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Resumo por: Yasmin Barros - @idealizavet @yasminbarro.s Bloqueios locorregionais em pequenos animais Indicações: Anestesia balanceada: técnicas diferentes de anestesia usadas para diminuir doses, diminuir a depressão cardiovascular e melhorar a qualidade de recuperação. Pacientes críticos Suporte analgésico: transoperatório, pós-operatório Grandes animais: cirurgias com abertura de cavidade no tronco devido aos bloqueios locorregionais e ao comportamento do animal Modalidades anestésicas: anestesia tópica, anestesia por infiltração, anestesia perineural, anestesia espinhal (peridural/epidural ou intratecal) Anestesia tópica Aplicação topicamente de anestésicos: olhos (ulcera, blefaroespasmo), laringe, traqueia, esôfago, uretra Eficazes quando aplicadas sobre mucosas Cremes, aerossóis, pomadas e líquido Instilar o anestésico local nos pedículos na hora da castração da fêmea, proporciona analgesia na ligadura, dessa forma não precisa aumentar tanto o isofluorano nesse paciente. Aplicação de pomada em área tricotomizada: passar bandagem por cima, para ajudar na absorção – 30 minutos. Ex: venopunção, arteriopunção, sutura simples, biópsia de pele. Anestésicos com ou sem vasoconstritor: lidocaína (0,5-10%); bupivacaína (0,25 – 0,5%); ropivacaína (0,75%-1%); tetracaína – utilizada na forma de colírio Latência: depende da técnica → spray – imediatamente; colírio c/ vaso – até 30 segundos; géis ou geleias – até 2 minutos Eficiência: pequena comparada com outra modalidade Anestesia por infiltração Técnica segura de anestesia local Utilizada extravascular por meio de injeção direta Altas doses: cuidado com administração IV – não produz dessensibilização e pode causar desordens do SNC e cardiovascular Tricotomia – antissepsia – luvas procedimento/estéril Anestésicos: lidocaína (5 a 7 mg/kg) e bupivacaína (1,25 mg/kg) Múltiplas injeções: intradérmicas, subcutâneas, intramusculares – bloqueia toda transmissão de impulso elétrico que chega e que sai da região que vai ser operada. Usada em: mastectomias, nodulectomias, suturas Botão anestésico: para dessensibilizar a região que vai ser manuseada (biopsia de pele) Tumescência: usado em mastectomias. Preparo de solução de 500 ml de SF + 40 ml de lido sem vaso + 0,5 ml adrenalina (reduzir pela metade os volumes, em animais pequenos) – administrar de 10 -20 ml/kg dessa solução. A solução deve ser guardada até 24 horas na geladeira – a adrenalina é fotossensível e perde sua ação vasoconstritora. A adrenalina faz vasoconstrição e evita sangramento. A solução fisiológica aumenta o volume para permitir administração em todo local, pois usar somente a lido em toda região, atingiria a dose tóxica, por ser uma área muito extensa e também faz a avulsão tecidual (descola o subcutâneo da musculatura). Melhora analgesia trans e pós-operatória, pois cerca toda região que será manuseada. Diminui a CAM. Administração ao redor de todo tecido da incisão (cadeia mamária), no tecido subcutâneo – coloca toda a agulha no subcutâneo e puxa ela injetando a solução, fazendo um caminho (linha) de tumescência. Deve ter cuidado para não injetar nos nódulos, pois pode ocasionar na semeadura em tecido saudável. Cuidados: evitar em tumores ulcerados, pois acredita-se que esse tipo de tumor espalha células tumorais ao redor de toda pele e a técnica de tumescência pode provocar semeaduras em tecidos íntegros. Evitar em tumores inflamados, pois tem redução do pH diminuindo a eficácia da lido, além de serem muito irrigados, podendo causar hematomas durante a técnica. Anestesia perineural Nervo infraorbitário: Sai pelo forame intraorbitário: deve-se injetar o anestésico na borda do forame. Bloqueia toda região rostral do forame. Localização do forame: com o dedo médio coloca no canino superior, com o dedo polegar coloca nos dentes molares e com o dedo indicador localiza o forame infraorbitário. 1 a 2 ml de lidocaína em cães 0,5 a 1 ml de lidocaína em gatos Posição da agulha: cranio-caudal Bloqueio ipsilateral (do lado que foi realizado a técnica) – ex: para cirurgias de extração dos caninos superiores, deve ser feito o bloqueio de ambos lados. Sempre antes de aplicar, tem que aspirar pra verificar se não pegou veia/artéria/nervo que sai por esse forame. Usado em: cirurgias de lábios superiores, narinas, cavidade nasal, incisivos superiores e molares. Nervo mentoniano: abaixo da dobra labial inferior. Localização do forame: faz um triangulo com o 1° pré-molar, canino e forame mentoniano Posição da agulha: cranio-caudal Bloqueia a região rostral da mandíbula a partir do forame: incisivos, caninos, lábios, mandíbula Bloqueio ipsilateral (do lado que foi realizado a técnica) Sempre antes de aplicar, tem que aspirar pra verificar se não pegou veia/artéria/nervo que sai por esse forame. 0,5 ml de lidocaína em gatos 1 ml de lidocaína 2% em cães Nervo mandibular: 1 a 2 ml de lidocaína 2% cão 0,5 a 1 ml de lidocaína 2% gatos Analgesia de toda mandíbula ipsilateral, parte de língua e lábio inferior ipsilateral. Técnica externa: palpa a mandíbula até sentir a asa do atlas, nessa localização direciona-se a agulha caudo-cranial paralela e medialmente a mandíbula (entra raspando na mandíbula) – o mais próximo do forame. Não dá pra palpar o forame, por isso precisa de um volume maior para aumentar a superfície de contato. Técnica interna: só é utilizada em grandes raças (ex: rottweiler) – localiza o ultimo molar e entra raspando medialmente à mandíbula com a agulha em um ângulo de 30° até 1 cm de profundidade – o mais próximo do forame. Nessa técnica também não é possível palpar o forame. Anestesia retrobulbar: Anestesia o globo ocular, nervo óptico e toda musculatura ocular. Faz a aplicação atrás do bulbo ocular – somente para cirurgia de enucleação, pois existe o risco de perfuração. Técnica: palpa a comissura medial da órbita, entra com a agulha, raspa a agulha ao tabique ósseo até introduzir na região retrobulbar, aspira, se não vir sangue, aplica 2 ml de lidocaína 2%. Usa agulha 25x7 ou cateter (20-24), levemente entortada pra fazer o caminho anatômico do globo ocular. Anestesia perineural de membros Bloqueio do plexo braquial: utilizado para cirurgias de membro torácico que sejam distais à articulação escapula-umeral. Decúbito lateral Tricotomia e antissepsia do vazio torácico (região cranial à articulação escapula- umeral). Palpa a artéria axilar com uma mão (a artéria passa medial ao membro), suspende o membro mantendo o dedo palpando a artéria axilar e com a outra mão percebe o vazio torácico e entra com a agulha na posição cranio- caudal no subcutâneo de forma profunda mais próximo possível ao seu dedo, aspira pra ver se não vem sangue e aplica o anestésico. Aplica metade e repete a técnica para aumentar a chances do bloqueio do nervo. 5 a 7 mg/kg de lidocaína com/sem vasoconstritor 2% 2 mg/kg de bupivacaína com/sem vasoconstritor 0,5% Analgesia pós-operatória de longa duração até 12 horas Latência de 10 a 40 min (bupivacaína) Complicações: pneumotórax por administração errada no tórax, por isso é importante entrar com agulha acoplada na seringa, se entrar só com a agulha, entra ar e causa pressão positiva dentro do tórax. Outro risco é a aplicação intravascular. Anestesia regional epidural/peridural Analgesia regional de uma grande região. Uma das técnicas mais utilizadas para animais de pequeno porte em cirurgias de membros pélvicos; de pelve dependendo do tipo de fratura;lombares e em regiões perineais e de cauda. Causa analgesia (pele/musculatura/vísceras) de toda parte abdominal caudal ao umbigo, incluindo região de bexiga. Deposita o AL no espaço peridural (entre a dura-máter e o canal vertebral), promovendo excelente analgesia, permitindo realizar procedimentos cirúrgicos muito cruentos. Cuidados: tricotomia, antissepsia, pano estéril e luva estéril. Se não fizer antissepsia correta, o microorganismo entra diretamente no SNC. Técnica: decúbito external, com os membros posteriores flexionados ou estendidos e membros anteriores estendidos, com a cabeça estendida na altura das vertebras - não pode deixar a cabeça abaixo do alinhamento do tronco, pois por gravidade o anestésico pode avançar cranialmente e bloquear fibras simpáticas, causando vasodilatação (hipotensão grave) e parada respiratória por bloqueio da inervação intercostal. Palpar a tuberosidade ilíaca com dedo polegar e dedo médio fazendo movimentos verticais em relação a medula espinhal do paciente, com dedo indicador realiza movimentos longitudinais paralelos a medula espinha sentindo a vertebra L7 e a S1, região onde vai ser aplicado o anestésico (entre L7-S1). Ultrapassa pele, subcutâneo, musculatura e 3 ligamentos: supraespinhoso, interespinhoso e ligamento amarelo, quando passar desse último ligamento, você sente uma crepitação, pois esse ligamento é bastante fibroso, logo em seguida, sente um alivio, é essa região que é o espaço peridural. No espaço peridural tem pressão negativa e as vezes essa pressão é capaz de sugar todo o liquido que é colocado no canhão da agulha. Sempre se deve aspirar antes de injetar o anestésico local, para garantir que não atingiu nenhuma vascularização. Testes usados para identificar se a agulha está no espaço peridural: Teste da gota pendente: ao passar a agulha pela pele, enche-se o canhão da mesma com solução fisiológica ou com o próprio anestésico local. Quando a agulha passa do ligamento amarelo e chega no espaço peridural a pressão negativa que está no espaço puxa o líquido que está no canhão, afirmando que está no espaço peridural, porém nem sempre esse teste funciona. Teste da perda de resistência: não pode ter resistência no espaço peridural, se houver, deve retirar a agulha e reposiciona-la. Teste da bolha de ar: ao entrar no espaço peridural, deve-se encher o embolo da seringa com ar (1-2 ml de ar) e com anestésico local, se estiver no local correto, no momento que aperta o embolo para aplicar o anestésico ele flui sem achatar a bolhinha de ar que se forma. Se estiver no local errado, a bolha de ar muda de formato, indicando que está tendo resistência. Volume: 1 ml/4,5 kg (0,22 ml/kg) > Animais acima de 20 kg 1ml/10kg. EX: paciente de 30 kg, 1 ml a cada 4,5 kg até 20 kilos + 1 ml para os outros 10kg. Ex: paciente de 25 kg, 1 ml a cada 4,5 kg até 20 kilos + 0,5 ml para os outros 5kg. Em cadelas e gatas gestantes, usa- se um valor menor, pois subentendesse que o volume uterino comprime o espaço peridural, nesse sentido, se entrar com o mesmo volume em relação ao peso do animal, acaba progredindo o anestésico local mais cranial, podendo levar ao bloqueio de fibras simpáticas – 1 ml/5kg. Administração lenta de até 1 minuto, pois se fizer de forma rápida, pode não ter tempo de absorção, e o anestésico se deslocar cranialmente, tendo os efeitos adversos já comentados. O indicado é utilizar agulhas Tuohy, elas são de ponta romba e não são muito cortantes, tornando-as seguras, porém são descartáveis e caras. Caso não tenha agulhas Tuohy, pode-se utilizar agulhas hipodérmicas ou mandril de cateter venoso, sendo o mandril o mais recomendado, pois ele é menos cortante. O ângulo que se entra com a agulha é de 30 a 90°. - Fármacos que podem ser usados pela via peridural: Pode fazer associações. Ex: anestésico local + opióide Contra-indicações: Trombocitopenia: paciente com problema de coagulação sanguínea. Na técnica há o risco de perfuração sanguínea, como o paciente apresenta problemas na coagulação, o risco de hemorragia medular aumenta. A hemorragia medular pode levar à compressão da medula espinhal que gera um processo inflamatório naquela região, causando perda da função de membros, de maneira provisória ou permanente. Leucocitose com desvio à esquerda: pois, demonstra infecção ativa, existindo a possibilidade de bactérias na corrente sanguínea e como existe o risco de perfuração de vasos sanguíneos no espaço peridural, existe o risco de fazer semeadura de bactérias no SNC. Dermatite na área que será puncionada: pois pode haver proliferação de microrganismos no local, tendo risco de leva-las para o SNC. Fratura de pelve: pois, perde a anatomia e interfere na hora da palpação, impedindo a realização correta da técnica. Hipovolemia/choque: pois esses pacientes apresentam-se em hipotensão grave e se encontram hemodinamicamente instáveis, já que há perda da perfusão tecidual. A contraindicação se deve pelo risco de hipotensão que o anestésico local pode causar, principalmente a lidocaína, além de existir o risco de vasodilatação pelo bloqueio das fibras simpáticas. Qualquer doença degenerativa de sistema nervoso central a técnica é contraindicada. Anestesia raquidiana Introduz a agulha da mesma forma que se faz com a anestesia peridural, porém mais profundamente, ultrapassando a dura- máter e a membrana aracnoide, depositando o anestésico local, no espaço sub-aracnoide onde está o liquor (entre a pia-máter e a membrana aracnoide). Para saber se está no local correto, aspira com a agulha e certifica que está vindo liquor. Podendo ser administrado a mesma dose da anestesia peridural, porém mais lentamente, de no mínimo 2 minutos. Bloqueio dos nervos intercostais Para cirurgias em região torácica: fratura de costela, toracotomia, dreno torácico, retirada de nódulo nessa área, cirurgias reconstrutivas dessa áreas. Precisa observar qual o local da incisão. Ex: espaço intercostal para toratocomia, deve- se fazer o bloqueio naquele espaço onde vai ser a incisão, e bloqueio em 2 espaços craniais craniais e 2 espaços intercostais caudais a incisão, totalizando 5 pontos de bloqueio. Volume administrado: 0,25 a 1ml por ponto de bupivacaína (para ter analgesia residual pós-operatória). A lidocaína não tem analgesia residual, por isso utiliza-se bupivacaína, pois são cirurgias dolorosas, e a analgesia residual da bupi faz com que diminua a quantidade de analgésico pós operatório. Duração de 3 a 6 horas. A incisão cirúrgica é sempre cranial a costela para fugir dos nervos e vasos sanguíneos, já os pontos de bloqueio são caudais a costela. Se adentrar na cavidade torácica não há problema, porém não fará o bloqueio efetivamente. As raízes nervosas saem da medula espinhal e vai para posição ventral, por isso precisa bloquear elas o mais dorsal possível. Descrição da imagem: a linha em vermelho é o local da incisão. Os pontos vermelhos são os pontos dos bloqueios anestésicos. E as linhas azuis são as costelas. Anestesia para orquiectomia: método infiltrativo 3 bloqueios distintos: Bloqueio do cordão espermático: técnica fechada – antes de realizar a incisão ou técnica aberta – após exposição do cordão espermático. Bloqueio intratesticular: em ambos testículos - feita antes da cirurgia. Deve fugir da localização do epidídimo para não ter chance de hemorragia. o Gatos: 0,15 - 0,2 ml de lidocaína o Cão: 0,5 - 1 ml de lidocaína Linha de incisão: o Cão: pré escrotal o Gato: na rafe testicular (no meio dos dois testículos) ou em cima de 2 incisões, cada uma localizada acima de cada testículo – a técnicaa ser utilizada vai de acordo com a decisão do cirurgião.
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