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Aula 3

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Aula 3: Comportamento Reprodutivo
Introdução
Na nossa aula passada, ao estudar o comportamento alimentar e sua fisiopatologia você teve a oportunidade de conhecer os mecanismos de regulação deste comportamento no nosso organismo.
Nesta aula, você irá focar nos mecanismos de regulação do comportamento reprodutivo e estudará a importância dos hormônios sexuais nesse processo. Irá ainda descobrir a relação do hipotálamo com esse comportamento e o que ocorre na formação de nosso organismo para que existam diferenças significativas entre indivíduos de sexos opostos. Para finalizar receberá noções de orientação sexual.
A motivação essencial é manter nossos genes sobre o planeta. Mas para ter sucesso nesta área muito precisa acontecer...
Brincadeiras à parte, todos temos muito a aprender com o sexo oposto.
“A procriação e o nascimento são coisas imortais num ser mortal.” Platão
Sexo e gênero
Comumente usados como sinônimos, os termos sexo e gênero reportam a condição macho ou fêmea de um indivíduo. Segundo a maior parte dos dicionários, podemos resumir sexo como a conformação particular que distingue o macho da fêmea ou masculino do feminino, nos animais e nos vegetais, atribuindo-lhes um papel determinado na geração, e conferindo-lhes certas características distintivas.
O gênero é definido através das diversas características biológicas e atributos que distinguem um macho de uma fêmea, incluindo a natureza dos cromossomos sexuais, a anatomia das gônadas e os órgãos genitais, ou seja, os conceitos são um tanto semelhantes.
No entanto, uma abordagem comportamental também pode ser utilizada para definir o sexo/gênero de um indivíduo. Vemos, portanto, que são termos com grande amplitude de discussão sobre seu significado.
Uma tendência é aplicar o termo sexo para a condição biológica (cromossomos sexuais XX ou XY) e incluir em gênero as implicações comportamentais.
É fundamental, no entanto, considerar nossa identidade de gênero.
Qual a percepção que temos a cerca de nosso próprio gênero?
As características sexuais de um ser humano são transmitidas geneticamente pelo resultado da combinação do par de cromossomos que determina o sexo.
Nossos comportamentos e interesses são mais parecidos com o da maior parte dos homens ou das mulheres?
As mulheres possuem um par de cromossomos sexuais X.
Os homens possuem um cromossomo sexual X e um Y.
Desta forma, as combinações de cromossomos possíveis ao mesclar 50% dos cromossomos de cada genitor, poderá formar indivíduos XX ou XY.
Os órgãos do sistema reprodutor feminino incluem os ovários, as tubas uterinas (antigamente chamadas de trompas de Falópio), útero, vagina e vulva, além das mamas.
Em homens destacamos testículos, pênis e próstata.
Os caracteres sexuais secundários (nas mulheres: mamas, estrutura corporal arredondada, etc. e nos homens: pelos, massa muscular, voz) são determinados pelos hormônios sexuais.
Curiosidades
Um gene chamado SRY está presente na região determinante do sexo no cromossomo Y, ele é responsável pela produção de uma proteína chamada fator de determinação testicular, participando, junto a outros genes, da formação de organismos geneticamente masculinos.
A elevação dos níveis de testosterona em fetos é fundamental para viabilizar a sua masculinização e, na adolescência, picos deste hormônio nos meninos determinam o amadurecimento das características sexuais secundárias.
A calvície em homens é determinada geneticamente, mas depende da ação da testosterona para se estabelecer.
As mulheres possuem aproximadamente 10% da quantidade de testosterona encontrada nos homens.
A maior parte dos contraceptivos orais atua inibindo a secreção de FSH e LH, o que impede a oocitação (ovulação) e, desta forma, evita a gravidez indesejada.
Regulação hormonal no ciclo reprodutivo feminino
Em nossa primeira aula, ao estudar a homeostase, você foi apresentado a uma glândula endócrina chamada hipófise que atua junto ao hipotálamo nesta continua busca pelo equilíbrio, lembra-se? *Aquela que lança sua secreção diretamente na corrente sanguínea, sendo conhecida também por glândula de secreção interna.
Alguns dos hormônios que ela produz são fundamentais para a compreensão de nossa aula. * Resumidamente, podemos definir como moléculas produzidas por glândulas endócrinas que sendo secretadas na corrente sanguínea regulam funções fisiológicas específicas em nosso organismo.
Recomendamos uma revisão do tópico antes de continuar seus estudos, ok?
Além dos hormônios do eixo hipotalâmico-hipofisário, deve-se considerar ainda alguns hormônios produzidos pelas gônadas (ovários) em nossos estudos sobre a regulação hormonal do ciclo reprodutivo feminino. São eles: estrogênio e progesterona.
1) FSH - A escamação do endométrio determina o início de um novo ciclo mensal feminino e é reportada como menstruação (marca 1º do novo ciclo), esse período varia entre as mulheres, durando entre 3 e 7 dias. Durante estes dias de escamação, a hipófise inicia gradualmente a liberação de FSH, que progressivamente eleva suas taxas na corrente sanguínea e, ao encontrar receptores nos ovários dispara uma mensagem química fundamental: folículos ovarianos devem amadurecer.
2) Estrogênio - Conforme esses folículos crescem, eles produzem e liberam na corrente sanguínea os estrogênios, que sinalizam quimicamente ao hipotálamo que já é o momento de autorizar a hipófise a liberar LH.
3) LH - Com a elevação de LH circulante verificamos a oocitação (reportada antigamente por ovulação): o oócito (antigo óvulo) sai do ovário e é encaminhado para a tuba uterina para aguardar a fertilização. Ocorre aproximadamente no 14º dia do ciclo (em mulheres “relógio” com ciclo de 28 dias).
4) Progesterona - No local onde ele foi liberado do ovário se forma o corpo lúteo (ou corpo amarelo) que continuará produzindo estrogênios e passará a produzir também progesteronas. Este corpo amarelo atingirá seu máximo de desenvolvimento aproximadamente sete dias após a ovulação. Estrogênio e progesterona atuam em conjunto sobre o útero, preparando o endométrio para uma possível implantação, caso ocorra uma gravidez, além disso, as altas taxas desses hormônios exercem um efeito inibidor sobre a hipófise, que diminui drasticamente a produção de FHS e LH.
E, então:
Caso não ocorra uma gestação - O corpo amarelo deixará de produzir os hormônios, o que determinará uma nova escamação uterina. 
Caso ocorra uma gestação - O corpo amarelo persistirá, sob o comando da beta-gonadotrofina coriônica humana (produzida pelo concepto recém-implantado), produzindo os hormônios que irão garantir que o útero não sofrerá contrações e garantirá tempo para a placenta se formar e assumir definitivamente a produção dos hormônios gestacionais.
Bases neurais dos comportamentos sexuais
O comportamento sexual em homens e mulheres é controlado por ações conjuntas de diversas estruturas do nosso sistema nervoso. O córtex cerebral tem papel importante, sendo o sítio onde as ideias eróticas surgem e se diversificam.
A medula espinhal tem papel determinante, pois por ela seguem as aferências para o cérebro (estímulos táteis, por exemplo) e os comandos que determinarão as eferências (ereção do pênis e clitóris, por exemplo).
Diferenciação sexual do sistema nervoso
As diferenças são sutis, para compreender as diferenças morfofisiológicas você deverá responder atentamente ao questionário, proposto abaixo, com a ajuda de seu livro customizado.
Outras questões interessantes são aquelas relacionadas a um possível dimorfismo sexual cognitivo, diversas pesquisas tentam mostrar, ainda sem muito sucesso, que o desempenho de homens e mulheres tende a ser diferente em determinadas tarefas. Abaixo, você confere alguns exemplos, mas é fundamental ressaltar que essas pesquisas ainda não foram plenamente comprovadas.
Homens tendem a ter melhor desempenho em leitura de mapas, aprendizado de labirintos e no raciocínio matemático.
Mulheres tendem a ter melhor desempenho em tarefas verbais.
Orientação sexual
Pesquisas sugerem que o comportamento homossexual geralmente se apresentadesde a infância.
Alguns experimentos demonstram que a preferência por brinquedos pode estar relacionada ao homossexualismo na vida adulta, revelando uma tendência entre meninos que preferem brinquedos de meninas de apresentarem-se homossexuais quando do amadurecimento sexual.
Lembra-se dos seus estudos sobre o INAH, no questionário que respondeu nesta aula?
Pois é... Esta é uma região do cérebro que parece estar envolvida no processo de comportamento homossexual, em homossexuais masculinos o INAH-3 apresenta o mesmo tamanho do esperado para mulheres, ou seja, possui metade do tamanho esperado em um homem heterossexual, no entanto, essa diferença só pode ser percebida na idade adulta.
Será que algo na infância forjou o desenvolvimento desta região? Ou não? Essa pergunta ainda não foi respondida.
Outras pesquisas demonstram que pode haver alguma tendência genética na determinação do comportamento homossexual na vida adulta, principalmente quando os casos ocorrem na família da mãe (principalmente tios e primos). Entretanto, pesquisas com gêmeos idênticos, não revelam a mesma orientação sexual em ambos, o que revela que muito ainda há que ser pesquisado para compreender esse tema.
Experimentos em roedores demonstraram que estresse (causado por uma limitação controlada experimentalmente da quantidade de água e comida) durante a gestação pode determinar o nascimento de filhotes geneticamente masculinos que se comportam como fêmeas quando do amadurecimento reprodutivo, expondo a genitália diante de outros machos. Será que o estresse pode ser um fator também em humanos?
Diversos autores abordam as questões relacionadas ao sistema endócrino, para conhecer um pouco mais desta vertente, consulte nosso APRENDA MAIS e divirta-se!
1. Conhecedora de seu ciclo menstrual uma jovem decide suspender o uso de pílulas contraceptivas orais e utilizar uma combinação de preservativos do tipo camisinha (masculina ou feminina) com restrição sexual em seu período fértil para evitar uma concepção, já que ela acredita que sua pílula está determinando ganho de peso. Avalie as alternativas abaixo e assinale aquela que indica algo que, de fato, irá ocorrer com a jovem nos próximos meses.
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1) Ela irá engravidar. 
2) Ela voltará a oocitar (ovular). 
3) A produção de FSH cairá progressivamente. 
4) Ela perderá peso. 
5) Ela não formará corpos lúteos. 
2. Nosso DNA é formado por 46 pares de cromossomos, dos quais um par representa os cromossomos sexuais. A representação gráfica deste par de cromossomos determina a configuração XX para mulheres e XY para os homens. Qual deve ser configuração cromossômica dos homossexuais masculinos? 
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1) XX, afinal apesar de ter aparência masculina eles apresentam comportamento feminino. 
2) XY, apesar do comportamento típico de mulheres a maior parte deles possui configuração cromossomial masculina. 
3) X0, há uma indeterminação genética nesses indivíduos, apesar da forma corporal masculina seu cérebro é feminino. 
4) XXY, o fato de apresentarem mais um X justifica seu comportamento homossexual. 
5) 0Y, a ausência do cromossomo X determina toda essa alteração de comportamento na vida adulta. 
3. Diversas pesquisas tentam demonstrar que existem diferenças sexuais cognitivas, sabemos, no entanto, que pouco pode ser agregado a este conhecimento nas ultimas décadas. Dentre as opções, abaixo, qual a que representa uma possível diferença entre os cérebros masculinos e femininos? 
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1) Homens apresentam melhores desempenhos em tarefas verbais. 
2) Mulheres são melhores leitoras de mapas. 
3) Homens tendem a ter melhor raciocínio matemático. 
4) Mulheres tendem a aprender labirintos com mais facilidade. 
5) Homens aprendem a ler mais rápido do que mulheres. 
4. Uma pesquisa reportou que é provável a relação entre homossexualismo masculino e a ocorrência de outros homossexuais na mesma família, o que sugere algum envolvimento genético na homossexualidade. Sobre essa afirmativa é correto dizer que: 
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1) Um homem que tenha irmãos homossexuais é forte candidato a futuro pai de homossexuais, femininos ou masculinos. 
2) Uma família com casos de homossexualidade deve evitar a reprodução. 
3) A homossexualidade de um tio ou primo de uma mulher pode estar relacionada com a homossexualidade de seus filhos. 
4) Genes e homossexualismo são assuntos diversos, já está comprovado que um não está relacionado com o outro. 
5) Uma mulher homossexual que venha a engravidar produzirá filhos igualmente homossexuais na vida adulta. 
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