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CONSTRUCTIVISM AND IDENTITY: A DANGEROUS LIAISON Maja Zehfuss Introduction A autora começa seu texto falando sobre o quão explicado, aplicado e questionado foi a teoria construtivista. Tal teoria trata da apreciação (ou até mesmo exploração) das questões da significância da identidade na política internacional, que é constantemente problematizada. A autora utiliza-se da obra de Wendt para explicar por que, na sua opinião, a relação entre construtivismo e a noção de identidade é um “caso perigoso”. A autora, então, começa a expor e problematizar a teoria segundo Wendt, a noção de construção da identidade é central, que depende diretamente de como os interesses são definidos. Ele propõe uma teoria “científica” do sistema internacional, e para isso, é necessário tomar os Estados como dados, e é nesse ponto que a autora dá maior enfoque, lançando a pergunta: se Wendt afirma que as identidades são construídas, como os Estados podem ser considerados estruturas dadas? The Significance of Identity Segundo Wendt, qualquer movimento dentro de uma estrutura social depende da identidade de cada ator inserido nesta, ou seja, as relações internacionais são construídas por essas interações. É a intersubjetividade das estruturas sociais que influencia o comportamento dos Estados, sendo que esta é constituída em termos coletivos, os atores adquirem uma identidade através desse processo coletivo. Segundo o autor, “identidade é uma propriedade do ator internacional que gera disposições motivacionais e comportamentais”, provendo uma base para o estabelecimento de interesses. Wendt discute também os diferentes “tipos” de anarquia gerados através dessa interação entre atores com diferentes identidades, e com base nisso, como os Estados constituem uma identidade (positiva ou negativa) face aos outros Estados, a percepção de si e do outro provém dessa interação. Nesse contexto, as identidades são a chave para o desenvolvimento de diferentes métodos de engajamento em relação à segurança. Vemos então que o conceito de identidade integra diversos pontos cruciais, tais como aspectos estruturais do sistema. A teoria de Wendt se afasta do argumento materialista e aproxima-se de uma idéia de que a realidade é construída, assim como as identidades, que são construídas a partir de padrões de interação entre os atores. Partindo desse ponto, Wendt afirma que as identidades, uma vez constituídas, são muito difíceis de serem modificadas, uma vez que influem no contexto em que o ator está inserido. Há também a questão de definição dos interesses de um Estado, que depende diretamente de como o Estado enxerga a si e aos outros É nesse ponto que a autora se mostra contrariada, afirmando que a questão-chave é como essas identidades são construídas, afinal, a “anarquia é o que os Estados fazem dela” pois as identidades dos Estados são produzidas, e não dadas. A autora defende que, apesar do contexto social, todo Estados tem quatro “interesses nacionais”: (1) segurança física, (2) autonomia, (3) bem-estar econômico e (4) auto-estima coletiva. Para a autora, assim como para Wendt, os interesses e identidades não só são criados pelas interações, mas também são sustentados por estas, ou seja, através da repetida interação, identidades e expectativas estáveis em relação ao outro são geradas. Conseqüentemente, os atores mantém as estruturas sociais, que acabam por constranger as escolhas, ou seja, uma vez estabelecidos, os interesses não são facilmente transformados porque o sistema social se tornou um fato social para os atores em questão. Porém, quando há tal transformação, é necessário que tenha havido um aprendizado social que sustente essa transformação, e isso irá mudar não só o comportamento só Estado, mas também sua identidade como um todo. De um modo geral, vemos que a autora defende que as identidades são construídas, de fato, e não dadas junto à idéia de Estados com tais identidades pré-existentes. The Problem of Identity A autora, então, utiliza-se do exemplo da reconstrução da identidade da Alemanha após a Guerra Fria, frente a um conflito entre pacifismo e antifascismo, seguindo a idéia de “Never again war! Never again dictatorship!”. Esse caso demonstra uma complexidade não admitida pela teoria de Wendt, cujo conceito de identidade é muito limitado. O conceito de identidade é muito complexo para ser analisado de maneira tão superficial, o que acaba por restringir esse conceito. A leitura “wenditiana” de Zehfuss é que este desenvolveu um conceito antropomórfico do Estado, que não condiz com o conceito de identidades, que são estruturas extremamente instáveis. A mudança de identidade é apenas uma permuta de uma identidade relativamente estável para outra. Estados são unidades com desejos e intenções próprias, e a exclusão do processo de formação destes e da influência das políticas domésticas na formação da identidade do Estado são parte do problema da teoria de Wendt. Deve- se considerar também a noção de “outro” que os Estados têm, que influi na construção das identidades, ou seja, segundo Wendt, há uma definição coletiva de identidade, e não egoísta. O autor aponta também que, uma vez que há uma construção coletiva da identidade, o modelo construtivista vai além dos limites do “eu”, e as mudanças na identidade devem abranger tais atores incluídos nesse contexto, mas o problema é definir esses atores. Conclusion A autora cita a principal contradição na teoria de Wendt, que é a questão da afirmação de que os Estados (e, conseqüentemente, suas identidades) são dados, o que vai contra a idéia de “construção” da teoria wendtiana. Ou seja, Wendt não considera a constituição dos Estados e de suas identidades (defendendo um ponto de vista científico-realista), o que é um problema, uma vez que essas identidades são continuamente articuladas e contestadas, o que torna difícil posicioná-las numa categoria explanatória específica. Segudno a autora, a explicação de identidade para Wendt requer a conceituação de que este é um conceito unitário. Zehfuss não se propõe a definir o construtivismo, mas sim explora as possíveis “utilidades” da teoria em questão. Considerando-se um dos principais pontos do construtivismo,que é a análise da construção social do mundo sem que se abandone a idéia de explicação científica das Relações Internacionais. A teoria construtivista se presta a ficar entre as visões relativista e racionalista. Em suma, vemos que Zehfuss afirma que a relação entre o conceito de identidade e a teoria de Wendt é perigosa, uma vez que acabam se tornando contraditórias, por mais que este afirme que não está focado na formação das identidades, mas sim no sistema de Estados como um todo. Para a autora, analisando-se profundamente a questão da construção da identidade, desestabiliza- se completamente a teoria wendtiana. Resumo feito por Erica Araripe Iriscool 2011.2
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