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Formação e Reconhecimento do Estado(Aula Otavio)

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Elementos para o reconhecimento de um ente como Estado
População
Território
Governo
Capacidade de entrar em relação com outros Estados
Este último é um elemento constitutivo em abstrato. Ao contrário dos outros três elementos, que já existem em concreto desde o início, esse quarto elemento só será exercido concretamente depois do seu reconhecimento. É uma capacidade potencial de entrar em relação com outros Estados, que se torna uma capacidade de fato após o reconhecimento.
Reconhecimento de Estado
Conceito
Ato descricionário através do qual um ou mais Estados reconhecem que um determinado ente tem statehood, ou seja, “status” de Estado.
Espécies
Unilateral – o reconhecimento era tradicionalmente unilateral até o processo de descolonização.
Coletivo
Debate entre as escolas declaratória e constitutiva
O ato de reconhecimento tem natureza declaratória ou devemos entender que, a partir deste, o Estado é criado? O entendimento da escola constitutiva traz alguns problemas. Um deles é que aquele ente pode existir para alguns e não existir para outros. Além disso, aquele ente não teria obrigações para com os Estados que não o reconhecessem. O princípio da não-intervenção, por exemplo, é uma obrigação dos sujeitos de direito internacional. Desse modo, o ente que não era reconhecido como Estado poderia atacar livremente aqueles que não o reconhecessem.
O entendimento majoritário era no sentido de que o reconhecimento era declaratório. No art. 13 da Carta da OEA, por exemplo, determina que a existência de um Estado independe de seu reconhecimento. Os defensores da escola constitutiva, para sanar os problemas citados, começaram a defender que a comunidade internacional tinha a obrigação de reconhecer o status de Estado a um ente que tenha os três elementos para tal.
Mas mesmo o entendimento de que o reconhecimento é declaratório tem seus problemas. John Dugard, por mais que fosse seguidor da escola declaratória, defendia que um Estado, sem reconhecimento algum, não tem capacidade de estabelecer relações com outros Estados e, portanto, não tem capacidade de existir de fato. 
Reconhecimento coletivo
Foi um dos fenômenos que esvaziou a discussão entre as escolas declaratória e constitutiva. Mesmo o reconhecimento unilateral passou a ter pouca força, como foi o caso das quatro regiões da África do Sul. Hoje em dia, dificilmente um Estado é aceito na sociedade internacional sem que tenha um reconhecimento coletivo deliberado na Assembleia Geral das Nações Unidas. Todos os Estados reconhecidos como tal têm representação na Assembleia Geral talvez à exceção do Kosovo.
Não-reconhecimento
Foi outro fenômeno que esvaziou o debate entre escolas. Estabelece um critério para o reconhecimento de um Estado. Esse princípio determina que um ente não pode ser reconhecido como Estado se surgiu a partir de uma violação de direito internacional.
Formação de Estado
Ocupação de terra nullius e formação
Uma região é ocupada por um grupo de pessoas que forma o Estado. Exemplos: Libéria – os EUA compraram esse pedaço da África e começaram a incentivar a volta dos escravos libertos para seu continente de origem. Lá foi formado um Estado.
Independência ou emancipação
Exemplos: EUA e Austrália.
Separação ou desmenbramento (secessão)
Clóvis Bevilacqua colocaria o Brasil nesse caso, já que a corte ficava no Brasil e este teria perdido o status de colônia. A Tchecoslováquia, a Iugoslávia e a URSS são casos de desmembramento.
Fusão
Quando dois Estados se juntam para a formação de um terceiro. Há quem considere a incorporação como uma forma de sugimento de um Estado, mas é apenas um caso de aumento de território.
Extinção de Estados
No passado, isso era possível. Os Estados desapareciam e outras nações ocupavam aquele espaço. Eles nasciam e desapareciam indistintamente. Existia também o fenômeno debelatio, que é o desaparecimento total de um Estado após uma derrota em guerra. Não havia uma proteção jurídica do Estado, mas hoje, proncipalmente após a declaração de ilicitude da guerra, essa proteção existe. A falência de um Estado, por exemplo, não leva à extinção do mesmo. Um exemplo é a Somátia na década de 90.
Casos de extinção
Extinção de território ou população – isso pode voltar a ocorrer em decorrência do aquecimento global. Tuvalu, por exemplo, tem um acordo com a Austrália para a transferência da população quando o território for submerso.
Anexação – é mais difícil de acontecer hoje não só porque a guerra é considerada um meio ilegítimo de solução de controvérsias, como a anexação de territórios através de guerras legítimas também é ilícita. Mesmo assim, há o exemplo do Tibet e da China
Fusão - exemplos: Iêmem do Norde e Iêmem do Sul se juntaram para a formação do Iêmem.
Divisão ou desmembramento – exemplos: Tchecoslovária, Iugoslávia e União Soviética.

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