Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Sobrecargas de câmaras Introdução Revisando: O eletrocardiograma normal é composto por: - Onda P: despolarização atrial; - Complexo QRS: Despolarização ventricular; - Onda T: Repolarização atrial. Sobrecargas atriais A sobrecarga atrial pode ser dividida em: - Sobrecarga de átrio Direito; - Sobrecarga de átrio esquerdo. Nesse contexto, a onda P é composta pela despolarização tanto do AD, como do AE. De modo que no início da onda P há uma onda de despolarização atrial direita e posteriormente forma-se a onda de despolarização atrial esquerda. Sobrecarga de AD: - Etiologias: Doença da válvula pulmonar e tricúspide: há um aumento da pressão retrogradamente na câmara direita aumenta o AD; Embolia pulmonar; DPOC; Doenças congênitas: CIA (AE tem maior volume e devido a essa comunicação, aumenta o volume circulatório no AD, levando a uma sobrecarga tardia do AD). - Diagnóstico: O crescimento do AD produz alterações no ramo ascendente e no ápice da onda P, modificando sua configuração, tornando-a ampla e pontiaguda. Contudo, mantém-se a duração normal, já que quem termina a Onda P é o AE e não o AD; Onda P com duração normal e amplitude aumentada: >2,5 mm Medida na derivação D2 critério maior. Onda P pontiaguda ou apiculada. Um sinal indireto na sobrecarga de AD relacionado às grandes dilatações é a mudança súbita da amplitude e morfologia do complexo QRS de V1 em relação a V2; Outro sinal é a presença de onda P >1,5 mm em V1 critério maior. OBS: Os critérios maiores são independentes entre si, de modo que basta 1 para dizermos que há sobrecarga de AD. 2 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Sobrecarga de AE: - Etiologias: Doenças de válvula mitral e aórtica: gera refluxo retrogrado para o AE, o que gera aumento do AE; Insuficiência ventricular E; HAS. - Diagnóstico: Nesse caso, como o final da Onda P corresponde à onda de despolarização do AE, vamos ter uma alteração na duração dessa onda. Onda P em D2 > 0,12 S (120 ms = > 3 quadradinhos) Como o AE aumenta de tamanho, demora mais tempo para ele terminar o evento de despolarização critério Maior. Índice de Morris em V1: representa a análise da parte negativa da Onda P vista em V1. De modo que: se há 1 mm de largura x 1 mm de profundidade = Morris= alta especificidade para sobrecarga de AE critério maior. OBS: Os critérios maiores aqui também são independentes entre si. Sobrecargas bi-atriais: Representam o encontro dos critérios diagnósticos tanto da sobrecarga de AD, como de sobrecarga de AE no mesmo ECG: - Onda P apiculada ou Onda P > 1,5 mm em V1 sobrecarga AD; - Onda P larga ou critério de Morris sobrecarga de AE. OBS: Qualquer combinação entre esses 4 critérios, lauda-se sobrecarga biatrial. Sobrecargas Ventriculares Sobrecarga de VE: Possui alta prevalência na população geral, visto que há muitas pessoas Hipertensas. - Etiologias: HAS Hipertrofia VE Altera o ECG; Insuficiência mitral; Insuficiência ou Estenose aórtica; Miocardiopatias. - Diagnóstico: Esses critérios são baseados no somatório de tamanho de ondas. OBS: Basta um critério acima para dizer que há sobrecarga de VE. Outro critério que pode estar presente é anomalia Strain de VE, essa anomalia representa uma maior gravidade e um maior 3 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP tempo de doença não é obrigatório ter esse padrão. Representa uma anomalia do Segmento ST (rebaixamento) e uma onda T (negativada= invertida) Presente em V4, V5, V6 e D1 e aVL. (O mínimo é ter em V5 e V6). Outro Critério importante é o Critério de Romhilt-Estes Complexo. Bastante utilizado quando encontramos sobrecarga de AE e Padrão de Strain. > 4 pontos= possível sobrecarga de VE; >5 pontos= sobrecarga de VE. Sobrecarga de VD: É uma sobrecarga mais difícil de ser laudada via ECG, visto que é menos prevalente entre os adultos e também quando o VD está comprometido o VE também já está. - Etiologias: geralmente por Cor Pulmonale; Hipertrofia pulmonar; Doença de válvula mitral; Estenose pulmonar; Comunicação Interventricular. - Diagnóstico: geralmente só conseguimos laudar quando o VE está normal. Tem 3 critérios específicos, baseados nas grandezas das Ondas R e S analisadas em V1 e V6 ou somatório de R em V1 e S em V6. OBS: Esses 3 critérios são independentes entre si. Sobrecarga biventricular: É uma sobrecarga muito difícil de ser laudada, pois o a sobrecarga do VE não deixa a sobrecarga do VD se expressar no ECG, dificilmente iremos encontrar a sobrecarga biventricular. Contudo, podemos encontrar e para dar diagnóstico iremos somar os critérios de sobrecarga de VE e de VD: - Sokolow-Lyon ou índice de Cornell ou Romhilt- Estes sobrecarga de VE; - Os 3 critérios de avaliação da onda S e R em V1 e V6 sobrecarga de VD. - Strain de VD gerando anomalia do segmento ST (rebaixamento) e onda T (negativada/invertida) em V1, V2 e V3 Não é obrigatório. Indica maior duração da doença e maior gravidade.
Compartilhar