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INFECÇÕES DAS VIAS RESPIRATÓRIAS INFERIORES

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Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
INFECÇÕES DAS VIAS 
RESPIRATÓRIAS SUPERIORES
INTRODUÇÃO 
As infecções das vias aéreas superiores (IVAS) 
compreendem todas as infecções do trato 
respiratório acima da laringe, tendo como 
exemplo o resfriado comum, influenza, 
amigdalite e rinossinusite. Correspondendo a um 
dos problemas mais comuns encontrados em 
serviços de atendimento médico pediátricos, 
resultando em morbidade significativa em todo o 
mundo. 
As IVAS incidem principalmente do início do 
outono ao início da primavera. As diferenças na 
apresentação clínica são úteis não somente em 
identificar o agente causal como em melhorar a 
acurácia do diagnóstico clínico de infecções virais 
emergentes, como a pandemia de influenza e a 
síndrome respiratória aguda severa a fim de 
introduzir terapia antiviral específica e iniciar 
medidas de saúde pública na comunidade, como o 
isolamento de casos infectados. 
 
A gravidade da doença vai depender do patógeno 
causador da infecção, do meio ambiente e de 
fatores do hospedeiro. As IVAS são doenças 
facilmente encontradas em todo o mundo, 
apresentam sintomatologia autolimitada, 
geralmente com quadros leves a moderados. 
A extensão da infecção viral é modulada pela 
idade, estado fisiológico e imunológico do 
paciente. A depender desses fatores, a infecção 
pode apresentar-se assintomática ou levar o 
paciente ao óbito, sendo mais comumente 
associada com uma sintomatologia autolimitada. 
O resfriado comum ou uma gripe podem ainda 
evoluir para otite, faringoamigdalite, laringite e 
pneumonia. 
Podem ser prevenidas por meio da educação da 
comunidade e do autocuidado referente a esses 
tipos de doenças. A busca por tratamento e 
medicamentos para combater doenças como 
amigdalites e resfriado comum pode ser diminuída 
se a população for estimulada a se prevenir e 
autocuidar-se. Para isso, é imprescindível a 
atuação dos profissionais responsáveis junto às 
famílias, ensinando a prevenção, o cuidado e até 
mesmo situações de intervenções no meio-
ambiente em que estão vivendo. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 
a saúde é definida como: “um estado de completo 
bem-estar físico, mental e social, e não apenas a 
ausência de doença ou enfermidade”. 
 Determinantes sociais 
 
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PREVENÇÃO 
Nessa perspectiva é essencial para o profissional 
de saúde entender o contexto que o paciente está 
inserido e orientá-lo quanto a formas de 
prevenção. As infecções respiratórias são doenças 
de alto contágio devido ao seu elevado potencial 
de propagação, que pode acontecer por três 
mecanismos: aerossóis de pequenas partículas, 
aerossóis de partículas grandes e contato direto. 
Os aerossóis de pequenas partículas formam 
núcleos de gotículas que não se assentam e 
podem ser transmitidos por distâncias 
relativamente longas pelo ar. Quando inalados, 
esses aerossóis podem atingir as vias aéreas 
inferiores. 
Os aerossóis de partículas grandes referem-se a 
gotículas geradas a partir da via aérea que se 
estabelecem rapidamente e são transmitidas 
apenas em distâncias relativamente curtas. A 
transmissão é através da tosse, pela fala ou pelo 
espirro do paciente infectado ou por meio do 
contato indireto das mucosas oral, nasal ou ocular 
com secreções contaminadas. 
O contato direto refere-se ao contato com fômites 
contaminados, bem como ao contato direto de 
pessoa para pessoa. O contato direto de mão a 
mão é, de longe, a forma mais comum de 
transmissão, pois o vírus consegue permanecer 
viável na pele humana por pelo menos duas horas. 
A transmissão por fômites também é considerada 
importante, uma vez que os vírus podem perdurar 
por horas nas superfícies de objetos. 
O contágio é significativo em comunidades 
fechadas e semifechadas, como domicílio, creches 
(importante na morbidade de lactentes), escolas e 
outras coletividades. 
AMIGDALITE 
A amigdalite é a infecção aguda das amígdalas e 
embora a principal causa de seja viral, muitas 
vezes 
apresenta-se com um quadro de etiologia 
bacteriana. O agente etiológico mais comum é o 
estreptococo beta-hemolítico do grupo A. Sua 
importância em Saúde Pública decorre não apenas 
da sua alta frequência, mas também das suas 
complicações. 
As anginas eritematosas são as mais frequentes, 
correspondendo a 90% dos casos, de origem viral 
ou bacteriana. Ao exame observa-se a mucosa 
orofaríngea arroxeada, as amígdalas edemaciadas 
e aumentadas de volume. Além das características 
inflamatórias podem estar presentes exsudato 
esbranquiçado puntiforme ou confluente, que se 
desprende facilmente da mucosa ao ser 
manipulado com o abaixador de língua. 
 
Dor à deglutição é a marca da doença e é, muitas 
vezes, referida nos ouvidos. As crianças muito 
jovens que não são capazes de queixar-se de dor 
de garganta, quase sempre se recusam a comer. 
Além de outros sintomas como: 
 
O exame físico revela hiperemia, aumento de 
tonsilas e exsudato purulento, além de 
adenomegalia em cadeia jugulodigástrica, 
observada em 60% dos casos. No hemograma 
observamos leucocitose com desvio à esquerda. 
É importante o diagnóstico correto da amigdalite 
estreptocócica porque o seu tratamento diminui o 
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risco de doença reumática e de complicações 
supurativas, tais como abscesso periamigdaliano. 
É importante lembrar que o vírus que, com mais 
frequência, causa quadro clínico difícil de 
distinguir da etiologia estreptocócica. Apesar do 
diagnóstico da amigdalite aguda bacteriana ser 
basicamente clínico, é possível a utilização de 
métodos diagnósticos para a confirmação da 
etiologia estreptocócica. 
A cultura de orofaringe é considerada o padrão 
ouro, mas apresenta como desvantagem o tempo 
prolongado (18 a 48 horas) para obtenção do 
resultado do exame e com isso a espera para a 
introdução da medicação adequada. 
O paciente que apresenta dor de garganta com 
outros sintomas respiratórios, tais como coriza, 
obstrução nasal, disfonia, tosse, é muito provável 
que seja portador de amigdalite viral. Tratamentos 
de suporte incluem analgesia, hidratação e 
repouso. 
Os analgésicos podem ser sistêmicos ou tópicos, 
os AINEs geralmente são analgésicos sistêmicos 
eficazes. Analgésicos tópicos estão disponíveis 
como pastilhas e sprays, os ingredientes incluem 
benzocaína, fenol, lidocaína e outras substâncias. 
Esses analgésicos tópicos podem reduzir a dor, 
mas têm de ser usados repetidamente e muitas 
vezes afetam o paladar. 
No caso da etiologia bacteriana, o tratamento 
consiste no uso de analgésicos, anti-inflamatórios, 
corticosteroides e antibioticoterapia. No Brasil, o 
antibiótico mais utilizado para tratamento de 
faringite estreptocócica é a amoxicilina, onde 7 a 
10 dias tem sido o tempo utilizado. 
O tratamento pode ser iniciado imediatamente ou 
adiado até que os resultados da cultura sejam 
conhecidos. Se o tratamento é iniciado 
empiricamente, ele deve ser interrompido caso as 
culturas sejam negativas. Culturas para avaliar a 
evolução da infecção não são feitas 
rotineiramente. Elas são úteis em pacientes com 
múltiplas recorrências de infecção por 
estreptococo beta-hemolítico do grupo A. 
 
RINOSSINUSITE 
Uma das afecções mais prevalentes das vias 
aéreas superiores, caracterizada por todo 
processo inflamatório da mucosa de 
revestimento da cavidade paranasal, trazendo 
custo financeiro elevado aos serviços de saúde. 
Sendo doença de alta prevalência, gera impacto 
direta e indiretamente na economia global. 
A rinossinusite ocorre geralmente após uma 
infecção das vias aéreas superiores viral, sendo a 
causa predisponente de 80% das rinossinusites 
bacterianas ou após uma inflamação alérgica, 
causa predisponente de 20% das rinossinusites 
bacterianas. Estima-se que 0,5 a 2% das IVAS 
apresentam evolução para rinossinusite 
bacteriana. 
 
A rinossinusite é classificada principalmente de 
acordo com sua duração. Desta forma, as 
classificações devem ser consideradas apenas 
como dadocomplementar para nortear a conduta. 
Sendo a classificação das rinossinusites, segundo 
Bailey: 
 
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Rinossinusite viral é a causa mais comum de 
rinossinusite adquirida na comunidade, 
geralmente ocasionando sintomas respiratórios 
autolimitados. Cerca de 0,5 a 10% dos casos 
evoluem com infecção bacteriana secundária, com 
frequência naqueles que permanecem com 
sintomas após 10 dias ou com piora dos sintomas 
após 5 dias. 
A etiologia da rinossinusite aguda adquirida na 
comunidade, é na sua maioria decorrente do 
rinovírus em 15%, vírus da influenza em 5%, vírus 
parainfluenza em 3% e adenovírus em 2%. Com 
relação a rinossinusite bacteriana, os agentes mais 
comumente relacionados com rinossinusite 
bacteriana aguda adquirida na comunidade em 
adultos são: Streptococcus pneumoniae e 
Haemophilus influenzae, isolados em cerca de 
75% dos casos. 
Sintomas: Em ordem de importância, os sintomas 
mais frequentes são dor, que pode ser nasal, facial 
ou ainda manifestar-se como cefaleia, febre que 
está presente em 50% dos adultos com 
rinossinusite aguda, obstrução nasal e rinorreia, 
onde a secreção é geralmente verde-amarelada, 
podendo ser uni ou bilateral e halitose, anosmia e 
rinorreia posterior com tosse. 
O tratamento preconiza tanto desobstruir o seio e 
restabelecer a drenagem quanto erradicar o 
agente etiológico. Algumas medidas que podem 
ser úteis na desobstrução do seio são hidratação 
adequada, umidificação do ambiente e evitar 
exposição a agentes que causem alergia. 
Além da lavagem nasal com solução salina, que é 
importante para todos os pacientes, que pode ser 
usada solução salina fisiológica ou hipertônica. 
Para fazer uma lavagem efetiva é necessário 
colocar a solução na mão e aspirar pela narina até 
a solução atingir a cavidade oral, uma narina de 
cada vez e repetir o procedimento várias vezes ao 
dia. Os descongestionantes podem ser tópicos ou 
orais, os tópicos devem ser usados por um curto 
período de tempo, no máximo 3 dias, por causa do 
efeito rebote e desenvolvimento de rinite 
medicamentosa com o uso crônico. Exemplos de 
descongestionantes tópicos incluem: cloridrato de 
oximetazolina e nitrato de nafazolina. 
Os descongestionantes orais, como cloridrato de 
fenilefrina também podem ser utilizados, sendo 
geralmente disponíveis em apresentações que 
associam anti-histamínicos orais, pois estes 
ajudam a diminuir a tosse associada ao quadro 
gripal. 
Com relação aos sprays nasais com 
corticosteroides, segundo o FDA, a partir dos 2 
anos de idade a mometasona já pode ser 
administrada, desde que de forma cautelosa. 
Amoxicilina é adequada onde a presença destes 
microrganismos é baixa, que é o caso do Brasil. Se 
não houver melhora do quadro clínico em 4 a 5 
dias, recomenda-se o uso de outros antibióticos de 
segunda opção, como amoxicilina com clavulanato 
de potássio, cefuroxima axetil ou cefprozil. 
RINITE 
Rinite é definida como uma condição inflamatória 
que afeta a mucosa nasal. Os sintomas de rinite 
incluem obstrução nasal, hiperirritabilidade 
causando espirros, prurido nasal, ocular e 
faríngeo, além de hipersecreção (coriza hialina ou 
mucoide). A presença de ao menos dois dos 
sintomas descritos, durante 1 hora diariamente, 
por um mínimo de 12 semanas por ano, define a 
rinite crônica. 
 
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Em termos de fisiopatologia, a rinite pode ser 
classificada em alérgica e não alérgica, sendo esta 
última subdividida em diversas subcategorias. 
 
Na rinite alérgica, a reação inflamatória decorre da 
produção de imunoglobulina E (IgE) em resposta 
ao contato com alérgenos específicos, o que 
desencadeará a ativação de mastócitos, com a 
consequente liberação de uma série de 
mediadores inflamatórios, como a histamina, os 
leucotrienos e as citocinas diversas. 
Estima-se que o diagnóstico clínico de rinite 
alérgica seja mais prevalente do que outras formas 
de rinite, na proporção de 3:1. Na prática, esta 
divisão pode não ser clara, sobretudo porque uma 
parcela significativa dos pacientes com rinite 
apresentará ambas as formas da doença (rinite 
crônica mista). 
O painel de discussão Allergic Rhinitis and its 
Impact on Asthma (ARIA), em colaboração com a 
Organização Mundial da Saúde (OMS), propõe 
classificar a rinite alérgica em quatro categorias, 
combinando componentes da sua duração e da 
sua intensidade: intermitente leve, persistente 
leve, intermitente moderada a grave e persistente 
moderada a grave.
 
Relatos de sensação de se estar 
permanentemente resfriado devem ser 
valorizados. Em crianças, fadiga e cansaço 
frequente podem estar presentes. Não há 
predileção de gênero na rinite alérgica e, uma vez 
que 80% dos pacientes desenvolvem sintomas 
antes dos 20 anos de idade, os pacientes podem 
experimentar muitos anos de sintomas antes de 
serem apropriadamente diagnosticados e 
tratados. 
TRATAMENTO 
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 Farmacológico: Os fármacos mais 
recomendados são os corticosteroides 
tópicos, os antihistamínicos, tópicos ou 
orais, e as eventuais combinações 
terapêuticas, dependendo da 
sintomatologia e da severidade do quadro. 
Entre as outras medicações usadas no 
controle da rinite alérgica estão os 
antagonistas da síntese de leucotrienos 
(montelucaste, disponível no Brasil), 
descongestionantes tópicos e orais, 
cromonas e corticoides orais. 
 Não farmacológico: O controle do 
ambiente é uma medida muitas vezes 
negligenciada na abordagem terapêutica 
da rinite alérgica; O quarto de dormir deve 
ser preferentemente bem ventilado e 
ensolarado; Evite animais de pêlo e pena, 
especialmente no quarto e na cama do 
paciente. De preferência, animais de 
estimação para crianças alérgicas são 
peixes e tartarugas; Evite inseticidas e 
produtos de limpeza com forte odor, mas 
o extermínio de baratas e roedores pode 
ser necessário; Combata o mofo e a 
umidade, principalmente no quarto de 
dormir, reduzindo-a a < 50%. Evite bichos 
de pelúcia, estantes de livros, revistas, 
caixas de papelão ou qualquer outro local 
onde possam ser formadas colônias de 
ácaros no quarto de dormir; Evite bichos 
de pelúcia, estantes de livros, revistas, 
caixas de papelão ou qualquer outro local 
onde possam ser formadas colônias de 
ácaros no quarto de dormir; Dê preferência 
a pastas e sabões em pó para limpeza de 
banheiro e cozinha. Evite talcos, perfumes, 
desodorantes, sobretudo na forma de 
sprays; 
OTITE MÉDIA 
A otite média é definida como uma infecção do 
fluido do ouvido médio. É um espectro de doenças 
que incluem otite média aguda (OMA), otite média 
supurativa crônica (CSOM) e otite média com 
efusão (OME). A otite média aguda é o segundo 
diagnóstico pediátrico mais comum no setor de 
emergência, após infecções de vias aéreas 
superiores. Embora a otite média possa ocorrer 
em qualquer idade, é mais comum entre as idades 
de 6 a 24 meses. 
A Orelha Média é composta por: membrana 
Timpânica; ossículos: martelo, bigorna e estribo; 
tuba Auditiva. É responsável pela transmissão e 
transformação das ondas sonoras da orelha 
externa para a orelha interna, sem perda de 
energia. 
 
ETIOLOGIA 
Os mais frequentes identificados são: S. 
pneumoniae (30-50%), H. influenza não tipável 
(25-30%); e Moraxella catarrhalis (10-15%). 
Porém, esse perfil tem se modificado devido a 
introdução da vacina antipneumocócica no 
calendário vacinal. Em lactentes jovens que estão 
hospitalizados e em neonatos, pode-se ter o 
envolvimento de outras bactérias causado a otite: 
Streptococcus do grupo A, Staphylococcus aureus, 
e Gram-negativas. 
Dentre os vírus, destaca-se o Vírus Sincicial 
Respiratório (VSR), apesar da ausência de 
evidências acerca do processo de infecção viral. 
FISIOPATOLOGIA 
Geralmente, são precedidos de uma infecção do 
trato respiratório superior (IVAS). Os vírus agiriam 
como copatógenos, predispondo à infecção 
bacteriana. 
A nasofaringite aguda, também conhecida como 
resfriado, leva a destruição das célulasda mucosa 
nasal como resultado da resposta do hospedeiro à 
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infecção, causando edema nas cavidades nasais e 
nasofaringe. A OMA irá acontecer por uma 
disfunção da tuba auditiva, tornando-a obstruída, 
e com isso prejudica a ventilação do ouvido médio. 
Isso faz com que se crie uma pressão negativa 
nesta câmara, estimulando a secreção de muco, 
que irá se acumular. A IVAS pode favorecer a 
presença de bactérias da nasofaringe para a 
cavidade do ouvido médio. Com isso, as bactérias 
encontram-se em um meio excelente para sua 
proliferação, produzindo reação inflamatória e 
manifestando-se como uma OMA. 
O acúmulo de pus provoca abaulamento da 
membrana timpânica, que irá causar a otalgia 
(principal sintoma). 
Caso a OMA não seja tratada, nosso organismo 
encontra um meio de realizar auto drenagem do 
pus que estava na cavidade, que pode ser atrás de 
uma perfuração na membrana timpânica. Isso 
melhora a otalgia, mas evolui-se com uma 
otorreia, devido a eliminação de conteúdo 
purulento pelo ouvido. 
QUADRO CLÍNICO 
Os sintomas irão variar de acordo com a idade. Um 
dado fundamental na história é a presença de um 
episódio prévio de rinofaringite viral. Otorreia, 
fluida ou purulenta, pode ocorrer em 1/3 dos 
casos. 
 
TRATAMENTO 
O tratamento irá focar em analgesia e 
antibioticoterapia. A analgesia geralmente pode 
ser feita com paracetamol, dipirona ou 
ibuprofeno. A escolha de iniciar antibioticoterapia 
leva em conta a idade e o quadro clínico. A 
antibioticoterapia estará indicada 
obrigatoriamente se: presença de otorreia e se 
sinais de gravidade. Podendo ser não utilizado em 
> 2 anos, se OMA bilateral sem otorreia; ou em 
maiores que 6 meses, se OMA unilateral sem 
otorreia. 
Além disso, é importante incluir medidas para 
desobstrução das fossas nasais, como instilação de 
soro fisiológico. 
FARINGITE 
A faringite é a inflamação da mucosa faríngea. 
Comumente, está associada à inflamação das 
tonsilas palatinas, sendo denominada 
faringotonsilite. Já quando a inflamação das 
tonsilas é isolada, denomina-se tonsilite. 
 
ETIOLOGIA 
Faringites virais: As infecções por vírus são mais 
comuns e autolimitadas. De acordo com a época 
do ano, há prevalências diferentes dos vírus que 
causam as faringites. Dessa forma, no inverno, há 
predomínio de vírus sazonais, como: Rinovírus, 
Coronavírus, Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e 
Parainfluenza. Já na primavera e no verão, as 
infecções são, em sua maioria, por enterovírus. De 
uma forma geral, as faringites virais possuem 
quadro clínico mais discreto. Excetua-se a isso, as 
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infecções causadas por três vírus específicos: 
Coxsackie A, Adenovírus e Epstein-Barr Vírus, que 
possuem sinais e sintomas mais exacerbados. 
Faringites bacterianas: O principal agente 
bacteriano responsável por faringites é o 
Streptococcus pyogenes (também denominado 
Streptococcus ẞ-hemolítico do grupo A). Ele está 
presente na orofaringe de 10 a 20% da população, 
colonizando-a, sem causar sintomas. Mas nos 
pacientes em que esta bactéria gera uma infecção, 
há grande preocupação, uma vez que estre 
possíveis repercussões estão escarlatina, febre 
reumática e glomerulonefrite pós-estreptocócica 
(GNPE). 
QUADRO CLÍNICO 
Os sinais e sintomas da faringite podem ser 
inespecíficos ou sugestivos de infecção viral ou 
infecção bacteriana. Entre os achados 
inespecíficos se encontram: 
• Febre 
• Dor de garganta 
Os achados sugestivos de infecção viral são, no 
geral, sintomas típicos de resfriado comum 
(acometendo vias aéreas superiores), como: 
• Tosse; 
• Rinorreia; 
• Conjuntivite; 
• Rouquidão; 
• Diarreia (enterovírus); 
• Vesículas em orofaringe (Coxsackie A). 
Já os achados sugestivos de bactérias são: 
• Vômitos; 
• Petéquias em palato ou manchas de 
Forchheimer; 
• Exsudato faríngeo ou tonsilar; 
• Rash escarlatiniforme; 
• Linfonodos cervicais dolorosos. 
 
 
 
TRATAMENTO 
Tratamento da faringite viral 
Como a infecção viral é autolimitada, o seu 
tratamento é somente de suporte, para controle 
dos sintomas. Assim, pode ser prescrito: 
• Ibuprofeno gotas (100 mg/mL), 1 gota/Kg (sendo 
o máximo de 20 gotas/dose), via oral, de 6/6 
horas; 
• Extrato de própolis em spray, aplicar 2 jatos de 
6/6 horas na orofaringe; 
• Hexomedine spray, aplicar 3 jatos de 4/4horas 
na orofaringe, preferencialmente antes das 
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refeições (não deve ser prescrito para menores de 
3 anos). 
Tratamento da faringite bacteriana 
Neste caso, é imprescindível a prescrição de 
antibiótico. Como os agentes mais comuns 
respondem bem a beta-lactâmicos, as principais 
opções são: 
• Amoxicilina, 20 a 40 mg/Kg/dia, divididos de 8/8 
horas, via oral, por 10 dias; 
• Penicilina benzatina: 
◊ Crianças ≤ 27 Kg – 25.000 unidades/Kg, 
intramuscular, dose única; 
◊ Crianças > 27 Kg – 1.200.000 unidades, 
intramuscular, dose única. 
Em caso de alergia a betalactâmicos, as melhores 
opções são: 
• Clindamicina, 10 a 40 mg/Kg/dia, divididos de 
6/6 horas, via oral, por 10 dias; 
• Eritromicina, 30 a 50 mg/Kg/dia, divididos de 8/8 
horas, via oral, por 10 dias; 
• Claritromicina, 15 mg/Kg/dia, divididos de 12/12 
horas, via oral, por 10 dias.

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