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FHC, Faletto Dependência e desenvolvimento na América Latina Fim da década de 60. O principio era fazer um relatório da CEPAL mas acabou crescendo, virando um livro. Até hoje o único livro de brasileiro que é citado com respeito na literatura de economia política internacional. O interessante, na história em torno desse livro é como vimos com Gunder frank, a teoria da dependência ganhou muita força. GF era um marxista e FHC pouco tempo depois de ter lançado esse livro - a dependencia muito em voga - ficou com uma fama de esquerda. O pessoal da esquerda tinha expectativas com relação ao FHC quando chegou à presidencia, todas frustradas. Houve um famoso episódio do "esqueçam o que eu escrevi", que ele nega ter dito. Na edição de 2000 desse livro faz um acerto de contas, diz que foi na maré dessa teoria de dependencia esquerdista - a leitura do livro teria sido condicionado à epoca de teoria mais à esquerda, seu livro não era pra ter ido para aquele lado, de acordo com ele. "Entendam o que eu escrevi" teria mais a ver com isso. Ele tenta explicar uma nova forma de dependencia - o investimento externo direto - com multinacionais. Falando assim parece simples, mas é muito mais profundo - só que assim ele faz uma ponto com o presente dele. Na época, as multi-nacionais invadiram o país. No século XIX, havia um investimento em infra-estrutura para escoamento de matéria-prima. Com Kubistchek, você tem outro tipo de investimento, mais em produção, com instalação de montadoras, por exemplo, e que tem um impacto diferente. FHC tentava estudar esse novo fato, não ser de fato de esquerda, mas é ambíguo. Jobim não vê nada, a não ser uma linguagem da época, que denuncie um esquerdismo da parte de FHC. Portanto, é livro que fala de dependencia mas tem, na justificativa do próprio autor, por missão entender esse fenômeno, não ser tão à esquerda quanto pensavam. Ele fala de dependencia sim, mas de um ponto de vista mais neutro. É um pouco crítico, mas não revolucionário, que nem é explicito em GF, é livro mais técnico de entendimento do fenomeno e do impacto da chegada das multinacionais nos países latino-americanos. I) Introdução 1930-1950: Desenvolvimento para dentro,substituição de importações. década de 1960: Estagnação As primeiras partes do livro,FHC e Faletto vão descrever e explicar. No primeiro capítulo fazem exposição metodológica e também ordar os estágios de desenvolvimento anteriores ao qual se encontram, que é novidade. De 30-50 houve desenvolvimento para dentro e substituição de importações, numa tentativa de desenvolvimento por industrialização. Esse modelo foi dinamico, houve de fato desenvolvimento e crescimento, mas isso se esgota a partir da década de 60. O que pode, de acordo cmo FHC, tirar essas economias da estagnação é o investimento estrangeiro - a possibilidade de desenvolvimento COM dependencia. II) Concepções de desenvolvimento: Linear - critica. O desenvolvimento seria igual em todo lugar,o único diferente seria o lugar em que você está, o estágio, sendo os atrasados apenas temporalmente. É uma afirmação centrada no desenvolvimento estado-unidense e europeu. São países que tiveram trajetórias diferentes, então também estão entitled a ter desenvolvimentos diferentes - existem modelos distintos. Ela põe os países em movimento como referencia única, enquanto eles são particulares e ensejam iniciativas diferentes de investimento. É visão comum naquele imediato pós-guerra, porém. Proposta: combinação de destrutura,contexto histórico e motivação dos atores - a proposta de FHC, em função disso, é de analiticamente olhar com mais complexidade a situação dos países em desenvolvimento. Ele combina a estrutura - a posição do país na economia internaciona (DIT) com o contexto histórico específico (o contingente, que muda - a estrtura não muda) e a motivaçãodosatores - tudo isso vai ser importante para identificar o tipo de desenvolvimento que os países latino-americanos estão passando. Ele também olha para os atores domésticos - o modo como estão se portando, isso também vai influenciar. É algo mais rico do que determinar a relação economica que se tem a partir da DIT, que seria mais simplista. FHC e Faletto dizem que isso não basta para determinar uma dependência vivida por uma economia sub- desenvolvida. Para a dependência se qualificar, ela tem que ser verificada internamente. O nível de abstraçào diminuiu. Em vez de se olhar a dependencia da posição que o país ocupa no internacional, tem que se olhar também para a dinamica doméstica, como grupos e setores se alinham ou entram em conflito. A partir desse panorama político interno é que será classificado o tipo de independencia do país. Crítica à versão mais implista da teoria da dependência => determinação externa do desenvolvimento - aqui já vemos diferença de enfoque com GF, que vê o doméstico como informado pelo internacional. Domesticamente os grupos sociais para GF, pelo fato de estarem no capitalismo, reproduzem as relações de dependencia existentes no plano internacional, de dependencia - há relações de centro-periferia DENTRO dos países, o capitalismo seria assim internacionalmente e domesticamente nas economias periféricas. A importância dos atores domésticos para a determinação do tipo de subdesenvolvimento - em cada país, se precisa olhar os grupos, as alianças, etc, para se entender historicamente o que se passa no país. GF seria estrutural demais nesse ponto, achando que o capitalismo internacional impõe-se internamente sem política. III) Subdesenvolvimento, periferia e dependência => Centro e Periferia - Gradualismo e função => A dependência é tanto externa quanto interna Eles adotama a visão centro/periferia. Não refutam o papel que um país tem no plano internacional - a estrutura conta, só não é 100% dominante. O centro/periferia seria no plano internacional, no plano doméstico há a política que flui. Aceita essa divisão justamente para entender e ir além da relação do desenvolvimento linear - seriam situações qualitativamente diferente e diferenciado dos países centrais. Então acolhe a distinção analitica centro/periferia para ir contra noção gradualista - nosso caminho de desenvolvimento será específico. Os latino-americanos adotam essa noção, portanto. Isso que estabelece a diferença qualitativa entre Brasil, México e Argentina e França, EUA, Canadá. Aqui que entra, na verdade, começa a afirmar e detalhar seu processode dependencia, que é tanto externo quanto interno, os grupos políticos ratificam uma situação de dependencia, com estrutura de dominação - mas isso é contingente, histórico, depende de coalisões e lutas e em nada depende de processos do capitalismo (ele é contingente no tempo e do espaço, diferente de GF). A dependencia é tanto interna quanto externa nesse sentido, não basta analisar apenas um, há a ratificação do internacional pelo nacional. IV) O subdesenvolvimento Nacional => Dependência: um tipo específico de relação entre classes e grupos que implica uma situação de domínio que mantém estruturalmente a vinculação econômica com o exterior. As relações entre as classes é que dá fisionomia própria à dependencia Inglaterra/Exportadores EUA/Setores Urbanos e Exportadores Aqui vem a definiçào deles. Começa chamando de tipo específico de relações entre classes e grupos. Começa do interno. A visão de GF, para fazer o contraste, traz um historiscismo com enfoque no capitalismo global. FHC e Faletto tem caminho diferente. Estes grupos construiriam um domínio, que então mantém esse vínculo economico internacional. São classes sociais domésticas que mantém relações de poder que acabam ratificando relações de dependencia. Não é imposição do internacional do doméstico, mas a escolha das classes pelo seu papel no plano internacional. V) Nova dependência => O investimento direto:Tecnologia Técnicas de organização Elite Operária Empresas nacionais ligadas às multinacionais Dependência Financeira Ele aponta para a entrada das multinacionais e ve que elas dinamizam o desenvolvimento. Elas trazem tecnologia, com técnicas de organização, se cria elite operária bem paga, tecnicamente mais bem formada, cria-se efeito dinamico de fornecedores e empresas que vão crescer/existir para viabilizar a produção das multinacionais (uma montadora demanda auto-peças de diversas industrias, então se puxa um setor empresarial que vai ficar nas ilhas de de modernidade), mas se tem o lado ruim - dependencia financeira: o investimento vem do exterior, as empresas nacionais para acompanharem esse boom também acabam se endividando externamente. Essas industrias sao tecnologicamente também muito avançadas, o que significa que elas são poupadoras de mãodeobra também - se tem menos operário por capital. Isso num país atrasado é ruim pois se precisa de empregos para pessoal. O investimento rico em capital não é muito bom para um lugar que precisa de investimento mais intensivo em mãodeobra, é padrão mais adequado para países mais desenvolvidos. Se adota-se tecnologias de países avançados nos em desenvolvimento, não se acolhe a mãodeobra livre. É um desenvolvimento que é excludente. Cria elite operária mas não cria beneficios para outra mão de obra não vinculada às multinacionais. Em ultima instancia, seu desenvolvimento ainda fica dependente do externo, de escolhas tomadas no internacional, além de seu país. Isso inaugura nova era de dependencia, de matrizes, de impactos positivos e negativos. Isso que quer dizer. Esse setor de empresas nacionais vinculadas vai apoiar esse modelo de desenvolvimento baseado no desenvolvimento estrangeiro - vão ratificar modelo de desenvolvimento, cria-se nova coalisão que vai apoiar esse modelo de desenvolvimento dentro do subdesenvolvimento, mas é novo fato que analisa. Resumo feito por Ana Paula Pellegrino IRischool 2011.2
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