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Absorcao do ¡on ferro

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Absorção do íon ferro
	A absorção de ferro predomina no duodeno e jejuno proximal, ocorrendo nos enterócitos dos vilos.
	A entrada do ferro na célula depende de uma proteína transportadora na membrana luminal do enterócito. Essa proteína conhecida como DMT1 (Transportador de matais divalentes), como o próprio nome diz, somente transporta Fe2+. Como o ferro iônico predominante na dieta é o Fe3+, é necessário que primeiro ocorra a redução do ferro. Essa redução é mediada por uma proteína, uma redutase férrica, conhecida como Dcytb (citocromo B duodenal). Intracelularmente, acredita-se que o ferro siga ligado a uma proteína (chaperona molecular), mas até agora (2005) nenhuma foi identificada.
	A saída do ferro na membrana basolateral se dá pela ação de uma proteína de transporte conhecida como ferroportina 1. Além da ferroportina a saída do ferro pelo lado plasmático requer a presença de uma ferroxidase conhecida como “hefaestina” (do inglês hephaestin) com papel ainda não definido, mas acredita-se que sua capacidade de converter Fe2+ em Fe3+ seja fundamental para sua função.
	A expressão das principais proteínas de transporte, como DMT1, Dcytb, e ferroportina 1 é afetada por vários fatores como por exemplo o estoque de ferro, hipoxia, gravidez, eritropoiese. O fígado é o maior sítio de estocagem para excesso de ferro do organismo. A regulação do fígado para o nível de ferro no corpo depende de um peptídeo antimicrobiano secretado pelo hepatócito chamado hepacidina. O modelo mais recente para a regulação da absorção intestinal de ferro propõe o seguinte mecanismo:
	Alterações na utilização de ferro pelo corpo modificam a quantidade de transferrina diférrica na circulação, e essa molécula é preferencialmente captada pelas células que necessitam de ferro. As mudanças na concentração de trasnferrina diférrica são percebidas pelo receptor de transferrina tipo 2 (TfR2) e pelo complexo (HFE/TfR1) na membrana do hepatócito. HFE é o produto do gene da hemocromatose hereditária* e TfR1 é o receptor de transferrina tipo 1. Esse reconhecimento pelo hepatócito leva a liberação de hepacidina. Além disso, a quantidade de ferro estocado pelo hepatócito também afeta a produção de hepacidina pois interfere com a quantidade de TfR1 na membrana da célula. A hepacidina liberada pelo hepatócito chega ao intestino delgado pela circulação, e interage com a ferroportina1 na membrana basolateral dos enterócitos dos vilos, causando a internalização e degradação do transportador de ferro. A perda de ferroportina1 diminui a saída de ferro pela membrana basolateral. O acúmulo de ferro no enterócito leva a diminuição da expressão da proteína DMT1 e Dcytb no bordo em escova. Qualquer alteração na absorção de ferro afetará os níveis de transferrina diférrica no plasma, que tenderão a cair. Ao atingir um nível limite, a liberação de hepacidina cessará e a expressão dos transportadores dos enterócitos retornará, e com ela a captação de ferro.
	Além disso também há TfR1 e TfR2 em enterócitos das criptas, e esses receptores também parecem atuar na regulação do processo.
* A hemocromatose hereditária (HH) é a doença genética mais comum, na população caucasiana. Entre os descendentes de Celtas ou Nórdicos chega a 0,5 % de incidência. Na hemocromatose hereditária há a excessiva absorção do ferro da dieta, o que leva à sua acumulação pricipalmente no fígado, podendo causar cirrose ou mesmo cancer. O ferro em excesso também se acumula no pâncreas levando ao diabetes, e no coração causando insuficiência cardíaca. Essas complicações podem levar ao óbito. O tratamento é simples, e é feito com sangrias freqüentes para drenar o excesso de ferro.

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