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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ... DO ESTADO DE … PROCESSO N.. JOSÉ, já qualificado nos autos epígrafe, por meio de seu advogado, que esta ao final subscreve, vem à presença de Vossa Excelência, apresentar nos termos do art. 403, § 3º, do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir expostas ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS 1. DOS FATOS JOSÉ, com 74 anos de idade, primário, em 21 de março de 2021 estava em sua residência, quando recebeu a visita do chefe do tráfico popularmente conhecido como "duas bocas, cujo estava armado e exigiu que transportasse 25 gramas de maconha para outro traficante, sob ameaça de expulsá-lo da comunidade onde morava. O réu sem chances de escolha acatou o pedido de Duas bocas,quando próximo ao local combinado de fazer a entrega das drogas, foi preso em flagrante por policiais militares, tendo a droga apreendida, ainda no local o réu alegou aos policiais que fez isso sob ameaça, fato confirmado pelos policiais na audiência de instrução. Posteriormente José foi acusado pela prática do crime previsto no art. 33, caput da lei n 11.343/06, entretanto foi concedida liberdade provisória sem fiança com medidas cautelares. 2. DO DIREITO 2.1 MÉRITO Conforme o narrado o acusado foi denunciado pelo crime de tráfico de drogas previsto no art 33, caput, da lei no 11.343\06 por transportar 25g de maconha. Ocorre excelência que o réu deve ser absolvido pelo fato de não caracterizar infração penal. Senão vejamos: A) Da inexigibilidade de conduta diversa Determinada conduta só pode ser considerada crime, se ela for típica ilícita e culpável, a inexigibilidade de conduta diversa caracteriza-se quando age o autor de maneira típica e ilícita, mas não merece ser punido, pois, naquelas circunstâncias fáticas, dentro do que revela a experiência humana, não lhe era exigível um comportamento conforme o ordenamento jurídico. Duas bocas, estando armado exigiu que o réu, um senhor de 74 anos de idade, transportasse droga, sob ameaça de expulsá-lo de sua residência e da comunidade, onde residia há muitos anos, sem ter para onde ir José praticou coação moral irresistível. Segundo o previsto no art 22 do Código Penal, em caso de coação moral irresistível, deve responder pela infração somente o autor da coação. Assim, na forma do art. 386, VI do CPP, o réu deve ser absolvido. 2.2 DAS TESES SUBSIDIÁRIAS Caso não seja acolhida a tese absolutória da coação moral irresistível, requer subsidiariamente: I. A aplicação da pena base no mínimo legal por ser em todas as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal, favoráveis; (5 anos) II. A atenuante da coação moral porque jose so transportou a droga por exigência de duas bocas, e atenuante da confissão,mesmo tendo alegado causa excludente de culpabilidade, uma vez que o Superior Tribunal de Justiça tem reconhecido a confissão qualificada suficiente para atenuar a pena do réu, ambas previstas no art. 65, III,c e d, do Código Penal III. Atenuante do art. 60 em 5,I, do Código Penal já que o réu era maior de 70 anos na data da sentença IV. o réu é primário, ostenta bons antecedentes e não há elementos no sentido de envolvimento com a organização criminosa ou dedicação às atividades criminosas o que legitima o réu a requerer a causa especial de diminuição de pena do tráfico privilegiado. (3 anos) Requer a causa de diminuição da pena em patamar máximo, previsto no art. 33 parágrafo 4º, da lei n 11.343/2006, V. requer a fixação do regime inicial aberto de cumprimento da reprimenda legal conforme art.2º, parágrafo 1º, da lei 8.072/90 prever A fixação do regime inicial fechado aos condenados por crimes hediondos ou equiparados, o STF reconheceu a inconstitucionalidade desse dispositivo por violação do princípio da individualização da pena prevista no art.5º, XLVI, da CF/88. VI. pede a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, o reconhecimento do tráfico privilegiado, com a diminuição da pena no patamar máximo, a pena definitiva não ultrapassará quatro anos. Destaca-se que a vedação do art. 33 parágrafo 4º da Lei n 11.343/06 não mais existe por meio da Resolução n 05, publicada em 15/02/2012 o Senado suspendeu a execução da expressão vedada a conversão em penas restritivas de direitos’’, sendo, pois, possível a substituição da pena de liberdade por restritiva de direitos. 3. DOS PEDIDOS Ante todo o exposto, requer: 1. A absolvição do réu, pelo crime de tráfico, nos termos do art. 386 , do Código de Processo Penal. 2. Subsidiariamente, a aplicação da pena-base no mínimo legal,por serem todas as circunstâncias judiciais do art 59 do CP, favoráveis. 3. O reconhecimento das atenuantes do art 65, I e III, alíneas c e d, do Código Penal 4. A aplicação do privilégio causa especial de diminuição de pena, prevista no art. 33, paragrafo 4° da Lei n 11.343/2006; 5. A aplicação do regime inicial aberto de cumprimento de pena; 6. A substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. Termos em que, P. deferimento Local.., data ... Nome... OAB ...
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