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RESUMO PROCESSO CIVIL - LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (2)

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PROCESSO CIVIL – AULA 3 – RESUMO 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 
A liquidação se sentença é um procedimento que visa dar liquidez aos títulos executivos que não 
possuem essa característica (SER CERTO, LÍQUIDO E EXIGÍVEL). 
Não há mecanismo na nossa legislação que vise dar certeza a um título executivo, pois decorre 
do próprio título. 
A exigibilidade pode estar inserida no próprio título ou decorrer de um fato externo. 
Quando a exigibilidade está inserida no próprio título – UMA NOTA PROMISSÓRIA VENCIDA – 
é um título executivo extrajudicial que tem data de vencimento, e uma vez vencido o título se 
torna automaticamente exigível. 
A exigibilidade de uma sentença decorre do fato de ser exigível provisoriamente caso esteja 
pendente um recurso sem efeito suspensivo ou definitivamente quando já houver o trânsito em 
julgado da decisão final de mérito. 
O título executivo extrajudicial se não for líquido podemos entender que não é título executivo, 
pois se precisamos praticar atos visando dar liquidez, essa liquidação tem caráter de 
conhecimento que é uma fase pré-execução, se assemelha mais ao processo de conhecimento 
do que a própria execução. 
Por exemplo: Um contrato particular firmado por duas testemunhas e um devedor seria em tese 
um título executivo, mas se ele não traz uma obrigação líquida é demandado um processo de 
conhecimento ainda que com menos amplitude de ser necessariamente dirimida, mas é preciso 
de uma ação de conhecimento prévia à execução. 
No título judicial é diferente, pois o título judicial decorreu de uma atividade de conhecimento 
prévia na fase de conhecimento do processo. Se for uma sentença ou um título judicial líquido, 
ou seja, o juiz já estabeleceu quanto é devido, qual a delimitação, a extensão da obrigação 
devida temos um título executivo líquido, mas é possível que tenhamos títulos executivos 
ilíquidos. (Sentenças ou acórdãos). 
A sentença pode ser ilíquida e sendo ilíquida irá precisar da fase de liquidação de sentença. 
O título executivo ilíquido (não é no sentido de extinguir). 
Liquidação de sentença significa tornar o título executivo líquido, ou seja, delimitar a extensão 
da obrigação. 
O título executivo é aquele em que não está delimitada a extensão da obrigação. 
Exemplo: o juiz determina a entrega de 20% da safra de café de 2015. Precisamos chegar a um 
valor, qual a quantidade de café que irá representar 20% da safra de 2015? É preciso identificar 
essa quantia que não esteja identificada na sentença. 
A sentença ilíquida não é nula, pois se fosse nula não seria possível liquidá-la. 
A sentença ilíquida é válida, porém não tem a eficácia plena, demanda liquidação. 
Sendo assim a liquidação é uma fase pré-executiva e preparatória do cumprimento de sentença 
que irá conferir a liquidez necessária para que se tenha os três elementos indispensáveis ao 
título executivo - certeza, liquidez e exigibilidade. 
Grande maioria das liquidações de sentença tratam de liquidar sentenças que versam o 
pagamento da quantia em dinheiro até porque boa parte dos processos irão terminar em 
sentença condenatória de pagar quantia em dinheiro. 
No entanto, poderá ser uma ação em que o juiz irá condenar o réu a pagar uma quantidade 
(exemplo da safra de café). 
A liquidação já pode ser requerida pelo interessado mesmo antes de se tornar definitiva a 
decisão. 
Quando a sentença está pendente de um recurso sem efeito suspensivo e que possa pretender 
uma execução provisória, porque o recurso não suspende a eficácia da sentença, já poderá ser 
executada e liquidada. Até porque se pode executar a sentença que é ilíquida, mas é preciso 
primeiro liquidá-la. Logo, é possível a liquidação antes do trânsito em julgado, basta haver a 
possibilidade em tese de se executar provisoriamente para que possa liquidar provisoriamente 
a sentença. 
Art. 509, § 2º do CPC – simples cálculos matemáticos, cálculos aritméticos não demandam a 
liquidação. Se pudermos identificar o valor, liquidar algo fazendo cálculos matemáticos não é 
preciso liquidar a sentença. 
Exemplo: Se o juiz condenou o réu a pagar ao autor a quantia equivalente a 4 salários mínimos 
vigentes na data do cumprimento da obrigação é fácil calcular, basta ver o salário mínimo em 
vigor e encontrar os 40%. 
Quando o título não tiver expressamente o valor exato, mas para se chegar ao valor necessitar 
apenas de simples cálculos matemáticos NÃO é necessário instaurar um procedimento de 
liquidação de sentença. Pode promover a execução, o cumprimento da sentença direto 
identificando na petição o cálculo feito. 
Na liquidação de sentença não há espaço para rediscutir a lide ou até mesmo para modificar os 
contornos da sentença. A liquidação complementa a sentença, não pode modificar a sentença. 
Pode ser feita uma liquidação para chegar a um valor com base com o que está contido na 
sentença, porém nessa fase processual não cabe rediscutir a sentença que muitas vezes, se já 
houver transitado em julgado, já estará acobertada pela coisa julgada e não poderá ser 
modificada na fase de liquidação de sentença e mesmo que se tratasse de uma execução 
provisória ou uma liquidação provisória. 
Quando queremos atacar o conteúdo de uma sentença devemos recorrer. 
Na liquidação serão discutidos apenas os elementos necessários para chegar ao valor correto 
que é devido. (Art. 509, § 4º). 
A liquidação de sentença pode ser requerida pelo credor ou pelo devedor. 
O devedor tem a obrigação de pagar, mas também tem o direito de pagar. E uma vez que para 
pagar o devedor precisa saber o valor líquido ele poderá dar início a liquidação da sentença para 
que possa cumprir espontaneamente a sentença depositando em juízo a coisa ou a quantia 
devida. Logo se a sentença for ilíquida cabe ao devedor antes de depositar a coisa ou a quantia 
devida promover a liquidação. 
 
Temos duas formas de fazer a liquidação: 
 Por arbitramento – o juiz irá arbitrar com base nas alegações das partes, etc. 
 Pelo procedimento comum – procedimento semelhante a fase de conhecimento do 
processo e que são necessários provar fatos novos. 
 
A natureza jurídica da decisão que homologa a liquidação é uma questão controvertida na 
doutrina, porque a princípio o entendimento majoritário é que a decisão que homologa a 
liquidação (complementa a sentença com o valor líquido, a quantidade líquida) é uma decisão 
interlocutória pois não se enquadraria nas hipóteses do § 1º do art. 203. 
Art. 203 – Os pronunciamentos do juiz constituirão em sentenças, decisões interlocutórias e 
despachos. 
VER ARTIGO 203 – CPC 
Logo, pela sentença que decide de modo final a fase de conhecimento do procedimento comum 
(fase cognitiva) e a sentença fixa (execução). 
Nesse dispositivo não entendemos que a decisão que homologa a liquidação de sentença possa 
ser uma sentença, entende que é uma decisão interlocutória e fica mais evidenciado quando 
tratando do cabimento do agravo de instrumento no parágrafo único do art. 1015 vemos que 
todas as decisões tomadas em fase de liquidação de sentença são impugnáveis por meio de 
agravo de instrumento. Logo o recurso cabível para impugnar essa decisão é o agravo de 
instrumento. 
A liquidação de sentença em alguns casos demanda o conhecimento de fatos novos que não 
foram tratados na sentença e sobre esses fatos precisa ocorrer a formação de coisa julgada. 
Uma decisão interlocutória que pressupõe que após dela haverá uma decisão que encerrará o 
procedimento não poderá fazer coisa julgada e sim uma decisão final. Desse jeito alguns 
doutrinadores entendem que a liquidação de sentença é uma fase complementar do processo 
na fase cognitiva. Na visão desses doutrinadores não há fase de conhecimento, fase de 
liquidação e fase de cumprimento. Eles entendem que essa fase de liquidação é também uma 
fase de conhecimento que pode existir ou não, que significa identificar na sentença se é líquida 
ou ilíquida, mas é uma fase complementardo processo cognitivo. 
No entendimento desses doutrinadores seria uma sentença até porque essa decisão resolve 
fatos novos, embora na liquidação por arbitramento não há análise de fatos novos, mas de 
questões novas, elementos são trazidos aos autos para ser resolvido pelo juiz. E em um caso 
como esse o juiz resolve questões de mérito. E se é uma decisão que irá colocar fim a uma fase 
complementar de conhecimento entende-se que é uma sentença. 
E se é sentença o recurso cabível será apelação. 
VER ARTIGO 1015 – PARÁGRAFO ÚNICO. 
No artigo 1015 diz que irá caber esse agravo contra as decisões interlocutórias e esses 
doutrinadores compreendem que é uma sentença e se é uma sentença não poderá ser aplicado 
o parágrafo único do art. 1015 e sim a regra geral que cabe a apelação já que se trata de uma 
sentença. 
E outra justificativa que essa corrente tem para justificar que essa decisão é uma sentença é que 
na liquidação zero essa seria a última decisão do processo não sendo possível o processo 
terminar com uma decisão interlocutória. 
LIQUIDAÇÃO ZERO – em uma ação o autor entra cobrando uma quantia do réu e o réu além da 
sua defesa apresentou reconvenção, dizendo ser credor do autor em outra circunstância e se 
tiver que pagar ao autor irá querer cobrá-lo. A sentença é ilíquida e as partes entram liquidando 
essa sentença e ao final da sentença chega-se à conclusão de que o autor devia ao réu 10.000,00 
e que o réu devia ao autor 10.000,00, ou seja, temos uma liquidação zero, a sentença foi 
liquidada. No entanto fazendo a compensação de valores. Fazendo essa compensação chegou 
no zero a zero a hipótese não é julgar improcedente a liquidação, pois a liquidação foi resolvida. 
Essa será a última decisão do processo, pois não haverá sequer a fase de cumprimento. Se essa 
sentença que chega ao valor zero no final for entendida como uma decisão interlocutória, vamos 
estar compreendendo que o processo pode acabar com uma decisão que não seja a final. 
Porém Daniel Amorim tem uma visão diferente que é a seguinte. É sim uma sentença e por ser 
liquidação zero, a decisão seria uma sentença. Na visão de Daniel Amorim, embora seja uma 
sentença o recurso cabível é o agravo de instrumento, pois está previsto na lei que as decisões 
proferidas em fase de liquidação de sentença o recurso cabível é o agravo de instrumento. Ele 
complementa que em alguns casos excepcionais o recurso cabível seria a apelação quando a 
liquidação fosse o primeiro contato com a jurisdição civil. 
Quando temos uma sentença arbitral (proferida por um árbitro) escolhido pelas partes, que não 
é uma sentença emitida no âmbito judicial ou uma sentença penal condenatória que não é 
emitida na jurisdição civil e sim na vara criminal para ser liquidada no processo de conhecimento 
da jurisdição civil para que o dano seja reparado. Nesses casos como o primeiro contato com a 
jurisdição civil é a partir da própria liquidação de sentença, já que o título foi formado fora da 
jurisdição (arbitragem) ou através de uma jurisdição penal (sentença penal condenatória) o 
primeiro contato com a jurisdição civil seria uma fase de liquidação da sentença. Nesse caso 
para Daniel Amorim entende que seria uma sentença e não uma decisão interlocutória. 
 
LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO – ART. 509 (quantia e quantidade) 
Temos 3 hipóteses de liquidação por arbitramento: determinação pelo juiz na sentença, se o juiz 
determinar que será por arbitramento será feita por arbitramento; se as partes convencionarem 
durante o processo, porque as partes podem convencionar certas circunstâncias do processo, 
ou até mesmo se foi convencionado em contrato antes mesmo de se ter a ação ou quando a 
natureza do objeto da liquidação demonstrar a necessidade da liquidação. 
A doutrina entende que o cumprimento de qualquer obrigação ilíquida pode ser que não seja 
uma quantia e sim uma quantidade. 
VER ART. 510 – Na Liquidação por arbitramento o juiz intimará as partes.... 
As partes apresentam nos seus pareceres documentos que vão permitir que o juiz possa, com 
base neles, arbitrar o valor devido ou a quantidade devida. E caso não seja suficiente para o juiz 
chegar a uma conclusão adequada irá se valer da prova pericial para que possa complementar 
os elementos necessários para poder julgar e decidir qual o valor ou quantidade devida correta. 
Exemplo: o pagamento de um aluguel por uma construtora que não entregou o imóvel no tempo 
devido. O juiz irá pegar 3 declarações de 3 corretores de imóveis ou peritos de avaliação e 
apresentar os valores. O réu apresenta orçamento de valor contrário, pouco inferior ou superior. 
Logo, com os elementos apresentados o juiz pode propor uma decisão de um valor X que não 
ficará além do valor que o réu falou e o autor apresentou um valor semelhante. Sendo assim o 
juiz irá arbitrar com base nesses elementos. 
Podemos imaginar outra situação em que os valores ficaram muito distantes, nesse caso o juiz 
irá determinar uma perícia para que o perito possa ajudá-lo arbitrar esse valor. 
Em um caso como esse a controvérsia é sobre o valor e não há que se provar mais nada para se 
chegar ao valor do aluguel mensal. A regra será da desnecessidade de liquidação, pois será um 
cálculo aritmético: o valor do aluguel multiplicado pela quantidade de meses que o autor deverá 
aguardar. 
Caso seja feita a perícia e o juiz entender que esse arbitramento que demanda um conhecimento 
técnico especializado poderá converter a liquidação por arbitramento e transformá-la em 
liquidação por procedimento comum para que tenha um procedimento mais amplo e que 
garantirá uma ampla defesa. 
Nos casos que não seja necessário comprovar fatos novos a liquidação será feita por 
arbitramento. 
A apresentação dos valores ou parecer técnico do corretor de imóveis (no caso exemplificado 
acima) não será considerado fato novo e sim uma questão que tem que ser definida, mas o fato 
já está provado: inadimplemento da construtora, até quando será devido essa obrigação até a 
data de entrega. 
Outro exemplo de arbitramento é o dano moral. O juiz quando dá a sentença de dano moral já 
faz uma sentença líquida. 
Caso o juiz não faça uma sentença líquida condenando o réu a pagar dano moral irá fazer um 
arbitramento e levará sua experiência em caso semelhante, o grau de complexidade e gravidade 
da ofensa, o caráter pedagógico para que a indenização tenha valor tanto para compensar o 
ofendido quanto para penalizar e desencorajar a reiteração desses atos pelo ofensor. 
Existem também ações de arbitramento de honorários advocatícios. Alguém entra com uma 
ação para que o juiz arbitre o valor que será pago ao advogado pelo serviço prestado e levará 
em consideração a tabela da OAB, o grau de zelo do profissional, etc. 
Excepcionalmente se o juiz entender que para decidir essa situação, pois pode se tratar de uma 
situação complexa poderá converter a liquidação por arbitramento em liquidação pelo 
procedimento comum. 
 
LIQUIDAÇÃO PELO PROCEDIMENTO COMUM – ART. 509, §2º 
É uma liquidação em que se aplica um procedimento comum como um todo. Pode ter a 
contestação não sendo uma mera impugnação de valores, e sim uma ampla defesa. 
Caso haja algum fato que seja essencial para o juiz liquidar a sentença e esse fato não foi tratado 
na sentença será um fato novo, podendo ser um fato superveniente à sentença. 
Esses fatos novos vão fazer com que a liquidação seja pelo procedimento comum. 
Se irá ser tratado de um fato novo que não foi trabalhado na sentença para que ele possa 
produzir essa decisão final, possa produzir efeito validamente é preciso garantir quanto a esses 
fatos novos ampla defesa, contraditório, amplitude do direito de produzir provas a respeito 
desses fatos. 
Logo, é importante que ao ter necessidade de provar um fato novo ou mais de um fato 
superveniente à sentença ou até mesmo um fato que não for superveniente à sentença, mas 
que não foi tratado nasentença, não foi acobertado pela coisa julgada deverá ser utilizado o 
procedimento comum para garantir o direito de defesa ao demandado. 
EXEMPLO DO PAGAMENTO DA ÚLTIMA SAFRA A SER COLHIDA 
Nesse caso o fato será provado quando o mesmo ocorrer e a prova da quantidade colhida o fato 
deverá ser provado e estará sujeito ao contraditório, para que possa produzir o efeito de 
complementar a sentença. 
O CRITÉRIO PARA SABER QUAL É O PROCEDIMENTO ADOTADO – ARBITRAMENTO OU 
LIQUIDAÇÃO POR PROCEDIMENTO COMUM – É SE HÁ OU NÃO A NECESSIDADE DE PROVAR 
FATOS NOVOS. 
E mesmo que não haja necessidade de provar fatos novos se o juiz entender que os elementos 
necessários para arbitrar o valor devido ou a quantia devida são complexos e demandam uma 
análise de pessoas que tenham conhecimento técnico mais apurado poderá converter a 
liquidação por arbitramento em liquidação pelo procedimento comum para viabilizar a 
discussão dos assuntos e chegar a melhor decisão. 
O procedimento comum é mais complexo e mesmo sendo um procedimento comum aplicado, 
mesmo havendo essa garantia da ampla defesa, lembrando que os fatos da coisa julgada e 
acobertadas pela coisa julgada não poderão ser discutidos no procedimento comum. 
Em nenhuma hipótese a liquidação de sentença irá permitir a rediscussão de fatos já decididos. 
 
ATOS PROCESSUAIS EXECUTIVOS (EXCECUTÓRIOS) TÍPICOS E ATÍTPICOS 
Quando falamos em atos executórios típicos e atípicos temos que analisar a mudança de 
paradigma que ocorreu. 
Antes do NCPC não era permitido a possibilidade de atos processuais atípicos, ou seja, somente 
o que era definido em lei poderia ser praticado na execução ou no cumprimento de sentença 
visando obter a satisfação do direito do credor. 
Na tutela de urgência o legislador não seria capaz de prever todas as situações da vida capazes 
de demandar uma tutela de urgência, logo foi feita uma disposição abrangente que deve ser 
interpretada para saber se no caso concreto a situação é urgente ou não. 
O NCPC não extinguiu o princípio da tipicidade, continua havendo a possibilidade de atos 
executórios típicos, no entanto ele permitiu que seriam regras que passaram a permitir atos que 
não estão previstos na lei. 
Como o ato atípico é algo que deixa muito genérico e pouco delimitado não podemos pensar 
que se podemos praticar ato não previsto na lei iremos pedir ao juiz que se o credor não pagar 
que dê 50 chibatadas no credor. Esse ato não está de acordo com o nosso sistema jurídico, não 
só processual e sim o sistema jurídico como um todo. 
Os atos atípicos só podem ser aplicados quando os atos típicos se revelarem insuficientes, 
quando não é possível mediante a utilização dos atos típicos obter o sucesso dessa tutela de 
execução. 
Os atos atípicos devem ser aplicados com cautela, não pode haver um ato atípico que ofenda a 
dignidade do devedor, a saúde, a integridade física e a vida. 
Os atos típicos são amoldados as circunstâncias dos casos concretos e irá preservar a 
dignidade humana e o princípio da menor onerosidade possível para o devedor (Art. 805, CPC). 
Os atos atípicos estão admitidos no nosso Processo Civil para efeitos de execução, mas só 
deverão ser aplicados se for ineficiente nos atos típicos, logo temos que dar preferência aos atos 
típicos e só quando se revelarem ineficientes ou insuficientes é que podemos pensar nos atos 
atípicos. 
Existem duas categorias principais de atos de execução que são os atos SUB-ROGATÓRIOS E 
OS ATOS COERCITIVOS. 
O processo de execução tem a finalidade de cumprir uma obrigação, de viabilizar o cumprimento 
de uma obrigação e quando o devedor não cumpre essa obrigação espontaneamente o estado 
juiz se sub-roga dessa obrigação e cumpre. 
Exemplo: O devedor é citado para pagar, mas não tem dinheiro. Nesse caso deveria vender o 
patrimônio e com o produto do patrimônio vendido pagar ao credor. 
Se o devedor não paga faz com que o estado juiz possa se sub-rogar nessa obrigação, o estado 
não se torna devedor, mas irá praticar os atos que o devedor deveria ter feito. Irá penhorar o 
patrimônio do devedor, feito a penhora levará a leilão e após o leilão com o produto da 
arrecadação irá pagar ao credor e se sobrar devolve o que sobrou para o devedor. 
A sub-rogação é o estado substituindo a vontade do devedor. 
A penhora, leilão judicial, busca e apreensão (se for obrigação de entregar alguma coisa) e o 
pagamento ao credor com o produto da expropriação são atos sub-rogatórios, porque são atos 
praticados no intuito de satisfazer a obrigação. 
Mesmo que o devedor não quisesse o estado se sub-rogou na sua vontade, não se sub-rogou na 
obrigação, pois quem irá pagar é o patrimônio do devedor. 
O sistema não se vale apenas de atos sub-rogatórios, mas utiliza também atos processuais que 
visam encorajar, induzir o devedor a cumprir a obrigação que são chamados ATOS 
COERCITIVOS. 
Os atos coercitivos visam o cumprimento de modo indireto enquanto os atos sub-rogatórios 
visam o cumprimento direto da obrigação. 
Exemplo: execução de alimentos – o devedor poderá ir preso caso não pague, não provar que já 
pagou e nem provar que está impossibilitado de pagar. 
Logo a prisão civil é um excelente exemplo de ato coercitivo. A prisão não irá satisfazer o direito 
do credor, mas tem a finalidade de aplicar uma sanção caso o estado de inadimplência 
permaneça. 
Da mesma forma é a aplicação da multa, pois se o devedor não cumpre uma obrigação está 
sujeito a uma multa. O juiz pode mandar intimar o devedor a entregar o objeto devido – 
obrigação de entregar uma coisa no prazo de 5 dias sob pena de multa de 5.000,00. 
Esses são atos que estão previstos na lei como atos típicos. Os atos de natureza sub-rogatória 
ou coercitivo que estão previstos na lei. 
O arresto de bens (art. 830) - se o devedor não for encontrado para ser citado o oficial de justiça 
pode arrestar os bens visando garantir os futuros cumprimentos, pois o arresto pode se tornar 
uma penhora. 
Uma vez arrestados os bens do devedor o patrimônio já garantirá a execução. Não poderá ser 
vendido. 
Do mesmo jeito acontece com a penhora, imissão na posse ou busca e apreensão (art. 806, § 
2º), a adjudicação do bem penhorado. 
Como funciona a adjudicação do bem penhorado – o juiz penhorou um bem que foi avaliado, o 
credor pode optar por ficar com o bem antes de ir para leilão. Se o devedor devia 10.000,00 e o 
credor diante da penhora de um bem que vale 12.000,00 o credor poderá adjudicar do bem por 
12.000,00 e depositar em juízo 2.000,00 para devolver o devedor. Se for valor igual irá ficar no 
0 a 0 e o credor adjudica e extingue a execução. 
Se por outro lado o valor do bem for insuficiente o credor adjudica e continua executando o 
saldo. 
Sendo assim a adjudicação do bem penhorado também visa o cumprimento da obrigação. 
Os atos atípicos não têm previsão legal, logo não tem sequer lei que ampare esses atos. O 
legislador fez previsões legais que chamamos de cláusulas abertas que a interpretação leva a 
concepção de alguns atos que a criatividade humana irá delimitar quais atos podem ser 
praticados, sempre tendo como balizador a dignidade humana, execução deve se processar de 
modo menos gravoso para o devedor..... 
Via de regra os atos atípicos são atos coercitivos que visam encorajar o devedor a cumprir a 
obrigação, mas existem também a possibilidade de atos atípicos sub-rogatórios, e se os atos são 
atípicos a lei deverá autorizar a adoção desses atos. 
ART. 139, § 4º, CPC – TRATA DOS PODERES DO JUIZ. 
Atos mandamentais são ordens e se a ordem judicial é descumprida poderá estar incorrendo 
em crime de desobediência. 
ART. 536, CPC – FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA – ATOS ATÍPICOS – OBRIGAÇÃO DE 
FAZER OU NÃO FAZER 
Se temos uma obrigação de fazer ou não fazer o juiz, visando obter o cumprimento específico 
da obrigação ou o resultado prático equivalente, irá determinar medidas necessárias, porém 
não especifica quais medidas.ART. 773, CPC – EXECUÇÃO EM GERAL 
O juiz com base nesse dispositivo, de alguém que deveria entregar um dado (informação, 
conteúdo bloqueado em computador, o juiz pode mandar desencriptar uma pasta do 
computador para obter a informação). 
EXEMPLOS DE ATOS ATÍPICOS – SIBAJUD, RENAJUD E INFOJUD – não previstos na lei processual, 
mas que estão sendo aplicados. 
SIBAJUD – Sistema feito entre o poder judiciário e o Bando Central em que o juiz do próprio 
gabinete poderá fazer a penhora online de recursos financeiros na conta do devedor para que o 
bloqueio seja transformado em penhora. Tem possibilidade de repetição do bloqueio por 30 
dias consecutivos. 
RENAJUD – sistema judiciário juntamente com o Detran para obter informações de veículos 
registrados em nome do devedor. Poderá fazer a penhora do veículo do devedor. 
INFOJUD – sistema do poder judiciário juntamente com a Receita Federal que irá obter 
informações nas declarações de Imposto de Renda do devedor, quais os bens que o devedor 
declara à Receita Federal para que possa tentar obter sucesso na penhora de bens. 
Sistema de informações eleitorais da justiça eleitoral – usado para localizar endereços para 
encaminhamentos da citação. 
Outra possibilidade que também não está prevista na lei é a inscrição no cadastro de 
inadimplentes. 
Existe na legislação processual a previsão de protesto da sentença e protesto de decisões 
judiciais, mas não há a previsão de cadastro em SERASA e SPC, porque são cadastros imaginados 
para relação de consumo e empresariais que são registradas dívidas de cheques, contratos 
bancários, notas promissórias, duplicatas mercantis, etc. 
A sentença, por exemplo, não estava prevista e este é um ato que vem sendo utilizado 
atualmente. 
Além disso tem a retenção de documentos, por exemplo, a retenção de passaporte, cartão de 
crédito e CNH. Essas retenções têm sido utilizadas, porém é uma questão controvertida na 
jurisprudência. 
A quarta Turma do STJ considerou por unanimidade que a medida coercitiva de passaporte é 
ilegal e arbitrária por restringir desproporcionalmente o direito de ir e vir garantido 
constitucionalmente.

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