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Resumo por: Yasmin Barros - @idealizavet @yasminbarro.s Técnicas de anestesia locorregional em grandes animais Anestesia Perineural Nervo infraorbitário: anestesia de lábio superior, narinas, cavidade nasal, incisivos superiores e molares. É possível realizar o procedimento com o animal em estação e sedado, caso ele tenha um temperamento tranquilo. Localização do forame infraorbitário: com o dedo polegar localiza-se a fossa nasal e com o dedo médio a crista facial, traçando uma linha imaginaria entre essas extremidades, no meio desse espaço é onde vai estar localizado o forame, sendo possível senti-lo com o dedo indicador. Porém o forame infraorbitário está localizado abaixo do músculo elevador nasolabial, sendo necessário empurra-lo para senti-lo e para aplicar o anestésico local. Não é preciso entrar dentro do forame para anestesiar a parte cranial à ele, apenas aplicar em sua margem. Caso queria uma analgesia mais caudal, pode introduzir a agulha dentro do forame, porém há risco de lesão nervosa, para minimizar esse risco, é indicado utilizar cateter (parte não cortante). Nos zebuínos o forame infraorbitário é mais cranial, próximo ao 1° pré-molar. o Volume: 2-3 ml de lidocaína Nervo mentoniano: região rostral da mandíbula a partir do forame. Analgesia de mandíbula, incisivos, lábio inferior. Local: forame mentoniano – logo abaixo da comissura labial Volume: 5 a 10 ml de anestésico local (lidocaína 2%) – maior volume para aumentar as chances e contato com as terminações nervosas, pois é difícil de ser palpado. Administrar na emergência do forame. Direção da agulha: cranio-caudal Anestesia das pálpebras: aplicação 2ml lidocaína 2% em cada ponto. Analgesia de pálpebra superior: 3 pontos diferentes. Bloqueio de nervo lacrimal: localiza-se a comissura lateral do olho - 1 cm acima deposita 2 ml de lidocaína subcutâneo. Paciente continua piscando. Bloqueio do nervo infratroclear: localiza-se a comissura medial – 1 cm acima deposita 2 ml de lidocaína subcutâneo. Bloqueio do nervo supraorbitário: dedo médio coloca na comissura medial, dedo polegar na comissura lateral, dedo indicador localiza o processo zigomático do osso frontal onde localiza o nervo supraorbitário, entra com a agulha acima do processo zigomático no subcutâneo e aplica 2 ml de lidocaína. Analgesia da pálpebra inferior: Bloqueio do nervo zigomático: localiza o terço médio da pálpebra inferior, 1 cm abaixo da rima palpebral realiza aplicação de 2 ml de lidocaína 2%. Nervo aurículo palpebral (bloqueio motor de pálpebra) – perda do movimento de piscar: Localização: traça-se uma linha imaginária entre o pavilhão auricular e a comissura lateral do olho, no terço médio dessa linha imaginária está o arco zigomático, na região mais proeminente administra-se 4 ml lidocaína 2% - volume maior para aumentar a superfície de contato, pois há chances de errar a técnica. Tempo de latência: 2-5 minutos Nervo mandibular: causa anestesia de todo ramo da mandíbula epislateral. Localização: traça-se uma linha imaginária na comissura lateral do olho e outra paralela aos dentes (entre dentes superiores e inferiores), a intersecção das duas linhas imaginárias é aproximadamente o ponto do forame mandibular (medial). Entra perpendicular em ângulo de 90°C com agulha comprida (medir tamanho da agulha) medial à mandíbula na altura da intersecção, raspando no osso, para não ter risco de pegar tecido mole. Sempre aspirar antes de aplicar o anestésico, para garantir que não atingiu nenhum vaso. Volume: 5-10 ml de lidocaína 2% Bloqueio retrobulbar: anestesia para enucleação (restrito a essa técnica, pois há risco de perfuração ocular) – se o paciente estiver em estação, deve fazer bloqueio de pálpebra em conjunto e fazer uma MPA intensa, pois é uma manipulação dolorosa. Localização: palpa a comissura medial do globo ocular, entrando com a agulha raspando ao tabique ósseo, posicionando na região retrobulbar. Aspira para conformar se não pegou algum vaso e aplica o anestésico. o Agulha 10-15 cm: cranio-caudal o 5 -10 ml lidocaína 2% Anestesia em tronco Bloqueio paravertebral: frequente em bovinos – analgesia de flanco Dessensibilização de 3 raízes nervosas - T13, L1 e L2 Tricotomia e antissepsia Fármaco: Lidocaína 2% 10 a 15 ml em cada ramo ventral 5 ml em cada ramo dorsal Agulha longa Desvantagens: dificuldade para localizar o processo transverso; risco de arqueamento da coluna; risco de penetração em vasos (aorta e cava). Localiza o processo transverso, bate a agulha na costela, direciona- a caudalmente e introduz profundamente para bloquear ramo ventral (mais calibroso – precisa de maior volume), depositando 10 a 15 ml, depois vai puxar pra cima um pouco a agulha, depositando mais 5 ml no ramo dorsal – para conseguir ampla margem de analgesia. Anestesia de 100% de flanco, sem comprometer a linha de incisão Anestesia infiltrativa Bloqueio em linha: anestesia de flanco Injeções de 20 a 30 ml de lidocaína 2% Linha da incisão Pode ser associada à outras técnicas Bovinos adultos não exceder 250ml (500kg); Caprinos < 10ml; Equinos é aproximadamente 150ml. Desvantagens: analgesia e relaxamento muscular incompleto; absorção mais rápida, logo a duração é reduzida; maior custo, por ser necessário maior volume; risco de intoxicação. L invertido Duas linhas imaginárias: 1° paralela ao processo transverso de vertebras lombares; 2° paralela à última costela, formando L invertido. Agulha 10 a 15 cm – atingindo pele, subcutâneo e intramuscular 100 ml lidocaína Subcutâneo (agulha comprida, faz apenas uma perfuração e vai puxando a agulha fazendo uma linha) e musculatura (agulha mais curta em ângulo de 30-60° por cima da linha do subcutâneo, administrar profundamente com várias perfurações) Latência 10 a 15 min Bloqueio de fibras nervosas: T3, L1, L2 Pode associar L invertido com bloqueio em linha de incisão Pode ter bloqueio incompleto do peritônio, portanto no momento da incisão do peritônio, recomenda-se infiltrar ou instilar anestésico do peritônio. Permite cirurgias com abertura de cavidade abdominal (ex: cesárea) Vantagens: deposição do anestésico fora do campo operatório (< edema, hematomas e melhor cicatrização) Desvantagens: relaxamento e analgesia incompletas de peritônio. Anestesia dos cornos: 2 bloqueios Bloqueio do ramo córneo do nervo zigomaticotemporal: traçar uma linha imaginaria entre a comissura lateral do olho e o corno, no terço médio é onde está passando o nervo zigomaticotemporal Volume: 5 a 10 ml de lidocaína 2% no subcutâneo Bloqueio ao redor do corno em tecido mole Pericornual: infiltrativo 20ml de lidocaína 2% Bloqueio para castração em ruminantes e equinos Linha de incisão: ventral (bovinos) e 1 incisão acima de cada escroto (equinos) – 5 ml Intratesticular – 10 ml + linha de incisão Cordão espermático (técnica fechada ou aberta) – 10 ml + linha de incisão Anestesia epidural/peridural Tricotomia e técnica asséptica bem feita. Infiltração de anestésico local (1 a 2 ml lidocaína) = botão anestésico – subcutâneo e intramuscular. Sedação necessária em equino. Bovinos realiza-se com eles acordados, pois se sedar, eles caem. Agulhas: calibre 12, 20 ou 22 Agulhas Tuohy calibre 17 ou 18 Ângulo da agulha: 30 a 90° Localização: teste da gota pendente, perda da resistência e cauda relaxada - Espaço a ser puncionado: Bovinos: L6-S1 (dessensibiliza região de membros pélvicos, o bovino cai, para não cair, não utiliza anestésico local, administra-seanalgésicos – morfina, metadona, tramadol); S5-Co1; Co1-Co2 (anestesia perianal – mais utilizada) Caprinos e Ovinos: L6-S1 (mais utilizada); S4-Co1 (não tem mobilidade); Co1-Co2 (faz movimento de levantar e abaixar a cauda, a articulação que tiver mobilidade é a Co1- Co2 onde vai fazer a aplicação após o botão anestésico, entrando no espaço peridural após ultrapassar o ligamento amarelo) Equinos: L6-S1; S5-Co1, Co1-Co2 – em equinos faz sedação. 1 a 1,25ml/100kg Lidocaína 2%: 0,25mg/kg Não há risco de pegar raquidiana, pois a medula espinhal dos bovinos acaba em L6 e em equinos progride pouca coisa a mais (há variação a cada animal) Administrar lentamente, pois há risco do anestésico local cranializar e bloquear as raizes nervosas que inervam os membros – fazendo com que o animal caia. Latência: 15 minutos Bloqueio intravenosa de BIER Anestesia de dígitos em bovinos: reduz sangramento Técnica: Administração intravenosa, se difunde por todo tecido – pele, subcutâneo, musculatura e ossos caudal ao garrote, Garrote acima do local que deseja ser anestesiado na região proximal metacarpo/metatarso Localização veia (digital dorsal ou digital palmar) Tricotomia e assepsia Venopunção (40x12 ou scalp) Injetar lentamente 15 a 20 ml de lidocaína 2% sem vasoconstritor Manter garrote por no máximo 60 a 90 minutos e no mínimo 20 minutos para absorver. Abrir o garrote lentamente (5 min – retirando e colocando de novo) para liberar a lidocaína aos poucos e evitar lesão de reperfusão Término do procedimento: soltar lentamente