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Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 Exame Dermatologico Anamnese: Perguntas gerais: Há quanto tempo está presente? Qual sua evolução? Como começou? Qual era sua aparência inicial? Existem lesões em outras partes do corpo? O que afeta as lesões? (fatores de melhora e piora, sazonalidade, trabalho, sol, período menstrual, uso de medicações...) De onde você vem? Fez viagens recentes? Sintomas: Coça? Dói? É sensível? Queima? Sintomas associados: Febre, faringite... Alguns pontos são muito importantes de serem discutidos, tais quais: IDADE Neonato: Muito comuns os nevos e angiomas e, como exemplos de doenças hereditárias de exteriorização precoce, as ictioses e as epidermólises bolhosas. Crianças maiores: estrófulo, determinado por hipersensibilidade a picadas de inseto, e a dermatite atópica, que se inicia a partir dos dois meses de idade. São ainda freqüentes as infecções bacterianas, como o impetigo, e as infecções fúngicas, particularmente as micoses superficiais e as infecções virais, como o molusco contagioso, e as infecções parasitárias, como a larva migrans Adolescência: acne e infecções fúngicas. Adultos: dermatofitoses, eczemas e tumores cutâneos Idosos: eczema asteatósico, dano actínico e tumores cutâneos SEXO Masculino: Ictiose ligada ao sexo e disqueratose congênita (genodermatoses ligadas ao cromossomo X) Feminino: hipoplasia dérmica focal, LES e poliarterite nodosa. RAÇA Caucasianos: doenças relacionadas à exposição solar, fotossensibilidades, dano actínico crônico, carcinomas baso e espinocelulares Negros: quelóides e a dermatose papulosa nigra. PROFISSÃO Lavradores: dermatoses relacionadas à exposição crônica aos raios ultravioleta, queratoses actínicas, carcinomas baso e espinocelulares, paracoccidioidomicose e a cromomicose. Trabalhadores de indústrias: Dermatites eczematosas de contato alérgicas ou por irritação primária. PROCEDÊNCIA Lobomicose e a leishmaniose difusa anérgica somente ocorrem na Amazônia O que se avalia no exame? Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 CIUTETE MTSL: Coloração, Integridade, Umidade, Textura, Espessura, Temperatura, Elasticidade, Mobilidade, Turgor, Sensibilidade e Lesões elementares LESÕES ELEMENTARES Devem ser caracterizadas através da inspeção, palpação, dígito ou vitropressão e compressão. • Inspeção: Sempre em ambiente bem iluminado, inicialmente a uma distância de 1 a 2 metros e depois com lupa, se necessário • Palpação: permite a verificação da consistência das lesões por meio do pinçamento digital, possibilitando a análise da espessura e da consistência das lesões, se espessadas ou não, se da consistência normal da pele ou se amolecidas ou endurecidas, e quando endurecidas, em que grau, infiltradas, lenhosas ou pétreas. • Digitopressão: Pressionando-se a lesão cutânea com os dedos expulsa-se o sangue por esvaziamento dos vasos da área pressionada. Esta manobra permite a distinção entre o eritema, o qual desaparece quando há pressão, e as púrpuras, nas quais, como houve extravasamento de hemácias, não há desaparecimento da coloração avermelhada, pois as hemácias extravasadas permanecem no tecido comprimido • Compressão: Permite confirmar a presença de edema pela depressão que provoca. A compressão linear da pele com objeto rombo permite verificar a presença de dermografismo, ou seja, uma resposta exagerada da pele caracterizada pelo aparecimento de eritema e edema persistentes ao longo da área linearmente pressionada TERMOS DESIGNATIVOS (MORFOLOGIA): As lesões pequenas arredondadas e ovaladas podem receber o nome de gutata (forma de gotas), numulares (forma de moeda) ou discoides (forma de disco). O formato anular (em anel) refere-se a lesões que se expandem perifericamente, deixando a pele no centro com aspecto normal. Quando parte do círculo clareia, utiliza-se o termo circinado ou arciforme (em arco). Quando vários semicírculos se unem formando uma única lesão, ela é denominada policíclica. A lesão irisada ou em íris (com círculos concêntricos) forma o típico aspecto em alvo, e a lesão geográfica é a que possui contornos irregulares simulando um mapa. Diz-se reticular quando pele sã e pele com lesões são entremeadas, simulando uma rede ou renda (o exemplo típico é o livedo reticular). As bordas podem ser regulares ou irregulares. DISTRIBUIÇÃO • Localizada: Erupção em uma ou algumas regiões • Disseminada: Erupção com lesões individuais em várias regiões do corpo • Generalizada: Erupção difusa e uniforme, atingindo várias regiões cutâneas • Universal: Comprometimento total da pele, incluindo o couro cabeludo As lesões elementares podem ser divididas em primárias ou secundárias. As lesões primárias são as que ocorrem na pele que previamente não havia lesões, enquanto as secundárias são as decorrentes de alterações nas lesões primárias. Por exemplo: em um paciente com varicela, a lesão primária é a vesícula. A crosta, que aparece pelo ressecamento do conteúdo da vesícula, e as máculas hiper ou hipocrômicas residuais são secundárias. 1) ALTERAÇÕES DA COR São alterações circunscritas da cor da pele sem qualquer alteração da espessura ou textura, representadas pela mancha (>1 cm) e mácula (<1cm) MANCHAS VASCULOSSANGUINEAS: ERITEMA: Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 Eritema (na pele) e enantema (nas mucosas) são caracterizados pela cor avermelhada, mais ou menos intensa, em decorrência de afluxo maior de sangue arterial, decorrente da vasodilatação e, portanto, desaparece a digitopressão. • Exantema: Eritema em áreas extensas: o Morbiliforme: Maculopapulas avermelhadas, entre as manchas eritematosas disseminadas pela pele, existem, entremeadas, áreas de pele normal. o Rubeoliforme: Semelhante ao morbiliforme, porém róseo, com lesões menores e menos pápulas. o Urticariforme: Erupção papulo eritematosa de contornos irregulares, com placas mais perceptíveis, róseas ou avermelhadas o Escarlatiniforme (escarlatina): Eritema difuso, puntiforme, vermelho vivo, quando as manchas eritematosas confluem e a pele apresenta-se difusa e uniformemente eritematosa. • Cianose: Eritema arroxeado, por congestão passiva ou venosa com diminuição de temperatura, decorrente da baixa hemoglobina. • Rubor: é o eritema vermelho vivo por vasocongestão ativa ou arterial com aumento de temperatura. Decorre de aumento da oxiemoglobina. • Eritema figurado: mancha eritematosa, de bordas bem definidas, às vezes ligeiramente elevada, de forma e tamanhos variáveis (Figura 2). • Eritrodermia: presença de eritema generalizado crônico e persistente acompanhado de descamação (Figura 3). • Mancha angiomatosa: mancha de cor vermelha permanente, decorrente não de vasodilatação, mas de aumento do número de capilares em determinada área. Por não ser decorrente de vasodilatação exige, para seu esmaecimento, forte dígito ou vitropressão. • Mancha anêmica: Mancha branca permanente por diminuição ou ausência de vasos sanguíneos. Consiste de área clara na pele, geralmente bem delimitada, decorrente de hipogenesia vascular ou hiperreatividade local às aminas vasoconstritoras. Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 PÚRPURA Não desaparece a digitopressão, e ocorre por extravasamento de hemácias na derme. Assume inicialmente coloração arroxeada e, depois, verde- amarelada. Podem ser classificadas em: • Petéquias (<1cm) • Equimoses (>1 cm) • Víbices: Purpuras lineares TELANGECTASIAS Dilatação vascular capilar (de artérias ou veias de pequeno calibre - menor que 2mm) permanente na derme superficial, constituindo lesão linear, sinuosa, estelar ou puntiforme. MANCHAS PIGMENTARES Também designadas manchas discrômicas, resultam de diminuição ou aumento da melanina ou do depósito de outras substâncias na derme. MANCHAS LEUCODÉRMICAS: manchas brancas decorrentes de diminuição ou ausência de melanina na epiderme. • Acrômicas (ausência)• Hipocrômicas (diminuição) Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 MANCHAS HIPERPIGMENTARES/HIPERCRÔMICAS: manchas em que há intensificação da cor da pele por aumento de melanina ou de outros pigmentos. As lesões decorrentes de aumento da melanina na epiderme tendem a apresentar coloração castanha e as lesões decorrentes da presença de melanina na derme tendem a colorações mais azuladas. A presença de outros pigmentos, que não a melanina, também determina manchas pigmentares. É o caso da hemossiderina, que produz manchas acastanhadas, da bilirrubina, que produz coloração amarelada da pele (icterícia), e do caroteno, que produz coloração amarelada, especialmente das regiões palmo-plantares (carotenodermia). Agentes utilizados via sistêmica, ouro, prata, quinacrina, amiodarona, bismuto e minociclina podem, por vários mecanismos, produzir manchas pigmentares na pele. 2) ELEVAÇÕES EDEMATOSAS São elevações circunscritas da pele provocadas por edema da derme ou hipoderme. URTICA: é uma elevação da pele de cor vermelha ou branca-rósea, de tamanho e formas variáveis, de duração rápida e muito pruriginosa decorrente da acentuada vasodilatação (cor vermelha) que propicia o extravasamento de líquido, surgindo edema que comprime os vasos dilatados diminuindo a vasodilatação (cor branca-rosada) e que é absorvido em horas (lesão efêmera). EDEMA ANGIONEURÓTICO: uma área de edema circunscrito que causa tumefação intensa. Envolve o mesmo processo que gera as urticas, mas, neste caso, os fenômenos de vasodilatação e edema ocorrem na derme profunda ou hipoderme, enquanto, na urtica, os fenômenos ocorrem na derme superior e média. O angiodema atinge especialmente as áreas de tecidos frouxos, face (particularmente região orbitária) lábios e regiões genitais. Pode ocorrer nas vias aéreas superiores, existindo nesta localização o risco de asfixia 3) FORMAÇÕES SÓLIDAS Há alteração do relevo cutâneo, surgindo elevações de conteúdo sólido. PÁPULA (<1cm): Decorre de alterações epidérmicas, dérmicas ou dermo-epidérmicas PLACA (>1cm de extensão geralmente de superfície plana): A superfície da placa pode ser também descamativa, crostosa, queratinizada ou macerada. Pode ser constituída pela confluência de várias pápulas (placa papulosa). NÓDULO (1-3 cm): Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 TUMOR (>3cm) GOMA: Nódulo ou nodosidade que sofre liquefação na porção central, podendo ulcerar e eliminar material necrótico. VEGETAÇÃO: lesão sólida, exofítica, pedunculada ou com aspecto de couve-flor, facilmente sangrante, conseqüente à papilomatose (aumento das papilas dérmicas) e acantose (aumento da camada malpighiana da epiderme) VERRUCOSIDADE: lesão sólida, elevada, de superfície dura, inelástica e de cor amarelada, conseqüente à hiperqueratose (aumento da camada córnea da epiderme). 4) COLEÇÕES LÍQUIDAS VESÍCULA (até 1cm) BOLHA/FLICTENA (>1cm) PÚSTULA (até 1 cm): Secreção purulenta em seu interior ABCESSO (>1cm): Secreção purulenta em seu interior CISTO: Cavidade revestida por epitélio, cujo conteúdo varia de líquido a pastoso. São tumores benignos relativamente comuns, derivados de anexos cutâneos, encontrados especialmente no couro cabeludo e no tórax. São geralmente solitários ou aparecem em pequeno número HEMATOMA: Decorrente do acúmulo de sangue na pele e tecidos subjacentes. Inicialmente, tem cor avermelhada e, evolutivamente, torna-se arroxeada e, posteriormente, verde-amarelada. Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 5) ALTERAÇÕES DE ESPESSURA QUERATOSE: aumento da espessura da pele, que se torna dura, inelástica, de superfície áspera e cor amarelada. É conseqüente a aumento da espessura da camada córnea da epiderme LIQUENIFICAÇÃO: espessamento da pele com acentuação dos sulcos e da cor normal da pele, configurando um aspecto quadriculado da superfície cutânea. Decorre de aumento da espessura da camada malpighiana da epiderme, isto é, acantose EDEMA: aumento da espessura da pele, depressível, decorrente da presença de plasma na derme ou hipoderme. INFILTRAÇÃO: aumento da espessura e consistência da pele, com limites imprecisos, tornando os sulcos normais menos evidentes. A vitropressão confere coloração café com leite. Resulta de infiltrado celular inflamatório ou neoplásico na derme, às vezes, acompanhado de vasodilatação e edema. ESCLEROSE: a alteração de espessura da pele que se torna coriácea e impregueável quando se a pinça com os dedos. Pode acompanhar-se de hipo ou hipercromia e decorre da presença de fibrose com aumento do colágeno dérmico. ATROFIA: conseqüente à redução do número e do volume dos constituintes normais da pele. Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 6) PERDAS E REPARAÇÕES TECIDUAIS ESCAMAS: são massas furfuráceas (pulverulentas) ou micáceas (laminares) que se desprendem da superfície cutânea. EROSÕES OU EXULCERAÇÕES: soluções de continuidade superficiais da pele, compreendendo exclusivamente a epiderme (quando há reparo, será completo) e derme (exulceração) ESCORIAÇÕES: erosões lineares de origem traumática, em geral, resultantes de coçagem freqüente nas condições pruriginosas da pele. ULCERAÇÃO: solução de continuidade mais profunda da pele por perda circunscrita de epiderme e derme podendo atingir a hipoderme e até tecidos mais profundos. (se houver reparo, haverá lesão cicatricial) FISSURA OU RAGADIA: Fenda linear, estreita e profunda na pele. Ocorre com frequência no eczema crônico e no intertrigo. Ocorre quando a pele perde flexibilidade, torna-se quebradiça ou macerada. As fissuras são mais proeminentes em áreas distendidas por movimento, como nos lábios, dobras, mãos e pés FÍSTULA: Pertuito da pele, geralmente com borda fibrótica, por onde se dá a drenagem de material proveniente de foco supurativo ou necrótico profundo. CROSTA: Resultantes do dessecamento de secreções que se formam em áreas de perdas tissulares. Podem ser serosas, purulentas ou hemorrágicas segundo sejam conseqüentes a dessecamento de serosidade, pus ou sangue. ESCARA: Área de necrose, geralmente enegrecida, que evolui para ulceração depois de ser eliminada. CICATRIZ • Atrófica: a cicatriz fina e pregueável • Hipertrófica: cicatriz exagerada, restrita à área da lesão prévia, que se mostra elevada e fibrosa QUELÓIDE: A proliferação fibroblástica ultrapassa os limites do trauma desencadeante e, portanto, atinge maior dimensão, podendo chegar a grandes dimensões. Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 SINAIS DIAGNÓSTICOS Sinal de Auspitz ou do orvalho sangrante: pesquisa-se pela curetagem metódica e progressiva das lesões cutâneas. Está presente na psoríase onde, através da curetagem, obtém-se, inicialmente, desprendimento das escamas como um pó fino comparável ao material obtido pela raspagem de uma vela (sinal da vela). Prosseguindo-se na curetagem, chega-se ao aparecimento de uma superfície lisa que, curetada, leva ao aparecimento de pontos hemorrágicos (orvalho sangrante). Sinal de Darier: pesquisa-se friccionando a lesão. Está presente nas mastocitoses, nas quais há maior acúmulo de mastócitos e o atrito degranula os mastócitos produzindo urticação da lesão. Sinal de Nikolsky: é utilizado nas doenças bolhosas e pesquisa-se por meio de pressão friccional na pele vizinha às bolhas ou comprimindo-se perpendicularmente a superfície da bolha. Quando presente, a fricção determinará descolamento da epiderme e a pressão perpendicular da bolha determinará progressão da bolha que avança pelas suas bordas sobre a pele normal. A positividade do sinal de Nikolsky ocorre quando há acantólise, isto é, dissociação das células epidérmicas, fenômeno próprio dos pênfigos. Sinal de Sampaio: pesquisado em alopécias. Arrancando-se alguns fios de cabelo da área alopécica, observa-se a presença de bainha gelatinosa aderida ao bulbo. Estefenômeno está presente nos lúpus eritematoso e na pseudo- pelada de Brocq e indica atividade da doença. Sinal de Zileri: é a descamação obtida estirando-se a pele na pitiríase versicolor. Sinal de Koebner: é o aparecimento de lesões similares às da dermatose por trauma. Ocorre, por exemplo, na psoríase, no líquen plano e na verruga plana INFECÇÕES BACTERIANAS DE PELE Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 ERISIPELA • Inflamação da derme e panículo adiposo da pele, com envolvimento dos vasos linfáticos. • Forma aguda de celulite superficial. o Eritema clássico + síndrome infecciosa • Causa mais comum de infecção grave de tecidos moles em indivíduos saudáveis. • Perda da solução de contiguidade da pele. • Streptococcus pyogenes o Estreptococos dos grupos A, B, C e G. o Staphylococcus aureus → Infecção secundária? QUADRO CLÍNICO • Pródromo: síndrome infecciosa (até 48h); o Calafrios, febre, mal estar, cefaleia, mialgia e artralgia. • Principalmente os membros inferiores (80%); o Placa eritematosa, edemaciada, quente, dolorosa, brilhante, de bordas bem definidas. ▪ Linfangite; ▪ Adenite regional; ▪ Bolhas; • Não purulenta; • Formas clínicas: vesicular, hemorrágica, bolhosa, gangrenosa e flegmonosa. DIAGNÓSTICO • Clínico • Laboratório: o Leucocitose; o VHS elevado; o PCR aumentado. • Biópsia o Edema cutâneo acentuado, dilatação vascular, invasão estreptocócica de linfonodos e tecido, com infiltrado inflamatório de neutrófilos e mononucleares. • Diagnósticos diferenciais: o Celulites; o Trombose venosa profunda; o Artrite gotosa; o Erisipeloide de Rosenbach TRATAMENTO • Sintomáticos; • Hidratação; Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 • Compressas frias; • Elevação e repouso do membro; • Lenços úmidos salinos → Lesões ulceradas e necróticas • Desbridamento • Hospitalização • Erisipela de repetição: tratar causas subjacentes. • Penicilina Procaína IM 600.000 U, 1-2 x/dia • Penicilina Oral 500 mg, 6/6 horas • Amoxacilina 500 mg, 8 /8 horas • Eritromicina 500 mg de 6 /6 horas, para pacientes alérgicos à penicilina • Terapia Parenteral: o Penicilina cristalina 3.000.000 U IV, 4-4 h. o Ceftriaxone 1g IV, 24 horas o Cefazolina 1-2g IV a cada 8 horas • ASSOCIAR CORTICOTERAPIA • Profilaxia de repetição: o Penicilina G benzatina 1.200.000 U, 3x3 semanas, duração indeterminada. IMPETIGO Doença comum da infância causada por Staphylococcus aureus ou Streptococcus pyogenes e de alta transmissibilidade. • IMPETIGO BOLHOSO: vesículas e bolhas desenvolvem-se em pele normal, sem eritema ao redor. As lesões localizam-se no tronco, face, mãos, áreas intertriginosas, tornozelo ou dorso dos pés, coxas e nádegas. O conteúdo seroso ou sero-pustulento desseca-se, resultando em crosta amarelada que é característica do impetigo. Quando não tratada tem tendência à disseminação. A lesão inicial muitas vezes é referida como se fosse uma bolha de queimadura de cigarro. • IMPETIGO NÃO BOLHOSO: geralmente inicia-se com lesões eritematosas seguida da formação de vesículas e pústulas que se rompem rapidamente formando áreas erosadas com as típicas crostas de coloração amarelada. Localizam-se preferencialmente na face, braços, pernas e nádegas. É comum a presença de lesões satélites que ocorrem por auto-inoculação. As lesões do impetigo duram dias ou semanas. Quando não tratadas podem envolver a derme o que constitui o ectima, com ulceração extensa e crosta hemorrágica. Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 TRATAMENTO • Manter o local afetado limpo, lavando-o com água e um sabão anti-séptico (triclosan, irgarsan, clorexidina ou iodo povidona); • remover crostas e secreções, usando compressas de água morna e sabão ou soluções antisépticas como o permanganato de potássio; Indicações para ATB sistêmico: • Acometimento de estruturas mais profundas (tecido subcutâneo, fáscia muscular); • Febre; • Linfadenomegalia; • Faringite associada; • Infecções próximas à cavidade oral uma vez que a criança pode retirar a medicação tópica com a boca; • Infecções no couro cabeludo, pela dificuldade do uso de cremes ou pomadas no local; • Lesões numerosas (mais de 5 lesões); Tratamento tópico: • Mupirocina, aplicada 3 vezes por dia, é o antibiótico tópico de escolha por ser capaz de promover a erradicação bacteriana, apresentar eficácia semelhante à de um antibiótico VO, como a eritromicina, e por sua ação contra estafilococos e estreptococos. O custo elevado, algumas vezes superior ao da eritromicina sistêmica, é uma desvantagem; • segunda escolha fica para o ácido fusídico e a terceira para a associação de neomicina e bacitracina • aplicações 2-3 vezes/dia, durante 5-14 dias; ATB sistêmico: • Cefalexina: 25-50 mg/kg/dia; 6/6 horas, VO, 7-10 dias • Cefadroxil: 30 mg/kg/dia; 12/12horas, VO, 7-10 dias; • Eritromicina: 30 - 50 mg/kg/dia; 6/6 horas, VO, 7-10 dias; o Por ser mais barata, torna-se o antibiótico de primeira escolha para as populações mais carentes. CELULITE • Celulite é uma infecção causada por bactérias que penetram por ferimentos na pele. Os MMII são os mais atingidos; • São causadas por bactérias do grupo Streptococcus pyogenes ou Staphylococcus aureus, H. influenzae (celulite facial na infância), pneumococos e pseudômonas; QUADRO CLÍNICO • Alguns sintomas podem surgir precocemente como febre alta, tremores, mal-estar, náuseas e vômitos; • Pele com aspecto de casca de laranja; • A lesão na pele é brilhante e vem acompanhada de: o DOR o RUBOR Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 o EDEMA o BOLHAS OU FERIDAS • É semelhante a Erisipela, sendo o eritrema da celulite menos vivo e as bordas mal definidas; • A Celulite Hemorrágica é rara, caracteriza-se por área de hemorragia dérmica e bolhas. Acomete principalmente diabéticos e imunodeprimidos em uso de terapia anti-coagulante; • Pode haver Linfadenite e Linfangite. DIAGNÓSTICO • médico, de forma geral, pode diagnosticar uma celulite com base em seu aspecto e seus sintomas. Geralmente não é necessário identificar a bactéria em exame laboratorial de amostras da pele, sangue, pus ou tecido (cultura), a não ser que a pessoa esteja muito doente ou com seu sistema imunológico enfraquecido, ou ainda se a infecção não estiver respondendo à terapia medicamentosa. • Em alguns casos é necessário fazer algumas manobras para diferenciar a celulite de um coágulo sanguíneo nas veias profundas das pernas (TROMBOSE VENOSA PROFUNDA), devido a semelhança de sintomas. TRATAMENTO • Repouso; e compressas frias; • Analgesia; • DICLOXACILINA ou CEFAEXINA, para prevenir rápida propagação; • Antibiótico terapia, parenteral em casos sistêmicos. Usa-se OXACILINA ou CEFALOTINA; • No caso de celulite hemorrágica é indicado também o uso de corticoides sistêmicos; • Em crianças menores de 5 anos, é indicado AMPICLINA, CLORANFENICOL ou CEFTRIAXONA, cujo principal agente é o H. influenzae; • Os antibióticos devem ser usados no mínimo durante 10 dia; • Os abcessos são abertos e drenados, caso haja necessidade FURÚNCULO • É uma infecção de pele, em geral causada pela bactéria Staphylococcus aureus, acometendo o folículo piloso, a glândula sebácea e o tecido subcutâneo ao redor; • Formação de um abcesso; • Outros agentes: o Aeróbios: E. Coli, P. Aeruginosa, S. Faecalis o Anaeróbios: Bacteriodes, Lactobacilus e Peptostreptococcus. QUADRO CLÍNICO • Inicia-se por lesão eritematoinflamatória dolorosa de evolução aguda (dias); • Ocorre necrose central endurecida (carnegão), que acaba por eliminar-se; • Forma-se uma tumoração eritematosa, com vários pontos de necrose, evoluindo para uma grande área ulcerada; • Pode ocorrer discreta celulite perilesional; • Mais comum no adulto jovem; • Imunodeprimidos, alcoólatras, desnutridos e diabéticossão mais suscetíveis; • Quando ocorre em vários lugares e ao mesmo tempo recebe o nome de carbúnculo, sendo mais comum em idosos diabéticos; • A reincidiva frequente recebe o nome de furunculose. COMPLICAÇÕES Lívia Mendes – UNIFG 2019.1 • Em geral, a evolução do quadro é benigna, mas pode ocorrer complicações; • Quando a lesão se manifesta ao redor do nariz ou do ouvido; • Quando a bactéria se dissemina pela corrente sanguínea; • Quando a bactéria presente no pus eliminado atinge folículos à distância e provoca múltiplas lesões; • Quando a contaminação acontece sob a pele e os abcessos se desenvolvem em folículos pilosos vizinhos. Ocorre geralmente na nuca (CARBÚNCULO). DIAGNÓSTICO • É clínico; • Quando necessário exame bacteriológico e antibiograma no caso de suspeita de MRSA (Staphylococcus aureus resistente a meticilina); • O principal diagnóstico diferencial é com a Miíase funrunculoide TRATAMENTO • Tem evolução autolimitada de 10 a 14 dias; • O uso de antibiótico sistêmico antiestafilococos se faz na prevenção de uma furuculose do que no tratamento da lesão (Trimetoprima + Sulfametoxazol, Ciprofloxacino, Amoxicilina + Clavulanato de potássio e Clindamicina); • Lesões com flutuação devem ser drenadas, lesões importantes na face recomenda-se o uso de antibióticos via parenteral; • Nos casos de furunculose, deve-se afastar doenças de base e fazer a desinfecção com sabonetes antissépticos, como Clorexidina; • Rifampicina, durante 10 dias.
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