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GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ELISANGELA NEGRETTE SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ELISANGELA NEGRETTE R.A. 8035206 SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE CURITIBA 2021 Atividade Referente à discipl criança e do adolescente professora Danielle Monteiro Vilela SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Atividade Referente à disciplina de Saúde da criança e do adolescente sob a orientação da Danielle Monteiro Vilela Saúde da criança e do adolescente. Atividade no Portfólio – Ciclo 2 O SUS utiliza os princípios da equidade, justiça, com o intuito de amenizar os problemas éticos existentes na Atenção Primária, são ferramentas que visam a garantia da qualidade de vida e direito à saúde dos usuários, estabelecendo como direito de todos os cidadãos e dever do Estado, assegurado conforme as políticas existentes. A Bioética inserida na Atenção Primária se torna responsável pelas ações dos serviços, com princípios que devem certificar o acesso universal e igualitário a todos os usuários, com enfoque na promoção da saúde, prevenindo agravos e recuperando danos. Asferramentas que subsidiam o exercício da Bioética nos serviços de APS são as estratégias utilizadas, como o acolhimento, juntamente com a prática da humanização, de maneira que asseveram a qualidade de vida dos usuários, a partir condição atribuída à assistência. Pode-se afirmar que os serviços de saúde após serem fundamentados nos princípios do SUS, além da Bioética; nortearam as ações de saúde conforme a necessidade da comunidade, visando a garantia dos direitos respaldados por lei, ressaltando a importância da percepção dos profissionais sobre os diversos âmbitos que acometem a população em que se trabalha, compreendendo-a a partir das características existentes em seu contexto. Juntamente com essas estratégias está o atendimento e acolhimento a saúde da criança e do adolescente, que é um direito adquirido e estabelecido através do estatuto da criança e do adolescente (ECA).O ECA trouxe o enfoque de proteção integral para as crianças e os adolescentes que, sem distinção de raça, cor, ou classe social, são reconhecidos como sujeitos de direitos. Oartigo 11 do ECA,assegura o atendimento integral à criança e ao adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde. As ações de promoção à saúde, prevenção de agravos e de assistência à criança pressupõem o compromisso de prover qualidade de vida para que a criança possa crescer e desenvolver todo o seu potencial. Saúde integral da criança Atenção a saúde do recém nascido Incentivo de qualificação do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. Vigilância da mortalidade infantil e fetal. Promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Prevenção de violências e promoção da cultura de paz Em relação aos adolescentes esses direitos estão ameaçados em virtude da violência que é difundida em todo o tecido social, causando grande impacto na saúde da população, além de altos custos econômicos e sociais para o estado e para as famílias, com anos potenciais de vida perdidos. Muitas dessas violências contra crianças e adolescentes ainda são encobertas por inúmeras razões: Medo de denunciar episódios de violência cometidos principalmente pelas pessoas que deveriam proteger as próprias crianças e adolescentes. Tendo como pais, familiares, polícia, cuidadores e outras pessoas investidas de algum poder na comunidade. Aceitação social da violência contra crianças e adolescentes utilizada como justificativa de “educar”. Tais como castigos físicos, humilhações, intimidação e assédio sexual com frequência, especialmente quando não se produz danos físicos, visíveis ou duradouros. A violência se torna invisível também quando os serviços de escuta (disque denúncia, delegacias, serviços de saúde, de assistência social, escolas, conselhos de direito e a própria comunidade) não estão preparados para o atendimento da criança e do adolescente. Todos nós podemos contribuir para a cultura da paz, pois a violência contra as crianças e os adolescentes jamais se justifica. Enfrentar a violência implica em lidar com questões complexas que envolvem a moral, ideologia e cultura entre outros fatores. 1-Promover ações de sensibilização e mobilização na defesa de tão importante causa. 2-Conversar com crianças e adolescentes orientando-as sobre os riscos da violência no cotidiano e suas formas de prevenção. 3-Adotar posturas proativas frente a qualquer situação de violência. 4-Debater o assunto nas escolas, comunidades, família, serviços de saúde, dentre outros setores da sociedade. O setor de saúde assumiu, a partir do estatuto da criança e do adolescente, um mandato social para atuar na prevenção, diagnóstico e notificação de casos de violência. Criou-se assim, um espaço privilegiado para a identificação e o acolhimento de crianças e adolescentes vítimas da violência e suas famílias. Visando garantir o direito à vida e à saúde, no conjunto de políticas formuladas e implementadas pelo SUS, o Ministério da Saúde desenvolve programas, ações e estratégias para todas as faixas etárias, em especial para crianças e adolescentes. Para enfrentar as várias formas de manifestação da violência, o setor de saúde tem políticas próprias de âmbito nacional. 1-Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências; 2- Política Nacional de Promoção da Saúde; 3- Política Nacional de Saúde da Mulher-violência sexual e doméstica. 4 - Notificação de violência contra crianças e adolescentes na rede do SUS; Trata-se de um instrumento de proteção à criança e ao adolescente permitindo aos profissionais de saúde, de educação, da assistência social, assim como os conselhos tutelares e a Justiça, adotar medidas imediatas para cessar a violência. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), considera, do ponto de vista cronológico, a adolescência entre a faixa etária dos 12 até os 18 anos de idade completos. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) define a adolescência como sendo o período da vida que começa aos 10 anos e termina aos 19 anos completos. Assim, Carvachoet al. (2008) observaram que os adolescentes utilizam pouco os serviços de saúde e, quando o fazem, buscam apenas serviços curativos e não de prevenção. Também há uma elevada resistência de adolescentes quanto aos serviços de saúde. Considerou-se então, como objetivo geral caracterizar a qualidade do atendimento ofertado aos adolescentes na atenção primária e, assim, descrever as principais atividades desenvolvidas pelo enfermeiro na saúde do adolescente e analisar as dificuldades da prática do profissional quanto à promoção da saúde do adolescente. Existe a necessidade de serviços de saúde de qualidade, a qual é colocada como um desafio para atingir melhores condições de vida e de saúde dos adolescentes brasileiros. Isto significa, também, compreender a importância dos aspectos econômicos, sociais e culturais que integram a vida desses grupos, pois, de acordo com Costa, Queiroz e Zeitoune (2012), esta faixa etária passa por muitas modificações físicas, psicológicas e sociais. Contudo o déficit de programas e ações voltadas para a assistência prestada aos adolescentes na atenção primária têm contribuído para o afastamento dos jovens na Estratégia de Saúde da Família. O acesso da população aos serviços de saúde é fundamental para uma assistência à saúde eficiente. Trabalhar na Estratégia Saúde da Família (ESF) e desenvolver habilidades relacionadas à saúde do adolescente, na perspectiva da promoção da saúde, constitui um desafio para o enfermeiro. Proporcionar a assistência ao adolescente que se encontra em pleno processo de transformação biopsicossociale pautar o cuidado, levando em consideração as necessidades e singularidades desse grupo, exige um processo de crescimento e de aquisição de novos conhecimentos. A atribuição do enfermeiro na ESF, engloba o apoio e supervisão do trabalho dos agentes comunitários de saúde (ACS), o oferecimento de assistência aos que necessitam de cuidados, a organização cotidiano da ESF, a programação de ações e a execução de atividades juntamente à comunidade. (SOUZA, et. al., 2012). Segundo Henriques, Rocha e Madeira (2010) o enfermeiro julga o atendimento aos adolescentes um trabalho árduo, pois, muitas vezes o mesmo não sabe lidar com a situação e atribuem ao próprio adolescente o obstáculo no atendimento. Entende-se, pois, que a atenção primária constitui-se como um importante espaço de atuação, no qual os enfermeiros podem trabalhar desencadeando o estímulo às potencialidades do adolescente, através do exercício da promoção da saúde, visando fazê-los capazes de cuidar da sua saúde. Henriques, Rocha e Madeira (2010), destacam que é necessária uma comunicação satisfatória e de confiança entre enfermeiro e o adolescente, é elemento fundamental na relação entre eles. Para a aceitação do adolescente no espaço de saúde, é importante permitir que ele seja escutado e que possa expor suas ideias, sentimentos e experiências, sendo respeitado e valorizado. (SANTOS, et.al., 2012). Outra questão a ser evidenciada é que a relação existente entre o profissional e o adolescente é permeada por conflitos e questionamentos. Por ser um sujeito em transformação, seu atendimento é dificultoso. Henriques, Rocha e Madeira (2010, p.301) complementam relatando que: “As mudanças sofridas pelos adolescentes são intensas. Eles constituem grupo heterogêneo com características individuais, não cobertas pelos critérios técnicos. A adolescência é, portanto, fase de importantes transformações biológicas e mentais, articuladas ao redimensionamento de papéis sociais, como mudanças na relação com a família e escolha de projeto de vida. Percebe-se o quanto essa fase deve ser valorizada, constituindo-se em período de muita vulnerabilidade e exposição a fatores de risco.” Estes autores explicam, também, que a interação entre o profissional e o adolescente baseia-se na criação de vínculos, estabelecendo relações de confiança pautadas na relação de troca e respeito, estabelecida com o diálogo. Para isso, deve-se ser compreensivo, pronto para escutar suas necessidades sem discriminação. Alves et.al. (2008), também confirmam que os adolescentes, de um modo geral, não buscam esclarecimentos e/ou assistência na equipe de saúde da família, ou esta não está realmente preparada para disponibilizar serviços de qualidade. É adequado assegurar estratégias de educação sexual e reprodutiva, saúde mental, prevenção de acidentes, na relação familiar e maus- tratos, voltadas para promoção da saúde e prevenção de doenças com maior risco de ocorrência nesta faixa etária. “Pode-se perceber que o acesso dos adolescentes ao serviço de saúde ainda necessita ser facilitado, tendo em vista a necessidade de discussão das questões que permeiam essa fase da vida, faltando, no contexto investigado, o vínculo com a equipe e ações mais específicas para esse grupo.” (VIEIRA, et. al., 2011, p. 717). O acesso da população a serviços de saúde é fundamental para uma assistência à saúde eficiente. A ESF, em sua prática diária, apresenta dificuldades que impedem uma assistência à saúde adequada. Um dos fatores que contribui para essa situação é a dificuldade de acesso de alguns grupos populacionais a esses serviços. Para tais atendimentos criou-se, alguns programas e ações em saúde do adolescente para que se possa compreender melhor as peculiaridades desta faixa etária. O Programa Saúde do Adolescente (PROSAD), criado em 1989, fundamenta- se na política de promoção da saúde, identificando grupos de risco na detecção precoce dos agravos e também na reabilitação, cumprindo as diretrizes do Sistema Único de Saúde. Tem como público alvo jovens de ambos os sexos, de 10 a 19 anos de idade, priorizando como áreas de atuação o crescimento e o desenvolvimento, a sexualidade, a saúde bucal, a saúde mental, a saúde reprodutiva, a saúde do escolar adolescente e a prevenção de acidentes. Em 1990, o ECA traz a prioridade absoluta na atenção integral a esta faixa etária, garantindo o direito à vida e à saúde. Em 1993 foram lançadas as primeiras Normas de Atenção à Saúde Integral do Adolescente, conduzindo as equipes de saúde na atenção ao adolescente. O Programa Saúde na Escola (PSE), criado em 2007, contribui para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos à saúde para o enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino. O trabalho do enfermeiro neste âmbito é diversificado, pois, além do cuidado ao indivíduo, família e grupos da comunidade, abrange também ações educativas, gerenciais e participação no processo de planejamento em saúde. Em conformidade com o Manual de Atenção à Saúde do Adolescente (2006), as ações de prevenção e de promoção de saúde têm o intuito de estimular o potencial imaginativo e decidido dos adolescentes, incentivando a participação e o protagonismo juvenil para a elaboração de propostas, a fim de que priorizem o comportamento e o auto cuidado em saúde da população jovem. Com tudo sabemos a necessidade de mais flexibilidade na captação de adolescentes e jovem para o serviço de saúde e também na forma como vai integrar-se com a equipe multiprofissional. A ausência de ações específicas à promoção da saúde do adolescente na atenção básica também contribui para o abandono do jovem na ESF, o sucesso desse trabalho está ligado à capacidade de construir ações conjuntamente entre os adolescentes e o serviço de saúde. Compreendendo que ações planejadas e conduzidas adequadamente, durante a adolescência na estratégia de saúde da família, podem contribuir para a formação de cidadãos mais preparados para o futuro. REFERÊNCIAS ALVES, C. R. L. et al. Análise do acolhimento de crianças e adolescentes para o planejamento das ações do PSF. Rev. Bras. Med. Fam. e Com., v. 3, n. 12: 247-56, jan/mar 2008. BOAS, L. M. de F. M. V.; ARAUJO, M. B. de S.; TIMOTEO, R. P. de S. A prática gerencial do enfermeiro no PSF na perspectiva da sua ação pedagógica educativa: uma breve reflexão. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 13, n. 4, Ago. 2008. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. Brasília -DF. Ministério da Saúde. Caderno de Saúde Integral De Adolescentes e Jovens: Orientações para a Organização de Serviços de Saúde. Brasília – DF, 2007. Ministério da Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. Brasília – DF, 2006. Ministério da Saúde. Programa Saúde do Adolescente. Brasília – DF, 1996. Secretaria Executiva Coordenação da Saúde da Criança e do Adolescente. CAVALCANTE, M. B. de P. T.; ALVES, M. D. S.; BARROSO, M. G. T. Adolescência, álcool e drogas: uma revisão na perspectiva da promoção da saúde. Esc. Anna Nery RevEnferm, v.12, n.3:555-59, set 2008. COSTA, R. F. da; QUEIROZ, M. V. O.; ZEITOUNE, R. C. G. Cuidado aos adolescentes na atenção primária: perspectivas de integralidade. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v.16, n.3, Set. 2012 .
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