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ROTEIRO DO LABORATÓRIO MORFOFUNCIONAL CURSO DE MEDICINA Orientadores: Arannadia Barbosa Ermilton Freitas Karyne Oliveira Rômulo Dayan ANATOMIA, FISIOLOGIA E HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO OBJETIVOS: 1. Caracterizar macro e microscopicamente o sistema reprodutor feminino. 2. Conhecer os hormônios sexuais feminino. 3. Compreender a relação entre o eixo hipotálamo-hipofisário e a reprodução (gametogênese LH/FSH). 4. Descrever o ciclo menstrual. ANATOMIA HUMANA 01 – Com o auxílio de atlas e livros de anatomia humana, identifique as estruturas apontadas nas figuras abaixo. Figura 1 - Componentes do Pudendo Feminino Fonte: TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Organização do corpo humano. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. Fonte: TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Organização do corpo humano. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 02 – Com o auxílio de atlas, aponte as estruturas listadas abaixo e em seguida identifique-as nos modelos anatômicos de ensino. ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS FEMININOS A) Ovários Ligamento suspensor do ovário Ligamento útero-ovárico Mesovário B) Tubas uterinas Istmo da tuba uterina Ampola da tuba uterina Infundíbulo da tuba uterina Óstio uterino da tuba Óstio abdominal da tuba Fímbrias Mesossalpinge Pregas tubárias C) Útero Fundo do útero Corpo do útero Istmo do útero Colo do útero Canal do colo do útero Óstio interno do útero Ligamento largo do útero D) Vagina Fórnice da vagina Canal da vagina Rugas vaginais Óstio da vagina HISTOLOGIA 01 - Utilize as imagens abaixo, lâminas histológicas, livros texto e atlas de histologia, sites, microscopia on-line (http://mol.icb.usp.br/) e histology guide (http://www.histologyguide.com/) para alcançar os objetivos solicitados abaixo: A - Com o auxílio da lâmina de Ovário: • Identifique células de folículo primordial. • Identifique células de folículo em desenvolvimento. • Identifique um folículo antral. • Identifique um corpo lúteo / albicans. B - Com o auxílio da lâmina de Útero: • Identifique a camada do endométrio • Identifique o tecido epitelial cilíndrico simples que reveste o endométrio. • Identifique as glândulas uterinas. http://mol.icb.usp.br/ http://mol.icb.usp.br/ http://www.histologyguide.com/ http://www.histologyguide.com/ C - Com o auxílio da lâmina de Tuba uterina: • Identifique o tecido epitelial cilíndrico simples que reveste a tuba uterina. • Identifique a serosa, camada longitudinal e circular D - Com o auxílio da lâmina de Útero – Fase proliferativa (1) e Útero – Fase secretora (2): • Identifique as glândulas uterinas e suas características histológicas. Classificação da glândula quanto à ramificação do ducto. • Características histológicas nas fases proliferativa e secretora quanto ao tamanho, disposição do ducto. FISIOLOGIA 01 - Utilizando o livro de fisiologia e a imagem abaixo, diferencie como se dá a influência do eixo hipotálamo-hipofisário no controle da produção do estrogênio, progesterona e ovulação na mulher, além da produção de testosterona e espermatozoides no homem. Inclua na resposta os mecanismos de retroalimentação ou feedback positivo e negativo. Além das substâncias já citadas no enunciado, sua resposta deve conter os seguintes hormônios: GnRH, FSH, LH, inibina e relaxina. • No homem: O hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) liberado pelo hipotálamo controla a secreção de duas gonadotropinas da adeno-hipófise o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio foliculoestimulante (FSH). O LH estimula as células intersticiais que estão localizadas entre os túbulos seminíferos a secretar o hormônio testosterona. Em algumas células-alvo, como aquelas dos órgãos genitais externos e da próstata, a enzima 5- alfarredutase converte a testosterona em outro androgênio, chamado di-hidrotestosterona (DHT). A testosterona, via feedback negativo, suprime a secreção de LH pelos gonadotropos da adeno-hipófise e suprime a secreção de GnRH pelas células neurossecretoras do hipotálamo. O FSH atua indiretamente ao estimular a espermatogênese. Uma vez alcançado o grau de espermatogênese necessário para as funções reprodutivas masculinas, as células de Sertoli liberam inibina, um hormônio proteico que inibi a secreção de FSH pela adeno-hipófise; se a espermatogênese ocorrer muito lentamente, menos inibina é liberada, o que possibilita maior secreção de FSH e aumento da espermatogênese. ● Na mulher: O GnRH estimula a liberação do hormônio foliculoestimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH) pela adeno-hipófise. O FSH inicia o crescimento folicular, enquanto o LH estimula o desenvolvimento adicional dos folículos ovarianos. Além disso, o FSH e o LH estimulam os folículos ovarianos a secretar estrogênio. O LH estimula as células da teca de um folículo em desenvolvimento a produzir androgênios. Sob influência do FSH, os androgênios são absorvidos pelas células granulosas do folículo e, em seguida, convertidos em estrogênios. No meio do ciclo, o LH estimula a ovulação e, então, promove a formação do corpo lúteo. Estimulado pela LH, o corpo lúteo produz e secreta estrogênios, progesterona, relaxina e inibina. A pequena quantidade de relaxina produzida pelo corpo lúteo durante cada ciclo mensal relaxa o útero inibindo as contrações do miométrio. A inibina é secretada pelas células granulosas dos folículos em crescimento e pelo corpo lúteo após a ovulação. Ela inibe a secreção de FSH e, em menor grau, de LH. 02 - A duração do ciclo reprodutivo feminino dura entre 24 a 36 dias, com uma média de 28 dias. Diante disso, descreva os eventos fisiológicos (hormonais) que ocorrem nas quatro fases desse ciclo, ressaltando os eventos ocorridos nos ovários e no útero. - Fase menstrual Nos ovários: sob influência do FSH, vários folículos primordiais se desenvolvem em folículos primários e, então, em folículos secundários. No útero: níveis decrescentes de progesterona e estrogênios estimulam a liberação de prostaglandinas que fazem com que as arteríolas espirais do útero se contraiam. Como resultado, as células que elas irrigam são privadas de oxigênio e começam a morrer; por fim, todo o estrato funcional descama. - Fase pré-ovulatória (proliferativa) Nos ovários: alguns dos folículos secundários começam a secretar estrogênios e inibina. Os estrogênios e a inibina secretados pelo folículo dominante diminuem a secreção de FSH, o que faz com que os outros folículos menos bem desenvolvidos parem de crescer e sofram atresia. O folículo dominante passa a ser o folículo maduro; este forma uma protuberância em forma de vesícula decorrente da tumefação do antro na superfície do ovário. Durante o processo de maturação final o folículo maduro continua aumentando a produção de estrogênios. No útero: os estrogênios liberados pelos folículos ovarianos promovem o reparo do útero. As células do estrato basal sofrem mitose e produzem um novo estrato funcional. Conforme o endométrio se espessa, desenvolvem-se glândulas uterinas retas e curtas, e as arteríolas se espiralam e alongam à medida que penetram no estrato funcional. A espessura do endométrio aproximadamente dobra, alcançando cerca de 4 a 10 mm. - Fase ovulatória Uma alta concentração de estrogênio estimula a liberação mais frequente de GnRH pelo hipotálamo. O GnRH promove a liberação adicional de FSH e LH pela adeno-hipófise. O LH provoca a ruptura do folículo maduro e a expulsão de um oócito secundário. O oócito ovulado e suas células da coroa radiada geralmente são deslocados para a tuba uterina. - Fase pós-ovulatória No ovário: ocorre a formação do corpo lúteo. Se o óvulo não foi fertilizado, o corpo lúteo tem uma vida útil de apenas2 semanas. Em seguida, a sua atividade secretora declina, e ele se degenera em um corpo albicante. Se o oócito secundário for fertilizado e começar a se dividir, o corpo lúteo persiste além de sua duração normal de 2 semanas. Ele é “resgatado” da degeneração pela gonadotropina coriônica humana (hCG). No útero: a progesterona e os estrogênios produzidos pelo corpo lúteo promovem o crescimento e enrolamento das glândulas uterinas, a vascularização do endométrio superficial e o espessamento do endométrio até 12 a 18 mm. 03 - Cite, identifique o local de produção, o tecido alvo e as respostas desencadeadas (funções) dos hormônios sexuais feminino. - Estrogênio 1. Útero e órgãos sexuais femininos externos Durante a puberdade, os ovários, trompas de Falópio, útero e vagina aumentam de tamanho várias vezes. A genitália externa aumenta, com depósito de gordura no monte pubianos e nos grandes lábios, além de aumento dos pequenos lábios. Altera-se o epitélio vaginal do tipo cuboide para o tipo estratificado, considerado mais resistente a traumas e infecções. OBS.: Por isso, infecções vaginais em crianças quase sempre podem ser curadas pela administração de estrogênios. O estrogênio causa proliferação acentuada do estroma endometrial e desenvolvimento das glândulas endometriais, que ajudarão no fornecimento de nutrição ao óvulo implantado. 2. Trompas de Falópio Os estrogênios fazem com que os tecidos glandulares, no revestimento mucoso, se proliferem; e aumentam o número de células epiteliais ciliadas que revestem as trompas, intensificando, também, a atividade dos cílios, que por meio de seus movimentos ajudam a levar o óvulo fertilizado na direção do útero. 3. Mamas Desenvolvimento dos tecidos estromais das mamas; crescimento de um sistema de ductos; depósito de gordura. Os lóbulos e alvéolos se desenvolvem até certo ponto na influência apenas de estrogênios, mas é necessário a progesterona e prolactina para o crescimento e função final dessas estruturas. OBS.: As mamas primordiais de homens e mulheres são iguais; sob a influência de hormônios apropriados, a mama masculina, durante as primeiras 2 décadas de vida, pode se desenvolver o suficiente para produzir leite. 4. Esqueleto Os estrogênios inibem a atividade dos osteoclastos, estimulando o crescimento ósseo, e causa a união das epífises com a haste dos ossos longos. OBS.: Osteoporose na velhice - depois da menopausa, quase nenhum estrogênio é secretado pelos ovários, o que leva a uma maior atividade dos osteoclastos, diminuição da matriz óssea e menos depósito de cálcio e fosfato. 5. Aumento do depósito de proteínas Porém, o maior depósito de proteínas causado pela testosterona é bem mais geral e mais potente do que o causado pelos estrogênios. 6. Aumento do metabolismo corporal e o déposito de gordura O aumento do metabolismo é apenas um terço a mais que o aumento causado pela testosterona. Além disso, ocorre o depósito de quantidades maiores de gordura nos tecidos subcutâneos. 7. Pele A pele desenvolve uma textura macia e lisa. Além disso, a pele se torna mais vascularizada, o que está associado à pele mais quente, promovendo também maior sangramento nos cortes superficiais do que se observa nos homens. 8. Equilíbrio eletrolítico Os estrogênios, causam retenção de sódio e água nos túbulos renais. Por isso, durante a gravidez, a enorme quantidade de estrogênio contribui para a retenção de líquidos no corpo. - Progesterona 9. Útero: Promove alterações secretoras no endométrio, durante a última metade do ciclo menstrual, preparando o útero para a implantação do óvulo fertilizado. Além disso, a progesterona diminui a frequência e intensidade das contrações uterinas, ajudando a impedir a expulsão do óvulo implantado. 10. Trompas de Falópio: Aumento da secreção pelo revestimento mucoso; essas secreções são necessárias para nutrir o óvulo fertilizado e em divisão. 11. Mamas Promove o desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos das mamas, fazendo com que as células alveolares proliferem, aumentem e adquirem natureza secretora; a progesterona também faz com que as mamas inchem. 04- Onde é produzido o hormônio HCG e qual sua participação no ciclo reprodutivo feminino. O sinciciotrofoblasto produz um hormônio glicoproteico, o hCG, que entra na circulação sanguínea materna através de cavidades isoladas (lacunas) no sinciciotrofoblasto; o hCG mantém a atividade hormonal do corpo lúteo no ovário, durante a gestação. 05 – Cite e Descreva a participação dos hormônios responsáveis pelas mudanças observadas nas glândulas uterinas nas fases observadas na lâmina histológica. Endométrio menstrual: As glândulas representam a porção mais responsiva do endométrio à ação estrogênica. A princípio, elas são estreitas e tubulares, revestidas por células de epitélio colunar baixo. Mitoses tornam-se proeminentes e observa-se a pseudo-estratificação, as glândulas tornam-se alongadas e um pouco tortuosas. Um revestimento epitelial contínuo é formado de face para a cavidade endometrial. O endométrio proliferativo: corresponde à fase folicular no ovário. Após três a quatro dias de menstruação, o endométrio inicia sua regeneração, e cresce rapidamente em resposta ao estímulo estrogênico. No início, as glândulas endometriais são pequenas, tubulares e curtas. No final desta fase, tornam-se alongadas e tortuosas. O endométrio secretor corresponde à fase lútea no ovário Caracteriza-se pela atuação da progesterona produzida pelo corpo lúteo em contraposição à ação estrogênica. As glândulas endometriais se encontram em processo progressivo de dilatação, tornando-se cada vez mais tortuosas 07 – A imagem abaixo apresenta a relação entre a temperatura corporal basal e o evento da ovulação. Diante disso, responda os questionamentos a seguir: a) Analise a imagem e aponte as causas do aumento da temperatura corporal após a ovulação. A progesterona tem um efeito termogênico, então seus níveis podem ser monitorados medindo o BBT. O BBT está em um nível baixo relativamente constante durante a fase folicular, atingindo seu nível mais baixo (o nadir) antes da ovulação, e então exibe um aumento distinto de 0,2–0,3 ° C após a ovulação. O nível mais alto de BBT é sustentado durante a fase lútea antes de cair de volta ao nível mais baixo no início do próximo ciclo. BBT = temperatura corporal basal b) Este método de acompanhamento da temperatura corporal basal (TCB) pode ser utilizado como método contraceptivo? Qual a eficácia? Material de apoio: MATOS, R.S.G de. Regulação Farmacológica da Ovulação. 2013. Dissertação de mestrado. Faculdade de Ciências da Saúde. Universidade do Porto. BULL, J. R. et al. Real-world menstrual cycle characteristics of more than 600,000 menstrual cycles. NPJ digital medicine, v. 2, n. 1, p. 1-8, 2019. REFERÊNCIAS • GARTNER, L. P. et al. Histologia essencial. Elsevier Brasil, 2012. • GARTNER, L. P.; HIATT, J, L. Tratado de histologia em cores. Elsevier Brasil, 2011. • GUYTON. A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. • HANKIN, M. H.; MORSE, D. E.; BENNETT-CLARKE, C. A. Anatomia clínica: uma abordagem por estudos de casos. • Porto Alegre: AMGH, v. 432, 2013. • http://medicina.ucpel.edu.br/atlas/sistemas/reprodutor-masculino/ • http://www.danielbranco.com.br/atlasi/txt_glan.html • http://www.histologyguide.com/slide-view/MHS-267-testis-and-epididymis/19- slide1.html?x=47416&y=29332 &z=100&page=1 • MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. • MARTINS, N. V.; RIBALTA, J. C. Patologia do trato genital inferior. 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