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Doença Inflamatória Pélvica

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Ginecologia e Obstetrícia 
Valeska Barimacker 19 
Doença Inflamatória Pélvica 
 
É a inflamação polimicrobiana do trato genital superior e suas estruturas adjacentes, 
sendo a doença infeciosa mais comum nos países desenvolvidos e a 5º causa de hospitalização 
entre as mulheres. Os principais agentes etiológicos são clamídia, micoplasma, trichomonas 
e gonogoco, em ordem decrescente de incidência. 
A DIP começa como uma cervite, seguida por mudanças na microbiota cervicovaginal, 
levando a uma vaginose bacteriana e culminando com a ascensão de bactérias para o trato 
cervical superior, que causará endometrite, salpingite, peritonite, ooforite, e/ou abcesso tubo-
ovariano (ATO). Ressalta-se que uma cervicite isolada não é critério diagnóstico para DIP. 
Os fatores de risco para o desenvolvimento da DIP estão relacionados com DSTs, 
procedimentos ou condições em que há rompimento da barreira cervical, como implantação 
de DIU. 
Clínica 
DIP ASSINTOMÁTICA DIP SINTOMÁTICA 
Em torno de 60%, podendo ocorrer sintomas vagos 
como dispareunia sangramento irregular, disúria ou 
sintomas gastrintestinais. Geralmente o agente 
etiológico é a clamídia e leva à infertilidade. 
São mulheres sexualmente ativas, com dor pélvica 
recente, podendo ou não estar associada à 
dispareunia, ao corrimento vaginal e/ou ao 
sangramento pós-coital ou intermenstrual. Nos casos 
graves, há febre, mal-estar, náuseas, vômitos, dor no 
hipocôndrio direito (síndrome de Fitz-Hugh-Curtis) 
Diagnóstico 
Proposto pelo CDC baseia-se na presença de dor pélvica associado a um ou mais dos 
seguintes sintomas: Dor à mobilização do colo uterino; Dor uterina; Dor anexial. 
Diagnóstico clássico, caracterizado por dor abdominal importante, retração da 
perna (sinal de Chandelier), dor intensa causada pelo toque bimanual, é raro e não deve ser 
utilizado com critério diagnóstico. Achados clínicos e laboratoriais, como febre > 38,3ºC, 
corrimento mucopurulento, presença de vários leucócitos no exame a fresco, aumento da 
proteína C reativa ou exame positivo para clamídia ou gonococo aumentam a probabilidade, 
mas não são necessários para o diagnóstico. 
A história da paciente é de dor pélvica que se iniciou ou intensificou nos últimos 30 
dias. É necessário avaliar se há fatores de risco para DSTs e questões pertinentes para 
diagnóstico diferencial, como disúria, sangramento uterino anormal, gravidez, dor 
epigástrica que migra para quadrante inferior direito, alteração de hábito intestinal, 
utilização de anticoncepcional, época do período menstrual, dor em cólica com irradiação 
anterior e tosse e dor ventilatória. 
No exame físico, é necessário o exame abdominal geral, com identificação de local da 
dor, manobra de Carnett (dor à contração abdominal), dor à descompressão, rigidez de parede 
ou à punho-percussão ou dor em região vesical. Além disso, deve ser associado ao exame 
especular e bimanual 
É necessário realizar BHCG para excluir gestação. Leucocitose < 10.000, VSG < 
15mm/h, proteína C-reativa <5 mg/dl e exame direto a fresco de secreção vaginal normal (< 
3 leucócitos/campo), ausência de clue cells, tricomônas ou hifas praticamente exclui o 
diagnóstico. 
Ginecologia e Obstetrícia 
Valeska Barimacker 20 
Tratamento 
 Deve-se solicitar sorologia para sífilis, HIV, hepatite B e C. 
 Parceiros em menos de 60 dias devem ser avaliados, testados e tratados. 
 Se não houver melhora do quadro em até 72h, deve-se pensar em: 
1. Falta de cobertura antrimicrobiana adequada; 
2. Presenta de outra doença; 
3. Presença de ATO – utilizar esquema de amplo espectro com cobertura para 
anaeróbico. Caso não haja resolutividade em até 72h, considerar a troca do 
antimicrobiano ou a drenagem, para evitar abdome agudo. Se houver melhora, não 
há necessidade de exames de imagem. 
 
Se presença de DIU, não é necessária sua retida, mas pode acelerar o tempo de 
melhora clínica caso retirado antes de iniciar o tratamento, e deve ser retirado em caso de AT 
Na gestação, aumenta risco de morbidade materna, abortamento e trabalho de parto 
pré-termo.

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