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@eu.lusantos | 1 Semiologia I – @eu.lusantos Semiologia da Pele e Fâneros • será colocada no exame físico da cabeça e pescoço. • A avaliação da pele é importante, pois é um órgão de proteção (raios solares, proteção externa). Pele 1) Coloração Palidez: pode ser generalizada (anemia aguda) ou localizada (membro – problema vascular, como uma trombose, que pode levar a necrose do membro afetado). Eritrose: pele avermelhada e pode ser generalizada ou localizada, ela indica, por exemplo, um sinal de inflamação ou insolação (queimadura de 1°). Cianose: central, periférica ou mista, a pele se encontra azulada nas suas extremidades (pontas dos dedos, ponta do nariz, lábios ou orelhas). É causada por uma oxigenação deficiente, geralmente, associada a um distúrbio da hemoglobina ou respiratório. • Perfusão capilar periférica anormal nos casos de cianose (retorno >2 segs.). Icterícia: pele com coloração amarelada devido a um distúrbio no metabolismo da bilirrubina, pode ser uma causa hepática ou extra-hepática, como obstrução das vias biliares. No quadro inicial é mais comum notar alteração nas mucosas, pois a impregnação na pele só ocorre quando a bilirrubina sérica ultrapassa 2 mg/dl. Essa impregnação na pele causa prurido e o ato de coçar pode levar a um quadro de infeção bacteriana. Betacarotenemia: impregnação de betacaroteno adquirido por meio da dieta, devido ao consumo exagerado de alimentos como o mamão e a cenoura. Albinismo: falta da melanina, pode ser ocular (cor da íris é diferente) ou óculo-cutâneo (afeta os olhos e a pele). Bronzeamento: natural com a luz solar ou artificial. • Há doenças em que o paciente aparenta estar bronzeado, porém a coloração da pele tem causa patológica, como a doença de Addison (distúrbio na suprarrenal) e a hemocromatose (distúrbio a nível de hemoglobina). @eu.lusantos | 2 Figura: Doença de Addison. Dermografismo ou urticária factícia: a pele do individuo parece estar arranhada, porém a pele do paciente é hipersensível e qualquer objeto que entre em contato causa esse aspecto. Provoca uma sensação pruriginosa. Fenômeno de Reynald: doença autoimune associada a doenças reumatológicas como lúpus eritematoso sistêmico e a esclerodermia, além de patologias hematológicas, como a policipneia. Se caracteriza por uma palidez súbita, em que a mão fica extremamente branca e após vai retornando ao normal, a causa é desconhecida. 2) Integridade ou Continuidade Rupturas na pele que vão abrir um caminho para infecção por microorganismos. Tipos de lesões, são: • Erosão • Ulceração • Fissura (pés extremamente ressecados). 3) Umidade • É preciso realizar a palpação. • Pele seca: comum em idosos. • Pele sudoreica: paciente em choque, patologias no gânglio simpático. 4) Textura • Lisa/fina: pacientes idosos ou hipertireoidismo. • Áspera: trab. de atividades rudes ou mixedema (associado ao hipotireoidismo). • Enrugada: idosos, perda ponderal acentuada ou pacientes que estavam com um quadro prévio de edema. 5) Espessura Palpação bidigital que permite sentir a pele e epiderme. • Normal • Atrófica: idosos e prematuros. • Hipertrófica: trabalhos expostos ao sol, pct com esclerodermia (doença autoimune que afeta a matriz do colágeno e faz com que a pele apresente maior espessura). 6) Temperatura Tocar o paciente com o dorso da mão e comparar com o lado contralateral. • Normal • Aumentada: generalizada (febre) ou segmentada (quadro inflamatório). @eu.lusantos | 3 • Diminuída: generalizada (hipotermia) ou segmentar (isquemia – se um segmento está pálido e com temperatura reduzida significa que aquele membro sofre com perfusão insuficiente). 7) Elasticidade e Mobilidade Palpação bidigital, fazendo um movimento de pinça na pele do paciente, através disso avaliamos a elasticidade, espessura e turgor. Elasticidade: • Normal • Hiperelástica: síndrome de erídanos (defeito na síntese do colágeno, pele e articulações elásticas). • Hipoelastica: após a palpação a pele retorna com dificuldade, comum em pct idoso, desnutrido ou desidratado. Mobilidade: • Normal • Diminuída: esclerodermia, filariose e neoplasias. • Aumentada: idosos. Figura: Paciente com esclerodermia. Cicatrizes: • Cicatriz hipertrófica: respeita os limites da ferida. • Queloide: há pessoas que são mais suscetíveis (pct negros), não há tratamento eficaz e qualquer ferimento apresenta esse distúrbio. 8) Turgor Avalia mais o tecido subcutâneo. • Normal: pele retorna rapidamente. • Diminuído: pele demora a retornar, comum no pct desidratado. 9) Sensibilidade Tátil: • Hipoestesia: sensibilidade reduzida. • Anestesia: ausência de sensibilidade. Dor: • Hipoalgesia e analgesia (sem dor). • Hiperalgesia (dor intensa ao toque). Testagem para sensibilidade: • Térmica: 2 pipetas, um com água fria e outra quente. • Neurológica: com o paciente de olhos fechados o médico toca as regiões do corpo. • Tátil: utiliza um algodão ou gaze. • Dolorosa: estilete rombo (usar a tampa da caneta). @eu.lusantos | 4 10) Lesões Elementares O ideal é utilizar lupa, mas existe um instrumento especifico, o dermatoscópio. Sinal de Nikolsky: quando a lesão começa a descamar a pele, indica uma doença em atividade (pênfigo e eritema multiforme – doenças autoimunes). Sinal de Auspitz: quando se faz uma digito- pressão (dedo ou lâmina de vidro) sobre a lesão ela começa a sangrar, ou seja, ocorrem sulfusões hemorrágicas. É um sinal comum na psoríase. O que é preciso avaliar diante de uma lesão elementar de pele? Diante da presença de mancha ou mácula: a. Pigmentação: • Hipocrômicas: pouca melanina, são esbranquiçadas. Ex.: hanseníase. • Acrômicas: sem melanina. Ex.: vitiligo. • Hipercrômicas: lesões escurecidas com excesso de melanina (nevo tuberoso, pelagra e Melasma). Ex.: melanoma. • Pigmentação externa: nitrato de prata e tatuagem. b. Aspectos vasculares: Telangiectasias: lesões venocapilares/aranhas vasculares/nevo vascular congênito (lesão vermelha puntiforme benigna). Comum em pct com varizes, mancha mongólica (neonato, desaparece com o tempo) e hemangiomas (tumor benigno, aglomeração de vasos sanguíneos sob a pele, causa manchas arroxeadas – manchas vinho do porto). @eu.lusantos | 5 Figuras: telangiectasia – hemangioma – mancha mongólica. Mancha eritematosa: manchas avermelhadas, comum na doença exantemática (sarampo, rubéola, etc.), escarlatina e a sífilis secundaria. c. Sufusões hemorrágicas: São lesões de vaso sanguíneo causada por alguma patologia ou trauma. São elas: • Petéquias (<1 cm) • Víbice (comprimento maior que a largura) • Equimose (>1 cm) • Angioma • Púrpura (mais comum em crianças) • Hematoma Qual é a diferença desse quadro para um hemangioma? O hemangioma é congênito e não desaparece da pele do paciente, já as sufusões hemorrágicas somem com o tempo. d. Deposição pigmentar: • Hemossiderina (aspecto bronzeamento) • Bilirrubina • Corpo estranho (tatuagem) • Pigmento carotênico ou metálico (prata/bismuto) Elevações edematosas: Pápulas: são formações sólidas elevadas que podem estar preenchidas por pus ou serem apenas um edema de pele. Elas podem ser classificadas quanto a sua: • Forma: puntiformes, planas ou acuminadas. • Disposição: isoladas ou coalescentes. • Cor: rósea, castanhas, arroxeadas, violáceas, azuladas ou enegrecidas. • Causa: picada de inseto, verruga, leishmaniose, molusco contagioso. • O conjunto de pápulas gera placas (psoríase ou urticaria - placas urticaritosas). Tubérculo: • Mole ou filme. • Eritematoso, acastanhado ou arroxeado.• Muito associado ao processo de queloide (podemos escrever lesão queiloidiana ou do tipo tubérculo). • Outras causas: sífilis terciaria, tuberculose, sarcoidose, esporotricose e hanseníase. @eu.lusantos | 6 Nódulos/Nodosidade/Goma: • Consistência: Firme, elástico ou mole. • Isolado ou agrupado. • Apresenta dor (ao toque ou espontânea). • Coloração (eritematoso ou arroxeado). Obs.: verruga vulgar é da cor da pele do paciente e causada por vírus da família Herpes. Vegetações: • Saliente, lobular, filiforme ou couve-flor. • Ex.: condiloma acuminado, é característico do herpes genital (IST). Coleções líquidas: Vesícula/bolha: • Vesícula (<1 cm): varicela, pênfigo, foliáceo, queimadura e impetigo por estreptococo. • Bolha (>1 cm): pênfigo, foliáceo, queimadura (2°) ou atopia medicamentosa. Atenção: nunca estourar, pois a pele tem a quebra da sua continuidade, mas a presença dessa estrutura mante a pele protegida do meio externo. Mantem a bolha até que não haja necessidade de desbridamento. Pústulas: preenchidas por material purulento. • Varicela, herpes zoster, queimaduras, piodermite e foliculite. Herpes zoster: O vírus da varicela fica adormecido no corno posterior da medula espinhal, após um tempo devido uma queda na imunidade do individuo há um quadro chamado Herpes zoster. Essa doença afeta a área da pele do dermátomo associado a região que o vírus estava adormecido. Abcesso: fica localizado abaixo da epiderme, ocorre o acumulo de produtos da degradação de um processo inflamatório. É preciso realizar a drenagem (bisturi frio) com antibioticoterapia. • Classificado em: dermo, hipodérmico ou subcutâneo. @eu.lusantos | 7 Hematoma: acumulo de sangue abaixo da pele. De inicio a cor é arroxeada e com o tempo fica amarelado. Há casos em que o acumulo de sangue é tão intenso que pode evoluir para um abcesso. Síndrome compartimental: a presença desse sangue nos compartimentos que não podem sofrer expansão (como a panturrilha, coxa e membros superiores) aumenta a pressão no local, podendo danificar as estruturas. O tratamento é cirúrgico, através do corte na fáscia muscular, a fim de permitir a expansão. . Alterações na espessura: Queratose: acumulo de queratina na pele. • Ictiose: congênita. • Queratose plantar: localizada. Espessamento/infiltração: aumento da espessura e consistência, lesões depressíveis, apagamento dos sulcos e limites imprecisos. Ex.: hanseníase. Liquenificação: acentuação das estrias (linhas de força), presente no eczema liquenificado e no líquen simples crônico. Esclerose: pele aderente aos planos profundos, é expressa e tem apagamento dos sulcos. Ex.: esclerodermia. Atrofia: pele fina, lisa, translucida e pregueada e pode ser fisiológica (atrofia senil) ou adquirida (estrias atróficas). • As estrias ocorrem quando a pele foi expandida e de repente volta para o lugar, mas a pele não acompanha e manifesta as lesões de aspecto de pregas. @eu.lusantos | 8 Perdas teciduais: Escamas: lâmina epidérmicas que se desprendem. • Descamação - Furfuráceas, laminares ou foliácea. • Causas - caspas ou queimaduras. Erosão: perda da epiderme, pode ser traumática ou não (leishmaniose). Ulcera: lesão que acomete a derme. • Possui bordo elevado com fundo limpo ou sujo e gera uma cicatriz. • Leishmaniose, lesão maligna, ulcera de pressão. Crosta: ressecamento de secreção em uma área lesionada previamente. • Comum nos casos de pênfigo foliáceo, eczema, lesões herpéticas. Escara/úlcera de pressão: tecido necrosado separado do tecido sadio por um sulco. • Lesão enegrecida = necrose. É preciso realizar o desbridamento do tecido necrosado. Reparação tecidual: cicatriz (falado anteriormente). Fâneros 1) Cabelo: O que observar no cabelo do paciente? • Implantação e distribuição. • Escala de tuner (implantação dos pelos – puberdade). • Quantidade do cabelo e brilho. • Doenças que provocam queda capilar: COVID-19, hipotireoidismo. • Alopecia: ausência de cabelo no couro cabeludo, pode ser: − Areata (localizada). − Androgenética (total, é mais comuns em homens). 2) Pelos: Hipertricose: excesso de pelo em regiões não habituais. @eu.lusantos | 9 Hirsutismo: excesso de pelo nas mulheres, comum em casos de síndrome dos ovários policísticos. Virilização: mulheres que fazem uso de anabolizantes. Queda dos pelos: comum em algumas doenças como a hanseníase, ocorre a madarose (queda dos cílios). 3) Unhas: • Tipos de implantação. • Coloração: palidez e cianose. • Avaliar a consistência, brilho e superfície. Leuconiquia: estria branca na unha, geralmente causada por traumas. Unhas encravadas: associadas ao corte inadequado e ocorre nos pés ou nas mãos quando a unha penetra no tecido e gera um processo inflamatório. Em alguns casos apenas a cantoplastia (reformatação do canto da unha) não é suficiente e se faz necessário retirar a unha para que ela cresça no formato adequado. Onicofagia: habito de roer as unhas. Hipocratismo digital: unha em forma de colher, geralmente associado a uma patologia pulmonar que provoca uma oxigenação inadequada. Onicólise – doença de Plummer: bócio tóxico nodular associado ao hipertireoidismo. É o descolamento da lâmina do leito ungueal. Unhas distróficas: formato irregular. Onicomicoses: é preciso até prescrever um esmalte antifúngico. Referência: Semiologia Médica - Celmo Celeno Porto - 7ª Edição. 2013. Editora Guanabara Koogan.
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