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1.1 História da Ginástica_ concepções, métodos e escolas

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História da Ginástica: concepções, 
métodos e escolas
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo!
A Ginástica, sendo usada como uma ferramenta para trabalhar o corpo, aperfeiçoar a aptidão 
física ou mesmo melhorar as capacidades cognitivas e comportamentais, com caráter 
competitivo ou não, data de muitos séculos atrás. Durante a Antiguidade, a Ginástica começou a 
ser usada como forma de exercitar o corpo independentemente de uma necessidade de 
sobrevivência. Ideia essa que evoluiu cada vez mais dentro da sociedade, até que a Ginástica 
fosse inserida em escolas e clubes esportivos, além de espaços criados especificamente para esse 
fim, recebendo a influência de diversos métodos de sistematização oriundos de países europeus.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará a evolução histórica da Ginástica e sua relação 
com a Educação Física. Além disso, conhecerá e aprenderá a classificar os diferentes métodos 
de Ginástica, bem como as principais escolas europeias e suas particularidades.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever a construção histórica da Ginástica e sua relação com a Educação Física.•
Elencar as principais escolas europeias de Ginástica e suas características. •
Enumerar e classificar os diferentes métodos de Ginástica. •
DESAFIO
Conhecer a história da Ginástica, como e por que ela era realizada é importante para 
compreendermos melhor a forma como ela é encarada hoje. A Ginástica foi moldada ao longo 
de diversos períodos históricos, sofrendo mudanças na forma como era encarada e nos objetivos 
que levavam as pessoas a realizá-la. Um ponto de extrema importância é o surgimento das 
escolas europeias que influenciaram na maneira como a Ginástica foi implantada no Brasil e em 
como ela funciona até os dias de hoje. 
Durante uma aula na disciplina de Ginástica Básica de sua instituição de ensino, foi realizada 
uma visita de campo a um projeto voltado para a prática de exercícios físicos para o público da 
terceira idade da comunidade. O intuito da visita de campo era entrevistar alguns dos indivíduos 
acerca da prática de exercícios na época em que eram mais jovens. De acordo com as respostas, 
temos: 
 
 
Qual(is) escola(s) europeia(s) influenciou(aram) as instituições em que esses idosos realizavam 
exercícios físicos na época em que eram jovens? Quais características levaram a sua conclusão?
 
INFOGRÁFICO
Você sabe identificar os períodos e as civilizações que influenciaram no surgimento da 
Ginástica? Este infográfico poderá auxiliá-lo a entender a evolução histórica dessa atividade de 
forma simples e direta. 
CONTEÚDO DO LIVRO
A Ginástica como conhecemos hoje sofreu a influência da realização de exercícios físicos em 
variados períodos da História. Seus primórdios, principais influências, métodos e inserção nos 
currículos de ensino regular poderão ser melhor compreendidos no capítulo História da 
Ginástica: concepções, métodos e escolas, do livro Fundamentos ginásticos da atividade física, 
que serve de base teórica para esta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
Fundamentos 
Ginásticos da 
Atividade Física
Rodrigo de Azevedo Franke
História da ginástica: 
concepções, métodos 
e escolas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever a construção histórica da ginástica e sua relação com a 
educação física.
 � Elencar as principais escolas europeias de ginástica e suas principais 
características.
 � Enumerar e classificar os diferentes métodos da ginástica.
Introdução
A ginástica como ferramenta para trabalhar o corpo, aperfeiçoar a apti-
dão física ou até mesmo melhorar capacidades cognitivas e comporta-
mentais, com caráter competitivo ou não, data de muitos anos atrás. Na 
antiguidade, a ginástica começou a ser usada como forma de exercitar 
o corpo independentemente de uma necessidade de sobrevivência. 
Essa ideia evoluiu de tal modo dentro da sociedade que a ginástica foi 
inserida dentro das escolas e clubes esportivos, além de espaços criados 
especificamente para ela, passando, assim, a sofrer influência de diversos 
métodos de sistematização oriundos de países europeus.
Neste capítulo, você vai estudar a evolução histórica da ginástica e 
sua relação com a educação física, conhecer e classificar os diferentes 
métodos de ginástica, bem como as principais escolas europeias e suas 
particularidades.
A construção histórica da ginástica e 
sua relação com a educação física
Podemos dizer que a ginástica tem seus primeiros registros na Pré-história, 
período em que as práticas corporais eram usadas para fins de sobrevivência. 
Exercícios como escaladas, arremessos, golpes e saltos eram realizados para 
aperfeiçoar a caça e a pesca, além do cultivo na agricultura. A melhora na 
aptidão física era crucial, já que a necessidade de ataque e defesa era vital e 
diária.
Com a evolução do tempo e da estrutura da sociedade, a ginástica passou 
a ser planejada com o objetivo de exercitar o corpo para diversos fins, e não 
somente visando à sobrevivência. Na Grécia Antiga, o termo “ginástica” é 
criado (gymnastiké: forma de fortalecer o corpo; gymnádzein: treinar nu, 
forma como os gregos se exercitavam), referindo-se à arte de treinar o corpo 
e melhorar as capacidades físicas, com diferentes objetivos: desempenho 
militar, rituais culturais, competições esportivas, atividade estética, dentre 
outros. Era dada grande importância à formação humana dos indivíduos e, 
por isso, muitos professores buscavam aliar formação intelectual e exercícios, 
numa relação de associação entre corpo e mente.
Na Grécia Antiga, com o nascimento dos Jogos Olímpicos, a ginástica passou a ser 
utilizada pela primeira vez como uma atividade esportiva, a fim de atestar qual atleta 
obtinha o melhor desempenho dentro de uma determinada modalidade. Na Figura 1, 
o estádio olímpico de Atenas, local onde eram realizadas as competições.
Figura 1. Estádio olímpico de Atenas.
Fonte: hurricanehank/Shutterstock.com.
História da ginástica: concepções, métodos e escolas2
Na Roma Antiga, a ginástica era encarada de uma forma bem diferente. 
Seu o objetivo único e exclusivo eram os treinamentos militares. O culto ao 
corpo, as competições e o caráter pedagógico dos exercícios gímnicos per-
deram espaço, já que a intenção era preparar os soldados e a população em 
geral para as guerras, comuns no período e na região, através de exercícios 
que fortalecessem o corpo e simulassem golpes de combate corpo a corpo, 
além do manuseio de armas.
No período histórico seguinte, com a queda do Império Romano e a ins-
tauração da Idade Média, os valores que regiam a sociedade da época estavam 
fortemente ligados à Igreja Católica. Naquele momento, o corpo tinha conotação 
pecaminosa, e por isso o culto à beleza não era aceito. Por essa razão, a prática 
de exercícios estava intimamente ligada ao desenvolvimento de valências 
físicas para a guerra e à consequente conquista de novos territórios (Cruzadas). 
Os Jogos Olímpicos, inclusive, foram proibidos em determinado momento da 
Idade Média e só foram retomados próximo ao século XX.
Após o período da Idade Média surgiu o Renascimento, um movimento 
cultural que substituiu de forma profunda os valores medievais vigentes, 
reincorporando os padrões vigentes na Antiguidade com as sociedades greco-
-romanas, tais como: o culto ao corpo belo, à estética e à beleza, além dos 
procedimentos gímnicos como forma de trabalhar o corpo não somente visando 
a luta e a guerra, mas também o bem-estar e a evolução intelectual.
Avançando nessa linha do tempo, nos séculos XVIII e XIX a ginástica 
passa a ter maior importância dentro da sociedade. O desenvolvimento da 
área na Europa é grande, principalmente em países como França, Suécia e 
Alemanha, centros que seriam referência mundial no que diz respeito à evo-
lução da ginástica e à forma como ela deveria ser ensinada para a população.
O processode imigração foi fundamental para o crescimento das escolas 
de ginástica europeias. Conforme a sistematização e a implementação da 
ginástica evoluíam muito nos grandes centros europeus, os imigrantes que 
colonizavam outros países, como os do continente americano, influenciavam 
na forma como a ginástica era vista e vivida nesses lugares antes mesmo da 
prática ganhar relevância mundial.
3História da ginástica: concepções, métodos e escolas
A ginástica foi, portanto, inserida aos poucos no currículo escolar como 
parte da formação intelectual dos cidadãos. No Brasil não foi diferente. 
A reforma Couto Ferraz, realizada em 1851, marcou o início da obrigatoriedade 
do ensino de educação física nas escolas que pertenciam ao município da corte. 
O momento foi delicado, pois os pais não aprovaram a medida por acreditar 
que a disciplina não tinha grande exigência intelectual.
Apesar da resistência, a medida foi mantida e a ginástica passou a fazer 
parte do currículo escolar. Influenciada por diferentes escolas europeias, era 
a base das aulas de educação física, sendo muitas vezes tratada como um 
sinônimo dessa disciplina. O grande objetivo da implementação da ginástica 
era formar indivíduos fortes e capacitados para as mais diferentes atividades, 
fossem elas laborais ou esportivas. Além disso, havia também o desejo de 
desenvolver um padrão moral pautado no perfil europeu, que era baseado na 
disciplina e no trabalho.
Entretanto, com o passar dos anos, a ginástica perdeu força nas aulas de 
educação física, que passaram a ser, cada vez mais, guiadas pela prática de 
esportes, sobretudo os coletivos. Essa mudança ocorreu principalmente por 
causa da expansão e popularização desses esportes, além do fato de as aulas 
de ginástica envolverem muitos exercícios de repetição, o que tornava as aulas 
entediantes e monótonas quando comparadas com o caráter competitivo e 
dinâmico que envolvia a prática de esportes.
Dessa forma, como podemos perceber, a ginástica foi moldada ao longo dos 
diversos períodos históricos, sofrendo mudanças na forma como era encarada 
e nos objetivos que levavam as pessoas a praticá-la. Um ponto de extrema 
importância e que deve ser detalhado é o surgimento das escolas europeias que 
influenciaram a forma como a ginástica foi implantada e funciona no Brasil 
até hoje. No próximo tópico, explicaremos como surgiram essas escolas, quais 
eram os países envolvidos e quais as características de cada uma.
As conquistas da seleção brasileira de futebol em 1958, 1962 e 1970 tiveram grande 
influência na mudança do perfil das aulas de educação física no país, que passaram a 
adotar cada vez mais o perfil desportista, devido ao clamor popular e ao sentimento 
de euforia e patriotismo perante as conquistas da equipe.
História da ginástica: concepções, métodos e escolas4
As principais escolas europeias e 
suas características
A ginástica, tal qual a conhecemos hoje, com suas diversas variações, surgiu 
na Europa durante o século XIX. Três centros foram mais relevantes no seu 
processo de inserção: a França, com o movimento do oeste; a Alemanha, com 
o movimento do centro; e a Suécia, com o movimento do norte (VIEIRA et al., 
2013). A união dos métodos criados por cada um desses movimentos sustenta, 
até hoje, as bases da ginástica no mundo. Isso porque, apesar de apresentarem 
particularidades e diferenças entre si, também tinham algumas características 
em comum, como almejar o aumento da força, o perfil higiênico e a melhora 
da disposição na vida cotidiana.
A Inglaterra também teve papel importante nesse período; contudo, o perfil 
da escola inglesa era voltado para a prática de esportes e jogos coletivos, tendo 
papel fundamental na implantação e criação das regras de diversos esportes, 
difundidos pelo mundo inteiro e populares até hoje. O diretor da escola de 
rugby na Inglaterra, Thomas Arnold, é considerado o “pai” do esporte por ter 
criado normas para a prática de várias atividades esportivas e formalizado a 
organização de clubes e associações (SCARSI, 2012). Alguns valores eram 
considerados muito importantes, como a colaboração entre companheiros e 
o respeito às normas de cada modalidade e aos adversários. Cabe também 
mencionar também a Dinamarca, que seguiu o movimento do norte juntamente 
com a Suécia, na Escandinávia, já que, graças a Franz Nachtegall, esse país 
foi o primeiro a considerar a ginástica como disciplina integrante do currículo 
escolar.
Como as principais escolas europeias responsáveis pelo desenvolvimento 
da ginástica e sua influência no Brasil foram a alemã, a sueca e a francesa, 
veremos, agora, uma descrição mais detalhada de cada uma delas.
A escola alemã de ginástica
Nascida entre o final do século XVIII e início do século XIX, a escola alemã 
de ginástica tinha como principal objetivo o desejo de formar indivíduos 
fortes e capazes, tomados por um espírito patriótico e nacionalista. Havia a 
crença de que a prática de exercícios físicos estava estritamente relacionada 
com o processo de educação, pois exercia grande influência sobre a mente 
5História da ginástica: concepções, métodos e escolas
e as atitudes dos cidadãos. Pautados nas ciências biológicas como forma de 
embasar a ginástica e formar indivíduos capazes, podemos destacar dois 
criadores do método alemão de ginástica: Johann Christoph Friedrich Guts 
Muths (1759-1839) e Friedrich Ludwig Christoph Jahn (1778-1852).
Guts Muths acreditava que a ginástica deveria ser realizada todos os dias 
e por todos os indivíduos, inclusive mulheres e crianças, uma vez que elas 
representavam, respectivamente, as geradoras dos filhos da pátria e o futuro 
da nação. O governo seria o responsável por organizar a ginástica, como forma 
de educar as pessoas sobre seus corpos e sobre o ambiente em que vivem. Por 
sua vez, Jahn incorpora, além disso, um forte caráter militar à ginástica alemã. 
Seu método, conhecido como “Turnen”, logo ganha a admiração da classe 
governante, justamente por ter caráter patriótico, exigir execuções ordenadas 
e trabalhar com uma forte relação de disciplina e subordinação por parte dos 
praticantes com o responsável por ministrar os exercícios. Por acreditar na 
possibilidade real do acontecimento de uma guerra, Jahn estimulava a prática 
de jogos e lutas, além de implantar equipamentos para a prática dos exercí-
cios, fato que o levou a ser considerado o criador da ginástica com aparelhos 
(SOARES, 2001). Tanto Guts Muths quanto Jahn tinham por objetivo atingir 
grandes massas com sua metodologia de ginástica e, a partir desse ponto, 
formar o caráter e o ideal patriótico dos cidadãos alemães.
Com uma abordagem um pouco distinta, podemos destacar outro importante 
incentivador da ginástica na Alemanha: Karl Adolf Spiess (1810-1858). Spiess 
preocupou-se de forma mais contundente com a inserção da ginástica nas 
escolas. A seu ver, deveria existir um momento próprio para a prática dessas 
atividades, que respeitavam uma sequência lógica e específica: exercícios 
livres, exercícios de suspensão, exercícios de apoio e ginástica coletiva. Para 
Spiess, essas atividades seriam a melhor forma das crianças alcançarem o 
equilíbrio entre aptidão física e suas almas.
No Brasil, a metodologia da ginástica alemã foi uma das primeiras a ser 
reproduzida. Isso ocorreu principalmente por conta do processo de imigração 
na região sul do país, pois, uma vez que os imigrantes tinham a ginástica como 
um hábito de vida, esse hábito foi levado para as regiões em que passaram a 
viver. Além disso, o método alemão norteou as práticas corporais no exército 
brasileiro de 1860 até 1912, quando foi substituído por outra escola europeia 
de ginástica: a francesa. Nas escolas, a ginástica alemã foi incorporada em 
1870 e perdurou até meados de 1920, quando também foi substituída por outra 
metodologia de ensino da ginástica: a sueca.
História da ginástica: concepções, métodos e escolas6
A escola sueca de ginástica
A escola sueca de ginástica tinha um viés um pouco diferenteda escola alemã, 
principalmente pelo fato de envolver um maior caráter pedagógico, e não 
autoritário. As duas escolas tinham pontos em comum, como a formação de 
cidadãos mais capazes (servir à nação) e com boa aptidão física (ameaça de 
guerras), entretanto, a escola sueca tinha como objetivo maior formar indiví-
duos livres de vícios, como o alcoolismo, que era um problema presente na 
sociedade da época, e trabalhar aspectos mentais e morais. Dessa forma, seria 
possível ter uma população capaz de servir ao país da melhor forma possível, 
o que era fundamental naquele momento, uma vez que a Suécia passava por 
um processo de desenvolvimento industrial e a mão de obra da população era 
a peça-chave para garantir o sucesso dessa fase e a evolução do país.
Pehr Henrik Ling (1776-1839) é o responsável por ditar as ideias por trás 
do método sueco de ginástica. Baseado em um espírito nacionalista, forma-
dor e anatômico, Ling considera que a ginástica sueca pode ser dividida em 
quatro tipos.
 � Ginástica pedagógica ou educativa: considerada a forma mais de-
mocrática da atividade, pois não tinha restrição quanto à idade, sexo, 
capacidade física ou condição social. Seu principal objetivo era formar 
indivíduos livres de vícios, doenças e com bom padrão postural.
 � Ginástica militar: baseada na ginástica pedagógica, visava exercitar 
gestos de luta e combate, como a manipulação de espadas de esgrima 
e o manuseio de armas de fogo, para que os cidadãos fossem capazes 
de combater em uma possível guerra.
 � Ginástica médica ou ortopédica: também era embasada na ginástica 
pedagógica e tinha como objetivo prevenir ou até mesmo curar doenças 
e vícios através de exercícios específicos para cada condição.
 � Ginástica estética: assim como os demais tipos, trabalha o aspecto 
pedagógico de maneira contundente. Nesse tipo de ginástica, eram 
priorizados movimentos leves e a dança, que agregavam beleza e har-
monia aos corpos.
No Brasil, a escola sueca de ginástica foi incorporada por Rui Barbosa, 
que refutou a prática alemã de ginástica em detrimento da sueca. Logo houve 
receptividade positiva por camadas importantes da sociedade, como políticos 
e intelectuais, já que a fundamentação pedagógica dessa escola era conside-
7História da ginástica: concepções, métodos e escolas
rada a mais adequada para a formação das crianças das escolas primárias e 
secundárias. 
A escola francesa de ginástica
Por fim, a escola francesa de ginástica foi idealizada por Francisco Amorós 
y Ondeano (1770-1847) com forte ideal higiênico, a fim de formar pessoas 
saudáveis. O método pedagógico, com forte caráter de organização e disciplina 
(GOELLNER, 1992), se baseava em atividades simples e naturais, como 
nadar, correr e saltar, além da prática de hipismo, ciclismo, dança e exercícios 
calistênicos de repetição.
Um dos principais objetivos do método francês era construir um homem 
idealizado, amplamente evoluído em diversos aspectos de sua formação ética, 
intelectual, social e física. Portanto, o método tinha por base dois alicerces: 
o ideal higiênico e o ideal militar. Aspectos psicológicos ou sociais eram, de 
certa forma, ignorados na condução das aulas.
Dentre outras características dessa escola, podemos ressaltar também a 
intenção de atuar no processo educativo e na potencialização da produtivi-
dade dos cidadãos, formando sujeitos completos (militarmente, moralmente 
e socialmente) e que servissem como uma boa força de trabalho no processo 
de industrialização que se instaurava.
No Brasil, o método francês de ginástica foi amplamente utilizado no 
exército, substituindo o método alemão. Entretanto, por ser considerado um 
método com fundamentação científica, foi defendido por intelectuais como 
uma forma de ensino e como uma influência a ser adotada por professores 
modernos. Sendo assim, o método foi amplamente utilizado na década de 
1940 no ensino primário, secundário e até mesmo superior.
A ginástica francesa foi a primeira metodologia legalmente reconhecida 
e adotada nos currículos escolares brasileiros no ano de 1931, através do 
Regulamento Número 7 da Educação Física, numa tradução do Règlement 
Général d’Éducation Physique.
Além disso, o método tinha forte caráter nacionalista, o que era visto 
como um ponto positivo para a sua aplicação no Brasil. Isso porque alguns 
intelectuais acreditavam que era preciso forjar a identidade do brasileiro, a 
fim de formar uma nação mais coesa e que empregasse maior energia para o 
desenvolvimento econômico.
Como é possível observar, apesar de algumas características peculiares a 
cada uma das escolas europeias de ginástica, um objetivo é claro e comum a 
História da ginástica: concepções, métodos e escolas8
todas elas: a formação de sujeitos fortes e com bom desenvolvimento intelectual, 
capazes de produzir e fomentar a economia do país, bem como defendê-lo frente 
a determinadas situações. Além disso, essas escolas europeias fundamentaram 
o surgimento de diferentes métodos de ginástica e, consequentemente, esportes 
gímnicos que se consolidaram como modalidades esportivas tradicionais e 
que são populares até hoje. Vamos falar sobre eles no próximo tópico.
No vídeo disponível no link a seguir, de autoria de Ronald Turíbio, podemos ter um 
breve resumo sobre o surgimento do método de ginástica europeu.
https://goo.gl/xx2v8b
Os diferentes métodos de ginástica
Com a consolidação da ginástica como uma forma de exercício físico e sua 
consequente popularização, surgiram diferentes métodos de ginástica, com 
diferentes características e objetivos a serem trabalhados. A ginástica passou 
a ser utilizada em programas de condicionamento físico, como ferramenta de 
formação ou como modalidade esportiva.
Dentre as importantes vertentes dessa atividade, podemos destacar as 
seguintes: ginástica de condicionamento físico; ginástica para todos (ginástica 
geral); ginástica natural; e ginástica competitiva. 
Ginástica de condicionamento físico
Mais abrangente e popular, é o método que utiliza a ginástica para o de-
senvolvimento das valências físicas, melhora do condicionamento físico e 
funcionamento adequado do corpo. Engloba exercícios práticos, seja em 
espaços propícios, como academias de ginástica, ou em locais públicos, como 
parques e praças.
Uma de suas principais características é a sistematização do exercício físico 
através do controle de variáveis como repetições, número de séries, intensidade 
do estímulo, frequência de treinos, intervalos de descanso, entre outros.
9História da ginástica: concepções, métodos e escolas
Devido ao diferente perfil das pessoas que buscam se exercitar, surgiram 
diferentes modalidades de ginástica para o condicionamento físico. Muitas se 
tornaram extremamente populares e são realizadas por uma grande parcela 
da população. Dentre elas, podemos destacar:
 � ginástica calistênica: exercícios gímnicos que envolvem o peso do pró-
prio corpo como resistência, como suspensões em barra, por exemplo;
 � ginástica de academia: aulas normalmente desenvolvidas em grupo, 
podendo ter diferentes enfoques, como flexibilidade, condicionamento 
cardiorrespiratório ou reforço muscular;
 � ginástica local: exercícios de resistência que trabalham segmentos 
específicos do corpo, de acordo com a condução do professor;
 � ginástica em meio aquático: exercícios resistidos conduzidos em piscinas, 
com menor grau de impacto, como jogging aquático e hidroginástica.
Como exemplo de atividade de ginástica de condicionamento, temos: aulas 
em grupo ministradas em academia (spinning, jump, funcional, crossfit, alon-
gamento, grupo de corrida), musculação, aulas de treino resistido localizado, 
exercícios com peso do corpo e natação.
Ginástica para todos (ginástica geral)
A ginástica para todos, conhecida antigamente como ginástica geral, é um 
método extremamente democrático e abrangente, pois envolve elementos de 
diversas vertentes da ginástica: artística, rítmica e de trampolim, além de 
dança, expressões rítmicas eatividades livres e espontâneas dos participantes.
Respeitando a individualidade e o limite de cada um, esse método não 
possui contraindicação, visto que não é preciso grande capacidade técnica 
para executar os gestos e nem uma grande aparelhagem para realizar a aula.
Como exemplo de ginástica para todos, basta pensarmos em uma aula que 
englobe diversas influências dos métodos competitivos de ginástica, expressões 
de dança e folclore, presença (ou não) de música, que envolva a utilização de 
materiais e uma coreografia.
História da ginástica: concepções, métodos e escolas10
Ginástica natural
A ginástica natural envolve atividades consideradas básicas e que podem ser 
realizadas com qualquer habilidade motora elementar e em qualquer ambiente. 
Como exemplo, podemos citar jogos lúdicos. Além disso, esse tipo de ginástica 
pode ter uma relação entre prática corporal e o meio no qual o sujeito está 
inserido, com técnicas de relaxamento e respiração. É um bom método para 
ser trabalhado com crianças e adolescentes, em escolas ou parques, ou, ainda, 
uma forma de realizar práticas que exijam autocontrole, autoconhecimento 
e concentração.
Alguns elementos de lutas orientais, como o judô e o jiu-jitsu, bem como 
atividades de meditação e autoconhecimento, são bons exemplos de atividades 
de ginástica natural.
Atividades com elementos da ioga ou tai chi chuan, em contato com a natureza, são 
bons exemplos de prática de ginástica natural.
Ginástica competitiva
A ginástica competitiva é um método seletivo, que tem como objetivo atestar, 
por meio de eventos esportivos e campeonatos, aqueles indivíduos que conse-
guem apresentar melhor desempenho dentro de uma determinada modalidade.
Não se trata de um método democrático como a ginástica para todos, já 
que normalmente é utilizado em clubes que visam o bom desempenho em 
competições. Por conta do insucesso, algumas pessoas não evoluem dentro 
de uma determinada modalidade.
Como formas de ginástica competitiva, podemos citar:
 � ginástica artística: engloba exercícios com diferentes aparelhos (argolas, 
barras e cavalo) ou apresentação no solo;
 � ginástica rítmica: trabalha com diferentes artefatos (arco, bola, bastão 
ou corda) em uma coreografia;
11História da ginástica: concepções, métodos e escolas
 � ginástica acrobática: envolve a realização de exercícios de agilidade, 
força e equilíbrio ritmados por uma música;
 � ginástica de trampolim: envolve a realização de uma série de saltos 
com o implemento de um trampolim;
 � ginástica aeróbica: combina elementos de ginástica clássica com dança 
e resistência.
O site da Confederação Brasileira de Ginástica reúne informações sobre eventos e 
regulamento de cada uma das modalidades competitivas da ginástica, além de infor-
mações sobre as seleções das modalidades artística, rítmica e de trampolim. Confira!
http://www.cbginastica.com.br/
Neste capítulo, foi possível ter uma visão mais abrangente sobre a evolução 
histórica da ginástica, desde os seus primórdios até os dias atuais. É difícil 
precisar quando essa modalidade de fato “nasceu”; contudo, sua evolução a 
partir da Antiguidade já pode ser mais bem analisada. A Europa foi onde os 
métodos foram criados e difundidos em outras regiões do mundo, não sendo 
diferente no Brasil. Esse processo foi muito forte no início do século XX e 
abriu as portas para a implantação da ginástica nas escolas através das aulas 
de educação física. Posteriormente, surgiram diferentes métodos de ginás-
tica, inclusive os competitivos, que se tornaram mais populares. Cabe, então, 
salientar a importância de conhecer o processo histórico do nascimento de 
uma modalidade de exercício para que seja possível compreender melhor a 
forma como esse mesmo método funciona nos dias atuais.
GOELLNER, S. V. O método francês e a educação física no Brasil: da caserna à escola. 1992. 
223 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano)– Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1992. Disponível em: <http://www.lume.
ufrgs.br/handle/10183/1322>. Acesso em: 15 jun. 2018.
História da ginástica: concepções, métodos e escolas12
SCARSI, D. Ginástica escolar: a prática da ginástica escolar nas aulas de Educação 
Física. 2012. 38 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura no Curso de Educa-
ção Física)–Universidade do Extemo Sul Catarinense, Criciúma, 2012. Disponível em: 
<http://repositorio.unesc.net/handle/1/1119>. Acesso em: 15 jun. 2018.
SOARES, C. Educação física: raízes europeias e Brasil. Campinas: Autores Associados, 
2001. 143 p.
VIEIRA, M. B. et al. A importância da ginástica enquanto conteúdo da Educação Física 
escolar. Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, año 18, n. 180, mayo 2013. 
Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd180/a-importancia-da-ginastica.
htm>. Acesso em: 15 jun. 2018.
Leitura recomendada
BREGOLATO, R. A. Cultura corporal da ginástica. 3. ed. São Paulo: Ícone, 2008. 232 p. 
(Coleção educação física escolar: no princípio da totalidade e na concepção histórico- 
crítico-social, 2).
13História da ginástica: concepções, métodos e escolas
 
DICA DO PROFESSOR
A Ginástica desenvolveu ao longo do tempo diferentes métodos de aplicação prática. Vamos 
elencar os principais, que são a Ginástica de Condicionamento, a Ginástica para Todos, a 
Ginástica Natural e a Ginástica Competitiva, bem como detalhar suas principais características, 
com alguns exemplos de sua aplicabilidade. No entanto, o foco desta dica será com relação às 
diferentes modalidades da Ginástica Competitiva.
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EXERCÍCIOS
1) De acordo com a relação da Ginástica na Grécia Antiga e na Roma Antiga, é correto 
afirmar que:
A) a Ginástica passou a ser reconhecida como atividade esportiva somente após a queda do 
Império Romano.
B) em ambas as civilizações, o caráter militar era empregado nos exercícios de Ginástica.
C) na Roma Antiga, a Ginástica era encarada como uma forma de relacionar o corpo e a 
mente dos praticantes.
D) o caráter militar dos exercícios gímnicos era exclusivo na Grécia Antiga, devido às 
constantes guerras por domínio territorial.
E) em ambas as civilizações não existia relação entre festividades culturais e atividades de 
ginástica.
2) Sobre o surgimento da Ginástica no Brasil, qual das afirmações abaixo está correta?
A) A Escola Sueca de Ginástica foi adotada nas escolas brasileiras a partir da reforma Couto 
Ferraz no ano de 1851.
B) Houve grande influência das Escolas Inglesa, Alemã e Sueca na forma como a Ginástica 
era conduzida no país.
C) O processo de imigração não teve papel importante na disseminação das diferentes Escolas 
de Ginástica no Brasil.
D) A obrigatoriedade da Ginástica e da Educação Física no currículo escolar teve boa 
receptividade por parte da sociedade.
E) As escolas europeias de Ginástica influenciaram somente as redes de ensino.
3) Dentro do método de Ginástica Competitiva existem diversas modalidades de 
ginástica. Qual delas pertence a esse método?
A) Ginástica para Todos.
B) Ginástica Artística. 
C) Ginástica Natural. 
D) Ginástica de Academia. 
E) Ginástica em Meio Aquático. 
4) Dentre as escolas europeias de Ginástica, qual tinha como característica uma 
abordagem pedagógica mais forte do que as demais? 
A) Escola Francesa. 
B) Escola Alemã. 
C) Escola Inglesa. 
D) Escola Dinamarquesa. 
E) Escola Sueca. 
5) Sobre as três principais escolas europeias de Ginástica, é correto afirmar que:
A) o alemão Johann Christoph Friedrich Guts Muths introduziu o uso de aparelhos na 
Ginástica.
B) A Escola Francesa de Ginástica foi idealizada pelo espanhol Francisco Amoros.
C) Rui Barbosa influenciou na substituição da Escola Sueca pela Escola Alemã nas escolas 
brasileiras.
D) A Escola Francesa tinha forte caráter pedagógico no processo de ensino e aprendizado dos 
alunos.
E) A Escola Sueca foi de suma importância para o surgimento dos esportes.
NA PRÁTICA
A forma como aGinástica foi estabelecida e criada, através de diferentes escolas, métodos e 
objetivos, ainda exerce influência em programas de treinamento.
Em escolas ou mesmo no exército, eram utilizados diversos exercícios de aquecimento e 
mobilidade articular que visavam a preparar o corpo para a prática das aulas de Ginástica. Esses 
exercícios ainda são empregados hoje de forma muito semelhante, apesar do passar dos anos. 
Podemos manter a mesma lógica para os exercícios de alongamento muscular, muito comuns na 
época da implantação da Ginástica e ainda muito popularmente realizados antes ou após as 
atividades.
Algumas escolas europeias ainda ressaltavam a importância de trabalhar com exercícios e 
atividades naturais e formas básicas de movimento. Nada de muito diferente do que vemos em 
diversas modalidade contemporâneas de exercício, como o crossfit e o treinamento funcional, 
que envolvem exercícios de suspensão, corridas, saltos, entre outros.
Veja a seguir um exemplo de plano de aula de treinamento funcional que poderia ser ministrada 
em uma academia hoje, observando como diversos desses aspectos estão presentes. 
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Movimento Ginástico Europeu #02 (Método Alemão)
Este vídeo, de Ronald Turíbio, aborda de forma resumida e direta a temática da Escola Alemã 
de Ginástica.
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O Método Francês e a Educação Física no Brasil: da caserna à escola
Para maiores detalhes sobre a Escola Francesa de Ginástica, confira a dissertação de mestrado 
da professora Silvana Vilodre Goellner.
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A importância da Ginástica enquanto conteúdo da Educação Física escolar
Este artigo, de Martha Bezerra Vieira, discute a importância da Ginástica enquanto conteúdo da 
Educação Física. Contém informações bastante relevantes sobre o processo de surgimento da 
Ginástica até os dias mais atuais.
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