplasia. Hiperemia x Congestão Hiperemia decorre do aumento do influxo de sangue, ou seja, da entrada de sangue. Já a hiperemia decorre do aumento da dificuldade da drenagem venosa.
Compartilhar