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Doença inflamatória pélvica

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119
Capítulo 
4DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA
DO QUE VOCÊ PRECISA SABER?
 u É uma IST em mais de 90% dos casos! Lembrar dos agentes causadores (Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia 
trachomatis) e dos fatores de risco! 
 u Atentar para os critérios clínicos para realizar o diagnóstico (dor à mobilização de colo uterino, dor à pal-
pação anexial e dor em hipogástrio). 
 u Relembrar os principais diagnósticos diferenciais. Isso é muito comum na vida prática! Você irá se lembrar 
desse capítulo nos plantões de Pronto-Socorro.
 u Para memorizar o tratamento, lembre-se da dica do Prof. Mauricio Kitamura: DIP é Coisa Do Mal.
 u Complicações agudas – abscesso tubo-ovariano e Síndrome Fitz-Hugh-Curtis (fase aguda) – e tardias: 
infertilidade, gestação ectópica, dor pélvica crônica e síndrome de Fitz-Hugh-Curtis (fase crônica). 
1. DEFINIÇÃO
A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infecção 
do trato genital feminino superior (acima do orifício 
interno do colo do útero), envolvendo útero, tubas 
e ovários. Pode afetar também peritônio e órgãos 
abdominais adjacentes.
A DIP pode incluir quadros de endometrite, miome-
trite, salpingite, ooforite, abscesso tubo-ovariano e 
peritonite pélvica.
Para fins de prova, geralmente vai ser considerada 
uma IST (infecção sexualmente transmissível). 
Entretanto, alguns estudos mostraram que 85% 
são decorrentes de ISTs. 
Figura 1. DIP tem acometimento acima 
do orifício interno do colo do útero.
2. EPIDEMIOLOGIA
É frequentemente encontrada em mulheres jovens 
com atividade sexual desprotegida (sem uso de 
métodos de barreira).
Infelizmente, os dados brasileiros são escassos 
e incompletos para termos uma amostra real da 
prevalência dessa doença em nosso território. Além 
disso, ainda é subdiagnosticada.
Doença inflamatória pélvica Capítulo 4
120
Uma questão muito importante é com relação às 
sequelas que a DIP pode deixar, como a gestação 
ectópica e quadros de infertilidade, além de dor 
pélvica crônica.
Mulheres que já tiveram um episódio de DIP têm 
chance de 12% a 15% de ter gravidez ectópica no 
futuro.
A taxa de infertilidade é de 12% a 50%, aumentando 
com o número de episódios.
3. AGENTES ETIOLÓGICOS
A DIP é uma infecção polimicrobiana causada por 
agentes que ascenderam pelo colo do útero. Os 
principais agentes classicamente são Neisseria 
gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis (isso que a 
prova vai cobrar). Mas a incidência deles tem sido 
decrescente, sendo encontradas, em alguns estudos, 
em 1/3 dos casos. 
 BASES DA MEDICINA
Outras bactérias anaeróbias facultativas que fazem parte 
da flora vaginal normal, como Gardnerella vaginalis, Hae-
mophilus influenzae e Streptococcus agalactiae, também 
podem ser encontradas. Outros microrganismos encontra-
dos são: Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum, 
Mycoplasma genitalium e cytomegalovirus (CMV). 
Menos de 15% dos casos agudos de DIP não são 
transmitidos sexualmente, mas associados a germes 
entéricos (ex.: Peptococcus, Peptoestreptococcus, 
Bacteroides Escherichia coli, Streptococcus agalac-
tiae e Campylobacter spp.), patógenos respiratórios 
(ex.: Haemophilus influenzae, Streptococcus pneu-
moniae, streptococos do Grupo A e Staphylococcus 
aureus) ou Mycoplasma e Ureaplasma que coloni-
zam o trato genital inferior. 
Um organismo que pode ser encontrado em DIP em 
pacientes com DIU é o Actinomyces israelli (picuinha 
de prova... hehe).
Quadro 1. Agentes etiológicos de 
DIP: causas microbiológicas.
Microrganismos sexualmente transmissíveis
Clamydia trachomatis
Mycoplasma genitalium
Neisseria gonorrhoeae
Vírus e protozoários (raros)
Herpes simplex virus
Trichomonas vaginalis
Organismos endógenos
Micoplasma do trato genital:
Mycoplasma genitalium
Mycoplasma hominis
Ureaplasma urealyticum
Bactérias anaeróbicas
Bacteroides spp. e fragilis
Peptoestreptococcus spp.
Prevotella spp.
Bactérias facultativas
• Escherichia coli
• Gardnerella vaginalis
• Haemophilus influenzae
• Steptococcus spp. e agalactiae
Fonte: PCDT IST 2020
Doença inflamatória pélvica Cap. 4
121
Mapa mental 1 – Introdução
INFECÇÃO DO TRATO 
GENITAL SUPERIOR
DOENÇA 
INFLAMATÓRIA 
PÉLVICA
podendo 
comprometer
SÍNDROME CLÍNICA ASCENSÃO DE MICRO-ORGANISMOS
Estruturas contiguas
Ovários
Tubas uterinas
Endométrio
Advindos do trato 
genital inferior
Polimicrobianaatribuída a
Espontânea
Devido à manipulação
DIU (controverso)
Biópsia de endométrio
Curetagem
Doença inflamatória pélvica Capítulo 4
122
4. FATORES DE RISCO
Por ser uma IST (para a maior parte dos casos), ter 
atividade sexual sem proteção (métodos de barreira) 
é um dos principais fatores de risco. 
Alguns estudos mostram uma prevalência maior 
em adolescentes, pacientes com baixo nível socioe-
conômico, multiplicidade de parceiros sexuais, 
antecedentes de outras ISTs, parceiro atual com 
uretrite e quadros imunossupressores.
Porém, vale reforçar que qualquer paciente com 
atividade sexual presente tem chance de ter DIP.
Considerando os casos Não IST, procedimentos 
que envolvam qualquer manipulação na cavidade 
uterina, como Histeroscopia e a Curetagem Uterina, 
constituem fatores de risco.
4.1. DIP E DIU
Pelo Ministério da Saúde: “usuárias de dispositivo 
intrauterino (DIU) apresentam risco ligeiramente 
aumentado de DIP em comparação com mulheres 
que não usam contraceptivos ou que utilizam outros 
métodos”.
Esse risco tem relação inversa com o tempo desde 
a inserção do DIU, sendo mais alto nos primeiros 20 
dias da inserção. A exposição à IST é responsável 
pela ocorrência de DIP no primeiro mês de uso, e 
não o uso do DIU. No entanto, esse risco é reduzido 
nas mulheres tratadas para IST antes da inserção 
do DIU.
5. FISIOPATOGENIA
Como já citamos anteriormente, a DIP vai aparecer 
após a ascensão de microrganismos pelo orifício 
interno do colo do útero.
 BASES DA MEDICINA
A ascensão dos microrganismos é favorecida por varia-
ções hormonais do ciclo menstrual. O muco cervical 
durante o fluxo menstrual tem menor efeito bacteriostático, 
e a menstruação retrógrada pode favorecer a ascensão 
dos agentes. Características imunológicas de cada indi-
víduo também podem contribuir para a disseminação 
da infecção. 
Estima-se um caso de DIP para cada oito a dez 
casos de pacientes com cervicite.
 DIA A DIA MÉDICO  Procedimentos que 
envolvam a manipulação no trato genital 
superior, como Curetagem, Histeroscopia 
e Inserção de DIU, podem propiciar essa 
ascensão de microrganismos.
A endometrite é frequentemente a primeira manifes-
tação clínica da DIP. O processo infeccioso progride 
em direção às tubas, à cavidade peritoneal pélvica 
e, quando atinge o líquido peritoneal, o agente infec-
cioso pode progredir até o espaço infradiafragmático 
direito e promover a peri-hepatite ou a síndrome de 
Fitz-Hugh-Curtis. 
Doença inflamatória pélvica Cap. 4
123
Mapa mental 2 – Epidemiologia
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Doença inflamatória pélvica Capítulo 4
124
6. QUADRO CLÍNICO
 DIA A DIA MÉDICOOs sintomas mais co-
muns são dor pélvica aguda (lembrar que 
é um quadro infeccioso agudo), que pode 
ser acompanhada de corrimento vaginal 
purulento. A depender da gravidade, pode 
surgir febre e queda do estado geral da 
paciente.
Além da dor pélvica, a paciente pode referir também 
queixas de dispareunia (de profundidade). Alguns 
quadros de endometrite também podem evoluir 
com sangramento uterino anormal.
Quadros mais graves também podem evoluir com 
uma peri-hepatite, formando pequenos absces-
sos na superfície do fígado. Esse quadro recebe 
o nome de síndrome de Fitz-Hugh-Curtis. Na fase 
aguda, pode aparecer um exsudato purulento na 
superfície hepática. Na fase crônica, aparecem as 
aderências de “corda de violino” entre o fígado e a 
parede abdominal anterior.
Em resumo, os sintomas mais frequentes são:
 X Dor pélvica: aguda ou insidiosa.
 X Corrimento vaginal: purulento, com ou sem odor 
fétido.
 X Disúria e dispareunia: presentes principalmente 
em casos insidiosos e crônicos.
 X Náuseas e vômitos: surgem quase sempre quan-
do há acometimento peritonial (abscessos tubo-
-ovarianos).
 X Febre e calafrios: é um sintoma inespecífico, re-
lacionado à presença de abscesso.
 X Metrorragia: presente particularmente em 1/3 das 
pacientes, sendo as mais acometidas as jovens 
e com envolvimento endometrial.
 X Astenia.
 X Dor à mobilização uterina e palpação dos anexos.
 X Tensão abdominal nos quadrantes inferiores do 
abdome, distensão abdominal e ausência ou di-
minuição dos ruídos hidroaéreos.
Doença inflamatória pélvica Cap. 4
125
Mapa mental 3 – Quadro clínico
Síndrome de Fitz-Hugh-
Curtis
Quadro 
clínico
Complicações
Agudo Insidioso / crônico
Assintomático Oligossin-
tomático Sintomático
Início
Abcesso tubo-ovariano
Hidrossalpinge
Cicatrizes e adesões 
tubárias
Durante ou após 
a menstruação
Dias ou semanas 
pós contato com ist
Corrimento vaginal 
purulento
Disuria e dispareunia
Náuseas e vômitos
Febre e calafrios
Metrorragia
Dor à mobilização uterina 
e palpação dos anexos
↓ RHA
Tensão no abdome inferior
Astenia
Distensão abdominal
Dor pélvica
Doença inflamatória pélvica Capítulo 4
126
7. DIAGNÓSTICO
 DIA A DIA MÉDICO  Infelizmente, não te-
mos nenhum teste definitivo e conclusivo 
para o diagnóstico da DIP. 
Nenhum achado isolado de história, exame físico 
ou exame laboratorial é sensível e específico o 
suficiente para fechar o diagnóstico de DIP.
O diagnóstico não é tão simples devido à variedade 
de sinais e sintomas associados a essa condição. 
Muitas pacientes com DIP têm sintomas sutis, não 
específicos ou são até mesmo assintomáticas.
 DIA A DIA MÉDICO  Vale ressaltar que o 
atraso no diagnóstico e tratamento contri-
bui com sequelas no trato reprodutivo fe-
minino. Mesmo pacientes assintomáticas 
estão em risco para infertilidade.
Muitos episódios de DIP podem passar despercebi-
dos. Apesar de alguns casos serem assintomáticos, 
outros não são diagnosticados porque o paciente ou 
o sistema de saúde falhou em reconhecer sintomas 
ou sinais de DIP (corrimento vaginal, sangramento 
anormal, dispareunia).
Para piorar, temos uma grande divergência entre 
critérios do Ministério da Saúde (BR) e do CDC 
(EUA). A diferença PRINCIPAL entre os dois é que, 
no americano, o limiar para o diagnóstico e para o 
tratamento é mais BAIXO! Vão diagnosticar mais 
e tratar mais!
Devido às dificuldades no diagnóstico e o potencial 
dano à saúde reprodutiva da mulher, temos que man-
ter um limiar baixo para o diagnóstico da DIP. É por 
isso que nós da Sanar preferimos a conduta do CDC 
em vez do Ministério da Saúde (dica para a vida!). 
Para a prova de residência, temos que ficar atentos 
à bibliografia adotada.
Vamos lá!
7.1. EXAME CLÍNICO
O profissional de saúde deverá realizar a aferição 
dos sinais vitais, o exame abdominal completo, 
o exame especular vaginal e o exame bimanual. 
Lembrando que o exame especular vaginal deve 
incluir a inspeção do colo do útero para verificar se 
ele está friável e se existe a presença de corrimento 
mucopurulento cervical. Além disso, no exame 
bimanual, não pode faltar a mobilização do colo e 
palpação dos anexos.
 DIA A DIA MÉDICO  Sangramento vaginal 
anormal em pouca quantidade (spotting), 
dispareunia, corrimento vaginal, dor pélvi-
ca, dor no abdome inferior e dor à mobili-
zação do colo do útero ao toque podem 
estar presentes na DIP. Deve-se ficar atento 
para a existência de spotting em pacien-
tes que utilizam anticoncepcional de baixa 
dosagem. Esse sinal é comum e pode ser 
indicativo de DIP.
7.2. MINISTÉRIO DA SAÚDE
O diagnóstico clínico de DIP é baseado em critérios 
maiores, menores e elaborados.
Para a confirmação clínica de DIP, é necessária a 
presença de:
 X Três critérios maiores MAIS um critério menor
OU
 X Um critério elaborado.
7.2.1. CRITÉRIOS MAIORES
 X Dor no hipogástrio.
Doença inflamatória pélvica Cap. 4
127
 X Dor à palpação dos anexos.
 X Dor à mobilização de colo uterino.
7.2.2. CRITÉRIOS MENORES
 X Temperatura axilar > 37,5°C ou > 38,3°C.
 X Conteúdo vaginal ou secreção endocervical 
anormal.
 X Massa pélvica.
 X Mais de cinco leucócitos por campo de imersão 
em material de endocérvice.
 X Leucocitose em sangue periférico.
 X Proteína C reativa ou velocidade de hemossedi-
mentação (VHS) elevada.
 X Comprovação laboratorial de infecção cervical 
por gonococo, clamídia ou micoplasmas.
7.2.3. CRITÉRIOS ELABORADOS
 X Evidência histopatológica de endometrite.
 X Presença de abscesso tubo-ovariano ou de fun-
do de saco de Douglas em estudo de imagem.
 X Laparoscopia com evidência de DIP.
7.3. CDC (EUA)
O diagnóstico de DIP será confirmado nas 
pacientes com dor pélvica e se nenhuma outra 
causa para a dor tenha sido encontrada. Deve ter 
pelo menos um desses critérios mínimos presentes 
no exame físico:
7.3.1. CRITÉRIOS MÍNIMOS
 X Dor à mobilização cervical
ou
 X Dor à palpação uterina
ou
 X Dor à palpação anexial
A presença de todos os três critérios mínimos para 
se iniciar o tratamento pode resultar em baixa sen-
sibilidade para o diagnóstico da DIP.
Alguns critérios adicionais podem ser pesquisados 
para aumentar a especificidade do diagnóstico.
7.3.2. CRITÉRIOS ADICIONAIS
 X Presença de clamídia ou gonococo cervical.
 X Corrimento mucopurulento cervical ou colo friável.
 X Febre (temperatura oral > 38,3°C).
 X PCR aumentado.
 X VHS aumentado.
 X Aumento de leucócitos em secreção vaginal.
Há também os critérios mais específicos para o 
diagnóstico de DIP.
7.3.3. CRITÉRIOS ESPECÍFICOS
 X Biópsia endometrial com evidência histológica 
de endometrite.
 X Laparoscopia: achados consistentes com DIP, 
como hiperemia e edema de tubas, fímbrias al-
teradas e aderências pélvicas.
 X Imagem (USGTV/TC/RM): espessamento das 
tubas, líquido nas tubas, abscesso tubo-ovaria-
no ou doppler sugerindo infecção pélvica (hipe-
remia de tubas).
Figura 2. Hiperemia e edema de tuba 
uterina; fímbrias distorcidas.
Fonte: Banco de imagens do autor.
Doença inflamatória pélvica Capítulo 4
128
Figura 3. Exame de USG – tuba dilatada e 
com conteúdo líquido em seu interior.
Fonte: Acervo do autor.
8. EXAMES COMPLEMENTARES
Para muitos casos, os achados de anamnese e exame 
físico podem fazer o diagnóstico de DIP. Sempre que 
possível, deve-se realizar os exames complementa-
res, principalmente em casos duvidosos.
Os exames laboratoriais e de imagens citados abaixo 
são de auxílio no diagnóstico da DIP:
 X Hemograma completo.
 X VHS.
 X Proteína C reativa.
 X Exame bacterioscópico para vaginose bacteriana.
 X Cultura de material de endocérvice com antibio-
grama ou NAAT para N. gonorrhoeae.
 X Pesquisa de clamídia no material de endocérvi-
ce, uretra, laparoscopia ou punção do fundo de 
saco posterior.
 X Exame qualitativo de urina e urocultura (para 
afastar hipótese de infecção do trato urinário).
 X Hemocultura.
 X BHCG (para afastar gravidez ectópica).
 X Exames de imagem: ultrassonografia pélvica 
transvaginal é um método acessível e não inva-
sivo nodiagnóstico de complicações relaciona-
das à DIP, como abscesso tubo-ovariano, além 
de avaliar outros diagnósticos diferenciais, como 
cistos ovarianos e torção de ovário. O principal 
achado ultrassonográfico na DIP é a presença de 
uma fina camada líquida preenchendo a trompa, 
com ou sem a presença de líquido livre na pelve. 
USG de abdômen total pode ser utilizada para 
avaliar a possibilidade de outros diagnósticos 
diferenciais, como apendicite. TC (tomografia 
computadorizada) ou RM (ressonância magné-
tica) de abdômen e pelve são outros exames de 
imagem utilizados.
 X Biópsia de endométrio: para avaliar presença de 
endometrite (lembrar que esse resultado não é 
imediato).
 X Sorologias para sífilis, HIV, hepatite B e C. Outras 
ISTs podem ser pesquisadas (não necessaria-
mente em pronto-socorro).
Doença inflamatória pélvica Cap. 4
129
Fluxograma 1
trocartrocartrocar
Sim
Sim
QUEIXA DE DOR 
ABDOMINAL 
BAIXA OU DOR 
PÉLVICA
História clínica: avaliar 
práticas sexuais e 
fatores de risco para 
IST. Inserção de DIU ou 
biópsia de endométrio ou 
curetagem, entre outros. 
Uso de tampões e duchas 
vaginais. Vaginites e 
vaginoses recorrentes. 
Não
Diagnóstico clínico de dip? 
(3 critérios maiores + 1 critério menor 
ou 1 critério elaborado)
Sim
Indicação de internação hospitalar?
Não
Iniciar tratamento 
ambulatorial e agendar 
retorno em 3 dias
Coleta de material para 
investigação de gonococo, 
clamídia, tricomoníase e 
vaginose bacteriana
Anamnese e exame 
ginecológico (toque vaginal 
e exame especular)
Não
Sangramento vaginal 
ou atraso menstrual ou 
parto/aborto recente?
Quadro abdominal grave: 
defesa muscular ou dor à palpação 
ou temp. axilar>37,5°c ou temp. 
retal>38,3°c?
Houve melhora 
em 3 dias?Não Sim
Manter conduta; 
enfatizar adesão e 
tratamento
Sim
Referenciar Não
Investigar outras causas
• Realizar orientação 
centrada na pessoa e suas 
práticas sexuais. 
• Contribuir para que a 
pessoa a reconheça e 
minimize o próprio risco de 
infecção por uma IST. 
• Oferecer testagem para 
HIV, sífilis e hepatite B e C. 
• Oferecer vacinação para 
hepatite A e hepatite B, e 
para HPV, quando indicado.
• Informar sobre a 
possibilidade de realizar 
prevenção combinada para 
IST/HIV/hepatites virais.
• Tratar, acompanhar e 
orientar a pessoa e suas 
parcerias sexuais.
• Notificar o caso, quando 
indicado.
CRITÉRIOS MAIORES: 
Dor no hipogástrio; Dor à 
palpação dos anexos; Dor à 
mobilização de colo uterino.
CRITÉRIOS MENORES: 
Temperatura axilar>37,5’C 
ou temperatura retal>38,3’C; 
Conteúdo vaginal ou 
secreção endocervical 
anormal; Massa pélvica; 
Mais de cinco leucócitos 
por campo de imersão em 
material de endocérvice; 
Leucocitose em sangue 
periférico; Proteína C 
reativa ou velocidade de 
hemossedimentação (VHS) 
elevada; Comprovação 
laboratorial de infecção 
cervical por gonococo, 
clamídia ou micoplasma. 
CRITÉRIOS ELABORADOS: 
Evidência histopatológica 
de endometrite; Presença 
de abscesso tubo-ovariano 
ou de fundo de saco de 
Douglas em estudo de 
imagem; Laparoscopia com 
evidência de DIP.
Doença inflamatória pélvica Capítulo 4
130
9. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Podem ser ginecológicos ou não: gestação ectó-
pica, apendicite aguda, infecção do trato urinário, 
litíase ureteral, torção anexial, rotura de cisto ova-
riano, endometriose, mioma degenerado ou torcido, 
diverticulite etc.
10. ESTADIAMENTO
Existe a classificação de Monif para quadros de DIP. 
 DIA A DIA MÉDICO  Na prática, é pouquís-
simo utilizado.
 X Estágio 1 – Endometrite e salpingite aguda sem 
peritonite.
 X Estágio 2 – Salpingite aguda com peritonite.
 X Estágio 3 – Salpingite aguda com oclusão tubária 
ou comprometimento tubo-ovariano (abscesso 
tubo-ovariano).
 X Estágio 4 – Abscesso tubo-ovariano roto com 
secreção purulenta na cavidade ou abscesso 
maior que 10 cm.
11. TRATAMENTO
A antibioticoterapia deve ser iniciada o mais rápido 
possível, tão logo o diagnóstico presuntivo tenha 
sido feito, já que a prevenção de sequelas depende 
da administração precoce dos ATB apropriados.
O tratamento deve incluir regime de ATB de amplo 
espectro (lembrar da flora POLIMICROBIANA) e deve 
obrigatoriamente ser efetivo contra o gonococo e 
a clamídia. A necessidade de erradicar os anaeró-
bios ainda é discutível na literatura. Mas, pelo MS, 
cobri-los-emos!
 BASES DA MEDICINA
A monoterapia não é recomendada na DIP devido à diver-
sidade de agentes etiológicos implicados nessa condição. 
Com isso, a melhor conduta é a associação de antibióticos, 
visando cobrir Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia tracho-
matis, anaeróbios (em especial, o Bacteroides fragilis), 
vaginose bacteriana, bactérias Gram-negativas, bactérias 
facultativas e estreptococos, mesmo que esses agentes 
não tenham sido confirmados nos exames laboratoriais.
É importante saber avaliar se a paciente deve ser 
tratada em regime ambulatorial ou se deve ser 
internada.
O tratamento ambulatorial aplica-se a mulheres que 
apresentam quadro clínico leve e exame abdominal 
e ginecológico sem sinais de pelviperitonite.
A necessidade de hospitalização deve ser baseada 
em alguns critérios, como os da Ministério da Saúde:
 X Abscesso tubo-ovariano.
 X Gestação.
 X Estado geral grave, com náuseas, vômitos e febre.
 X Paciente que não conseguiu tolerar medicação 
por via oral em casa.
 X Ausência de resposta clínica após 72 horas do 
início do tratamento com ATB oral.
 X Dificuldade em exclusão de emergência cirúrgica 
(apendicite, gravidez ectópica).
11.1. MINISTÉRIO DA SAÚDE
 DIA A DIA MÉDICO  Mnemônico do Prof. 
Kitamura para tratamento: DIP é Coisa Do 
Mal! C de Ceftriaxona, D de Doxiciclina e 
M de Metronidazol. Para lembrar pra vida!
Doença inflamatória pélvica Cap. 4
131
Tabela 1. Tratamento da DIP.
TRATAMENTO 1 OPÇÃO 2 OPÇÃO 3 OPÇÃO
AMBULATORIAL
Ceftriaxona 500 mg, 
IM, dose única.
+
Doxiciclina*, 100 mg, 1 cp, 
VO, 2x ao dia, por 14 dias.
+
Metronidazol, 250mg, 2 cp, 
VO, 2x ao dia, por 14 dias.
Cefotaxima 500 mg, 
IM, dose única.
+
Doxiciclina*, 100 mg, 1 cp, 
VO, 2x ao dia, por 14 dias.
+
Metronidazol, 250 mg, 2 cp, 
VO, 2x ao dia, por 14 dias.
–
HOSPITALAR
Ceftriaxona 1 g, EV, 1x 
ao dia, por 14 dias.
+
Doxiciclina*, 100 mg, 1 cp, 
VO, 2x ao dia, por 14 dias.
+
Metronidazol, 400 
mg, EV, 2x ao dia.
Clindamicina 900 mg, EV, 
3x ao dia, por 14 dias.
+
Gentamicina, 3-5 mg/Kg/dia, 1x 
ao dia, IM ou EV, por 14 dias.
Ampicilina/Subactam 3 g, 
EV, de 6/6h, por 14 dias.
+
Doxiciclina*, 100 mg, 1 cp, 
VO, 2x ao dia, por 14 dias.
O uso parenteral deverá ser suspenso 24h após a cessação dos sintomas, e a 
continuação terapêutica antimicrobiana deve se estender até 14 dias.
Orientar sobre não usar bebidas alcoólicas durante e após o uso de 
metronidazol para evitar efeito dissuflan (antiabuse) símile.
* É contraindicada na gestação.
Fonte: PCDT IST 2020
A melhora clínica das pacientes com DIP deverá 
acontecer após 72 horas do início do ATB. Se hou-
ver piora do quadro, considerar outros exames de 
imagem, como ressonância nuclear magnética ou 
tomografia computadorizada axial, para diagnósti-
cos diferenciais ou complicações de DIP.
A cura é baseada no desaparecimento dos sinais 
e sintomas. Se a avaliação for feita com critérios 
bacteriológicos após trinta dias, 40% das mulhe-
res ainda persistem com a presença de um ou 
mais agentes bacterianos, de acordo com o estudo 
PEACH (Pelvic Inflammatory Disease Evaluation 
Clinical Health Trial). 
A paciente deverá retornar ao ambulatório para 
seguimento na primeira semana após a alta hospita-
lar, observando abstinência sexual até a cura clínica. 
11.2. TRATAMENTO CIRÚRGICO
 DIA A DIA MÉDICO  Mesmo com abscesso, 
a cirurgia não será a primeira opção!
Deve ser indicado em:
 X Falha do tratamento clínico.
 X Presença de massa pélvica (abscesso) que au-
menta, apesar do tratamento clínico.
 X Suspeita de rotura de abscesso tubo-ovariano.
 X Abscesso tubo-ovariano volumoso (alguns estu-
dos mostramvalores > 7 cm, mas não é a con-
duta do Ministério da Saúde).
Nos casos de abscesso sem melhora clínica, a 
drenagem pode ser realizada por laparoscopia, 
laparotomia ou pela radiologia intervencionista 
(guiada por USG ou TC).
Doença inflamatória pélvica Capítulo 4
132
11.3. TRATAMENTO EM PACIENTES 
COM DIU
a) Ministério da Saúde:
 X Não há necessidade de remoção do dispositivo, 
porém, caso exista indicação, a remoção não de-
ve ser anterior à instituição da antibioticoterapia, 
devendo ser realizada somente após duas doses 
do esquema terapêutico. Nesses casos, orientar 
a paciente sobre ouso de métodos de barreira 
(preservativo masculino e feminino, diafragma 
etc.). Não recomendar duchas vaginais. 
b) CDC (EUA):
 X Não precisa ser removido. Isso só deverá aconte-
cer caso a paciente não apresente melhora entre 
48 e 72 horas de tratamento. 
11.4. TRATAMENTO EM PACIENTES 
IMUNOCOMPROMETIDAS
Comportamento similar às pacientes com imunidade 
normal, apenas com a ressalva de que desenvolvem 
mais facilmente abscesso tubo-ovariano, mere-
cendo, portanto, maior cuidado, sem necessidade 
de internação.
12. SEGUIMENTO
 X As pacientes tratadas ambulatorialmente, ideal-
mente, deveriam ser reavaliadas em 72 horas.
 X Deve manter abstinência sexual até o fim do 
tratamento.
 X Devem ser colhidas sorologias para IST (com 
consentimento).
 X Parceiros sexuais dos últimos 60 dias devem ser 
avaliados e preferencialmente tratados para cla-
mídia e gonococo, sendo sintomáticos ou não. 
Recomenda-se ceftriaxona 500 mg IM associa-
da à azitromicina 1 g VO, ambas em dose única 
(Ministério da Saúde). 
 X Ministério da Saúde: Enfatizar o uso de métodos 
contraceptivos de barreira.
13. COMPLICAÇÕES
13.1. AGUDAS
 X Abscesso tubo-ovariano: é uma coleção de pus 
nos anexos que se desenvolve a partir de uma 
tentativa do organismo de conter uma salpingite. 
Pode surgir acompanhando uma infecção agu-
da ou crônica e há maior probabilidade de sua 
ocorrência se o quadro for tratado tardiamente 
ou de maneira incompleta. A pior complicação 
do abcesso é o seu rompimento e a ocorrência 
de um possível choque séptico.
 X Síndrome Fitz-Hugh-Curtis (fase aguda): corres-
ponde a uma peri-hepatite que causa dor no hi-
pocôndrio direito e pode resultar de salpingites 
agudas pelo gonococo ou clamídia.
 X A infecção pode se tornar crônica, caracteriza-
da por exacerbações e remissões intermitentes.
13.2. TARDIAS
13.2.1. INFERTILIDADE 
As tubas uterinas podem ter comprometimento 
anatômico e funcional após episódios de DIP. Uma 
das possíveis evoluções, além das aderências locais, 
seria a obstrução tubária bilateral. 
13.2.2. GESTAÇÃO ECTÓPICA 
Também justificada pelo comprometimento tubário. 
DIP prévia é o principal fator de risco para um pri-
meiro episódio de gestação ectópica. 
Doença inflamatória pélvica Cap. 4
133
13.2.3. DOR PÉLVICA CRÔNICA 
Surge em decorrência de aderências determinadas 
pelo processo infeccioso e inflamatório da DIP.
Pode ser acompanhada de dispareunia de profun-
didade. 
13.2.4. SÍNDROME DE FITZ-HUGH-CURTIS 
(FASE CRÔNICA) 
Aderências em “corda de violino” entre a superfície 
hepática e a parede abdominal anterior. 
Figura 4. Aderências em corda de violino.
Fonte: Autor.
13.2.5. HIDROSSALPINGE
Geralmente assintomática, corresponde à obstru-
ção das fímbrias e distensão tubária com líquido 
não purulento, podendo causar pressão pélvica, 
dor pélvica crônica, dispareunia e/ou infertilidade. 
Doença inflamatória pélvica Capítulo 4
134
Fluxograma 2 – Para o manejo clínico de DIP do ministério da saúde
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Doença inflamatória pélvica Cap. 4
135
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
(HOSPITAL	UNIMED	RIO	–	2018) A doença inflamatória pél-
vica (DIP) é uma síndrome que atinge inúmeras 
mulheres no mundo, podendo evoluir para quadros 
de infertilidade e gerando custos significativos para 
os sistemas de saúde. Em relação à DIP, entre as 
afirmativas abaixo, a única CORRETA é:
	⮦ Os principais critérios de diagnóstico são clíni-
cos (anamnese e exame físico).
	⮧ Para confirmar o diagnóstico e estabelecer o tra-
tamento são necessários hemograma e exame 
de imagem (ultrassonografia [USG], tomografia 
computadorizada [TC] ou ressonância magné-
tica [RM]).
	⮨ Se a mulher for usuária de dispositivo intrauteri-
no (DIU), é consenso estabelecer a sua retirada 
imediata.
	⮩ Os principais critérios que indicam hospitali-
zação são o diagnóstico incerto, a suspeita de 
abscesso tubo-ovariano, quadro clínico grave e 
ser usuária de DIU.
	 dificuldade:  
Alternativa	A:	CORRETA.	Em geral, o diagnós-
tico da DIP é CLÍNICO. Tradicionalmente, baseia-se 
na presença de três critérios MAIORES (dor abdomi-
nal infraumbilical ou dor pélvica, dor à palpação dos 
anexos, dor à mobilização do colo do útero) + um 
critério MENOR (febre, corrimento, massa pélvica, 
leucocitose, PCR ou velocidade de hemossedimen-
tação (VHS) elevadas, mais de 5 leucócitos p/c de 
imersão em secreção de endocérvice, comprovação 
laboratorial de infecção cervical por gonococo e cla-
mídia ou micoplasma), ou na presença de apenas um 
critério ELABORADO (evidência histopatológica de 
endometrite, abscesso tubo-ovariano ou em fundo 
de saco de Douglas em US ou RM, VLSC com evi-
dências de DIP).
Alternativa	B:	INCORRETA.	Para confirmar o diagnóstico, 
utiliza-se a regra descrita (3 maiores + 1 menor ou 1 
elaborado). Logo, hemograma e exame de imagem 
(USG, TC ou RM) não são necessários, caso outros 
critérios estejam presentes.
Alternativa	C:	INCORRETA.	De acordo com o CDC, no 
diagnóstico de DIP em uma paciente usuáriade DIU, 
o dispositivo não precisa ser retirado de rotina; porém, 
na ausência de melhora clínica em 48 a 72 horas de 
tratamento, é autorizada a sua retirada. Para o Minis-
tério da Saúde, a retirada do DIU em uma paciente 
com DIP também não deve ser feita de rotina, apenas 
se houver indicação. Nesse caso, a retirada do dis-
positivo só poderá ser realizada após administração 
das duas primeiras doses de antibiótico.
Alternativa	D:	INCORRETA.	Critérios para indicar hospi-
talização: emergências cirúrgicas; abscesso tubo-o-
variano; quadro grave; DIP em gestante, em pacien-
tes imunodeprimidas ou em pacientes em uso de 
imunossupressores; ausência de melhora com 72 
horas de tratamento ambulatorial; e baixa adesão 
ao tratamento.
Questão 2
(HOSPITAL	SÃO	LUCAS	DA	PUC/RS	–	2009) Em relação ao uso 
de dispositivo intrauterino (DIU) e ao surgimento de 
doença inflamatória pélvica (DIP), são apresentadas 
as assertivas a seguir:
I. A exposição a patógenos sexualmente transmis-
síveis é mais importante como determinante de 
DIP do que o uso do DIU.
Doença inflamatória pélvica Capítulo 4
136
II. O maior risco de surgimento de DIP ocorre nos 
primeiros dias após a inserção de DIU; a seguir, 
a frequência de DIP é a mesma da população 
em geral.
III. A única infecção pélvica inquestionavelmente 
relacionada ao uso de DIU é a actinomicose.
Qual é a alternativa CORRETA?
	⮦ Apenas I.
	⮧ Apenas II.
	⮨ Apenas III.
	⮩ I e III.
	⮪ I, II e III.
	 dificuldade:  
 Y Dica	do	autor: Questão sobre DIU versus DIP, 
assunto recorrente em provas. 
Assertiva	I:	VERDADEIRA.	O risco de desenvolver DIP 
será bem maior se a paciente se expuser diretamen-
te aos patógenos transmitidos por via sexual do que 
apenas ser portadora de um DIU. Mas o Ministério da 
Saúde afirma que o risco das pacientes com DIU em 
desenvolver a DIP é 3 a 5 vezes maior, considerando 
as pacientes COM CERVICITE. Já o CDC 2015 mostra 
que não há evidência consistente entre a utilização 
de DIU e a ocorrência de DIP.
Assertiva	II:	VERDADEIRA.	De acordo com o CDC, o ris-
co aumentado de DIP só existirá nas primeiras três 
semanas após a inserção do DIU, podendo refletir 
infecção preexistente de modo a favorecer a ascen-
são desses agentes patológicos.
Assertiva	III:	VERDADEIRA.	Em pacientes com DIU que 
apresentam DIP, devemos sempre pensar em infec-
ção por Actinomyces israelii.
 ✔ resposta:	⮪
Questão 3
(HOSPITAL	MEMORIAL	ARTHUR	RAMOS	–	2017) Aponte a alter-
nativa que NÃO é considerada uma característica 
da síndrome de Fitz-Hugh-Curtis.
	⮦ Causada pela Neisseria gonorroeae.
	⮧ É complicação grave de DST.
	⮨ O tratamento de escolha é metronidazol por 
via oral.
	⮩ As lesões são classicamente chamadas de “cor-
da de violino”.
	 dificuldade:  
 Y Dica	do	autor: A síndrome de Fitz-Hugh-Cur-
tis é uma complicação da DIP, causada por uma infec-
ção ascendente pelo trato genital, com ascensão de 
gonococo e clamídia pelo orifício interno do colo do 
útero, sendo capaz de alcançar a cavidade peritonial; 
caracteriza-se por abscessos na superfície hepática. 
A fase aguda dessa síndrome é marcada pela pre-
sença de exsudato purulento visível na cápsula de 
Glisson, ausência de aderências ou acometimento 
hepático. Já na fase crônica existirão caracteristica-
mente aderências em “corda de violino” entre a parede 
abdominal anterior e a superfície hepática. O quadro 
clínico da paciente é determinado por dor pleurítica 
à direita e dor em hipocôndrio direito.
Alternativa	A:	CORRETA.	Tanto a Chlamydia trachoma-
tis quanto a Neisseria gonorrhoeae podem causar 
essa síndrome.
Alternativa	B:	CORRETA.	É um quadro grave, indicando 
progressão de processo infeccioso que se iniciou no 
trato genital para outros órgãos, com repercussões 
importantes para a paciente, exigindo internação 
hospitalar.
Alternativa	C:	INCORRETA.	De acordo com o Ministé-
rio da Saúde, o tratamento ambulatorial da DIP com 
metronidazol + ceftriaxona + doxiciclina reserva-se 
aos quadros leves. Nessa situação, em que há uma 
provável peritonite, o tratamento deve ser hospita-
lar, com uso de cefoxitina (1 g, por via intravenosa, 
durante 14 dias) + doxiciclina (100 mg, por via oral, 
2 vezes/dia, durante 14 dias) e Metroniodazol (400 
mg, via intravenosa, de 12 em 12 horas).
Alternativa	D:	CORRETA.	Conforme citado acima.
Questão 4
(HOSPITAL	DAS	CLÍNICAS	DE	TERESÓPOLIS	COSTANTINO	OTTAVIANO	
–	2017) A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma 
infecção dos órgãos do trato reprodutivo superior. 
Sobre esta, podemos afirmar que:
Doença inflamatória pélvica Cap. 4
137
	⮦ Em mulheres imunossuprimidas, os sintomas 
da DIP são mais brandos.
	⮧ Em caso de abscesso tubo-ovariano, o tratamen-
to de escolha é sempre cirúrgico.
	⮨ Dor pélvica crônica, hidrossalpinge e infertilidade 
são complicações tardias da DIP.
	⮩ A quinta década de vida é o período mais comum 
de acometimento.
	⮪ Durante o período menstrual diminuem as chan-
ces de contaminação.
	 dificuldade:  
Alternativa	A:	INCORRETA.	Os sintomas de DIP 
em mulheres imunossuprimidas são os mesmos que 
em imunocompetentes. Mas há um risco maior de 
desenvolver abscessos tubo-ovarianos.
Alternativa	B:	INCORRETA.	O abscesso tubo-ovaria-
no corresponde à classificação estágio 3 de Monif 
e tem como conduta a internação hospitalar para 
antibioticoterapia parenteral. O abscesso só terá 
indicação cirúrgica se > 10 cm, falha de tratamento 
clínico ou aumentando em vigência dele, ou suspei-
ta de sua ruptura.
Alternativa	C:	CORRETA.	A alternativa cita três exemplos 
de complicações tardias. São exemplos de compli-
cações precoces da DIP: abscesso tubo-ovariano, 
fase aguda da síndrome de Fitz-Hugh-Curtis e morte.
Alternativa	D:	INCORRETA.	A DIP é uma infecção mais 
comum em mulheres jovens com atividade sexual 
sem proteção, sendo mais prevalente entre 15 e 25 
anos de idade. Aproximadamente 70% das pacien-
tes acometidas apresentam faixa etária inferior a 25 
anos; além disso, as adolescentes possuem risco três 
vezes maior de desenvolver DIP do que as pacientes 
acima de 25 anos.
Alternativa	E:	INCORRETA.	Durante o período mens-
trual, AUMENTAM as chances de contaminação, 
devido a inúmeros motivos, dentre eles: abertura do 
colo do útero, fluidez do muco cervical determinada 
pela ação estrogênica e sucção do conteúdo vaginal 
promovida pela contratilidade uterina, facilitando as-
censão de bactérias.
Questão 5
(INSTITUTO	DE	ASSISTÊNCIA	MÉDICA	AO	SERVIDOR	PÚBLICO	ESTADUAL	
– 2014) Em relação ao comprometimento da tuba ute-
rina em caso de infertilidade, pode-se afirmar que a 
doença inflamatória pélvica (DIP) leva à formação 
de aderências e ao comprometimento da fertiliza-
ção. Diante do exposto, assinale a alternativa que 
apresenta uma das causas da DIP.
	⮦ Clamidiose.
	⮧ Tabagismo.
	⮨ Herpes.
	⮩ Anticorpos antibeta-hCG.
	⮪ Obesidade.
	 dificuldade:  
 Y Resolução: Os principais agentes que cau-
sam DIP são Chlamydia trachomatis e Neisseria go-
norrhoeae.
 ✔ resposta:	⮦
Questão 6
(USP/RIBEIRÃO	PRETO	–	2020) Mulher 25 anos, nulípara, 
tabagista, última menstruação há 13 dias, procura 
serviço de urgência com queixa de dor em região 
inguinal esquerda e hipogástrio há 5 dias com piora 
significativa há 3h, associada a náusea, fraqueza e 
tontura. O exame clínico geral mostra regular esta-
do geral, descorada, FC = 100 bpm, PA = 105 x 65 
mmHg, T = 37,8°C. O abdome apresenta-se bastante 
sensível à palpação no andar inferior. Observa-se 
pequena quantidade de material vaginal amarelado 
sem odor característico. O toque vaginal é muito 
doloroso e não é possível fazer uma boa avaliação 
da região da pelve. Exames laboratoriais: 1) β-H-
CG: negativo; 2) hemograma: leucócitos = 10.500/
mL, Hb = 10,1 g/dL, Ht = 37%. A imagem mais re-
presentativa da ultrassonografia transvaginal está 
mostrada abaixo. A descrição dos achados prin-
cipais está na legenda da imagem. Com base nas 
informações descritas, assinale a alternativa que 
Doença inflamatória pélvica Capítulo 4
138
contemple o diagnóstico mais provávele a melhor 
opção terapêutica.
	⮦ Abscesso tubo-ovariano; antibiótico terapia en-
dovenosa hospitalar.
	⮧ Corpo lúteo hemorrágico; analgesia e observa-
ção hospitalar.
	⮨ Torção de ovário; laparoscopia com preserva-
ção do anexo.
	⮩ Tumor anexial provavelmente maligno; ooforec-
tomia e estadiamento.
	 dificuldade:  
 Y Dica	do	autor: O abdome agudo ginecológi-
co tem 3 principais etiologias: hemorrágico, sendo 
composto pela gravidez ectópica rota, cisto hemor-
rágico roto e endometrioma roto; inflamatório – ab-
cesso tubo ovariano; e isquêmico – torção de ovário 
e/ou tuba e degeneração de mioma. O mais predo-
minante de todos é o cisto hemorrágico, seguido de 
gravidez ectópica e abcesso tubo-ovariano. Muitas 
vezes, apenas o quadro clínico para diferenciá-los é 
difícil, sendo necessários exames de imagem como 
a USG transvaginal. 
Alternativa	A:	CORRETA.	Pacientes com DIP apresen-
tam risco para desenvolver abscesso tubo ovariano. 
Elas podem apresentar sintomas inespecíficos que 
dificultam o diagnóstico, mas em geral o quadro clí-
nico é composto por febre, dor abdominal à palpação 
superficial e profunda, corrimento purulento e toque 
vaginal doloroso. De acordo com a classificação de 
Monif, o tratamento ideal para a paciente do caso, 
que já apresenta sinais de peritonite, é antibioticote-
rapia hospitalar. 
Alternativa	B:	INCORRETA.	A maior causa de abdome 
agudo ginecológico é o cisto hemorrágico, sendo o 
mais comum o do corpo lúteo. Quadro clínico ge-
ralmente é inespecífico, apresentando dor leve pél-
vica de início abrupto ou não, após relação sexual, 
podendo ser acompanhada de sinais de tenesmo e 
massa pélvica, o que não é característico do quadro 
apresentado da paciente. 
Alternativa	C:	INCORRETA.	De difícil diagnóstico, pois, 
na maioria, o quadro clínico é inespecífico. Contudo, 
podem apresentar dor repentina, contínua e inespe-
cífica, localizada geralmente em região inguinal que 
pode se estender para flanco e hipogástrio. Podem 
ocorrer também náuseas e vômitos. A USG revela 
presença de ovário de aparência sólida, aumentado 
de volume, com estruturas císticas na periferia e 
edema no estroma. 
Alternativa	D:	INCORRETA.	É caracterizado por afecções 
que levam a um aumento do volume ovariano, como 
o cisto dermoide. O quadro clínico se caracteriza com 
dor abrupta em fossa ilíaca, podendo ser direita ou 
esquerda, de forte intensidade, com náuseas e vô-
mitos. O diagnóstico é feito com quadro clínico, e a 
USG que mostra aumento anexial, que não é o caso 
da USG apresentada pela paciente do caso. 
Questão 7
(USP/SP	–	2020) Paciente de 21 anos com dor abdomi-
nal em hipogástrio e fossas ilíacas há 2 dias, com 
piora progressiva e febre medida de 38°C. Ao exa-
me ginecológico apresenta conteúdo vaginal acin-
zentado e bolhoso; ao toque vaginal apresenta dor 
à mobilização do colo uterino e aumento anexial 
direito de difícil caracterização em decorrência da 
dor. Inicia tratamento com ceftriaxone intramuscular 
e doxiciclina oral. Qual é o agente antimicrobiano 
que deve ser associado?
	⮦ Metronidazol.
	⮧ Amoxicilina.
	⮨ Ciprofloxacino.
	⮩ Eritromicina.
	 dificuldade: 
 Y Dica	do	autor: Questão clássica que sempre 
aparece nas provas! Mulher com quadro de dor pél-
vica intensa, com sinais de irritação peritoneal (dor 
à palpação) e febre. Exame ginecológico evidencia 
Doença inflamatória pélvica Cap. 4
139
secreção anormal, dor à mobilização do colo uterino 
e dor intensa à palpação de anexos. Ninja, até que 
se prove o contrário, é DIP – Doença Inflamatória 
Pélvica, uma infecção do trato genital feminino su-
perior (que também pode ser apontada como IST 
em prova, então fique ligado!). O avaliador ajudou 
trazendo uma paciente com quadro sugestivo, mas 
não é assim que ocorre na prática; o diagnóstico é 
difícil e há discordâncias nos critérios diagnósticos 
brasileiros e americanos. Vamos analisar? 
Resolução:	Critérios do Ministério da Saúde – BR: (1) 
MAIORES – Dor no hipogástrio, Dor à palpação ane-
xial; Dor à mobilização do colo. (2) MENORES: Temp 
> 37,5 ou > 38,3; Conteúdo vaginal anormal; Massa 
pélvica; Mais que 5 leucócitos por campo em material 
de endocérvice; Leucocitose em sangue periférico; 
PCR ou VHS aumentados; Comprovação laboratorial 
de infecção. (3) ELABORADOS: Evidência histopato-
lógica de endometrite; Evidência de abcesso tubo-o-
variano; Laparoscopia com evidência de DIP. Agora, 
os critérios do CDC – EUA. Respira e revisa: (I) MÍ-
NIMOS: Dor à mobilização cervical, Dor à palpação 
uterina ou Dor à palpação anexial. (II) ADICIONAIS: 
Presença de clamídia ou gonococo cérvica, Corrimen-
to mucopurulento ou colo friável, Temp > 38,3, PCR 
aumentado, VHS aumentado, aumento de leucócitos 
na secreção vaginal. (III) ESPECÍFICOS: Biópsia com 
evidência de endometrite, Laparoscopia com acha-
dos de DIP (hiperemia e edema de tubas) e Imagem 
sugestiva (espessamento ou líquido nas tubas), ab-
cesso ou sinais de infecção. Quem chegou até aqui 
está pensando: os critérios são tão parecidos, qual a 
divergência? O limiar americano é mais baixo, afinal, 
o diagnóstico de DIP é confirmado com Dor pélvica 
sem outra causa mais provável mais um dos crité-
rios mínimos. De acordo com o MS, são necessários 
3 critérios maiores (a nossa paciente preenche) + 1 
menor ou 1 critério elaborado. A primeira opção de 
tratamento ambulatorial é: Ceftriaxona IM + Doxici-
clina VO + Metronidazol VO. 
 ✔ resposta:	⮦
Questão 8
(HOSPITAL	ISRAELITA	ALBERT	EINSTEIN	–	2020) Mulher de 25 
anos de idade vai ao pronto-socorro com dor pélvica 
intensa que se iniciou há 2 dias. Nega comorbidades. 
Utiliza, como método contraceptivo, preservativo 
masculino, embora faça uso irregular. Sua última 
menstruação ocorreu há 15 dias. Encontra-se em 
regular estado geral, febril (39 ºC), normotensa. Ao 
exame físico, observam-se sinais de irritação peri-
toneal em toda região pélvica. Há conteúdo vaginal 
aumentado, amarelado, de odor desagradável. Ao 
toque, não foi possível avaliar os órgãos pélvicos 
por intensa dor ao tentar palpar o útero. A ultrasso-
nografia pélvica mostra útero normal, ovário direito 
com imagem anecoica de 10 mm e ovário esquerdo 
normal. Com base nesses dados, suspeita-se de
	⮦ apendicite aguda.
	⮧ endometriose pélvica.
	⮨ gravidez ectópica íntegra.
	⮩ doença inflamatória pélvica aguda.
	⮪ abscesso tubovariano.
	 dificuldade: 
 Y Dica	do	autor: Mulher jovem com quadro 
de dor pélvica intensa (aguda), febril, com sinais de 
irritação peritoneal (intensa dor à palpação). Exame 
ginecológico evidencia conteúdo amarelado (puru-
lento?) e com odor desagradável, além de imagem 
anecoica em ovário esquerdo. Pergunta direta e 
objetiva: qual a suspeita? Ninja, até que se prove o 
contrário, é DIP – Doença Inflamatória Pélvica, uma 
Infecção do trato genital feminino superior (que tam-
bém pode ser apontada como IST em prova). Apesar 
de a nossa paciente ter um quadro bem clássico, 
não é assim que ocorre na prática; o diagnóstico é 
difícil e há discordâncias nos critérios diagnósticos 
brasileiros e americanos. Vamos analisar? 
Resolução:	Critérios do MS: (1) MAIORES – Dor no 
hipogástrio, Dor à palpação anexial; Dor à mobiliza-
ção do colo. (2) MENORES: Temp > 37,5 ou > 38,3; 
Conteúdo vaginal anormal; Massa pélvica; Mais que 
5 leucócitos por campo em material de endocérvice; 
Leucocitose em sangue periférico; PCR ou VHS au-
mentados; Comprovação laboratorial de infecção. (3) 
ELABORADOS: Evidência histopatológica de endo-
metrite; Evidência de abcesso tubo-ovariano; Lapa-
roscopia com evidência de DIP. Agora, os critérios 
do CDC – EUA. Respira e revisa: (I) MÍNIMOS: Dor 
à mobilização cervical, Dor à palpação uterina ou 
Dor à palpação anexial. (II) ADICIONAIS: Presença 
Doença inflamatória pélvica Capítulo 4
140
de clamídia ou gonococo cervica, Corrimento mu-
copurulento ou colo friável, Temp > 38,3, PCR au-
mentado, VHS aumentado, aumento de leucócitos 
na secreção vaginal. (III) ESPECÍFICOS: Biópsia com 
evidência de endometrite, Laparoscopiacom acha-
dos de DIP (hiperemia e edema de tubas) e Imagem 
sugestiva (espessamento ou líquido nas tubas), ab-
cesso ou sinais de infecção. Quem chegou até aqui 
está pensando: os critérios são tão parecidos, qual a 
divergência? O limiar americano é mais baixo, afinal, 
o diagnóstico de DIP é confirmado com Dor pélvica 
sem outra causa mais provável mais um dos critérios 
mínimos. De acordo com o MS, são necessários 3 
critérios maiores + 1 menor ou 1 critério elaborado. 
 ✔ resposta:	⮩
Questão 9
(SANTA	CASA	DE	MISERICÓRDIA	DE	SÃO	PAULO	–	2020) Assinale 
a alternativa que apresenta os agentes que são 
considerados como agentes primários na doença 
inflamatória pélvica.
	⮦ Gardnerella vaginalis e Mobiluncus
	⮧ micoplasma e Gardnerella
	⮨ clamídia e gonococo
	⮩ HIV e trichomonas
	⮪ bacteroides e Clostridium
	 dificuldade: 
 Y Dica	do	autor: Questão clássica de Doença 
Inflamatória Pélvica merece um resuminho, não acha? 
A DIP é uma infecção do trato genital feminino supe-
rior envolvendo útero, tubas e ovários. Pode afetar 
também peritônio e órgãos abdominais adjacentes. 
Resolução:	Para fins de prova, geralmente será consi-
derada uma IST, causada pela Neisseria gonorrhoeae 
e Chlamydia trachomatis. Atente-se para os critérios 
clínicos diagnósticos: dor à mobilização do colo ute-
rino, dor à palpação anexial e dor em hipogástrio. A 
antibioticoterapia deverá ser iniciada o mais rápido 
possível e deve obrigatoriamente ser efetiva contra 
gonococo e clamídia. Você deve saber avaliar se a 
paciente deve ser tratada ambulatorialmente ou se 
deve ser internada: o tratamento aplica-se a mulheres 
que apresentam quadro clínico leve e exame avdo-
minal e ginecológico sem sinais de pelviperitonite. 
 ✔ resposta:	⮨
Questão 10
(SECRETARIA	ESTADUAL	DE	SAÚDE	DE	PERNAMBUCO	–	2018) Em seu 
plantão de emergência, uma mulher de 20 anos foi 
trazida com queixa de dor pélvica há uma semana, 
associada à febre medida de 38,5º C. G2 P2 A0. Ao 
ser examinada, apresentou dor à palpação no hipo-
gástrico, a mobilização do colo e ao exame da região 
anexial, no entanto o sinal de Blumberg foi negativo. 
Traz avaliação ultrassonográfica que não demons-
trou achados patológicos significativos. Beta-HCG 
negativo e discreta leucocitose no hemograma. De 
acordo com o quadro acima, assinale a alternativa 
que indica a melhor classificação e conduta
	⮦ DIPA estágio I, tratamento ambulatorial
	⮧ DIPA estágio IV, tratamento cirúrgico
	⮨ DIPA estágio II, tratamento hospitalar
	⮩ DIPA estágio V, tratamento ambulatorial
	⮪ DIPA estágio III, tratamento hospitalar
	 dificuldade:  
 Y Dica	do	autor: Dor em baixo-ventre, à mobi-
lização de colo e anexos (os três critérios maiores de 
DIP presentes), com febre e leucocitose (dois critérios 
menores, sendo que um bastaria) dá o diagnóstico 
de DIP. Não há sinais de peritonite (descompressão 
brusca negativa). 
Resolução:	Estadiamento	clínico-laparoscópico	da DIP: 
I (ausência de peritonite), II (peritonite), III (oclusão 
tubária ou abscesso tubo-ovariano) e IV (abscesso 
tubo-ovariano roto). Estádio I permite tratamento am-
bulatorial, enquanto do II em diante (pela presença 
de peritonite) indica-se internação hospitalar. 
 ✔ resposta:	⮦

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