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Técnicas de Anestesia e Analgesia Locais para Equinos [Resumo]

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Técnicas de Anestesia e Analgesia Locais para 
Equinos 
LUMB & JONES 
Anestesiologia e Analgesia em Veterinária - 5ª ed. 
 
 
Introdução 
Com um bom exame físico e palpação minuciosa dos membros, incluindo tendões 
e articulações, uma das técnicas mais importantes que o médico-veterinário especialista 
em equinos deve dominar é a anestesia e analgesia locais e regionais dos membros. O 
uso destas técnicas pode auxiliar na localização de claudicação, fornecer analgesia e 
anestesia para procedimentos ou diagnóstico em posição quadrupedal e proporcionar 
analgesia intra- ou pós-operatória. 
 
Escolha no anestésico local 
A escolha do anestésico ou dos anestésicos locais é habitualmente feita com base 
no início e no período hábil de ação de cada agente e no resultado desejado. Uma 
técnica de injeção inadequada ou a identificação incorreta dos pontos de referência 
podem resultar em bloqueio incompleto e outras complicações. Recomenda-se a 
preparação asséptica da pele para os locais de aplicação de anestésicos locais, 
particularmente nos casos de injeção intra-articular ou no espaço epidural ou 
subaracnóideo. 
Os bloqueios são realizados, com mais frequência, com lidocaína (com exceção 
dos bloqueios diagnósticos para exame de claudicação), a não ser que haja outra 
especificação. A lidocaína tem início rápido de ação (período de latência) e duração de 
efeito (período hábil) relativamente curta, de cerca de 1 h. Quando se deseja maior 
duração de ação (para analgesia), pode ser substituída pela mepivacaína, bupivacaína ou 
ropivacaína. 
 
 
 
Anestesia da Cabeça 
 
A anestesia local da cabeça é, com mais frequência, usada clinicamente para 
cirurgia dentária e dos seios, exame ocular e reparo de laceração. 
 
 
Bloqueio do nervo infraorbitário 
O bloqueio do nervo infraorbitário facilita a cirurgia da área nasal ou dos 
incisivos. A insensibilização do lábio superior e do nariz é obtida por meio da injeção 
de 5 mℓ de anestésico local com agulha 20 G de 2,5 cm sobre o nervo infraorbitário 
quando este emerge do canal infraorbitário. 
Para insensibilizar os dentes até o primeiro molar, o seio maxilar, o assoalho da 
cavidade nasal e a pele quase até o canto medial do olho, são depositados 5 mℓ de 
anestésico local no forame infraorbitário, utilizando uma agulha 20 G de 5,0 cm. 
 
Figura 1: Locais de introdução da agulha para insensibilizar os nervos supraorbitário (a), 
auriculopalpebral (e e f), infraorbitário (g e h), mentoniano (i) e mandibular alveolar (k). 
 
 
 
Um trabalho recente sugeriu que a sacudida da cabeça idiopática pode constituir 
uma síndrome de dor facial em decorrência da neuropatia do trigêmeo. A sacudida da 
cabeça idiopática é um diagnóstico sem exame diagnóstico conclusivo; entretanto, em 
um estudo recente, foi sugerido o uso de insensibilização do nervo infraorbitário como 
instrumento diagnóstico para este distúrbio. 
 
 
Bloqueio do nervo maxilar 
A insensibilização de maxila, pré-maxila, seios paranasais e cavidade sinusal pode 
ser obtida pelo bloqueio do nervo maxilar na fossa pterigopalatina (onde o nervo entra 
no canal infraorbitário). Um dos métodos consiste na inserção de uma agulha espinal 20 
a 22 G de 8,9 cm na borda ventral do processo zigomático do osso temporal, no ponto 
mais estreito do arco zigomático e orientada rostromedial e ventralmente na direção do 
sexto dente da bochecha, no arco dental maxilar contralateral. A segunda abordagem 
consiste em inserir a agulha em um ângulo de 90 o em relação à cabeça, de modo a 
penetrar na fossa pterigopalatina, imediatamente caudal ao túber da maxila. 
 
 
 
 
 
Figura 2: Área de insensibilização da pele após bloqueio dos nervos supraorbitário (a), lacrimal 
(b), infratroclear (c), zigomático (d), infraorbitário (g) e mentoniano (i). 
 
 
 
Bloqueio do nervo mandibular 
O bloqueio do nervo mandibular irá insensibilizar o lado ipsolateral da mandíbula 
e estruturas dentárias associadas. O nervo mandibular pode ser bloqueado quando ele 
entra no canal mandibular, no forame mandibular, onde passa a constituir o nervo 
alveolar inferior. Uma agulha 20 a 22 G de 15,24 cm é inserida na borda ventral do 
ramo da mandíbula, imediatamente rostral ao ângulo da mandíbula, e, em seguida, 
avançada até o local do forame da mandíbula. Nessa localização, pode-se injetar 15 a 20 
mℓ de anestésico local. A segunda abordagem consiste em inserir a agulha na borda 
caudal do ramo ventral da mandíbula, cerca de 3 cm ventral à articulação 
temporomandibular e, em seguida, em avançar a agulha até a localização aproximada do 
forame da mandíbula, tendo o cuidado de permanecer o mais próximo possível da face 
medial da mandíbula. Para realizar o bloqueio, são injetados 15 a 20 mℓ de anestésico 
local na área. 
 
 
Bloqueio do nervo mentoniano 
Para insensibilizar o lábio inferior, o nervo mentoniano é bloqueado com 5 mℓ de 
anestésico local rostralmente ao forame mentoniano. Os incisivos e pré-molares 
inferiores podem ser insensibilizados por meio da introdução de uma agulha espinal 20 
G de 7,5 cm no forame mentoniano, o mais longe possível, em direção ventromedial, e 
administração de 10 mℓ de anestésico local para insensibilizar o nervo mandibular 
alveolar. Esta técnica é de execução difícil e, provavelmente, é mais bem utilizada como 
adjuvante da anestesia geral para a extração de dentes. 
 
 
Anestesia para procedimentos oculares 
Além dos bloqueios específicos listados adiante, um bloqueio em linha 
(anestésico local depositado ao longo das rimas palpebrais superior e/ou inferior) e uma 
anestesia por infiltração podem ser usados para facilitar procedimentos cirúrgicos e a 
colocação de cateteres subpalpebrais para lavagem. 
 
Anestesia tópica 
A anestesia tópica usualmente é necessária para o exame de um olho que está 
sendo a fonte de dor. Além disso, a anestesia tópica facilita pequenos procedimentos 
diagnósticos e cirúrgicos da córnea e da conjuntiva, como coleta de amostras para 
exame citológico, remoção de corpos estranhos na superfície da córnea e injeções 
subconjuntivais. 
A proparacaína e a tetracaína constituem os anestésicos tópicos oftálmicos mais 
comumente usados. As formulações oftálmicas sem conservantes são preferidas para 
uso ocular tópico, visto que os conservantes podem causar dano ao epitélio da córnea. 
Outros anestésicos locais que têm sido usados topicamente incluem a lidocaína, a 
mepivacaína e a bupivacaína. 
Nos equinos, o uso de duas gotas de tetracaína a 0,5% aumenta a duração dos 
efeitos anestésicos máximos de 5,5 para 16 min, e o aumento da concentração para 1% 
de tetracaína prolonga a duração dos efeitos anestésicos máximos de 5,5 para 15,25. 
O uso repetido de anestesia tópica pode reduzir os valores do teste de Schirmer, 
pode causar lesão discreta do epitélio da córnea e suprimir a cicatrização de feridas com 
o seu uso prolongado. Tendo em vista esses efeitos adversos potenciais, os anestésicos 
tópicos não devem ser prescritos como agentes analgésicos para afecções oculares 
dolorosas. 
 
 
Bloqueio do nervo auriculopalpebral 
O bloqueio do nervo auriculopalpebral constitui o bloqueio nervoso mais 
importante nos exames oculares para impedir o fechamento da pálpebra. Este bloqueio 
afeta principalmente a inervação motora do músculo orbicular do olho, sem afetar a 
inervação sensitiva das pálpebras. 
O nervo auriculopalpebral é habitualmente bloqueado no local onde o nervo pode 
ser facilmente palpado ao longo da face mais dorsal do arco zigomático ou na depressão 
caudal à mandíbula, na borda ventral da posição temporal do arco zigomático. Em 
ambos os locais, a agulha é introduzida subcutaneamente na área onde o nervo é 
palpado, e são injetados 1 a 2 mℓ de anestésico local sobre o nervo. O bloqueio do 
nervo auriculopalpebral diminui o reflexo do piscar, de modo que é necessário aplicar 
lágrimas artificiais à córnea para evitar oressecamento, e deve-se ter cuidado para 
proteger o olho de quaisquer traumatismos acidentais ou resíduos até que a recuperação 
seja completa. 
 
 
 
 
 
Bloqueios de nervos sensitivos 
O bloqueio do nervo supraorbitário insensibiliza a maior parte da pálpebra 
superior e pode ser usado para facilitar procedimentos cirúrgicos de pequeno porte da 
parte nasal da pálpebra superior. O nervo emerge através do forame supraorbitário, que 
pode ser facilmente palpado com o dedo indicador posicionado cerca de 5 a 7 cm 
dorsalmente ao ângulo medial do olho e no centro de um triângulo imaginário, formado 
pela palpação do processo supraorbitário do osso frontal com o polegar e o dedo médio, 
deslizando medialmente (Figura 4A). Cerca de 2 mℓ de anestésico local são injetados 
por via subcutânea sobre o forame, 1 mℓ quando a agulha é inserida no forame e 2 mℓ 
quando a agulha estiver introduzida em toda a sua profundidade (2,5 cm) no forame 
(Figura 4B). Esse bloqueio, quando bem-sucedido, deve insensibilizar a testa, incluindo 
os dois terços médios da pálpebra superior, e, como esse bloqueio também insensibiliza 
parte dos ramos terminais do nervo auriculopalpebral, a função motora do músculo 
orbicular do olho pode ser afetada. 
Para uma insensibilização mais completa das pálpebras, o bloqueio supraorbitário 
pode ser combinado com técnicas que bloqueiam os nervos lacrimal, infratroclear e 
zigomático. O nervo lacrimal é insensibilizado pela inserção percutânea da agulha no 
ângulo lateral do olho, direcionando-a medialmente ao longo da margem dorsal da 
órbita (Figura 3b). A injeção profunda de 2 a 3 mℓ de anestésico nesse local 
insensibiliza o ângulo lateral do olho, a face lateral da pálpebra superior, a glândula 
lacrimal, o tecido conjuntivo local e o ângulo temporal da órbita (Figura 2b). 
 
Figura 3. Introdução de agulha nos nervos supraorbitário (a), lacrimal (b), infratroclear, (c), 
zigomático (d) e auriculopalpebral (e e f). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4. A. Palpação do nervo supraorbitário. B. Inserção de uma agulha 25 G de 2,5 cm no 
forame supraorbitário. 
 
 
 
A anestesia do ângulo medial do olho, das glândulas lacrimais, da membrana 
nictitante e dos tecidos conjuntivos (Figura 2c) é obtida pela injeção de 2 a 3 mℓ de 
anestésico local ao redor do nervo infratroclear. A agulha é inserida através da incisura 
óssea ou irregularidade palpável na margem dorsal da orbita, próximo ao ângulo medial 
do olho (Figura 3c). 
Para infiltrar o nervo zigomático e insensibilizar os dois terços inferiores da 
pálpebra inferior, pele e tecido conjuntivo (Figura 2d), a agulha é introduzida por via 
subcutânea na face lateral da órbita óssea e na porção supraorbitária do arco zigomático, 
e injetam-se 3 a 5 mℓ de anestésico local (Figura 3d). 
 
 
 
Anestesia Local dos Membros 
 
Várias técnicas podem ser utilizadas para insensibilizar áreas dos membros em 
equinos para fins diagnósticos e terapêuticos. Incluem técnicas de injeção perineural, 
intra-articular e intrabúrsica e infiltração local (p. ex., bloqueio em anel e bloqueio em 
linha) de anestésico local. Com frequência, estas técnicas são utilizadas 
terapeuticamente para proporcionar alívio temporário da dor ou para facilitar 
procedimentos para o tratamento e o diagnóstico de doenças. Além disso, as técnicas de 
anestesia local constituem parte integral dos procedimentos usados para o diagnóstico 
de claudicação em equinos. 
A pele nos locais de injeção deve ser limpa e preparada antes da inserção da 
agulha para reduzir a probabilidade de infecção dos tecidos mais profundos. Essa 
preparação pode incluir o uso de álcool apenas ou aplicação de iodopovidona ou 
gliconato de clorexidina, seguida de enxágue com água estéril, soro fisiológico ou 
álcool. A pele também deve ser preparada de modo asséptico antes da inserção de uma 
agulha em uma estrutura sinovial, e recomenda-se a esterilização de luvas, seringas, 
agulhas e frascos fechados de anestésicos locais, pelo potencial de artrite séptica. 
Dependendo do bloqueio realizado, as injeções podem ser aplicadas com o 
membro em uma posição de sustentação do peso ou em flexão. Mudanças na posição 
podem ajudar a identificar os pontos de referência anatômicos antes da inserção da 
agulha. A contenção do animal por uma pessoa capaz deve ser aplicada em todos os 
casos; tipicamente, justifica-se o uso de um “cachimbo”. Pode ser necessário sedação 
para a realização de um bloqueio; entretanto, a sedação deve ser evitada quando o 
animal precisa andar ou trotar como parte do exame de claudicação. A sedação de 
equinos com detomidina pode não alterar a gravidade da claudicação, mas pode 
modificar o padrão de locomoção. 
Os bloqueios intra-articulares podem ser mais bem realizados com mepivacaína, 
visto que a gravidade dos efeitos tóxicos desse anestésico local nos condrócitos das 
articulações de equinos é menor que a da lidocaína e acentuadamente menor que a da 
bupivacaína. 
A escolha do comprimento da agulha deve considerar a localização da estrutura a 
ser injetada, bem como a localização de outras estruturas mais profundas que podem 
sofrer dano iatrogênico durante a inserção da agulha. Para equinos propensos a se 
movimentar durante uma injeção, ou nos casos em que o movimento da agulha pode 
causar o depósito de anestésico local fora da região interessada, pode-se utilizar um 
equipo de extensão entre a seringa e a agulha. 
Para as injeções perineurais, a agulha pode ser orientada em uma direção de 
proximal para distal ou de distal para proximal. 
 Direção distal para proximal: pode diminuir o risco de quebra da agulha 
se o cavalo se movimentar, particularmente para agulhas de pequeno 
calibre. 
 Direção proximal para distal: pode ajudar a retenção da agulha no local 
de inserção se o animal se movimentar. 
 
 
Bloqueio do nervo palmar ou plantar 
Os feixes neurovasculares digitais localizam-se na face palmar ou plantar da 
quartela (entre a banda coronária e a articulação metacarpofalângica), medial e lateral 
ao tendão do músculo flexor profundo dos dedos. Os nervos digitais são as estruturas 
mais palmares ou plantares nesses feixes neurovasculares (Figuras 5a e 6a). A anestesia 
local desses nervos pode ser realizada com o membro em posição de sustentação do 
peso ou em flexão. Nos casos típicos, os bloqueios dos nervos digitais são realizados 
com uma agulha 22 G de 2,5 cm ou uma agulha 25 G de 1,5 cm. A agulha é avançada 
através da pele, e efetua-se a injeção perineural de aproximadamente 1,5 mℓ de 
anestésico local. A face palmar ou plantar do pé (incluindo os bulbos do calcanhar, a 
planta e a bolsa do navicular e estruturas associadas) é insensibilizada, começando em 5 
a 10 min após a realização do bloqueio (Figura 7a). 
Os bloqueios dos nervos digitais devem ser realizados exatamente proximal às 
cartilagens colaterais do pé para reduzir a probabilidade de alívio da dor das 
articulações interfalângicas proximais pelo bloqueio. 22 A anestesia local dos nervos 
digitais palmares pode aliviar a claudicação atribuída à dor da planta do pé 23 ou da 
articulação interfalângica distal. 24 Os bloqueios dos nervos digitais palmares 
realizados com mepivacaína são totalmente efetivos entre 15 min e 1 h após o bloqueio, 
e os efeitos podem persistir por mais de 2 h. 
 
 
 
Bloqueio dos ramos dorsais dos nervos digitais 
As estruturas da face dorsal do pé e da quartela podem ser insensibilizadas por 
meio do bloqueio dos ramos dorsais, medial e lateral, dos nervos digitais palmares ou 
plantares (Figuras 48.5b e 48.6b). Nos casos típicos, esse bloqueio é realizado além do 
bloqueio dos nervos digitais; utiliza-se uma agulha 20 ou 22 G de 2,5 a 3,8 cm para 
injetar 1,5 a 3 mℓ de anestésico local por via subcutânea à medida que a agulha é 
introduzida em direção dorsal a partir do local de injeção dos nervos digitais palmares 
ou plantares; a agulha deveser introduzida até o canhão. 
 
 
 
Bloqueio do nervo sesamoide abaxial (base do sesamoide) 
Os nervos digitais palmares ou plantares, medial e lateral (incluindo os ramos 
dorsais) podem ser bloqueados em nível da face abaxial distal dos ossos sesamoides 
proximais (Figuras 48.5c e 48.6c); efetua-se uma injeção perineural de 3 a 5 mℓ de 
anestésico local com uma agulha 22 G de 2,5 cm ou uma agulha 25 G de 1,5 cm. A 
anestesia local nesse nível proporciona analgesia do pé e da face palmar ou plantar da 
região da quartela. 
 
 
Bloqueio baixo do nervo palmar ou plantar (quatro pontos baixos) 
Os nervos palmares ou plantares, medial e lateral, e os nervos metacárpicos 
palmares ou metatársicos palmares são insensibilizados com esse bloqueio (Figuras 5d-
e e 6d-e). Para os nervos palmares ou plantares, o anestésico local é injetado entre o 
ligamento suspensor e o tendão do músculo flexor profundo dos dedos; em virtude da 
proximidade da bainha sinovial do tendão do flexor dos dedos, a área deve ser 
minuciosamente preparada, o canhão da agulha deve ser verificado para assegurar que 
não seja obtido nenhum líquido sinovial e a injeção deve ser realizada aproximadamente 
1 cm proximal às extremidades distais da fíbula. Para os nervos metacárpicos palmares 
ou metatársicos plantares, o anestésico local é injetado entre o terceiro osso metacárpico 
ou metatársico e o ligamento suspensor em um nível imediatamente distal à extensão 
distal dos segundo e terceiro ossos metacárpicos; em virtude da proximidade da bolsa 
palmar ou plantar do boleto, a área deve ser minuciosamente preparada, e o canhão da 
agulha verificado para assegurar que não seja extraído nenhum líquido sinovial. Se for 
constatada a obtenção de líquido sinovial, a agulha pode ser retirada e redirecionada. 
Os bloqueios dos nervos digitais devem ser realizados exatamente proximal às 
cartilagens colaterais do pé para reduzir a probabilidade de alívio da dor das 
articulações interfalângicas proximais pelo bloqueio. A anestesia local dos nervos 
digitais palmares pode aliviar a claudicação atribuída à dor da planta do pé 23 ou da 
articulação interfalângica distal. 
 
 
 
Figura 5. Introdução da agulha para bloqueio dos nervos da parte distal do membro torácico 
esquerdo do cavalo, vistas lateral (L), palmar (P) e medial (M): nervos digitais palmares lateral e medial 
(a), ramos dorsais (b), nervos digitais palmares lateral e medial (base do sesamoide) (c) nervos palmares 
lateral e medial (d e g), nervos metacárpicos palmares lateral e medial (e), ramo comunicante (f) e 
localização do bloqueio alto do suspensor (h). 
 
 
 
 
 
 
Bloqueio dos ramos dorsais dos nervos digitais 
As estruturas da face dorsal do pé e da quartela podem ser insensibilizadas por 
meio do bloqueio dos ramos dorsais, medial e lateral, dos nervos digitais palmares ou 
plantares (Figuras 5b e 6b). . Nos casos típicos, esse bloqueio é realizado além do 
bloqueio dos nervos digitais; utiliza-se uma agulha 20 ou 22 G de 2,5 a 3,8 cm para 
injetar 1,5 a 3 mℓ de anestésico local por via subcutânea à medida que a agulha é 
introduzida em direção dorsal a partir do local de injeção dos nervos digitais palmares 
ou plantares; a agulha deve ser introduzida até o canhão. 
 
 
 
 
Bloqueio do nervo sesamoide abaxial (base do sesamoide) 
Os nervos digitais palmares ou plantares, medial e lateral (incluindo os ramos 
dorsais) podem ser bloqueados em nível da face abaxial distal dos ossos sesamoides 
proximais (Figuras 48.5c e 48.6c); efetua-se uma injeção perineural de 3 a 5 mℓ de 
anestésico local com uma agulha 22 G de 2,5 cm ou uma agulha 25 G de 1,5 cm. A 
anestesia local nesse nível proporciona analgesia do pé e da face palmar ou plantar da 
região da quartela. 
 
 
Bloqueios das regiões metacárpica ou metatársica proximais 
O bloqueio alto dos nervos palmares ou plantares (quatro pontos altos) 
insensibiliza os nervos palmares ou plantares, medial e lateral, e os nervos metacárpico 
palmar ou metatársico plantar na face proximal da região metacárpica proximal ao ramo 
comunicante dos nervos palmares ou plantares, medial e lateral (Figuras 48.5f-h e 48.6f-
h). Os nervos palmares ou plantares são insensibilizados entre o ligamento suspensor e 
o tendão do músculo flexor profundo dos dedos; tipicamente, essa área é mais fácil de 
palpar com o membro em uma posição de sustentação do peso. Os nervos palmares 
metacárpicos ou plantares metatársicos são insensibilizados via injeção anestésica local 
juntamente com os aspectos axiais das fíbulas; isso é mais fácil de realizar com o 
membro em flexão. A face palmar da articulação carpometacárpica pode ser penetrada 
quando se realiza esse bloqueio; 30 por conseguinte, a área deve ser minuciosamente 
preparada, e deve-se efetuar uma aspiração após a conexão da seringa com agulha para 
assegurar que não seja obtido nenhum líquido sinovial. 
O nervo palmar lateral pode ser insensibilizado no nível do osso cárpico acessório 
para proporcionar analgesia das estruturas profundas da face palmar dos membros 
torácicos, incluindo a face proximal do ligamento suspensor. O bloqueio pode ser 
realizado a partir da face lateral ou medial do membro. Para a abordagem lateral, o 
anestésico local é depositado perineuralmente entre a face distal do osso cárpico 
acessório e a face proximal do quarto metacárpico (lateral splint); isso pode ser 
realizado com o membro em posição de sustentação do peso ou com o carpo em flexão. 
Uma agulha 25 G de 1,5 cm é inserida em um sulco no retináculo dos músculos 
flexores na face palmar medial do osso cárpico acessório. A agulha é orientada em 
direção mediolateral até entrar em contato com o osso; em seguida, injeta-se o 
anestésico local. 
A anestesia local do ramo profundo do nervo plantar lateral proporciona analgesia 
da face proximal do ligamento suspensor nos membros pélvicos. Uma agulha 18 ou 19 
G de 3,8 cm é inserida a 1,5 a 2 cm distal à cabeça do quarto osso metatársico e em 
direção axial a esse osso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. Introdução da agulha para bloqueio dos nervos da parte distal do membro pélvico 
esquerdo do cavalo, vistas lateral (L), plantar (P) e medial (M): nervos digitais plantares, lateral e medial, 
(a), ramos dorsais (b), nervos digitais plantares, lateral e medial (base do sesamoide) (c), nervos plantares 
lateral e medial (d e g), nervos metatársicos plantares lateral e medial (e), ramo comunicante (f) e 
localização do bloqueio alto do suspensor (h). 
 
 
 
O nervo palmar lateral pode ser insensibilizado no nível do osso cárpico acessório 
para proporcionar analgesia das estruturas profundas da face palmar dos membros 
torácicos, incluindo a face proximal do ligamento suspensor. O bloqueio pode ser 
realizado a partir da face lateral ou medial do membro. Para a abordagem lateral, o 
anestésico local é depositado perineuralmente entre a face distal do osso cárpico 
acessório e a face proximal do quarto metacárpico (lateral splint); isso pode ser 
realizado com o membro em posição de sustentação do peso ou com o carpo em flexão. 
A anestesia local do ramo profundo do nervo plantar lateral proporciona analgesia 
da face proximal do ligamento suspensor nos membros pélvicos. Uma agulha 18 ou 19 
G de 3,8 cm é inserida a 1,5 a 2 cm distal à cabeça do quarto osso metatársico e em 
direção axial a esse osso. Em decorrência de um pequeno risco de punção da articulação 
tarsometatársica, a pele deve ser totalmente preparada antes da realização do bloqueio. 
Assim, os bloqueios do nervo mediano e do ulnar podem ser úteis para o 
diagnóstico de problemas que causam dor nos ossos do carpo ou na face distal do rádio, 
bem como dor atribuível a problemas de tecido mole entre a face distal do antebraço e a 
face proximal do metacarpo. 
 
 
Figura 7. Área subcutânea insensibilizada após bloqueio de a, d, d + e e g. 
 
 
 
Bloqueios do nervo tibial,fibular e safeno 
A anestesia local do nervo tibial e do fibular insensibiliza o osso e os tecidos 
moles da face distal da tíbia, jarrete e estruturas distais ao jarrete. Para a anestesia local 
do nervo tibial, uma agulha 20 G de 3,8 cm é inserida 10 cm proximal à tuberosidade do 
calcâneo, caudal ao músculo flexor profundo dos dedos (Figura 9a); são injetados 15 a 
20 mℓ de anestésico local. Quando se realiza o bloqueio do lado lateral, a agulha deve 
ser inserida a uma profundidade suficiente para garantir o depósito perineural do 
anestésico local, sem penetração da pele no lado medial do membro. Os nervos fibulares 
superficial e profundo são insensibilizados por meio de inserção de uma agulha 18 G de 
8,9 cm, 10 cm proximal à tuberosidade do calcâneo, e um sulco palpável entre os 
músculos extensores, longo e lateral, dos dedos, na face lateral do membro (Figura 9c). 
A agulha é inserida até entrar em contato com a borda caudolateral da tíbia, e são 
injetados 20 a 30 mℓ de anestésico local à medida que a agulha é retirada para 
insensibilizar os nervos fibulares tanto profundo quanto superficial. 
Quanto ao bloqueio dos nervos mediano e ulnar no membro torácico, esses 
bloqueios não são comumente realizados, mas podem ajudar a estabelecer um 
diagnóstico em equinos cuja claudicação não é afetada por bloqueios intra-articulares ou 
bloqueios perineurais distais. 
O nervo safeno é insensibilizado por meio da injeção de 5 mℓ de anestésico local 
perineural, próximo à veia safena, cerca de 10 cm proximal à articulação tibiotársica 
com agulha 20 ou 22 G de 2,5 cm (Figura 9b). Esse bloqueio é útil para proporcionar 
analgesia da pele na face medial do membro. Não é realizado para analgesia diagnóstica 
durante o exame de claudicação. 
 
 
 
Anestesia intra-articular e intrabúrsica dos membros 
 
Bolsa do navicular 
Várias técnicas podem ser usadas para injeção da bolsa do navicular. Entretanto, a 
maior taxa de sucesso pode ser obtida com uma abordagem da face palmar distal do 
membro, em que a posição da bolsa do navicular é determinada com base nos pontos de 
referência anatômicos externos. Nos casos típicos, essa técnica é realizada com o pé 
apoiado sobre um bloco de madeira inclinado para posicionar a face distal do membro 
em flexão. . A injeção de 1 a 2 mℓ de anestésico local SC no local de inserção da agulha 
pode diminuir os movimentos do cavalo enquanto se realiza esse bloqueio. Uma agulha 
18 a 20 G de 8,9 cm é inserida no ponto médio entre os bulbos dos talões, 
imediatamente proximal à banda coronária, e avançada em direção à posição estimada 
do osso navicular (Figura 10a). Uma vez encontrado o osso navicular, a agulha é 
retirada levemente. A inserção correta da agulha pode ser confirmada pela aspiração de 
uma pequena quantidade de líquido sinovial (que raramente é obtido) ou por meio de 
radiografia. Em seguida, são injetados 3 a 5 mℓ de anestésico local. A melhora da 
claudicação em 10 min após a injeção sugere que a claudicação é causada por dor na 
bolsa do navicular ou estruturas associadas. 
 
Figura 8. Inserção da agulha no nervo mediano (a), nervo ulnar (b) e nervo musculocutâneo (c); 
cortes transversais e áreas subcutâneas insensibilizadas no membro torácico esquerdo. Faces: L, lateral; 
M, medial; P, palmar; e D, dorsal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Articulação da falange distal (interfalângica distal) 
Para a anestesia local da articulação interfalângica distal, uma agulha de 20 G de 
3,8 cm é inserida 1 cm proximal à banda coronária e 2 cm lateral à face dorsal da linha 
média do membro (Figura 10b). A agulha é inserida em direção distomedial para a face 
lateral palmar ou plantar do processo extensor da falange distal. Como alternativa, a 
agulha pode ser inserida na bolsa dorsoproximal da articulação, na face dorsal da linha 
média do membro, 1 cm proximal à banda coronária e orientada em direção palmar ou 
plantar paralelamente ao solo ou distalmente para a superfície da sola do pé. O cavalo 
deve estar em uma posição de sustentação do peso durante a realização desse bloqueio. 
A injeção de 6 mℓ de anestésico local na articulação interfalângica distal pode 
insensibilizar a face dorsal (dedo) da sola do pé, enquanto a injeção de 10 mℓ também 
pode insensibilizar os ângulos (calcanhar) da sola. Como a mepivacacína pode sofrer 
difusão entre a articulação interfalângica distal e a bolsa do navicular, 39 os bloqueios 
da articulação interfalângica distal intraarticulares podem não ser específicos para 
problemas dessa articulação. 
 
 
Figura 9. Inserção de agulha no nervo tibial (a), nervo safeno (b) e nervo fibular (c); cortes 
transversais e áreas subcutâneas insensibilizadas do membro pélvico esquerdo. Faces: L, lateral; M, 
medial; P, plantar; e D, dorsal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10. Inserção da agulha na bolsa podotroclear(a), articulação interfalângica(b), articulação 
do boleto(c), bolsa volar da cápsula da articulação do boleto(d) e bainha do tendão do flexor dos dedos(e). 
 
 
Articulação interfalângica proximal (quartela) 
A articulação interfalângica proximal é insensibilizada por meio da inserção de 
uma agulha 20 G de 3,8 cm no espaço articular palpável sob o tendão extensor na face 
dorsal do membro, em direção lateral para medial ou medial para lateral (Figura 
48.10c). Nos casos típicos, essa abordagem é realizada com o membro em posição de 
sustentação do peso. Como alternativa, a articulação pode ser alcançada na face lateral 
palpar ou plantar, com o membro em flexão. A agulha é inserida dorsal ao feixe 
neurovascular digital em direção a uma depressão palpável entre a face distal da falange 
proximal e a face proximal da falange média; são injetados 5 a 10 mℓ de anestésico 
local. 
 
 
Articulação metacarpofalângica ou metatarsofalângica (boleto) 
Para a abordagem dorsal, uma agulha 20 G de 3,8 cm é inserida no espaço 
articular palpável proximal à falange proximal sob o tendão do extensor; essa 
abordagem é realizada com o membro em posição de sustentação do peso. A abordagem 
das articulações palmar ou plantar pode ser feita a partir da face lateral do membro, em 
três locais: 
 Face proximal da bolsa palmar ou plantar: pode ser alcançada em uma área 
delimitada pelo terceiro osso metacárpico ou metatársico (canela) 
dorsalmente, pelo ligamento suspensor (palmar ou plantarmente), 
extremidade distal do segundo e quarto metacárpicos ou metatársicos 
(proximalmente) e face apical do osso sesamoide proximal lateral, 
distalmente (Figura 10d); 
 Bolsa palmar ou plantar: também pode ser acessada através do ligamento 
colateral do osso sesamoide proximal lateral, entre a canela e o osso 
sesamoide proximal; esta pode ser a abordagem mais fácil para obter 
líquido sinovial sem hemorragia e injetar a articulação do boleto, 
particularmente em um cavalo sem derrame sinovial; 
 Face palmar ou plantar da articulação: pode ser acessada na face 
distolateral, em um espaço delimitado por: 
o Feixe neurovascular digital (palmar ou plantarmente); 
o Face distal do osso sesamoide proximal lateral (proximodorsal); 
o Face proximal da falange proximal (distodorsalmente). 
 
 
Bainha do tendão do músculo flexor digital 
Quando distendida com líquido sinovial, a bainha do tendão do flexor digital pode 
ser insensibilizada por meio de abordagem nas faces proximal ou distal. Para a 
abordagem proximal, introduz-se uma agulha de 20 G de 2,5 cm na bainha, 1 cm 
proximal ao ligamento anular palmar ou plantar e 1 cm palmar ou plantar ao ramo 
lateral do ligamento suspensor (Figura 48.10e). Para a abordagem distal, introduz-se 
uma agulha na bainha na face palmar ou plantar da quartela, entre os ligamentos 
anulares digitais, proximal e distal. Esses bloqueios podem ser realizados com o 
membro em posição de sustentação do peso ou sem sustentação do peso. Como 
alternativa, a face distal do membro pode ser flexionada, e a agulhapode ser inserida na 
bainha na face palmar ou plantar lateral do membro, imediatamente distal ao osso 
sesamoide proximal lateral, entre o ligamento anular proximal e o ligamento anular 
digital proximal 
Além disso, pode-se utilizar uma abordagem sesamoide axial palmar ou plantar. O 
membro é mantido em flexão, e uma agulha 20 G de 2,5 cm é inserida no nível da face 
média, a 3 mm axial à borda palmar ou plantar do osso sesamoide proximal lateral e 
dorsal aos tendões do flexor. 
 
 
Bloqueios da articulação do carpo 
A articulação radiocárpica (antebraço-carpo) pode ser acessada na face dorsal, 
com o membro elevado do solo e o carpo em flexão. Uma agulha 20 G de 2,5 cm é 
inserida na depressão palpável da articulação, medial ou lateral ao tendão do músculo 
extensor radial do carpo; são injetados 5 a 10 mℓ de anestésico local. Como alternativa, 
a agulha pode ser direcionada para a face palmar da articulação, entre os tendões do 
músculo extensor lateral dos dedos e do músculo ulnar lateral, em uma depressão em 
formato de V palpável delimitada pela face caudolateral do rádio e carpo ulnar e face 
proximal do osso acessório do carpo, com o membro em uma posição de sustentação do 
peso (Figuras 11a e 12a,c). 
A articulação mediocárpica pode ser acessada na face dorsal com o membro 
mantido elevado do solo, com o carpo em flexão. A agulha é introduzida na face medial 
ou lateral do tendão do músculo extensor radial do carpo, de modo semelhante à 
inserção para injeção da articulação radiocárpica. Como alternativa, a face palmar dessa 
articulação pode ser injetada por meio da inserção da agulha palmar à articulação do 
osso cárpico ulnar e quarto carpo e distal ao osso acessório do carpo (Figuras 11b e 
12b,d). A articulação mediocárpica comunica-se com a articulação carpometacárpica; 
por conseguinte, ambas as articulações são insensibilizadas. 
 
 
Bloqueio do túnel do carpo 
O túnel do carpo é mais facilmente identificado pela face lateral do membro 
torácico, quando há derrame sinovial. É importante diferenciar o derrame da bainha do 
carpo do derrame das articulações do carpo. A bainha do carpo pode ser acessada com 
uma agulha de 20 G de 2,5 cm entre os tendões do músculo extensor lateral dos dedos e 
músculo ulnar lateral, 1 a 3 cm proximal ao osso acessório do carpo; são injetados 15 
mℓ de anestésico local. Outra abordagem consiste em introduzir a agulha na bainha, 1,5 
cm distal ao osso acessório do carpo, na face dorsolateral do tendão do músculo flexor 
profundo dos dedos. 
 
 
 
Bloqueio da articulação do cotovelo 
A articulação do cotovelo pode ser bloqueada na borda cranial ou caudal do 
ligamento colateral lateral, a dois terços de distância distalmente entre o epicôndilo 
lateral palpável do úmero e a tuberosidade lateral da face proximal do rádio (Figura 
13a). Uma agulha 18 ou 20 G de 3,8 cm é inserida perpendicularmente à pele, e são 
injetados 20 mℓ de anestésico local. É importante assegurar que o anestésico local seja 
injetado dentro da articulação; isso é confirmado pela aspiração de líquido sinovial antes 
da injeção. A bolsa caudal da articulação do cotovelo também pode ser acessada com 
uma agulha 18 a 20 G de 8,9 cm inserida em direção distal, cranial e medial na 
depressão palpável delimitada pelo olécrano (caudalmente) e face distal do úmero 
(cranialmente). 
 
 
Bloqueio da bolsa bicipital 
Para a anestesia local da bolsa bicipital, uma agulha de 18 G de 8,9 cm é inserida 
na face cranial do úmero, 3,5 cm distal à proeminência na face craniolateral do 
tubérculo maior (Figura 48.13c). São injetados 10 a 15 mℓ de anestésico local. Pode ser 
necessário efetuar um exame radiográfico após a injeção de meio de contraste radiopaco 
para confirmar a entrada bem-sucedida na bolsa bicipital. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11. Inserção da agulha na articulação radiocárpica (a) e articulação intercárpica (b) do 
membro torácico direito. 
 
 
 
Figura 12. Inserção da agulha nas articulações radiocárpica (a e c) e intercárpica (b e d) do 
membro torácico esquerdo. a, Tendão do músculo extensor lateral dos dedos; b, tendão do músculo ulnar 
lateral; c, osso acessório do carpo. 
 
 
 
 
 
Bloqueio da bolsa do olécrano 
A bolsa do olécrano é injetada com uma agulha de 20 G de 3,8 cm, direcionada 
dentro da bolsa sobre a face caudal do olécrano (Figura 48.13b). Esse bloqueio 
raramente é indicado. 
 
Figura 13. Inserção da agulha na articulação do cotovelo (a), na bolsa do olécrano (b), na bolsa 
bicipital (c) e na articulação do ombro (d) do membro torácico esquerdo. 
 
 
 
Bloqueio da articulação do ombro 
Uma agulha 18 G de pelo menos 8,9 cm de comprimento é inserida no centro da 
depressão entre as protuberâncias cranial e caudal da tuberosidade lateral do úmero e 
direcionada caudomedialmente em um ângulo de 45 o (Figura 13d); são injetados 20 mℓ 
de anestésico local. A anestesia temporária do nervo supraescapular e a disfunção 
subsequente dos músculos supraespinal e infraespinal constituem uma complicação rara 
desse bloqueio. 
 
 
Bloqueio da bolsa do tendão cuneano 
A bolsa do tendão cuneano pode ser insensibilizada pela inserção de uma agulha 
22 G de 2,5 cm entre o tendão cuneano e os ossos da face distal do tarso (Figuras 48.14a 
e 48.15). A agulha é inserida a partir da face distal do tendão cuneano, e são injetados 5 
a 10 mℓ de anestésico local. 
 
 
 
 
 
Figura 14. Inserção da agulha na bolsa do tendão cuneano (a), espaço tarsometatársico (b e d), 
espaço metatársico distal (c) e espaço tibiotársico (e) da articulação do jarrete esquerdo; face medial. 
 
 
 
Bloqueios das articulações do tarso 
A articulação tarsometatársica é acessada de modo mais confiável a partir da face 
plantolateral do membro, em uma depressão palpável, 1 cm proximal à cabeça do quarto 
osso metatársico lateral (Figuras 14b e 16). Uma agulha de 20 G de 2,5 a 3,8 cm é 
posicionada em direção distomedial. Nos casos típicos, obtém-se líquido sinovial, e 
devem-se injetar 3 a 4 mℓ de anestésico local sem resistência substancial. Essa 
articulação pode ser acessada a partir da face dorsal do membro (Figura 14d). 
A articulação intertársica distal (centrodistal) é insensibilizada pela inserção de 
uma agulha 22 G de 2,5 cm em uma pequena depressão articular palpável na face 
medial do membro, imediatamente ventral ao tendão cuneano (Figura 14c); são 
injetados 3 a 5 mℓ de anestésico local. 
A articulação tibiotársica (tarsocrural) é grande e facilmente injetada na bolsa 
dorsomedial, 2 a 3 cm distal à tíbia e medial aos tendões do músculo fibular terceiro e 
tibial cranial (Figura 14e); são injetados 15 mℓ de anestésico local. 
 
 
 
Bloqueios das bolsas calcâneas 
As bolsas calcâneas em equinos incluem a bolsa subcutânea calcânea (subcutânea 
superficial ao tendão do músculo flexor superficial dos dedos, plantar ao calcâneo), a 
bolsa intertendínea calcânea (entre os tendões do músculo gastrocnêmio e músculo 
flexor superficial dos dedos), e a bolsa calcânea do músculo gastrocnêmio 
(imediatamente proximal ao calcâneo e dorsal ao tendão do músculo gastrocnêmio). 
Uma agulha de 20 G de 3,8 cm pode ser inserida nas bolsas, que são palpáveis quando 
há derrame sinovial; são injetados 10 mℓ de anestésico local. 
 
 
Bloqueio das bainhas do tarso 
A bainha do tarso estende-se desde a face proximal do calcâneo até a face 
proximal da região metatársica. A bainha do tarso pode ser insensibilizada em suas 
faces proximal ou distal por meio da inserção de uma agulha 20 G de 3,8 cm e injeção 
de 15 mℓ de anestésico local. 
 
 
Bloqueio da articulação do joelho 
A articulação do joelho inclui as articulações femoropatelar e femorotibiais 
medial e lateral. Para fins diagnósticos e terapêuticos, cada compartimento deve ser 
considerado como uma entidade separada e injetada independentemente. Tendo em 
vista que a claudicação atribuível aproblemas da articulação do joelho pode ser causada 
por estruturas extrassinoviais (como ligamentos colaterais e cruzados), pode-se observar 
melhora apenas em 20 min ou mais após a injeção do anestésico local. Tipicamente, 
cada compartimento é insensibilizado com 20 mℓ de anestésico local com agulha 18 G 
de 3,8 cm. 
O compartimento femoropatelar é injetado distalmente à patela, medial ou lateral 
ao ligamento patelar médio (Figura 17a). 
Para a injeção do compartimento femorotibial medial, a agulha é inserida 1,5 cm 
proximalmente ao platô medial da tíbia, entre o ligamento patelar medial e o ligamento 
colateral medial da articulação do joelho (Figura 17b). Outra abordagem consiste na 
inserção da agulha 1,5 cm proximal ao platô tibial medial, em uma depressão palpável 
entre o ligamento patelar medial e o tendão da inserção do músculo sartório. É 
importante que o cavalo esteja em pé diretamente sobre o membro enquanto esse 
bloqueio está sendo realizado. Essa abordagem pode permitir a coleta de maior volume 
de líquido sinovial e reduzir o risco de lesão iatrogênica da cartilagem e menisco 
medial, em comparação com a abordagem entre o ligamento patelar medial e o 
ligamento colateral medial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15 (esquerda). Injeção de anestésico local (10 mℓ) na bolsa do tendão cuneano do membro 
pélvico direito; face medial. 
Figura 16 (direita). Coleta de líquido da articulação tarsometatársica (membro pélvico esquerdo). 
 
 
 
A injeção no compartimento femorotibial lateral pode ser feita por várias 
abordagens. Incluem locais de inserção da agulha caudais ao ligamento patelar lateral e 
1 cm proximal ao platô tibial lateral (Figura 17c). 
 Bloqueio da articulação do quadril (coxofemoral): a articulação do 
quadril é difícil de ser injetada, particularmente em equinos de grande 
porte, em decorrência da profundidade da articulação a partir da superfície 
da pele. Deve-se utilizar uma agulha 18 G de pelo menos 15 cm. O local 
de inserção da agulha encontra-se em uma depressão palpável entre a parte 
caudal grande e a parte cranial pequena do trocanter maior na face 
proximal do fêmur (Figura 48.18a). A agulha é posicionada medialmente, 
em um sentido ligeiramente cranioventral ao longo do colo do fêmur. A 
inserção correta da agulha deve ser confirmada pela aspiração de líquido 
sinovial antes da injeção; são injetados 20 mℓ de anestésico local. A 
orientação ultrassonográfica pode ajudar a inserção da agulha na 
articulação do quadril. 
 Bloqueio da bolsa trocantérica: a bolsa trocantérica está localizada entre o 
tendão do músculo glúteo médio e a parte cranial do trocanter maior do 
fêmur. A bolsa é localizada por meio de palpação do trocanter maior, e 
uma agulha 18 G de 3,8 a 8,9 cm é introduzida perpendicular à pele até 
entrar em contato com o osso (Figura 48.18b); são injetados 5 a 10 mℓ de 
anestésico local. 
 
Figura 17. Inserção da agulha na bolsa femoropatelar (a), na bolsa femorotibial medial (b) e na bolsa 
femorotibial lateral da articulação do joelho. 
 
 
 
 
 
 
Anestesia/analgesia regionais 
 
A anestesia e a analgesia regionais podem ser usadas como adjuvantes da 
anestesia geral para diminuir a necessidade de anestésico, ou podem ser usadas para 
facilitar procedimentos em posição quadrupedal, quando associadas a contenção e 
administração de sedativo/tranquilizante no cavalo consciente. 
 
 
Anestesia para laparotomia/laparoscopia 
A correção da torção uterina é o procedimento mais comum para o qual a 
laparotomia em posição quadrupedal tem sido historicamente usada; entretanto, também 
pode ser útil para a cirurgia exploratória, quando a anestesia geral não constitui uma 
opção por motivos financeiros ou por outros motivos. Na atualidade, a laparoscopia em 
posição quadrupedal é mais frequentemente usada para vários procedimentos 
abdominais com o equino em posição quadrupedal, incluindo ovariectomia, 
nefrectomia, transferência de embrião, castração de garanhão com criptorquidismo 
abdominal e biopsia hepática ou renal. Foram descritas quatro técnicas para 
procedimentos abdominais em posição quadrupedal: anestesia por infiltração, anestesia 
paravertebral toracolombar, anestesia epidural segmentar dorsolombar e anestesia 
subaracnóidea segmentar toracolombar. 
 
Anestesia por infiltração 
Para a maioria dos procedimentos em posição quadrupedal, as incisões são 
pequenas, e a anestesia por infiltração é suficiente quando associada com contenção e 
sedação e analgesia sistêmicas. Utiliza-se uma agulha 20 ou 22 G de 2,5 cm para aplicar 
1 mℓ de anestésico local para cada centímetro de incisão. 
 
Figura 18. Inserção da agulha na articulação do quadril (a) e bolsa trocantérica (b). 
 
 
A dor é minimizada (e a cooperação do paciente maximizada) quando as injeções 
são lentas e deliberadas, e a agulha é avançada através da borda da pele insensibilizada. 
Essa técnica garante que o equino sinta apenas a penetração inicial da agulha. Uma 
injeção de 10 a 15 mℓ de anestésico local é habitualmente suficiente para a 
insensibilização da pele e dos tecidos subcutâneos. 
Após a insensibilização das estruturas superficiais, as camadas mais profundas de 
músculo e peritônio podem ser insensibilizadas com uma agulha 18 G de 7,5 a 10 cm; 
podem ser necessários 50 a 150 mℓ de anestésico local, dependendo da área de 
insensibilização necessária. Em um equino adulto médio de 500 kg, doses inferiores a 
250 mℓ de lidocaína a 2% não devem causar toxicidade. 
 
 
 
Anestesia paravertebral toracolombar 
Quando há necessidade de incisões longas em pacientes nos quais a anestesia 
geral não é uma opção, pode-se utilizar a anestesia paravertebral toracolombar (bloqueio 
paravertebral) como alternativa da anestesia por infiltração. Embora esse bloqueio seja 
tecnicamente difícil, pode ser realizado em equinos menos musculosos com pontos de 
referência facilmente palpáveis. Para realizar o bloqueio, o último nervo espinal 
torácico (T18) e o primeiro e segundo nervos lombares (L1 e L2) são insensibilizados 
cerca de 10 cm da linha média dorsal, após emergirem dos forames intervertebrais e 
dividirem-se em seus ramos dorsais e ventrais e ramificações mediais e laterais, 
respectivamente (Figura 19). 
Os locais para insensibilização são palpados por meio da localização do terceiro 
processo transverso lombar, que se encontra em uma linha entre a extensão mais caudal 
da última costela e perpendicularmente ao eixo longitudinal das vértebras. A distância 
entre os locais de injeção é de 3 a 6 cm (Figura 20). Após insensibilizar a pele, os ramos 
ventrais de T18 são bloqueados utilizando uma agulha 18 G de 7,5 cm. A agulha é 
avançada até o peritônio (onde haverá perda da resistência ou um leve ruído de sucção 
com a entrada de ar na agulha) e, em seguida, retraída para uma posição retroperitoneal, 
onde são injetados 15 mℓ de anestésico local (Figura 19b). 
 
Figura 19. Inserção da agulha para bloqueio nervoso paravertebral. Vista cranial de transecção da 
primeira vértebra lombar na localização do forame intervertebral: A. Infiltração subcutânea; B. Infusão 
retroperitoneal. a, Ramo dorsal e b, ramo ventral do nervo vertebral L1. Detalhe: área subcutânea 
insensibilizada após bloqueio dos nervos espinais T18, L1 e L2. 
 
 
 
Figura 20. Área toracolombar direita de um equino adulto em posição quadrupedal, mostrando os 
locais de injeção (setas) para bloqueio paravertebral distal. r-18, última costela; l-1 e l-2, processos 
espinhosos da primeira e da segunda vértebras lombares. A linha tracejada passa transversalmente nos 
espaços correspondentes entre os processos espinhosos e transversos. A figura mostra a injeção 
subcutânea de l-2. 
 
 
As vantagens da anestesia paravertebral em relação à anestesia por infiltração 
incluem a administração de doses menores de anestésico local, uma ampla área de 
insensibilização, relaxamento musculare ausência de anestésico local na incisão 
(minimizando, assim, a ocorrência de hematoma, edema e possível interferência na 
cicatrização). As principais desvantagens consistem na dificuldade em realizar o 
bloqueio e no fato de que em um equino com boa condição corporal e cobertura 
muscular, os pontos de referência são extremamente difíceis de palpar. Existe também a 
possibilidade de insensibilizar de modo inadvertido o terceiro nervo lombar, causando 
perda do controle motor do membro pélvico ipsolateral. 
 
 
Anestesia para procedimentos reprodutivos 
Muitos procedimentos reprodutivos podem ser realizados no equino sedado em 
posição quadrupedal. A castração, a episioplastia, o reparo de fístulas retovaginais e 
uretrostomia perineal podem ser todos realizados com anestesia local apropriada. 
 
Anestesia para castração 
Na técnica mais frequentemente utilizada, uma agulha 20 G de 7,5 cm é 
introduzida perpendicularmente através da pele esticada do escroto, e injeta-se o 
anestésico local até o testículo ficar túrgido (aproximadamente 20 a 30 mℓ) (Figura 
48.21). Depois de cerca de 10 min, a castração habitualmente pode ser realizada sem 
dor, sem a necessidade de utilização do cachimbo. 
Na segunda técnica, uma agulha 20 G de 2,5 cm pode ser inserida no funículo 
espermático por via percutânea o mais próximo possível do anel inguinal externo. Nesse 
ponto, são injetados 20 a 30 mℓ de anestésico local de maneira a se espalhar em forma 
de leque, sem perfurar a pele, a artéria espermática ou a veia. A linha de incisão na pele 
escrotal precisa ser infiltrada por via subcutânea com 5 a 10 mℓ de anestésico local, 
visto que a pele do escroto não é insensibilizada pela deposição do anestésico local no 
funículo espermático. Em seguida, o procedimento deve ser repetido do outro lado. A 
infiltração do funículo espermático não é tão efetiva quanto a infiltração diretamente 
dentro do testículo. Na terceira técnica, uma agulha 18 G de 15 cm é inserida no 
testículo e direcionada para o funículo espermático, enquanto são injetados 30 mℓ de 
anestésico local. Antes de iniciar a cirurgia, a pele do escroto nos locais de incisão 
também é insensibilizada. 
A castração de testículo criptorquídico é mais comumente realizada sob anestesia 
geral por laparotomia ou laparoscopia; todavia, em um estudo recente, a infiltração 
intratesticular ou mesorquídica de lidocaína, associada à administração de um anti-
inflamatório não esteroide (AINE) e injeção epidural caudal de detomidina, 
proporcionou analgesia adequada em garanhões em posição quadrupedal submetidos a 
criptorquidectomia laparoscópica. 
 
Figura 21. Inserção da agulha para injeção intratesticular direita em um equino em posição 
quadrupedal. 
 
 
Anestesia do períneo 
Enquanto a anestesia epidural caudal é comumente utilizada para possibilitar a 
realização de cirurgia perineal, incluindo uretrostomia, em equinos em posição 
quadrupedal, a anestesia regional do períneo também pode ser usada. Para realizar a 
anestesia regional da área, os ramos superficial e profundo (subfascial) dos nervos 
perineais precisam ser insensibilizados. Uma agulha 22 G de 2,5 cm é inserida 
aproximadamente 2,5 cm dorsal ao arco isquiático e 2,5 cm lateral ao ânus, de modo 
que possam ser injetados 5 mℓ de anestésico local por via subcutânea. Após direcionar a 
agulha dorsalmente 0,5 a 1 cm, efetua-se uma injeção subfascial mais profunda de 5 a 7 
mℓ, e, em seguida, o procedimento é repetido no lado oposto. 
 
 
 
Anestesia do pênis ou da vulva 
O pênis pode ser insensibilizado pelo bloqueio dos nervos pudendos no ísquio 
(Figura 22). Isso irá insensibilizar o pênis e a lâmina interna do prepúcio, além de 
relaxar o pênis e permitir que seja protraído. Para realizar o bloqueio, uma agulha de 20 
G de 3,8 cm é inserida nos lados direito e esquerdo do ânus, cerca de 2 cm dorsal ao 
arco isquiático e lateral ao ânus e é angulada ventralmente em direção à linha média. A 
agulha é inserida até o ponto de contato com o arco isquiático, onde os nervos pudendos 
seguem seu trajeto ao redor do ísquio. Em seguida, são depositados 5 mℓ de anestésico 
local adjacente a cada nervo, resultando na projeção do pênis em cerca de 5 min após 
bloqueio bem-sucedido. 
Embora um bloqueio de linha com anestésico local ainda seja frequentemente 
utilizado para a insensibilização da vulva, a técnica anteriormente descrita também pode 
ser usada. 
 
Figura 22. Anatomia topográfica para bloqueio dos nervos pudendos e perineais. O arco isquiático 
(a) e o túber isquiático (b) palpáveis estão marcados. Mostra-se a infiltração do nervo pudendo esquerdo 
com anestésico local. 
 
 
 
Anestesia/analgesia epidurais 
 
Nos equinos, a anestesia epidural combinada com sedação sistêmica e contenção 
em posição quadrupedal possibilita a anestesia regional de ânus, períneo, reto, vulva, 
vagina, uretra e bexiga. Além disso, a analgesia epidural pode proporcionar uma 
analgesia adjuvante satisfatória para condições dolorosas da articulação do joelho e dos 
jarretes. 
 
Indicações/contraindicações 
A escolha dos fármacos de administração epidural irá determinar a produção de 
anestesia ou analgesia, e o medicamento específico e volume escolhidos determinarão a 
extensão. Além disso, podem ser inseridos cateteres epidurais de demora quando se 
antecipa a administração repetida dos analgésicos ou anestésicos. As indicações para a 
injeção epidural de fármacos em equinos incluem anestesia do períneo, reto, ânus, 
cauda, uretra, bexiga, vulva ou vagina para cirurgia no animal em posição quadrupedal. 
Outras indicações incluem alívio do tenesmo e correção de torção uterina, bem como 
fetotomia. 
Além disso, a analgesia/anestesia epidurais podem ser usadas como adjuvantes da 
anestesia geral para cirurgia dessas mesmas estruturas e dos membros pélvicos para 
reduzir a concentração alveolar mínima dos anestésicos inalatórios. A analgesia epidural 
pode ser usada no pós-operatório para o controle da dor nessas mesmas áreas, como 
adjuvante dos medicamentos sistêmicos e para alívio da dor relacionada com 
articulações sépticas. 
As contraindicações para anestesia e analgesia epidurais em equinos incluem 
infecção no local de punção, sepse, hipovolemia não corrigida, distúrbios hemorrágicos, 
terapia com anticoagulantes (potencialmente usada em equinos com laminite), doença 
da medula espinal e anormalidades anatômicas. Essa técnica também pode estar 
contraindicada em pacientes fracos ou com ataxia, que correm risco de ficar em 
decúbito após a administração epidural do fármaco. 
 
Anestesia subaracnóidea lombossacral 
O espaço epidural lombossacral é de acesso tecnicamente difícil e exige uma 
unidade cateter-estilete especializada para as injeções. Os pontos de referência para 
injeção são difíceis de determinar, e existe o risco de punção na dura-máter e injeção 
inadvertida no espaço subaracnóideo, podendo levar a bloqueio motor e ataxia, se a 
dose epidural for administrada no espaço subaracnóideo. Os cateteres podem ser 
avançados a partir do espaço epidural lombossacral para analgesia epidural caudal, ou 
rostralmente para analgesia segmentar toracolombar. 
O local de injeção é o mesmo do que aquele para a coleta de líquido cerebrospinal 
e pode ser palpado na intersecção de uma linha de 1 a 2 cm caudal a cada tuberosidade 
sacral e linha média dorsal. Em geral, é necessária sedação sistêmica para realizar esse 
procedimento. A pele pode ser insensibilizada com 2 a 3 mℓ de lidocaína a 2% para 
minimizar o desconforto produzido pela passagem da agulha espinal. Uma agulha de 
Tuohy de ponta Huber 17 G de 17,5 cm com estilete e com o bisel dirigido cranialmente 
é avançada ao longo do plano mediano perpendicular à medula espinal e inserida no 
espaço subaracnóideo (Figura 23). Se a agulha entrar em contato com o osso antes de 
entrar no espaço subaracnóideo, ela deve ser redirecionada cranialou caudalmente, 
mantendo-a na linha média. Após a punção do espaço subaracnóideo, são aspirados 2 a 
3 mℓ de liquido cerebrospinal, e pode-se injetar uma pequena quantidade 
(aproximadamente 2 mℓ) de anestésico local. A injeção de grandes quantidades de 
anestésico provoca potencialmente bloqueio motor e decúbito. 
As vantagens da anestesia subaracnóidea toracolombar incluem a necessidade de 
um pequeno volume de anestésico local que é depositado nas raízes nervosas, rápido 
início da anestesia e distúrbio fisiológico mínimo. As desvantagens incluem maior 
dificuldade técnica em comparação com a anestesia epidural caudal, potencial de 
provocar lesão da medula espinal e maior risco de bloqueio motor e ataxia. 
 
Figura 23. Inserção de agulha e cateter para anestesia subaracnóidea toracolombar (a) e anestesia 
subaracnóidea caudal (b). Área subcutânea insensibilizada após a aplicação de bloqueio segmentar (a) e 
caudal (b). 
 
 
 
Anestesia epidural caudal 
A anestesia e/ou analgesia epidurais caudais realizadas no espaço sacrococcígeo 
ou entre a primeira e a segunda vértebra coccígea (Co1-Co2) constituem a técnica 
preferida e usada com mais frequência em equinos, visto que é mais segura e mais fácil 
de executar do que a anestesia subaracnóidea lombossacral e não exige nenhum 
equipamento especializado. 
O local de injeção é o espaço sacrococcígeo ou o primeiro espaço intercoccígeo. 
72 Em alguns equinos, há fusão da última vértebra sacral e primeira vértebra coccígea, e 
o primeiro espaço móvel pode ser o primeiro espaço intercoccígeo. O espaço é palpado 
enquanto a cauda é levantada e abaixada; é o primeiro espaço móvel caudal ao sacro, 
geralmente a 2,5 a 7,5 cm cranial à origem dos pelos da cauda 
Após preparação asséptica, pode-se injetar 1 mℓ de lidocaína a 2% para 
insensibilizar a pele, se desejado. Existem duas técnicas comumente empregadas para 
uma injeção no espaço epidural caudal. Na primeira técnica, uma agulha 18 G de 3,8 cm 
é inserida no ponto central do espaço palpado perpendicular à pele (Figura 48.24a). 
Pode-se empregar a técnica da “gota pendente”, em que o canhão da agulha é 
preenchido com solução salina antes de avançar a agulha; quando a agulha entra no 
espaço epidural, a pressão negativa irá extrair a gota para dentro do espaço epidural. 
Quando se acredita que a agulha esteja dentro do espaço epidural, a aspiração irá 
confirmar a ausência de sangue ou de líquido cerebrospinal, e pode-se efetuar um teste 
com ar ou solução salina para confirmar a perda de resistência à injeção. Na segunda 
técnica, uma agulha espinal 18 G de 12,7 a 19 cm é inserida na parte caudal do espaço 
intercoccígeo, aproximadamente 30 o paralelamente ao plano horizontal (Figura 
48.24b). Essa técnica pode ser útil para injeção epidural se o equino teve injeções 
epidurais prévias que possam levar ao desenvolvimento de tecido fibroso. 
 
Figura 24. A e B. inserção da agulha para anestesia epidural caudal. C e D. inserção do 
cateter no espaço epidural sacral para anestesia epidural caudal contínua. L-6, sexta vértebra 
lombar; S-1, processo espinhoso dorsal da primeira vértebra sacral; Co1 e Co2, primeira e 
segunda vértebras coccígeas. Área subcutânea insensibilizada após a aplicação do bloqueio 
caudal. 
 
 
 
Anestesia epidural caudal contínua 
Para a administração repetida e a longo prazo de medicamentos epidurais, 
recomenda-se o uso de cateteres epidurais. O cateterismo epidural pode ser usado com 
sucesso para a administração epidural repetida de analgésicos e anestésicos a equinos 
com várias condições clínicas, incluindo fraturas, lacerações, artrite séptica, miosite, 
lesões do períneo e celulite. 
Após preparação asséptica e insensibilização opcional da pele, a agulha é inserida 
em um ângulo de aproximadamente 45 o em relação à pele (Figura 24c). Após assegurar 
que a agulha esteja no espaço epidural, o cateter pode ser introduzido a 10 a 30 cm no 
espaço epidural, avançando-o com a abertura da agulha direcionada cranialmente. Uma 
vez inserido, o cateter é mantido em posição enquanto se retira a agulha; em seguida, 
ele é fixado à pele com esparadrapo e material de sutura. Então, todo o cateter pode ser 
coberto com curativo adesivo. A porta de injeção deve ser preparada de modo asséptico 
antes de cada injeção, e pode-se utilizar um filtro bacteriano entre o cateter e a porta de 
injeção. 
 
Fármacos epidurais 
Dependendo do efeito desejado e da duração de ação, os anestésicos locais, os 
agonistas dos receptores α2-adrenérgicos, os opioides e outros medicamentos, incluindo 
cetamina, tramadol e tiletamina-zolazepam, demonstraram ser efetivos para 
proporcionar anestesia e analgesia quando injetados por via epidural. 
 
Anestésicos locais epidurais 
Os anestésicos locais epidurais proporcionam analgesia ao impedir a 
despolarização da membrana neuronal e a condução dos impulsos nervosos. Os 
anestésicos locais mais frequentemente usados para aplicação epidural em equinos são a 
lidocaína a 2% e a mepivacaína a 2%. 
A lidocaína é um analgésico epidural efetivo. A dose necessária para 
insensibilizar efetivamente o ânus, o períneo, o reto, a vulva, a vagina, a uretra e a 
bexiga é de 6 a 8 mℓ de uma solução a 2% para uma égua de 450 kg (0,26 a 0,35 
mg/kg). A difusão cranial e a intensidade da analgesia são dependentes da dose. 
A mepivacaína (solução a 2%) atua de modo muito semelhante à lidocaína quando 
usada como agente epidural em equinos. À semelhança da lidocaína, a extensão da área 
insensibilizada é determinada pelo volume de anestésico local injetado (Figura 48.25). 
Em geral, a analgesia alcança um efeito máximo em 20 min e tem uma duração 
aproximada de 80 min. 
A bupivacaína hiperbárica de administração caudal (0,5%, 0,06 mg/kg) produz 
analgesia perineal bilateral em equinos, com rápido início de ação (< 6 min) e longa 
duração de ação (> 5 h). As frequências cardíaca e respiratória, a pressão arterial e a 
temperatura retal não se alteraram após a administração da bupivacaína. 
A ropivacaína administrada por via epidural tem rápido início (cerca de 10 min) e 
pode ter uma duração de aproximadamente 3 h. Recentemente, a ropivacaína epidural 
lombossacral em dose baixa demonstrou proporcionar uma analgesia efetiva em pôneis 
conscientes e anestesiados, sem afetar a função motora dos membros pélvicos. 
 
Figura 25. Área da pele insensibilizada em equino em posição quadrupedal em 20 min após a 
injeção epidural de (a) 6, (b) 8 e (c) 10 mℓ de carbocaína a 2% através de uma agulha espinal 18 G de 15 
cm introduzida totalmente no terceiro espaço intercoccígeo, horizontalmente. ae, agulha espinal com 
estilete. Faces: A. dorsocaudal; B. lateral. 
 
Agonistas dos receptores a2-adrenérgicos epidurais 
Após administração epidural, os agonistas dos receptores α2-adrenérgicos ligam-
se aos receptores na camada da substância gelatinosa da medula espinal e produzem 
analgesia, que pode ser revertida pela administração intravenosa de antagonistas dos 
receptores α2- adrenérgicos, como atipamezol (0,1 mg/kg) e ioimbina (0,05 mg/kg). Se 
houver desenvolvimento de sinais de ataxia ou sedação após a administração epidural 
caudal de agonistas dos receptores α2-adrenérgicos, o equino deve ser sustentado com 
tail-tie ou em tronco de contenção até a recuperação da função motora normal. Os 
equinos que ficam em decúbito após a administração epidural de agonistas dos 
receptores α2-adrenérgicos podem necessitar de sedação intensa ou anestesia geral para 
evitar o pânico até a recuperação da função motora. 
 Xilazina: usada em uma dose de 0,17 mg/kg diluída em 10 mℓ com 
solução salina a 0,9%. A duração da analgesia é de cerca de 2,5 h, e é rara 
a ocorrência de ataxia dos membros pélvicos. A sedação é mínima, e não 
ocorre alteração apreciável dos parâmetros cardiovasculares e 
respiratórios, nem da temperatura central e retal. Em geral, a xilazina é um 
agonista maisdesejável dos receptores α2-adrenérgicos para uso epidural 
do que a detomidina, visto que ela produz uma ação antinociceptiva mais 
potente nos dermátomos perineais, com grau mínimo de depressão 
cardiovascular, ptose da cabeça, alterações na posição dos membros 
pélvicos e diurese; 
 Detomidina: usada na anestesia epidural caudal em uma dose de 60 µg/kg 
diluída em 10 mℓ de água estéril. A analgesia produzida por essa técnica 
pode ser variável, com extensão bilateral do cóccix até cranialmente em 
T14 em alguns equinos. A analgesia é acompanhada de ataxia leve, algum 
encurvamento dos membros pélvicos e sedação profunda. O início de ação 
é observado em cerca de 5 min, e a duração é de aproximadamente 3 h. 
Em razão dos efeitos colaterais sistêmicos, deve-se utilizar uma dose 
inicial que não ultrapasse 20 µg/kg em equinos debilitados; 
 Outros agonistas dos receptores a2-adrenérgicos: A medetomidina (dose 
de 15 µg/kg diluída até um volume de 8 mℓ com solução salina a 0,9%) e 
a romifidina (dose de 80 µg/kg diluída até um volume de 8 mℓ com 
solução salina a 0,9%) não produziram analgesia cirúrgica na região 
perineal de equinos adultos quando injetadas no espaço epidural caudal. 
Com base nesses resultados, a medetomidina e a romifidina não parecem 
ser tão efetivas quanto a xilazina e a detomidina. 
 
Opioides epidurais 
Os opioides epidurais têm sido extensamente estudados e podem produzir 
analgesia de longa duração quando usados isoladamente ou em associação com 
anestésicos locais, agonistas dos receptores α2-adrenérgicos e/ou cetamina. Foram 
usados para a dor aguda e crônica e mostram-se efetivos quando administrados de forma 
preventiva, no intra- ou pósoperatório. 
 Morfina: é considerada, há muito tempo, uma alternativa razoável para o 
alívio da dor que não responde aos protocolos de tratamento padrão, como 
AINEs sistêmicos. Comumente usada em uma dose de 0,1 mg/kg diluída 
até um volume de 20 mℓ de água estéril e administrada por injeção 
epidural caudal para alívio da dor. Produz analgesia segmentar do cóccix 
até os dermátomos torácicos. A ação analgésica é maior nos dermátomos 
mais próximos do local de injeção epidural, com duração de 
aproximadamente 5 h. 
 Hidromorfona: em um estudo, a administração epidural de hidromorfona 
(dose de 0,04 mg/kg diluída em um volume de 20 mℓ com solução salina 
estéril) demonstrou aumentar o limiar de esquiva à estimulação elétrica 
nociva nas regiões perineal, lombar, sacral e torácica em equinos. O início 
de ação foi observado em cerca de 20 min, e a duração foi de 250 min após 
a injeção; não foi relatada nenhuma sedação ou ataxia significativa. 
 Metadona: quando os efeitos da metadona epidural caudal (0,1 mg/kg) 
foram comparados com os da lidocaína (0,35 mg/kg) utilizando um 
modelo de estimulação térmica, a analgesia perineal foi evidente em 15 
min após a injeção. A analgesia perineal após a administração de 
metadona teve duração de 5 h, em comparação com a da lidocaína, cuja 
duração foi de 3 h. Diferentemente da lidocaína, a metadona não causou 
ataxia. 
 Meperidina: é um opioide sintético que exerce o efeito anestésico local 
mais forte entre os opioides usados clinicamente. A injeção epidural 
caudal de meperidina produz analgesia bilateral, dos dermátomos 
coccígeos até os primeiros dermátomos sacrais, com sedação e ataxia 
mínimas. Com uma dose de 0,8 mg/kg (solução a 5%), o início de ação 
ocorre em 12 min, com duração de 4 a mais de 5 h. 
 
 
Outros agentes epidurais 
 Cetamina: Doses de 0,5, 1 e 2 mg/kg de cetamina (diluídas até um volume 
total de 10 mℓ com solução salina a 0,9%) proporcionam analgesia da 
cauda e dos membros pélvicos por 30 a 80 min. Observa-se também um 
efeito sedativo relacionado com a dose, cujo efeito máximo ocorre entre 
15 e 30 min após a injeção. Os parâmetros cardiovasculares e respiratórios 
em grande parte não são afetados. 
 Tramadol: analgésico de ação central, com mecanismos de ação opioide e 
não opioide. Nos equinos, o tramadol (dose de 1,0 mg/kg diluída em um 
volume total de 20 mℓ de água estéril) produziu analgesia perineal e sacral 
em 30 min, com duração da ação de até 4 h. 
 Tiletamina-zolazepam: o uso (0,5 e 1,0 mg/kg) epidural produz um 
pequeno aumento na tolerância a um estímulo de pressão nocivo (pinça de 
ponta romba) em equinos e pode estar indicada para analgesia epidural 
moderada a curto prazo; entretanto, outros estudos que estão examinando a 
toxicidade espinal devem ser concluídos antes que se possa recomendar 
clinicamente o uso dessa técnica. 
 
 
 
Associações de fármacos epidurais 
 Xilazina e lidocaína: a xilazina (0,17 mg/kg de uma solução a 2%) e a 
lidocaína (0,22 mg/kg de uma solução a 2%) podem ser usadas com 
segurança para anestesia epidural caudal de longa duração em equinos 
adultos saudáveis. A associação proporciona uma anestesia perineal de até 
5 h, enquanto cada fármaco isoladamente tem uma duração de apenas 
cerca de 3 h. Pode ocorrer alguma ataxia com essa associação, porém a 
frequência cardíaca e a frequência respiratória são minimamente afetadas. 
 Morfina e detomidina: A morfina epidural (0,2 mg/kg) associada à 
detomidina (30 µg/kg) diminuiu significativamente a claudicação após 
artroscopia bilateral do joelho em equinos. 
 Morfina e romifidina: administração epidural caudal de romifidina (30 a 
60 µg/kg) associada à morfina (0,1 mg/kg) produz analgesia moderada por 
60 a 90 min, dependendo da dose de romifidina usada. Durante o período 
de observação de 4 h, foi observada a ocorrência de sedação intensa, ataxia 
moderada dos membros pélvicos e diminuição das frequências cardíaca e 
respiratória. 
 Fentanila e romifidina: administração epidural caudal de fentanila e 
romifidina foi comparada com a romifidina isoladamente em um estudo, e 
o início de ação da associação foi significativamente mais rápido, e a 
duração foi significativamente mais longa que a da romifidina apenas. 
Além disso, a qualidade da analgesia, conforme avaliada pelo cirurgião, 
melhorou de modo significativo, e não foi observada nenhuma diferença 
quanto a ataxia, sedação ou efeitos colaterais entre os grupos. 
 Meperidina e lidocaína: Em um estudo, a anestesia epidural caudal com 
uma associação de meperidina (0,3 mg/kg) e lidocaína (0,2 mg/kg) 
demonstrou prolongar a duração da anestesia, em comparação com a 
lidocaína ou a meperidina isoladamente. 
 Tramadol e lidocaína: tramadol (0,5 mg/kg) associado com lidocaína (0,2 
mg/kg de uma solução a 2%) demonstrou prolongar a duração da analgesia 
perineal, conforme medida utilizando estimulação com alfinete e térmica, 
em comparação com a administração epidural caudal de lidocaína 
isoladamente. A duração de ação da lidocaína apenas foi de 70 min, 
enquanto a do tramadol com lidocaína alcançou 210 min. 
 Neostigmina e lidocaína: a adição de neostigmina à lidocaína para 
administração epidural caudal aumentou a duração de ação da lidocaína. A 
lidocaína (0,2 mg/kg de uma solução a 2%) foi administrada isoladamente 
ou em associação com 1 ou 2 µg/kg de neostigmina por injeção epidural 
caudal. A neostigmina associada com lidocaína produziu analgesia 
perineal durante 2,5 h, com baixa prevalência de efeitos adversos em 
equinos em posição quadrupedal. 
 Associações de cetamina: a cetamina (1,0 mg/kg) e a xilazina (0,5 mg/kg) 
têm sido utilizadas em associação para injeção epidural caudal em equinos 
e demonstraram produzir uma boa analgesia da cauda, região perineal, 
ânus e vulva. O início de ação é de 5 a 9 min, e a duração é, em média, de 
120 min. Observa-se alguma sedação sistêmica com essa associação. 
Complicações 
Uma técnica incorreta, a presença de anormalidades anatômicas e injeções 
epidurais prévias que levam ao desenvolvimento de tecido fibroso no local podem 
causar fracasso da analgesia/anestesia. A superdose de anestésicos locais e/ou agonistas 
dos receptoresα2- adrenérgicos pode causar ataxia excessiva e, possivelmente, 
decúbito. Se o decúbito resultar de superdose inadvertida de anestésicos epidurais, pode 
ser necessário manter o equino sedado ou anestesiado até o retorno da função motora 
dos membros pélvicos. 
 
 
 
Novas técnicas de analgesia regional 
 
Morfina intra-articular 
Em um estudo, a administração intraarticular de 120 mg de morfina após sinovite 
induzida por lipopossacarídio (LPS) melhorou os marcadores da inflamação e os 
escores de claudicação clínica. Outro estudo verificou que a administração intra-
articular de 20 mg de morfina em associação com 20 mg de ropivacaína produziu um 
efeito analgésico efetivo e prolongado, que pode oferecer alívio da dor de pelo menos 
24 h na sinovite aguda. 
 
 
Bloqueio nervoso abaxial com cetamina 
A cetamina proporcionou analgesia local quando administrada para realizar um 
bloqueio abaxial do sesamoide (5 mℓ de solução de cetamina a 2 ou 3%), com início de 
ação de aproximadamente 2 min e duração de ação de até 15 min. A alcalinização de 
uma solução de cetamina a 1% proporciona analgesia local mais consistente e 
persistente. 
 
 
AINEs tópicos 
Em um estudo realizado em equinos submetidos a perfusão regional intravenosa 
de membro, o diclofenaco tópico reduziu a inflamação, com base em uma avaliação 
visual e na ultrassonografia. Apesar das pesquisas e relatos informais alentadores, os 
resultados dos estudos clínicos disponíveis, porém limitados, são variáveis. 
 
 
Fornecimento contínuo de anestésicos locais para analgesia da parte distal 
dos membros 
A técnica para a inserção dos cateteres foi inicialmente desenvolvida em membros 
de cadáveres, com inserção do cateter 2 a 4 cm distal ao osso do carpo acessório medial 
e lateralmente e, em seguida, sua passagem de modo que a ponta seja adjacente ao ramo 
comunicante dos nervos palmares medial e lateral. Os cateteres foram bem tolerados 
pelos equinos do teste; entretanto, depois de 1 a 2 dias, ocorreu edema significativo dos 
membros nos equinos que receberam infusões de anestésicos locais, mas não naqueles 
que receberam infusão de solução salina.

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